A queda de braço entre o Ministério Público de Pernambuco e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) chegou ao fim após quase um ano e meio de cobranças por mais segurança, incluindo até a interdição de agências que não cumpriam as leis municipais. Um acordo inédito no país entre os órgãos e o governo do estado foi assinado ontem, garantindo o cumprimento de medidas como instalação de câmeras, vigilância armada e com colete de proteção. Outras ações pontuais foram anunciadas para fortalecer o Pacto pela Vida, que, na semana passada, completou seis anos. O programa garantiu a Pernambuco uma premiação da Organização das Nações Unidas (ONU) na categoria Modelo de Gestão.
Inicialmente, o reforço na segurança contemplará os municípios do Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. Cada órgão terá uma função nesse acordo. A Febraban entra com o investimento financeiro e o cumprimento de todas as medidas listadas. A Secreteria de Defesa Social fará o monitoramento das câmeras externas instaladas nas imediações dos estebelecimentos. Já as prefeituras terão papel de fiscalizar e fazer uma verdadeira limpeza nas proximidades, retirando bancas de revista, fiteiros e bares. “Marginais se escondem nas imediações desses locais para fazer ‘saidinhas de banco’ e o próprio ataque a caixas eletrônicos”, pontuou o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio.
No ano passado, segundo a Febraban, 29 assaltos a bancos foram registrados no estado, dez deles no Recife. “A atuação do Ministério Público incluiu a interdição de 12 agências bancárias. A parceria representa uma contribuição ao Pacto pela Vida e vai garantir a redução dos assaltos”, afirmou o promotor do Consumidor, Ricardo Coelho. Anualmente, segundo a Febraban, são gastos R$ 9 bilhões na segurança das agências. “Essa parceria é uma demonstração de que os bancos reconhecem o interesse legítimo que os sindicatos têm na integridade física e na segurança dos funcionários”, explicou o presidente da Febraban, Murilo Portugal.
As agências terão 90 dias para começar a se adaptar às exigências, que devem ser concluídas em um ano. A presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Jaqueline Melo, comemorou o avanço, mas destacou que a luta continua para a implementação de outros itens de segurança, como vidros blindados dentro dos estabelecimentos. Em 2012, as saidinhas de banco resultaram na morte de 57 pessoas no país.
Do Diario de Pernambuco
Por Raphael Guerra