Hecatombe de Garanhuns completou 100 anos nesse domingo

Um episódio que por muitos anos permaneceu velado na cidade de Garanhuns, no Agreste do estado, completou 100 anos nesse domingo (15). Originada a partir de uma briga entre duas correntes políticas, a Hecatombe de Garanhuns deixou cicatrizes profundas. Até hoje, há quem se emocione ou evite falar sobre o fato que espalhou sangue e dor pelo município. No dia 15 de janeiro de 1917, num massacre impiedoso, 18 pessoas foram mortas no prédio onde funcionava a cadeia pública da cidade. Entre as vítimas, estavam sete membros da sociedade, cinco soldados da Polícia Militar, cinco jagunços e um morador que passava pela rua no momento do tiroteio.

Foto: Ricardo Fernandes
Foto: Ricardo Fernandes/DP

O estopim para a matança dos chefes de tradicionais famílias garanhuenses, como Jardins, Miranda e Ivo foi o assassinato do deputado estadual Júlio Brasileiro, morto pelo capitão Francisco Sales Vila Nova, no Café Chile, na Praça Independência, no Recife, em 12 de janeiro daquele ano. Um crime cometido por apenas um homem mas que foi vingado em pessoas sem nenhuma ligação com a morte do deputado.

“O assassinato de Júlio Brasileiro foi o que gerou a Hecatombe de Garanhus. Após saber da morte do marido, a viúva Ana Duperron pensou se tratar de um complô armado pelos adversários políticos dele e decidiu mandar matar todos eles. Foi um dia de massacre em Garanhuns. Pessoas inocentes foram assassinadas dentro da cadeia públic, onde achavam que estariam protegidas. Policiais que faziam a guarda também foram mortos”, conta o professor e escritor José Cláudio Gonçalves de Lima, autor do livro Os sitiados: a Hecatombe de Garanhuns.

Audiência do trio de canibais marcada para 12 de dezembro

A Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Olinda vai realizar, no próximo dia 12 de dezembro, às 13h, uma audiência de instrução do processo relativo ao homicídio de Jéssica Camila da Silva Pereira, assassinada ano de 2008. Os três suspeitos pelo crime, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva, serão ouvidos, na ocasião. A audiência acontecerá no Fórum Lourenço José Ribeiro, localizado na avenida Pan Nordestina.

Acusados estão presos. Crimes foram descobertos há um ano. Foto: Reprodução/TV Clube
Os três suspeitos estão presos.  Foto: Reprodução/TV Clube

A secretaria da vara recebeu, na última sexta-feira (22), os laudos sobre a capacidade mental dos réus, solicitado pela defesa dos acusados. Segundo os exames, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva podem responder pelos seus atos.

Essa é a 3ª audiência de instrução do caso. A juíza Maria Segunda, titular da vara, recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em julho de 2012. Os suspeitos respondem por ocultação de cadáver e homicídio quadruplamente qualificado (por motivo fútil; meio cruel; sem dar chance de defesa a vítima; para assegurar a execução, a  ocultação, a impunidade de outro crime).

Da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Pernambuco

Defesa dos canibais vai pedir novos laudos

Os advogados de dois dos três suspeitos de matarem e comerem a carne de três mulheres entre 2008 e 2012 vão pedir na Justiça a realização de um novo laudo psicológico para seus clientes. A decisão da defesa foi tomada após a divulgação dos exames de sanidade mental feitos nos três suspeitos, relativo a um dos crimes, cometido em Olinda. O laudo apontou que eles não têm problemas mentais e podem ir a julgamento.

O parecer elaborado pelo Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) foi entregue na última sexta-feira à Justiça de Olinda. Segundo o documento, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 52, Isabel Cristina Pires da Silveira, 52, e Bruna Cristina de Oliveira da Silva, 23, são considerados mentalmente capacitados. Os suspeitos, que também usaram carne de vítimas para rechear salgados, estão  presos desde abril de 2012. Segundo a assessoria de imprensa do TJPE, os laudos referentes aos outros dois assassinatos, cometidos em Garanhuns, ainda são aguardados.

De acordo com a juíza Maria Segunda Gomes, da Vara do Tribunal do Júri de Olinda, a partir da próxima semana as partes começarão a ser intimadas para que possam se manifestar. “Também irei marcar o interrogatório dos suspeitos”, adiantou. Os crimes praticados pelos suspeitos que ficaram conhecidos como os Canibais de Garanhuns teve repercussão nacional.

O advogado Ranieri Aquino, que defende Bruna Cristina, 22 anos, e Jorge Beltrão, 51, informou que pedirá novo exame para Jorge. “Existe uma perícia do INSS atestando que ele tem esquizofrenia paranoide”, adiantou Ranieri. O advogado Paulo Sales, que atua na defesa de Isabel Cristina, 51, também informou que pedirá um novo laudo.

Laudo diz que canibais não têm problemas mentais e podem ir a júri

O trio suspeito de ter matado e esquartejado três mulheres e que ficou conhecido como os “Canibais de Garanhuns”, segundo o laudo psicológico entregue à Justiça, não tem problemas mentais. Com isso, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 52, Isabel Cristina Pires da Silveira, 52, e Bruna Cristina de Oliveira da Silva, 23, podem ser levados aos bancos dos réus. A expectativa agora é que o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) marque a data do julgamento.

Acusados estão presos. Crimes foram descobertos há um ano. Foto: Reprodução/TV Clube
Acusados estão presos e serão levados a julgamento. Foto: Reprodução/TV Clube

Os suspeitos estão presos desde abril do ano passado. A defesa deles alegou que os três sofriam de problemas mentais e pediu que fossem feitos exames de sanidade mental. Os resultados mostraram que os suspeitos são saudáveis mentalmente. À época em que o crime foi descoberto, em depoimento, o trio também afirmou que usava a carne humana das pessoas mortas para rechear coxinhas e empadas que eram vendidas à população.

Os três homicídios aconteceram entre os anos de 2008 e 2012. Um dos crimes ocorreu em Olinda e dois em Garanhuns. As vítimas eram atraídas por propostas de emprego. Atualmente, Jorge está preso no Complexo do Curado (antigo Aníbal Bruno). Cabia a ele cortar a cabeça das mulheres, esquartejar seus corpos e retirava a carne. Isabel e Bruna estão na Colônia Penal Feminina de Buíque.

A primeira cozinhava a carne e recheava os salgados. A segunda era responsável por fazer convites de trabalho (para atuar como babá) às vítimas. Os três estão em celas isoladas como garantia de segurança. Na época das investigações, eles confessaram oito mortes (uma delas na cidade de Conde, na Paraíba), mas a polícia garantiu que só ocorreram três.

Trio de canibais de Garanhuns terá destino definido ainda neste mês

O destino dos “Canibais de Garanhuns”, como ficou conhecido o trio acusado de esquartejar mulheres e se alimentar de sua carne, deve ser definido até o fim deste mês. Nesse prazo, serão entregues à Justiça os resultados dos exames de sanidade mental de Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 52, Isabel Cristina Pires da Silveira, 52, e Bruna Cristina de Oliveira da Silva, 23. Nessa quinta-feira fez um ano que o caso de repercussão internacional começou a ser desvendado pela polícia. Em depoimento chocante, o trio também afirmou que usava a carne humana para rechear coxinhas e empadas vendidas à população.

Acusados estão presos. Crimes foram descobertos há um ano. Foto: Reprodução/TV Clube
Acusados estão presos. Crimes foram descobertos há um ano. Foto: Reprodução/TV Clube

Se os laudos comprovarem que os acusados têm problemas mentais, como defendem seus advogados, eles não irão a júri popular responder pelos três homicídios que comprovadamente cometeram entre 2008 e 2012. Um dos crimes ocorreu em Olinda e dois em Garanhuns – as vítimas foram atraídas por propostas de emprego.

Se ficarem comprovados os problemas mentais, os acusados poderão receber apenas uma medida de segurança. Seriam encaminhados ao Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), em Itamaracá, onde ficariam por três anos e, após nova análise, seriam liberados, como prevê a lei.

Atualmente, Jorge está preso no Comprexo do Curado (antigo Aníbal Bruno). Cabia a ele cortar a cabeça das mulheres, esquartejar seus corpos e retirava a carne. Isabel e Bruna estão na Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima. A primeira cozinhava a carne e recheava os salgados. A segunda era responsável por fazer convites de trabalho (para atuar como babá) às vítimas. Os três estão em celas isoladas como garantia de segurança. Na época das investigações, eles confessaram oito mortes (uma delas na cidade de Conde, na Paraíba), mas a polícia garantiu que só ocorreram três.

Por Raphael Guerra – Do Diario de Pernambuco