Assassinos de promotor vão a júri popular e noiva da vítima está sem proteção policial

Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook

Os quatro acusados de matar o promotor de Itaíba Thiago Faria Soares e tentar matar a noiva dele, Mysheva Freire Ferrão Martins, e o tio dela, Adautivo Elias Martins, vão a júri popular. Nessa terça-feira, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região negou os recursos impetrados pela defesa de José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva e confirmou o julgamento no Tribunal do Júri. A data, no entanto, ainda não foi definida. O crime aconteceu em outubro de 2013, no Km 19 da PE-300, em Águas Belas, no Sertão do estado.

Mysheva disse que está com escolta policial desde a morte de Thiago Faria. Paulo Paiva/DP/D.A Press
Mysheva estava com escolta policial desde a morte de Thiago Faria. Paulo Paiva/DP/D.A Press

Segundo a defesa de Mysheva Martins, a advogada está sem a proteção policial que estava recebendo desde a morte do noivo por orientação do então procurador geral de Justiça, Aguinaldo Fenelon. De acordo com o advogado José Augusto Branco, o fato já foi comunicado ao governador Paulo Câmara, ao procurador geral de Justiça, ao ministro da Justiça e à Procuradoria da República. Nesta quarta-feira, o fato será notificado à Ordem dos Advogados de Pernambuco, pelo fato de Mysheva ser advogada e ainda à Justiça Federal. “Esperamos que as autoridades adotem as medidas cabíveis para que a segurança seja retomada. Minha cliente corre risco de vida”, ponderou Branco.

Parceria para proteção dos direitos de crianças e adolescentes é firmada

Entidades do Brasil e de mais quatro países firmaram parceria com o intuito principal de cobrar a aplicação da legislação e dos acordos firmados para a proteção de crianças e adolescentes. De acordo com Pedro Pereira, diretor da Associação Nacional de Centros de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Anced), há leis que protegem crianças e adolescentes, mas elas não são aplicadas.

Foto: Jaqueline Maia/DP/DA Press
Foto: Jaqueline Maia/DP/DA Press

Entre as ações do projeto, chamado Fortalecendo as Redes Representativas da Sociedade Civil na América Latina em Defesa dos Direitos Humanos das Crianças e Adolescentes, está criar um observatório em cada um dos países signatários para monitorar o cumprimento da legislação na aplicação de penas a adolescentes infratores.

Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia, países signatários do acordo, querem ainda conscientizar a sociedade de que ela também deve controlar o estado para a aplicação das normas.

Da Agência Brasil

Noiva do promotor Thiago Faria está sob proteção da Polícia Militar

A noiva do promotor Thiago Faria Soares, assassinado no início dessa semana, Mysheva Ferrão Martins, passou a ter escolta da Polícia Militar. A proteção foi uma determinação da Secretaria de Defesa Social (SDS), diante também das ameaças que teriam sido feitas a ela pelo fazendeiro José Maria Rosendo Barbosa, segundo funcionários da Fazenda Nova, apontado pela polícia como o mandante do assassinato do promotor. A advogada contou aos delegados que recebeu a informação, depois do crime, de que uma pessoa teria ouvido comentários de que o noivo seria morto com um tiro de 12 na cabeça.

Mysheva tem prestado vários depoimentos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Mysheva tem prestado vários depoimentos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Diante das muitas dúvidas que estão surgindo nas investigações, é possível que, neste final de semana, a advogada seja novamente ouvida. Funcionários da fazenda relataram que Zé Maria teria declarado que iria usar uma faca para “rolar o pescoço dela e colocar a cabeça em cima de uma estaca do lado de fora da fazenda”. Ainda em conversa com os policiais, Mysheva contou que não está esperando um filho do promotor, como se comenta na cidade de Águas Belas. Apesar disso, e de a cerimônia do casamento marcada para o dia 1º de novembro não ter acontecido, ela poderá pedir a pensão junto ao MPPE.

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