Polícia Federal quer trazer chefe do tráfico de órgãos para Pernambuco

A Polícia Federal esperar extraditar o mais rápido possível o ex-oficial do Exército israelense Gedalya Tauber que foi preso em Roma, na Itália, nessa quinta-feira. Tauber estava foragido da Justiça pernambucana desde janeiro de 2009 quando foi autorizado a viajar para o exterior e não retornou. O caso veio à tona após denúncia do Diario de Pernambuco, em agosto de 2011. O material produzido por mim e pela repórter Juliana Colares foi publicado com exclusividade e teve grande repercussão na Justiça e na imprensa.

Israelense deve voltar para cumprir pena em Pernamnbuco. DP/D.A. Press
Israelense deve voltar para cumprir pena em Pernambuco. Foto: Polícia Federal/Divulgação

Gedalya comandava o grupo que aliciou mais de 30 pessoas na Região Metropolitana do Recife para venderem um de seus rins na África do Sul. O quadrilha foi desarticulada pela PF em dezembro de 2003. Doze pessoas foram condenadas e presas. Até hoje, as vítimas dizem estar arrependidas de terem vendido o órgão. Veja abaixo fotos de alguns pacientes após a retirada do rim.

Vítimas recebiam dinheiro e passagens aéreas. Foto: Polícia Federal/Divulgação

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Aliciados posaram para fotos em hospital africano. Fotos: Polícia Federal/Divulgação

Poderoso chefão do tráfico de órgãos recapturado na Itália

A Polícia Federal de Pernambuco já solicitou à polícia italiana a extradição do israelense Gedalya Tauber, 77 anos, preso na quinta-feira, em Roma, na Itália, quando tentava entrar no país depois de retornar de Boston. Tauber estaria livre da condenação sob a acusação de chefiar uma quadrilha de tráfico de órgãos em setembro de 2012, no entanto, aproveitou uma autorização judicial de 30 dias para visitar parentes em Israel e não retornou ao Brasil. Estava sendo procurado pela polícia internacional desde então, a fuga do poderoso chefão que aliciou mais de 30 pessoas na Região Metropolitana do Recife (RMR) foi divulgada com exclusividade pelo Diario de Pernambuco na edição do dia 17 de agosto de 2011.

Gedalya está foragido
Gedalya está preso na Itália. Foto: Arquivo/DP

As vítimas que eram atraídas pela quadrilha chefiada por Gedalya recebiam dinheiro para venderem seus rins. As operações eram realizadas na África do Sul e a organização criminosa foi desarticulada pela Operação Bisturi da Polícia Federal, em dezembro de 2003. A prisão do israelense já foi comunicada ao Tribunal de Justiça de Pernambuco. “Estamos fazendo todos os esforços para que o acusado seja extraditado para o Recife e seja encaminhado para o presídio onde deverá cumprir sua condenação”, afirmou o superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Marcello Diniz Cordeiro. Como cometeu outro crime, fugindo quando estava em liberdade condicional, Gedalya deverá ser julgado mais uma vez e terá sua pena aumentada.

Leia matéria completa na edição impressa do Diario deste sábado.

O poderoso chefão do tráfico de órgãos ainda está foragido

 

No dia 23 de setembro de 2012, o israelense Gedalya Tauber estaria livre da sua condenação por ter chefiado o esquema internacional que foi responsável por aliciar pessoas no Recife para venderem seus rins na África do Sul. A organização criminosa foi desarticulada pela Operação Bisturi da Polícia Federal, em dezembro de 2003. Gedalya, autorizado pela Justiça, deixou o Brasil em janeiro de 2009 e deveria retornar em 30 dias. Não voltou. O Diario descobriu que o homem é considerado foragido da Justiça desde então. O israelense teria aliciado cerca de 30 pernambucanos.

Gedalya está foragido

Tauber estva em liberdade condicional quando conseguiu o benefício. Como não retornou no prazo previsto, teve o livramento condicional revogado e a prisão decretada em 29 de outubro de 2010 pelo juiz Abner Apolinário da Silva. Está sendo procurado em todo o mundo, inclusive pela Interpol. Não fosse a fuga de Gedalya, o episódio que teve grande destaque na imprensa internacional seria apenas mais um registro no submundo do tráfico de órgãos. Depois de ser preso pela primeira vez, Gedalya passou por várias unidades prisionais até ir parar na Penitenciária Agro-industrial São João, em Itamaracá, em março de 2007, quando obteve a progressão de regime para o semiaberto. Em dezembro do mesmo ano, conseguiu a liberdade condicional, o que o obrigava a se apresentar à Justiça uma vez no mês. Inicialmente condenado a uma pena de 11 anos e nove meses, Gedalya conseguiu a comutação (redução) da pena em novembro de 2008 para oito anos e nove meses. Ele estaria respondendo pelos crimes de remoção e venda de órgãos e formação de quadrilha.

O alvará de autorização de viagem do israelense foi assinado pelo juiz Adeildo Nunes, em 16 de janeiro de 2009. O documento determinava que um oficial de Justiça fosse com Gedalya até o Aeroporto Internacional do Recife-Guararapes/Gilberto Freyre e o embarcasse no voo 0154 da TAP Portugal, às 19h15 no dia 20 de janeiro de 2009 para a cidade de Lisboa. O destino final seria a cidade de Tel Aviv, em Israel, com escala em Frankfurt, na Alemanha. O israelense Gedalya, que era major da reserva do Exército do país dele, era considerado o “homem do dinheiro” da organização criminosa. Segundo a Polícia Federal, na época da investigação, Gedalya costumava vir ao Brasil, em média, de dois em dois meses, onde se hospedava no Recife para recrutar os vendedores dos órgãos.