Depois de ter sido publicada com exclusividade pelo Diario de Pernambuco em setembro do ano passado, a morte de um jovem de 18 anos que, segundo a família, foi causada pelo uso do suplemento alimentar Jack3D, ainda não foi iniciada. O produto, que tem venda proibida no Brasil pela Anvisa, continua sendo vendido em lojas do Recife e sites da internet com a promessa de uma nova fórmula. As autoridades dizem que mesmo assim o suplemento ainda oferece riscos à saúde. Muitos jovens recifenses seguem consumindo o produto.
Veja parte da matéria publicada no Diario de Pernambuco desta terça-feira.
O restante desta reportagem pode ser conferido na edição impressa do jornal.
Wilson e Marcellle Sampaio, pais de Wilsinho, querem que o caso seja esclarecido. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A/Press |
A morte de Wilson Sampaio Filho, que pode ter sido causada pelo uso do suplemento Jack 3D, parece estar longe de ser esclarecida pela Polícia Civil de Pernambuco. Em dezembro do ano passado, após meses de investigações, a Delegacia do Consumidor indiciou um estagiário de educação física por ele ter vendido o produto ao jovem numa badalada academia da Zona Sul do Recife. O suspeito responde na Justiça por crimes contra a saúde pública e das relações de consumo. Na época, o caso foi encaminhado também ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que iria apontar de quem era a culpa pela morte do estudante recifense. Desde então, o inquérito passou por várias delegacias, mas nenhuma conclusão foi dada.
A mãe de Wilsinho, a funcionária pública Marcelle Sampaio, 42, relatou ontem a luta para que o caso não fique impune. Segundo ela, o inquérito estava sendo conduzido pela Delegacia de Boa Viagem e chegou a retornar para a do Consumidor. No início deste mês, após muitos pedidos dos pais, finalmente o caso chegou ao DHPP. “Queremos que um novo exame seja feito para identificar que havia substâncias dimethylamylamine (DMAA) no corpo do meu filho”, disse Marcelle.
Ao Diario, o gestor do DHPP, Cassemiro Ulisses, informou que deve designar, nos próximos dias, um delegado especial para comandar as investigações. O prazo de conclusão é de 30 dias, mas pode ser prorrogado. Em depoimento à polícia, no ano passado, o estagiário afirmou que não vendeu o produto, nem tinha uma relação de amizade com a vítima. No entanto, ficou confirmado – por meio de testemunhas e de outras provas colhidas – que os dois mantinham contato. Wilson tinha o sonho de ser jogador de futebol. O Diario entrou em contato com o escritório que representa o Jack 3D no Brasil, mas não obteve retorno dos advogados.