Mudanças de estratégias e logística, novas técnicas de cultivo, camuflagem e até uso de aceleradores de crescimento. Os produtores de maconha do Sertão pernambucano vêm se desdobrando para tentar manter o rótulo de maiores fornecedores da droga para vários estados do país e sobretudo para o Grande Recife.
Desde o final da década de 1990, com a realização da Operação Mandacaru na região do conhecido polígono da maconha, os olhos da Polícia Federal (PF) estão voltados para aquela área. No final do mês de abril, cerca de 70 policiais federais invadiram os municípios de Orocó, Cabrobó, Santa Maria da Boa Vista, Parnamirim e Belém de São Francisco em mais uma caçada ao entorpecente.
O Diario acompanhou o trabalho de erradicação de pés de maconha nas ilhas do Rio São Francisco. Foi uma experiência nova para mim que já escrevi tanto sobre operações de combate ao tráfico de drogas, mas não sabia como o trabalho era realizado. Em campo, descobri que os agentes federais contam com a ajuda de colaboradores contratados para o corte e queimada das plantações da droga e que toda a contagem e medição do que é encontrado é feita por equipamentos modernos em uma base montada no meio do mato.
Segundo a Polícia Federal, o aumento da repressão fez com que os produtores passassem a plantar em outras cidades e migrassem para outros estados. Em 17 anos de fiscalização, a PF destruiu mais de 27 milhões de pés de maconha e apreendeu mais de 19 mil kg da droga pronta para consumo em 57 operações. Tudo o que constatamos na viagem ao Sertão foi contado nas páginas do jornal na série de reportagens A migração do tráfico, que termina nesta quinta-feira.
Para debater o assunto e repercutir o trabalho da Operação Angico I, realizada entre os dias 22 de abril e 1º de maio, o delegado responsável pelo Departamento de Repressão a Entorpecentes da PF Pernambuco, Carlo Marcus Correia, estará no programa Globo Recife em pauta, na Rádio Globo 720 AM, hoje, a partir das 11h.