Artur Eugênio: um ano da morte lembrado com missa

Nesta terça-feira está completando um ano do assassinato do cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo, 36 anos. Para lembrar a data, parentes e amigos participarão hoje às 19h30 de uma missa em memória de Artur. A celebração será realizada na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no bairro da Ilha do Leite. Alguns outdoors com a foto do médico foram espalhados pelas ruas da capital.

Médico tinha 36 anos, era casado e deixou um filho pequeno. Foto: Arquivo Pessoal
Médico tinha 36 anos, era casado e deixou um filho pequeno. Foto: Arquivo Pessoal

Dois meses e 17 dias após o crime, a Polícia Civil de Pernambuco apresentou a conclusão do inquérito que apurou o homicídio. Cinco pessoas foram indiciadas pelo assassinato frio e covarde que causou grande revolta na sociedade, sobretudo na classe médica. Artur, segundo a polícia, foi morto a mando do também médico Cláudio Amaro Gomes, 57.

De acordo com o delegado Guilherme Caraciolo, responsável pelas investigações, motivado por inveja e perda de espaço profissional o renomado médico Cláudio Amaro Gomes pediu ao seu filho Cláudio Amaro Gomes Júnior, 32, que contratasse duas pessoas para matar Artur. “Ele estava disposto a destruir a carreira de Artur, como não estava conseguindo resolveu partir para a execução da vítima”, disse o delegado durante a apresentação da conclusão do caso.

Garrafa foi encontrada perto do carro da vítima. Foto: Allan Torres/DP/D.A Press
Garrafa foi encontrada perto do carro da vítima. Foto: Allan Torres/DP/D.A Press

Além do médico Cláudio Amaro Gomes e do filho dele, o bacharel em direito Cláudio Amaro Gomes Júnior, apontados como mandantes, outras três pessoas foram indiciadas pelo assassinato do médico Artur Eugênio. São eles: Lyferson Barboza da Silva, 26, Jailson Duarte Cesar, 29, e Flávio Braz de Souza, 32 (morto em troca de tiros com a polícia). Segundo a investigação, Flávio atirou em Artur e Jailson apresentou Lyferson e Flávio a Cláudio Amaro Júnior. O Valor acertado para e execução da vítima pode ter chegado até a R$ 100 mil.

Os suspeitos foram enquadrados nos crimes de sequestro, homicídio, roubo, associação criminosa, estelionato e comunicação falsa de crime. Os quatro suspeitos seguem presos e esperam pelo julgamentono que pode acontecer até o final deste ano. Como havia sido antecipado pelo blog e pelo Diario de Pernambuco, uma perícia papiloscópica feita numa garrafa encontrada perto do carro do médico encontrou as digitais de Cláudio Amaro Júnior no objeto, o que o coloca no local onde o veículo de Artur foi incendiado, no bairro da Guabiraba.

Crimes de Serra Talhada começam a ser esclarecidos

Por Thaís Arruda, do Diario de Pernambuco

A força-tarefa que investiga a onda de assassinatos em Serra Talhada, a 415 km do Recife, no Sertão, vai retornar ao município para apurar crimes praticados na região desde o início do ano. Ontem, a Polícia Civil apresentou o resultado da Operação Paz no Sertão, que investigou a morte do vereador Cícero Fernandes, o Cição, assassinado no dia 12 de março. De acordo com a polícia, Cícero era o líder de uma organização criminosa acusada de vários crimes.

Cúpula da SDS apresentou conclusão nessa segunda-feira. Foto: SDS/Divulgação
Cúpula da SDS apresentou conclusão nessa segunda-feira. Foto: SDS/Divulgação

Durante a operação, que envolveu 249 policiais, foram presos Luciano de Souza Soares e Cícero Valdevino da Silva, policiais militares de Pernambuco, e Georgenes Alves Pereira, PM da Paraíba. Renato Rodrigues da Silva, suspeito de matar dezenas de pessoas, também foi capturado. De acordo com a Polícia Civil, o assassinato do vereador Cição teria sido motivado por vingança, devido a homicídios que a vítima teria encomendado, além de desavenças entre famílias.

Reforço policial foi enviado para a cidade, como no ano passado. Foto: AnnaclariceAlmeida/DP/D.A Press
Reforço policial foi enviado para a cidade, como no ano passado. Foto: AnnaclariceAlmeida/DP/D.A Press

Cícero Valdevino da Silva e Luciano de Souza Soares eram integrantes do grupo criminoso comandado por Cição. Já Georgenes Alves Pereira, Fernando Fábio Mourato e Gustavo Rafael Ferreira – esses dois últimos também foram assassinados -, são apontados como autores do homicídio. Permanecem foragidos Israel Pereira Lima, que seria integrante do PCC, e Wellington Silvestre dos Santos, também acusado de participar da chacina de Poção, no Agreste.

“Pessoas que tiveram parentes envolvidos em homicídios encomendados por Cição no ano passado juntaram-se para matar o vereador. O policial Georgenes, por exemplo, teve seu irmão assassinado e atuou como mandante da morte de Cição’’, disse o delegado Guilherme Caraciolo.

Delegado Guilherme Caraciolo está à frente do caso. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Guilherme Caraciolo comandou operação. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

“Mesmo que tenhamos esses casos de policiais envolvidos no crime em Serra Talhada, é preciso deixar claro que o estado dará uma resposta. Eles não ficarão protegidos pela farda’’, disse o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho.

Mortes em
Serra Talhada

9 homicídios de janeiro
até ontem

35 homicídios em 2014

18 em 2013

Números da operação

193 policiais civis

56 policiais militares

9 armas apreendidas

Leia mais sobre o assunto em:

SDS envia reforço para elucidar nova onda de crimes em Serra Talhada