Após 48 horas de medo e violência nas ruas, os policiais militares e bombeiros de Pernambuco decidiram interromper a greve deflagrada por melhores salários e condições de trabalho. Na noite de ontem, após a terceira rodada de negociações intermediada por uma comissão de deputados da Assembleia Legislativa do estado, o grupo que liderou a mobilização anunciou aos policiais as propostas do governo e ponderou que a população não poderia mais continuar sem segurança nas ruas.
Horas após o anúncio do fim da greve, as equipes do Diario percorreram alguns bairros do Recife, como Derby, Boa Viagem, Torre e Várzea. Viaturas da PM já eram vistas em rondas pelas principais ruas. O clima continuava tenso e saques foram registrados mesmo depois de anunciado o fim da greve. O governo do estado informou que a Força Nacional de Segurança e o Exército continuarão oferecendo segurança à população até que o retorno ao trabalho dos policiais esteja consolidado.
Apesar de a decisão pelo fim da greve não ter ocorrido com a votação direta da categoria, como havia acontecido na quarta-feira, a maior parte do grupo saiu demonstrando satisfação. “Algumas vezes é preciso dar um passo para trás para no futuro dar dois para frente. Tivemos ganhos”, afirmou o soldado Joel Maurino, um dos líderes do movimento. Um grupo menor, mais exaltado, não concordou com o fim da greve e, aos gritos, chamou as lideranças do movimento de covardes.
Entre as propostas apresentadas pelo governo está a criação da lei de planos de cargos e carreiras. “A cada cinco anos, haverá promoção para os praças. Uma comissão na Assembleia começará a avaliar as promoções na próxima segunda-feira”, garantiu Joel Maurino. A discussão do aumento salarial para os praças e os oficiais ficou para janeiro de 2015. No próximo mês, eles receberão reajuste de 14,55%, já previsto desde 2011. “Na primeira semana voltaremos às ruas para cobrar. Por enquanto, por conta do ano eleitoral, não podemos ter a certeza do aumento”, completou Maurino.
Leia cobertura completa sobre os problemas ocorridos nos dois dias de greve na edição do Diario de Pernambuco desta sexta-feira.
Como militar, aprendi que as instituições das Forças Armadas e as Polícias e Bombeiros Militares são pautadas na hierarquia e disciplina.
A moral das FFAA é inabalável. Sindicatos e greves nunca foram ditas na caserna, pois sabemos que nosso trabalho deve ser superior a tudo, inclusive às péssimas condições de trabalho e salários abaixo da média do funcionalismo público.
Enquanto PMs dos estados invocam o motivo que passam diariamente pelo perigo nas ruas, esquecem que militares do Exército patrulham as fronteiras do país com um salário compatível (ou muitas vezes menor) que o deles. Um 3º Sgt do Exército ganha 2.900 reais.
Não quero condenar a reivindicação da PMPE, mas acredito que esta pode ser feita por outros meios, que não seja através daquele MOTIM transmitido ao vivo pelas televisões. Isso mesmo. Ao meu ver, aquela reunião de MILITARES em frente ao Palácio do Governo, entoando gritos de ordem é papel de insubordinação GRAVE, ainda mais quando o governo determinou a volta depois de decretada ilegalidade no movimento.
Enfim, creio que muitos valores estão distorcidos hoje na sociedade. Só espero que as instituições que devam manter a ordem nos estados e no país possam permanecer dentro dos seus pilares e possam dar o devido exemplo a quem devem servir independentemente de suas condições de trabalho: a população.
Acreditar em disciplina faz parte de um processo de formação coercitiva muitas vezes necessário, mas acabou o tempo em que as pessoas seguiam as outras cegamente, pessoas são ser vivos, precisam julgar, sentir, pensar, amar essas coisas de gente que se sente gente, quando olhamos a historia sabemos que militares não são exemplos pra ninguem, esquecem quem são seus verdadeiros patrões, a policia militar, a qual não sou fã, desempenha um papel na sociedade civil e é e deve ser compreendida dentro do rol da democracia, por isso, pode e deve reinvindicar melhores condições de trabalho e de renda sim, pois não estão no fronte de guerra onde a lei é matar para sobreviver, aqui ela precisa cumprir a lei, respeitar a lei, e desso é legitímo o direito de lutar por um salário melhor e uma vida melhor, afinal todos merecemos uma vida melhor.