Foi autuado em flagrante na tarde desta sexta-feira na Delegacia de Polícia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp), na Rua Gevársio Pires, um soldado da Polícia Militar de Pernambuco acusado de extorsão. A prisão do soldado que ainda não teve o nome revelado foi realizada pela Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) e aconteceu no bairro de Rio Doce, em Olinda.
Segundo fontes do blog, o PM que seria lotado no 1º Batalhão era agiota e estava extorquindo uma pessoa que lhe devia R$ 15 mil. A vítima era obrigada a pagar R$ 3 mil por mês ao soldado. O acusado estaria contando com a ajuda de outros dois PMs, um deles ainda não identificado pela Corregedoria. Após o flagrante o militar deverá ser encaminhado para o Creed, em Abreu e Lima.
Uma vítima inocente e que perdeu a vida por motivo banal. No dia 11 de maio de 2012, o jovem Diogo Lourenço da Silva, 20 anos, estava conversando com alguns amigos em frente à Delegacia do Alto do Pascoal, quando por volta das 23h, dois homens em um Celta pararam o carro, revistaram os rapazes, disseram que eram policiais da Delegacia de Narcotráfico e levaram Diogo no veículo. Num ato covarde, tiraram a vida do jovem que estava prestes a ser pai. O corpo de Diogo foi encontrado na manhã do dia seguinte, com dois tiros na nuca, por trás do cube Bariloche, em Paulista. Dois policiais militares foram presos nesta terça-feira apontados como os autores do assassinato.
Segundo a polícia, não restam dúvidas de que Diogo Lourenço foi vítima de uma execução. Ele foi encontrado morto e ajoelhado no chão. Morreu sem qualquer chance de defesa e sem dever nada à Justiça. Ainda de acordo com a polícia, Diogo não tinha envolvimento com drogas, nem com outros crimes. E nunca havia sido preso ou apreendido quando menor de 18 anos. Para a família e os amigos, restou o alívio de saber que dois acusados pelo crime foram identificados e presos. São dois policiais militares e que já estão recolhidos no Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Paratibe.
Um dos acusados é o PM Paulo Roberto Firmino de Paula, conhecido como Paulo Bomba, de 36 anos, e que era lotado no 13º BPM. O outro é Anderson Loiola Marques, 27 anos, que fazia parte da equipe do 16º BPM. O terceiro suspeito de participar do crime ainda não foi identificado.
O capitão da Polícia Militar Dário Ângelo Lucas da Silva, 39 anos, que confessou ter assassinado a esposa com dois tiros no rosto está dividindo uma cela com outro reeducando no Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Paratibe, Paulista. Ontem, o oficial recebeu a visita de dois advogados e se alimentou. No primeiro dia em que chegou à unidade prisional para militares, o policial não havia se alimentado direito. Também ontem à tarde, o corpo da comerciante Yana Luiza Moura Andrade Coelho, 28, foi sepultado no Cemitério de Nossa Senhora dos Remédios, no município de Ouricuri, onde moram os parentes dela, no Sertão do estado, distante do Recife 630 quilômetros. Ela foi morta pelo marido dentro do apartamento da mãe dele no bairro do Janga, em Paulista, no Grande Recife. O crime aconteceu na madrugada da última quarta-feira.
Segundo o major Josenildo Chicó, diretor do Creed, o capitão Dário Ânglo chegou à unidade por volta das 13h da quarta-feira ainda abalado com o que havia acontecido. Ele vai permanecer na triagem pelo período de 20 dias. “Estamos fazendo com o capitão os mesmos procedimentos adotados com os outros militares que chegam aqui. Por enquanto, ele ficará nessa triagem, onde só pode receber a visita dos advogados (a qualquer hora e dia) e dos familiares de primeiro grau nas quarta-feira s e domingos, que são os dias de visita”, explicou o diretor do Creed.
Ainda de acordo com a direção da unidade, o oficial está em uma cela com outra pessoa para evitar que ele tente o suicídio. “Essa é uma medida de precaução para que o policial não tente contra a própria vida. Costumamos agir dessa maneira quando os militares que chegam aqui estão abalados psicologicamente”, acrescentou o major Josenildo Chicó. Depois de deixar a cela de triagem, o capitão Dário Ângelo poderá indicar quais membros da família ele gostaria de receber como visitante no Creed para que essas pessoas possam fazer o cadastro no setor administrativo da unidade prisional. “Depois que essas pessoas fizerem seus cadastros, que serão comprovados através de documentos, fotografias e comprovantes de residência, o oficial vai poder recebê-las nas quarta-feiras e aos domingo”, finalizou major Chicó.
Dário Ângelo Lucas da Silva era comandante do policiamento de Exu, no Sertão do Araripe, e teria vindo do interior com a esposa para passar as festas de final de ano com a família. Na quarta-feira, ele confessou à polícia ter atirado duas vezes na cabeça da esposa com uma pistola .40. De acordo com o delegado Isaías Novaes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) responsável pelo caso, o crime teve motivação passional. Logo após o assassinato, o oficial se apresentou à Delegacia de Plantão de Olinda, entregou a arma e confessou o homicídio.
Nesta segunda-feira, a família e os amigos do universitário Alex Moura não terão uma noite feliz. Cheio de vida e planos, o estudante teve sua trajetória interrompida na madrugada desse domingo por um policial militar. Uma morte que revoltou a população de São Lourenço da Mata pela forma covarde como foi executada. O PM que matou o jovem foi preso e está no Creed. Leia matéria publicada no Diario desta segunda.
Do Diario de Pernambuco
Um crime sem justificativa, às vésperas do Natal. Os moradores de São Lourenço da Mata estão revoltados com a morte de Alex Moura da Silva, 19 anos. Por volta das 3h45 do domingo, ele foi atingido por um tiro de espingarda calibre 12, disparado por um policial do Grupo de Ações Táticas do Intinerante (Gati). Segundo relatos, o jovem não estava armado, nem praticava delito na hora da abordagem policial. O responsável pelo disparo, Rodrigo Alves de Souza, de 28 anos, será indiciado por homicídio doloso, ou seja, quando há intenção de matar.
Alex Silva era estudante de engenharia civil da Faculdade Maurício de Nassau e tinha uma filha de 3 meses. Segundo depoimentos, estava em uma festa em um bar de São Lourenço, localizado em uma área chamada Várzea Fria. Alex se dirigiu com mais quatro amigos para um campo de futebol próximo do local. Ao avistarem a viatura da polícia, saíram. Nesse momento, houve o disparo. A bala transpassou o braço de Alex e o feriu próximo ao peito.
De acordo com a delegada do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Gleide Ângelo, o policial disse que os jovens estavam consumindo maconha e que atirou porque eles tentaram fugir. “Mas nada justifica essa ação. Um policial só pode atirar em legítima defesa e nenhum deles estava armado. Por isso, o PM foi preso e autuado em flagrante”, explica ela. O policial foi encaminhado ontem ao Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed).
Wellington Moura, 24 anos, primo de Alex e dono do bar, afirmou que o grupo de quatro policiais do Gati esteve próximo do bar, por volta das 23h, atirando para o alto e agredindo fisicamente algumas pessoas. “Depois voltaram lá e fizeram isso com o meu primo, sem motivo algum. Estava tudo iluminado lá e ele estava sem camisa. Dava para ver que não tinha arma”, relata.
O enterro de Alex Silva foi realizado às 17h30, no cemitério da cidade. A chegada do corpo foi marcada por um protesto de familiares e amigos da vítima que gritavam “justiça” durante o cortejo que circulou por ruas da cidade. A presença de policiais na avenida que dá acesso ao cemitério deixou os moradores revoltados, gerando um princípio de tumulto. Durante o enterro, a mãe da filha de Alex, a também estudante Laís Ravana, 18 anos, era a mais inconsolável.
Muitos amigos do Recife, onde Alex sempre estudou, também participaram da cerimônia. Mirelly Oliveira, 18, que o conheceu no Colégio Imaculada Conceição, disse que estave com ele um dia antes da sua morte. “Foi em uma festa de amigos. Todo mundo ia se encontrar de noite. Ele acabou indo para essa outra festa do primo em São Lourenço. Alex era uma pessoa de bem com a vida. Estava cheio de planos. Disse que queria tatuar Cecília no peito, o nome da filha”.
Pouco mais de dois meses depois ter sido preso sob a suspeita de agiotagem, ameaça às vítimas que lhe pediam dinheiro emprestado e porte ilegal de armas, o soldado do 11º Batalhão da Polícia Militar Joelmir Roberto Ferreira, 27 anos, foi preso novamente, na tarde dessa terça-feira, por policiais da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social sob a acusação de estar extorquindo uma dona de casa. Joelmir, que chegou a ser levado para o Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Abreu e Lima, quando foi preso no dia 15 de março, estava em liberdade há pouco tempo. Ainda ontem à tarde, o soldado foi levado para a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decasp) e depois seguiu para o plantão da Delegacia de Casa Amarela, onde foi autuado em flagrante e encaminhado ao Creed mais uma vez. Difícil é entender como um homem que foi preso em flagrante há pouco mais de dois meses já estava em liberdade novamente e cometendo os mesmos crimes, sabendo que estava sendo monitorado pela Corregedoria Geral da SDS. É confiar demais no seu santo protetor ou achar que não seria denunciado novamente pelas suas vítimas.
Segundo a polícia, Joelmir emprestava dinheiro a juros altos inclusive, para colegas de profissão. Para assegurar o pagamento, ficava com cartões eletrônicos e senhas dos “clientes”, que passavam a ser vítimas de suas ameaças. Segundo os relatos das vítimas, os saques feitos pelo soldado eram superiores ao combinado e os cartões não eram devolvidos aos donos. Quando foi preso pela primeira vez, o militar estava com mais de 500 cartões de débito, crédito, Bolsa-Família, auxílio-moradia e até INSS. Além disso, cinco cadernos com vários nomes e valores de empréstimos, duas armas e mais de R$ 30 mil foram recolhidos na casa do soldado, naquela época.