Morte no metrô aumenta medo entre passageiros e funcionários

Uma tentativa de assalto terminou em morte e prisão na manhã de ontem no metrô do Recife. Por volta das 6h, quatro suspeitos anunciaram assalto em um vagão da Linha Sul, entre as estações Joana Bezerra e Largo da Paz. De acordo com testemunhas, três deles se posicionaram na parte de trás do último vagão enquanto outro ameaçava os cerca de 20 passageiros com uma faca. Um policial que seguia para o trabalho no trem se identificou e deu voz de prisão, mas o assaltante teria partido para cima dele, que atirou. Robson Batista Saturnino, de 21 anos, estava foragido do complexo prisional do Curado e morreu na hora.

Crime aconteceu na estação Largo da Paz. Fotos: Malu Cavalcanti/Esp/DP
Crime aconteceu na estação Largo da Paz. Foto: Malu Cavalcanti/Esp/DP

Os demais envolvidos são Anderson Carlos Santana, de 26 anos, que já foi autuado por receptação de veículo roubado, William Lima, de 19 anos, e Leonardo Francisco Guilherme, de 21 anos. Eles se entregaram e foram encaminhados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O policial que disparou os tiros preferiu não se identificar. Ele explicou que o suspeito insistiu em tentar golpeá-lo, mesmo com a ordem de prisão e depois de ter levado um tiro no ombro. “Eu falei que era policial, pedi pra ele soltar o facão e ele tentou me atingir. Eu dei dois passos para trás e atirei no ombro e ele continuou vindo para cima. Me afastei novamente e ele voltou a tentar uns golpes. Aí, eu dei mais dois tiros e ele caiu. Os outros que estavam mais ao fundo, quando viram a situação, entregaram outra faca que portavam, e eu pedi que deitassem no vagão. Eles obedeceram e encaminhamos para o DHPP”, explicou. Segundo a polícia, o PM estava a caminho do 6º Batalhão, na Estrada da Batalha, em Jaboatão dos Guararapes, onde atua.

Suspeito foi morto dentro do vagão. Foto: Reprodução/TV Clube
Suspeito foi morto dentro do vagão. Foto: Reprodução/TV Clube

Em depoimento, os suspeitos confessaram que passaram a noite bebendo e que tinha planejado o assalto. “Eles confirmaram que se encontraram para planejar e que o Robson é quem teve a ideia de praticar o assalto naquela ocasião. Mas pelo menos dois deles já eram vistos praticando assaltos no metrô”, destacou a Polícia Civil. Um dos passageiros que testemunharam o anúncio do assalto disse que o vagão tinha cerca de 20 pessoas, a maioria mulheres. “Como tinha bastante mulher no vagão, gerou um desespero com a situação de todo mundo correndo para o fim do trem para tentar se proteger. No meio do vagão, só ficaram os assaltantes e ele (o policial)”, destacou, sem se identificar. Ninguém se machucou e não houve produtos roubados.

O suspeito morto era um dos detentos que conseguiram escapar do presídio Frei Damião de Bozano, depois de uma fuga em massa, resultado de uma explosão de um dos muros da unidade em janeiro deste ano. Ele já havia sido preso duas vezes, acusado de violência doméstica e roubo. Familiares estiveram na estação, mas preferiram não falar com a imprensa. O corpo foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro. A Secretaria de Ressocialização do estado, responsável gestão do sistema prisional em Pernambuco, não atendeu às ligações da reportagem para comentar o caso.

Paulista ganha central de videomonitoramento

Dezesseis câmeras de videomonitoramento começaram a funcionar desde ontem no município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife. As cenas registradas nos equipamentos serão gravadas e acompanhadas 24 horas por uma equipe, formada sempre por um policial militar e um guarda municipal, de plantão no Centro Integrado de Segurança, (CIS), na área central do município. O projeto custou R$ 800 mil, com contrapartida de R$ 127 mil da prefeitura, e inclui 13 quilômetros de cabo de fibra ótica.

Foto: Prefeitura de Paulista/Divulgação
Foto: Prefeitura de Paulista/Divulgação

O major André Ângelo, comandante do 17º Batalhão, informou que o modelo ajuda a agilizar a ação policial. “Os policiais não podem estar em todos os locais ao mesmo tempo. As viaturas terão um link direto com essa central identificando o criminoso e fazendo com que a viatura chegue mais rápido para verificar a abordagem”, explicou. O oficial disse, ainda, que as imagens poderão servir de provas contra suspeitos. Outra novidade no município é o projeto Garupa, da PM. Dois PMs em uma moto irão atuar no apoio à equipe da sala de videomonitoramento. Ao todo serão vinte homens em dez motos.

Um projeto piloto de videomonitoramento foi montado no bairro de Maranguape e, segundo o secretário de segurança cidadã, Manoel Alencar, vem surtindo efeito. “Instalamos o ônibus de videomonitoramento em agosto e de lá para cá não registramos mais homicídios no bairro”, garantiu. Antes disso, Alencar falou que eram registrados cinco assassinatos por mês na localidade, principalmente ligados ao tráfico de drogas. As câmeras foram instaladas em pontos estratégicos, como nas entradas da cidade, no comércio e nas principais praças dos bairros de Jardim Paulista, Paratibe, Aurora, Centro, Maranguape I e II, Nobre, Alameda e Vila Torres Galvão.

A polícia que precisa de polícia

Do Diario de Pernambuco

Em um mesmo fim de semana, três policiais foram vítimas da violência. Na noite da sexta-feira, o delegado da Polícia Civil Joel Venâncio foi assaltado no bairro de Porta Larga, em Jaboatão dos Guararapes. No sábado, a policial civil de Porto de Galinhas Tatiana Ribeiro de Melo reagiu a um assalto e acabou baleada e morta, em Abreu e Lima. Ontem, em Apipucos, no Recife, outra morte. Desta vez, um policial militar, do banco de trás da viatura, matou um colega de trabalho, o cabo Adriano Batista.

Crime aconteceu na manhã do domingo. Foto: João Velozo/ Esp. DP/ D. A Press
Crime aconteceu na manhã do domingo. Foto: João Velozo/ Esp. DP/ D. A Press

O PM Adriano Batista da Silva, 41 anos, tirava o seu quarto plantão com o soldado Flávio Oliveira, descrito por ex-companheiros de batalhão como “problemático”. O soldado passou mais de um ano em reabilitação por abuso de álcool e já havia passado por intervenção cirúrgica neurológica. Foi considerado apto a oferecer seus serviços à população pelo setor de psiquiatria da corporação. Ele puxou o gatilho por conta de uma suposta discussão iniciada minutos antes sobre cotas raciais.

“O que prevalece na instituição não é transferir, mas tratar o problema. A PM está pautada nos princípios de direitos humanos para lidar com a sociedade e também com o quadro interno”, afirmou o diretor-adjunto de articulação social e direitos humanos, major Cláudio dos Santos Silva, do grupo de trabalho criado em 2013, que promove palestras, inclusive, sobre questões étnico-raciais “a exemplo do atual curso de formação de soldados, com 1.117 policiais militares, que estudaram a disciplina de diversidade étnico-sociocultural”, como frisa a nota emitida pela corporação.

O Comando Geral também empenhou o Centro de Assistência Social, o departamento médico e representantes de todos os batalhões, a fim de compreender os motivos do que considera uma “solução fútil e covarde com que se deu o desfecho do caso”.

Para o presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Alberisson Carlos, o caso não é pontual. “Há uma pressão enorme por resultados na diminuição do Crimes Violentos Letais Intencionais, de modo a chegar a obrigar-se que um policial problemático, que não deveria estar nas ruas, seja escalado. Há vários outros com problemas de saúde. Desse (Flávio), todo mundo sabia”, lamenta. Segundo ele, não há acompanhamento psicológico sistemático, os PMs não passam por uma formação continuada e as chamadas “reciclagens” acabam inviabilizadas por conta das escalas.

Não foi o primeiro caso de assassinato de um policial por um colega. Há um mês, o escrivão Luciano José Gonçalves Bezerra, 36, foi morto por um agente da Polícia Civil, em Triunfo. Em março, o PM baiano Mauro Simões foi morto a tiros em Petrolina por um policial civil de Araripina. Ambos, por desentendimentos. Os dois policiais civis assaltados no fim de semana não estavam no exercício da profissão. Fora de serviço, engrossaram as estatísticas dos quase 200 assaltos diários que somaram 33,9 mil casos (entre os registrados) apenas no primeiro semestre de 2015.

Suspeito de matar policial militar em Areias se entrega à polícia

Foi encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, o homem suspeito de ter matado o soldado da Polícia Militar Marcílio Ferreira Xavier, 32 anos, que era lotado no 12º batalhão e trabalhava na Patrulha Escolar. De acordo com fontes do blog, o homem identificado como Carlos Eduardo Carvalho e Silva e que é ex-presidiário, foi o autor do disparo que matou o militar e roubou a pistola da vítima.

Carlos Eduardo Carvalho e Silva atirou no PM. Foto: Divulgação
Carlos Eduardo Carvalho e Silva atirou no PM. Foto: Divulgação

Também segundo fontes do blog, o suspeito se entregou à polícia nesta tarde no bairro de Dois Irmãos, nas proximidades do Lafepe, após negociar com o Serviço Reservado que só se entregaria embaixo de uma câmera de monitoramento da Secretaria de Defesa Social (SDS). No entanto, PMs que participaram da ação informaram na sede do DHPP que o suspeito teria sido preso e não se entregue.

Crime aconteceu na frente desta lanchonete. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Crime aconteceu na frente desta lanchonete. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

Marcílio foi assassinado na noite dessa quarta-feira, no bairro de Areias, no Recife. Marcílio que estava trabalhando foi surpreendido próximo à Escola Estadual Heróis da Restauração por dois homens, que roubaram a arma usada em serviço, uma pistola ponto 40. Em seguida, os assaltantes dispararam contra o militar. Marcílio chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O corpo do PM será sepultado nesta tarde no Cemitério de Santo Amaro.

A Polícia Militar de Pernambuco divulgou nota de pesar lamentando a morte do soldado Marcílio. “A investida criminosa atenta contra todos integrantes da corporação e a sociedade pernambucana, que confia no trabalho da Polícia Militar e nos órgãos de sistema de segurança pública para a prisão dos envolvidos no assassinato do PM”, diz o texto enviado pela assessoria de Comunicação Social.

O Comando Geral da PMPE decretou luto de três dias em todas unidades da corporação. O corpo do soldado ainda está no Hospital da Restauração, de onde deve ser encaminhando ainda nesta quinta-feira para exames no Instituto de Medicina Legal, em Santo Amaro.

Marcílio era casado e deixa uma filha de apenas três meses. Ele estava na corporação desde 2009 e atuava na Patrulha Escolar, numa parceria entre a PMPE e a Secretaria Estadual de Educação.

A polícia que envergonha a todos

As imagens de um policial militar espancando uma mulher dentro de um ônibus no Centro do Recife estão circulando nas redes sociais desde a manhã de ontem. Além de chocantes, as cenas são revoltantes. Um agente da segurança pública, pago pelo dinheiro do povo, é filmado agredindo uma mulher com uma criança no colo dentro de um coletivo. Antes que você se pergunte qual o motivo da agressão, diante de tamanha brutalidade do PM, isso é o que menos importa. Nenhuma situação justificaria um homem agredir uma mulher que está sentada e ainda mais com uma criança no colo.

O que se sabe até o momento é que na noite da dessa terça-feira, a desempregada Viviane Gomes da Silva James pegou um ônibus que fazia a linha Alto José Bonifácio, no Centro da cidade. Como não havia pago a passagem e estava sentada no banco dianteiro, o motorista parou o coletivo nas proximidades da Praça da Independência, para pedir a intervenção da polícia militar. “Eles discutiram um pouco antes. O motorista a mandou descer e ela não quis. Estava com uma criança no braço. Quando os policiais subiram, a confusão começou. Foi quando comecei a gravar”, lembra a operadora de telemarketing, de 20 anos, que preferiu não se identificar.

 

Imagens foram feitas por uma passageira. Foto: Divulgação
Imagens foram feitas por uma passageira. Foto: Divulgação

O que se vê nas imagens é uma troca de gritos entre o PM e a mulher, que não chega a ser vista nas imagens. “Eu sei meus direitos. Não vou descer. Não me empurra”, dizia a mulher. A discussão é praticamente encerrada quando o policial dá um tapa na jovem. Na tentativa de revidar, ela acaba acertada por um murro e ouve-se o grito de seu filho, um menino de três anos. Os passageiros, atônitos, reclamam e se movimentam, mas não intervêm. “Todo mundo teria medo. Fiz questão de fazer o registro. Isso não pode ficar assim”, conta.

De acordo com a polícia militar, o flagrante representa uma conduta grave, que não corresponde aos fundamentos da corporação. O vídeo foi encaminhado ao setor de Inteligência para que os envolvidos sejam identificados. “Depois de identificado, o policial pode ser punido desde uma suspensão administrativa até a exclusão da corporação, dependendo da gravidade verificada e do relato da vítima”, disse a PM em nota.

Tomara que o setor de inteligência da PM não demore muito para identificar o PM agressor. Creio eu que nem será preciso tanto esforço para tal. Basta saber com o 16º Batalhão, que faz a segurança do Centro, quais os policiais que estavam de serviço na noite da terça-feira nas imediações do ponto onde aconteceu a agressão. A população está esperando essa resposta e nós também.

 

Protesto e desrespeito na Boa Vista

Um policial militar que estava de serviço no Centro do Recife nessa segunda-feira foi alvo de uma atitude desrespeitosa, que partiu de manifestantes que diziam estar protestando por melhorias para os comerciantes informais da Avenida Conde da Boa Vista. O militar foi atingido por uma tinta branca no rosto e nas costas no momento em que teria abordado pessoas que estavam pichando portas e fachadas de lojas com a frase Não vai ter Copa.

Militar foi . Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press
Militar foi melado de tinta . Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press

A imagem, que circulou na internet durante todo o dia de ontem e está nas capas do jornais desta terça-feira é um retrato da falta de educação do brasileiro. Como alguém pode dar crédito a uma pessoa que protesta quebrando e incendiando ônibus, destruindo o patrimônio público e privado, saqueando lojas e agora sujando policiais de tinta?

A agressão aconteceu durante um protesto realizado por comerciantes ambulantes, que cobram a construção de um shopping popular na Conde da Boa Vista. O gesto foi repudiado pelo presidente do Sindicato dos Comerciantes Informais de Pernambuco, Severino Silva, que reforçou, no carro de som, o tom pacífico da mobilização.

Parentes e amigos do PM assassinado cobram empenho nas investigações

Alisson Lima Ribeiro, 24 anos, era soldado da Polícia Militar de Pernambuco. Trabalhava com o objetivo de diminuir a violência em nosso estado. No sábado passado, Alisson foi baleado na BR-232, quando deixava o trabalho e seguia para casa. Nessa quarta-feira, passou a fazer parte das estatísticas de criminalidade. Morreu no Hospital Otávio de Freitas depois de passar três dias internado na UTI.

Soldado era constantemente homenageado. Foto: Divulgação
Soldado (à dir.) era constantemente homenageado pelos superiores. Foto: Divulgação

Seu corpo foi sepultado nessa quinta-feira, no Cemitério Parque das Flores. Parentes e amigos não contiveram a emoção no último adeus. Alisson tinha uma vida inteira pela frente e era visto como um excelente policial pela corporação. Seu caminho, no entanto, foi interrompido bruscamente. Resta agora à polícia investigar quem foram os responsáveis pela morte do jovem.

Nas redes sociais, amigos do militar cobram empenho das autoridades para esclarecer o caso e prender os assassinos. Muitos deles estão revoltados com a violência do crime e chegaram a questionar porque não houve o mesmo tratamento dado ao assassinato do promotor Thiago Faria Soares, morto em Itaíba, no dia 14 de outubro.

Leia mais sobre o assunto em:

Morre policial militar do 6º Batalhão baleado na BR-232

Universitário de 19 anos assassinado por policial militar

Nesta segunda-feira, a família e os amigos do universitário Alex Moura não terão uma noite feliz. Cheio de vida e planos, o estudante teve sua trajetória interrompida na madrugada desse domingo por um policial militar. Uma morte que revoltou a população de São Lourenço da Mata pela forma covarde como foi executada. O PM que matou o jovem foi preso e está no Creed. Leia matéria publicada no Diario desta segunda.

 

Do Diario de Pernambuco

Um crime sem justificativa, às vésperas do Natal. Os moradores de São Lourenço da Mata estão revoltados com a morte de Alex Moura da Silva, 19 anos. Por volta das 3h45 do domingo, ele foi atingido por um tiro de espingarda calibre 12, disparado por um policial do Grupo de Ações Táticas do Intinerante (Gati). Segundo relatos, o jovem não estava armado, nem praticava delito na hora da abordagem policial. O responsável pelo disparo, Rodrigo Alves de Souza, de 28 anos, será indiciado por homicídio doloso, ou seja, quando há intenção de matar.

Alex Silva era estudante de engenharia civil da Faculdade Maurício de Nassau e tinha uma filha de 3 meses. Segundo depoimentos, estava em uma festa em um bar de São Lourenço, localizado em uma área chamada Várzea Fria. Alex se dirigiu com mais quatro amigos para um campo de futebol próximo do local. Ao avistarem a viatura da polícia, saíram. Nesse momento, houve o disparo. A bala transpassou o braço de Alex e o feriu próximo ao peito.

Corpo do jovem foi sepultado em São Lourenço da Mata. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A.Press

De acordo com a delegada do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Gleide Ângelo, o policial disse que os jovens estavam consumindo maconha e que atirou porque eles tentaram fugir. “Mas nada justifica essa ação. Um policial só pode atirar em legítima defesa e nenhum deles estava armado. Por isso, o PM foi preso e autuado em flagrante”, explica ela. O policial foi encaminhado ontem ao Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed).

Wellington Moura, 24 anos, primo de Alex e dono do bar, afirmou que o grupo de quatro policiais do Gati esteve próximo do bar, por volta das 23h, atirando para o alto e agredindo fisicamente algumas pessoas. “Depois voltaram lá e fizeram isso com o meu primo, sem motivo algum. Estava tudo iluminado lá e ele estava sem camisa. Dava para ver que não tinha arma”, relata.

O enterro de Alex Silva foi realizado às 17h30, no cemitério da cidade. A chegada do corpo foi marcada por um protesto de familiares e amigos da vítima que gritavam “justiça” durante o cortejo que circulou por ruas da cidade. A presença de policiais na avenida que dá acesso ao cemitério deixou os moradores revoltados, gerando um princípio de tumulto. Durante o enterro, a mãe da filha de Alex, a também estudante Laís Ravana, 18 anos, era a mais inconsolável.

Muitos amigos do Recife, onde Alex sempre estudou, também participaram da cerimônia. Mirelly Oliveira, 18, que o conheceu no Colégio Imaculada Conceição, disse que estave com ele um dia antes da sua morte. “Foi em uma festa de amigos. Todo mundo ia se encontrar de noite. Ele acabou indo para essa outra festa do primo em São Lourenço. Alex era uma pessoa de bem com a vida. Estava cheio de planos. Disse que queria tatuar Cecília no peito, o nome da filha”.