Thiago Faria é o terceiro promotor assassinado em Pernambuco em 12 anos

Depois da promotora de Justiça Maria Aparecida Clemente, que foi morta com dois tiros na cabeça, no lixão de Igarassu, no dia 07 de abril de 2001, e do promotor Rossini Alves Couto, assassinado a tiros quando jantava num restaurante, em Cupira, em maio de 2005, mais um promotor de Justiça de Pernambuco é assassinado. Trabalhando na cidade de Itaíba, no Agreste do estado, Thiago Faria Soares, 36 anos, foi morto na manhã desta segunda-feira quando seguia para o trabalho.

Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook

Thiago teria sido atingido por mais de 20 disparos de arma de fogo. Uma verdadeira força-tarefa foi montada para tentar capturar os criminosos que estavam no Fiat Uno que trancou o carro do promotor. A noiva da vítima estava no veículo no momento do crime, mas conseguiu escapar dos disparos. O procurador geral de Justiça de Pernambuco, Aguinaldo Fenelon, seguiu para o município para acompanhar as investigações sobre o caso.

Já a Secretaria de Defesa Social mobilizou a Polícia Militar e Civil do Sertão e do Agreste, além de mandar dois delegados da Polícia Civil para Itaíba. Os delegados Joselito Kehler e a delegada Josineide Confessor estão à frente das investigações. Além das Polícias Civil e Militar, a SDS pediu o apoio da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Nos casos da morte dos promotores Rossini Couto e Maria Aparecida Clemente, os suspeitos foram presos e condenados pelos crimes.

 

População de Cupira e Solidão pede mais atenção para segurança

Nesta semana estive viajando por vários municípios do interior de Pernambuco produzindo uma matéria para o Diario de Pernambuco. Passei por cidades do Sertão, do Agreste e das matas Norte e Sul do estado. Nas conversas com os moradores, muitos deles relataram a falta de policiamento e os constantes assaltos que estão acontecendo nas regiões.

No município de Solidão, por exemplo, segundo os moradores, falta efetivo policial. Em Cupira, também no Agreste, muita violência e a falta de policiais amedrontam famílias e comerciantes, que dizem já não ter mais para quem apelar. A população relata que as delegacias ficam fechadas à noite e nos finais de semana.

“No sertão e em várias regiões do estado, a situação não é diferente. Enfim, peço que as autoridades saibam que não é só a capital que precisa de segurança pública, o interior também clama por ela urgentemente”, disse uma moradora de Cupira, que preferiu o anonimato. Fica, então, o alerta para a Secretaria de Defesa Social (SDS), para verificar os problemas relatados pela população nas referidas cidades.