Presos por vender suplementos são liberados após pagarem fiança

Termogênicos e suplementos alimentares com venda proibida pela Anvisa no Brasil estão entre os principais produtos apreendidos pelos policiais da Delegacia de Jaboatão durante a Operação Maromba. Os cinco homens que haviam sido presos nessa terça-feira foram liberados depois de pagar uma fiança individual no valor de R$ 5 mil. Eles foram autuados em flagrante por comercializar substâncias nocivas à saúde, com base no artigo 278 do Código Penal Brasileiro. O caso foi apresentado na manhã dessa quarta-feira pelo delegado Igor Leite.

Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Material foi encontrado nas casas dos suspeitos. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

Além dos suspeitos presos, a operação Maromba também apreendeu centenas de produtos, entre eles o Jack 3d, que tem venda proibida no Brasil devido à existência da substancia DMAA em sua composição e já causou a morte de um adolescente no Recife. Para chegar até os suspeitos, os policiais se passaram por compradores e chegaram a manter contato com eles via internet.

Com os presos foram apreendidos mais de R$ 40 mil reais em produtos, que eram anunciados pela internet e vendidos na Região Metropolitana e capital do Recife. As prisões aconteceram em Jaboatão (nos bairros de Cavaleiro e Candeias) e Recife (Cordeiro, Iputinga e Espinheiro).

De acordo com a investigação, os produtos eram comercializados pela internet. O DMAA e/ou efedrina são substâncias que podem causar arritmia, dependência, parada cardíaca, dentre outros problemas de saúde. Entre os produtos apreendidos estavam Jack 3D, OxyElite Pro, 1.M.R, M.Drol.

Mais informações na edição impressa do Diario de Pernambuco desta quinta-feira.

 

Cinco pessoas presas no Grande Recife por vender anabolizantes

Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Uso de suplementos proibidos no Brasil foi alertado pelo Diario em setembro de 2011. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Será apresentado na manhã desta quarta-feira o resultado da Operação Maromba que foi deflagrada nesta terça-feira pela Delegacia de Jaboatão Centro. A operação desarticulou indivíduos especializados na comercialização de anabolizantes e suplementos com substâncias proscritas pela ANVISA, contendo DMAA e/ou efedrina.

Os produtos com as referidas substâncias podem causar arritmia, dependência, parada cardíaca, dentre outros problemas de saúde. Os produtos apreendidos são irregulares ou de comercialização proibida no Brasil e já causaram a morte de um adolescente no Recife.

Cinco pessoas de classe média alta, segundo delegado Igor Leite, foram presos em flagrante com mais de 40 (quarenta) mil reais em produtos, que eram anunciados pela internet e vendidos na Região Metropolitana e capital do Recife. As prisões aconteceram em Jaboatão (nos bairros de Santo Aleixo e Candeias) e Recife (Cordeiro e Espinheiro). A apresentação será 9h da manhã, na Delegacia de Jaboatão Centro (Avenida Barão de Lucena, 330).

Vender Jack3D agora é considerado tráfico de drogas

Depois de toda a repercussão sobre a proibição da comercialização e crescente consumo do suplemento Jack3D no Brasil, a Anvisa decidiu que uma das substâncias contidas no produto passou a ser considerada entorpecente e sua comercialização seria enquadrada como tráfico de entorpecentes. Veja matéria publicada no Diario de Pernambuco desta sexta-feira. O blog tentou contato com o escritório de advocacia que representa o Jack3D, mas não obteve sucesso.

 

Do Diario de Pernambuco

A substância dimethylamylamine (DMAA), presente no suplemento Jack3D, passou a fazer parte da lista de entorpecentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que pode levar à prisão, por tráfico de drogas, das pessoas que comercializarem o produto. A inclusão, no entanto, só ocorreu em junho. O estagiário que vendeu o suplemento ao estudante Wilson Sampaio Júnior, morto aos 18 anos, em 2011, não poderá ser enquadrado nesse crime nem indiciado por homicídio. Segundo a delegada Gleide Ângelo, como os laudos periciais não apontaram a causa da morte nem a presença da substância no corpo de Wilsinho, não há como se apontar homicídio. A notícia revoltou os pais do estudante, que ficaram emocionados durante a entrevista coletiva realizada pela delegada e pelo chefe do laboratório do Instituto de Criminalística (IC), Gilberto Pacheco.

Pais de estudante (E) creem que substância causou morte (BRUNA MONTEIRO ESP.DP/D.A PRESS)

Pais de Wilsinho conversaram com delegada e perito. Foto: Bruna Monteiro/DP/D.A/Press
O inquérito que seguiu para a Justiça pedia o indiciamento do estagiário que vendeu o suplemento ao estudante em uma academia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O professor foi indiciado pelos crimes contra a saúde pública e de relações de consumo e responde em liberdade. “É um absurdo que o país não tenha uma metodologia para encontrar essa substância no corpo de quem usa o Jack3D. Quantas pessoas vão precisar morrer para que alguém seja indiciado por isso?”, indagou o pai de Wilsinho, o dentista Wilson Sampaio. A mãe do estudante também desabafou. “Nós não vamos desistir de provar que o Jack3D matou o nosso filho. Não vamos nos dar por derrotados”, afirmou Marcelle Sampaio.

Atleta tinha 18 anos (REPRODUÇÃO DA INTERNET/FACBEOOK)

Wilsinho tinha 18 anos. Foto: Divulgação

“Entendemos a dor da família, mas não temos como indiciar por homicídio o rapaz que vendeu o produto. Os laudos não afirmam que houve homicídio”, ressaltou a delegada. “Peço desculpas em não poder avançar nas análises, mas não conheço um laboratório que tenha metodologia para identificar a presença do DMAA no corpo das pessoas”, afirmou o perito Gilberto Pacheco.