O agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, 47 anos, que chegou a passar 65 dias preso no Centro de Triagem (Cotel), no Grande Recife, como suspeito de matar o promotor, compareceu à Delegacia de Águas Belas na manhã dessa segunda-feira. Edmacy atendeu a uma intimação para se apresentar aos delegados que investigam o caso, no entanto, se negou a participar da reprodução simulada depois de ter sido informado que a encenação seria feita apenas com base no depoimento de Mysheva Martins.
“Eu não posso participar da simulação de uma coisa que não presenciei. Sou inocente desse crime e vou provar isso, como já estamos conseguindo fazer”, afirmou o agricultor, que chegou à delegacia com três advogados e mais de dez parentes. Edmacy é cunhado do fazendeiro José Maria Pedro Rozendo, que, segundo a polícia, foi o mentor do assassinato do promotor Thiago Faria. Ele está com a prisão decretada pela Justiça, mas ainda não foi localizado pela polícia.
O Disque-Denúncia oferece recompensa de R$ 10 mil por informações que levem à prisão. Na manhã de ontem, os parentes e advogados de Edmacy e José Maria acompanharam a reconstituição da abordagem ao carro do promotor. Essa cena foi a mais demorada de toda a reprodução simulada. Para que todos os detalhes fossem analisados e fotografados com precisão, o trânsito na PE-300 precisou ser interditado nos dois sentidos por mais de uma hora.
Depois de esperar durante todo o dia de ontem pela soltura do agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, 47 anos, os parentes do homem suspeito de ter assassinado o promotor de Justiça de Itaíba Thaigo Faria Soares, 36, no dia 14 de outubro, no Agreste do estado, voltaram para casa sem levá-lo. Isso porque o alvará de soltura expedido pela 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) não chegou a tempo ao Fórum de Abreu e Lima para que Edmacy deixasse a prisão.
Um problema no sistema eletrônico do TJSE impediu o envio da carta precatória para Pernamnbuco, o que só deve acontecer na manhã de hoje. Caso o documento seja recebido nesta quarta-feira, Edmacy, que até então tem sido apontado pela polícia pernambucana como o assassino do promotor, deverá deixar a unidade prisional onde está preso há dois meses. O mandante do crime, também segundo a polícia, o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, continua foragido.
Enquanto o filho e os advogados de Edmacy estiveram no Fórum de Abreu e Lima, a esposa, uma irmã e uma sobrinha foram ao Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na esperança de que ele fosse posto em liberdade. “Meu marido está 16 quilos mais magro, dorme num colchonete e chegou a adoecer dentro do presídio. Estamos anciosos pela saída dele. Edmacy não poderia ficar preso por um crime que ele não cometeu”, ressaltou a esposa, Solange Rodrigues Pereira, 46.
“A família está resolvendo se vai esperar esse alvará chegar aqui em Abreu e Lima ou se vai buscar lá em Sergipe. O que a gente mais quer agora é ver meu irmão livre dessa cadeia. Ele está preso mesmo sendo inocente. A propria Mysheva (noiva do promotor) está dizendo agora que não disse à polícia que foi meu irmão quem atirou no promotor”, afirmou a aposentada Neuza Ubirajara, 60.
A decisão judicial que determina a liberdade do agricultor foi assinada pelo juiz Diógenes Barreto. Em seu despacho, ele ressalta “o principal dado concreto que motivou a ordem restritiva foi a suposta prática, pelo réu, de novo delito na Justiça pernambucana. Porém, a consequência lógica daquelas investigações seria a propositura da respectiva ação penal. Conforme noticiado pelo Ministério Público, isso ainda não ocorreu. A demora em deflagrar a ação penal realmente gera incerteza quanto a autoria delitiva/participação de Edmacy no crime. Diante do exposto e tudo que dos autos consta, defiro o pleito de revogação da custódia cautelar do denunciado, devendo a autoridade policial colocá-lo imediatamente em liberdade”. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Pernambuco, o Fórum de Abreu e Lima não recebeu nenhuma comunicação do TJSE sobre a soltura de Edmacy Cruz até o final da tarde de ontem.
Águas Belas
Thiago Faria Soares, 36 anos, foi encontrado morto com pelo menos quatro tiros de espingarda calibre 12, em seu carro, um Hyundai, no Km 15 da PE-300, em Águas Belas, a caminho do Fórum de Itaíba, onde trabalhava. Segundo a polícia, ele estava no veículo com a noiva Mysheva Martins e o tio dela Adautivo Martins. Dois homens ocupando um Corsa teriam trancado o veículo do promotor e fizeram os primeiros disparos. Em seguida, voltaram e executaram Thiago Faria com tiros no rosto e no pescoço. Os Martins escaparam ilesos da emboscada. Ainda de acordo com a polícia, crime teria sido motivado por uma disputa por terras de parte de uma fazenda arrendada por Mysheva.
O homem suspeito de ter assassinado o promotor de Itaíba Thiago Faria Soares, 36 anos, pode deixar o Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, a qualquer momento. A família do agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, 47, passou o final da tarde desta segunda-feira na frente da unidade prisional, no entanto, o alvará de soltura expedido pela Justiça sergipana não chegou a tempo para que Edmacy deixasse o presídio onde está detido há dois meses.
Edmacy Cruz Ubirajara foi apontado pela polícia pernambucana como o homem que atirou e matou o promotor de Itaíba, no dia 14 de outubro deste ano, na rodovia PE-300, no município de Água Belas, no Agreste. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Ressocialização (Seres), até o final da tarde, o oficial de justiça não havia apresentado nenhum documento à direção do presídio. “Conseguimos o alvará na Justiça de Sergipe e nesta terça-feira ele deve deixar a prisão. Estaremos aqui no Cotel logo cedo para esperar a saída dele”, explicou Edmacy Filho.
O alvará de soltura do estado de Sergipe, onde Edmacy já respondeu a outros crimes e estava, inclusive, em liberdade por força de um habeas corpus, segundo a família, determina que ele seja liberado do Cotel porque não houve provas de que ele havia cometido um novo delito em Pernambuco. “No mês de novembro, chegou um mandado de prisão preventiva para que ele ficasse preso porque teria praticado outro crime aqui, que seria a morte do promotor pela qual está sendo acusado, o que não ficou provado. Agora, a Justiça está determinando que ele deve ser solto”, explicou o filho do suspeito.
A Justiça negou o pedido de revogação de prisão feito pelos advogados do agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, 47 anos, suspeito de ter assassinado o promotor Thiago Faria Soares, morto no dia 14 de outubro. Apesar da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) ainda não ter emitido nenhuma nota sobre o assunto, o filho e o sobrinho de Edmacy confirmaram que o pedido foi indeferido.
De acordo com o advogado Leandro Ubirajara, sobrinho de Edmacy e filho de Zé Maria (apontado como mandante do crime), a família ainda não sabe o motivo pelo qual a revogação da prisão temporária do agricultor foi negada. “Por enquanto, não iremos recorrer da decisão. Vamos esperar o término do prazo da prisão temporária, que será no dia próximo dia 15, para decidir o que iremos fazer”, destacou Leandro.
Leandro confirmou negativa da Justiça. Paulo Paiva/DP/D.A Press
Nessa quarta-feira, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) emitiu uma recomendação para que a Justiça não concedesse o relaxamento da prisão do suspeito de assassinar o promotor. O agricultor Edmacy Cruz Ubirajara está preso no Centro de Triagem Professor Everado Luna (Cotel), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife desde o dia 15 de outubro. O processo corre em segredo de Justiça, a pedido do MPPE. O pedido de revogação da prisão do agricultor foi solicitado no último dia 29 pelo advogado Anderson Flexa.
Depois da prisão do suspeito de ter atirado no promotor do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) Thiago Faria Soares, que foi identificado como Edmacy Cruz Ubirajara, a polícia corre contra o tempo agora para prender o mandante da execução. Segundo a polícia, o suspeito é o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, cunhado de Edmacy.
De acordo com o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, o crime também teria contado com a participação de mais três atiradores, uma vez que a polícia trabalha com a hipótese de que quatro pessoas estariam no carro que interceptou o veículo do promotor.
“O Edmacyr era alvo da operação desde início da investigação. Ainda na segunda-feira conseguimos chegar até ele, mas ele conseguiu fugir. Na tarde de ontem, o suspeito se apresentou à Delegacia de Águas Belas com um advogado, mas acabou detido, uma vez que já havia um mandado de prisão expedido por crime de roubo. Agora, já foi decretada a prisão temporária do suspeito e a principal testemunha fez o reconhecimento fotográfico dele. O caso está esclarecido. Todo o desenrolar da investigação leva a isso. O mandante já foi identificado e teve o mandado de prisão expedido pela Justiça. Resta apenas identificar outros co-participantes. O preso vai ser reinquerido para dar mais detalhes sobre o caso”, detalhou Damázio, em entrevista à TV Clube.