A investigação da morte do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, 36 anos, vai ser concluída pela Polícia Federal (PF). A decisão foi tomada em conjunto entre a Procuradoria Geral da República (PGR), Secretaria de Defesa Social (SDS), e Ministério Público de Pernambuco (MPE). Para os agentes federais iniciarem as investigações, resta apenas que o governo do estado encaminhe um ofício ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) afirmando que abre mão do direito de continuar apurando as circunstâncias do crime que teve repercussão nacional.
Na próxima segunda-feira, o assassinato do promotor completa seis meses. Para a Polícia Civil, que esteve à frente do caso por quatro meses, o que restava saber era quem foi a pessoa responsável pelos tiros que mataram o promotor no dia 14 de outubro do ano passado.
O pedido de federalização do caso foi feito pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPPE no mês de fevereiro sob a alegação de que os delegados que estavam à frente das investigações não estariam fazendo um bom trabalho, o que causou um mal-estar entre a PC e o MPPE. Agora, o inquérito que estava em poder do MPPE há quase dois meses será encaminhado para um delegado da Polícia Federal. Também passarão a acompanhar o inquérito, a partir de agora, o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça Federal.
Quatro promotores que estavam acompanhando as investigações tiveram os nomes publicados no Diário Oficial dessa quarta-feira determinando que os mesmos voltassem às suas promotorias titulares e deixasse a 35ª Promotoria Criminal da Capital. Com isso, os promotores Guilherme Vieira Castro (Sertânia), Tathiana Barros Gomes (Cabo de Santo Agostinho) Epaminondas Ribeiro Tavares (Abreu e Lima) pediram para deixar de fazer parte do Gaeco.
Além disso, Marcelo Grenhalgh de Cerqueira Lima e Moraes (São José da Coroa Grande), que estava em Itaíba desde a morte de Thiago, também foi dispensado do cargo. Nos corredores do MPPE e da cúpula de segurança pública, a informação que circula é a de que as transferências ocorreram para afastar os mesmos das investigações.
Desde o início da apuração, apenas um homem foi preso, por suspeita de ser o executor do promotor. O agricultor Edmacy Cruz Ubirajara passou 60 dias sob custódia no Cotel e foi solto por falta de provas. O cunhado dele, o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo, apontado pela polícia como o mandante do assassinato, está com a prisão decretada e segue foragido apesar do Disque-Denúncia estar oferecendo recompensa de R$ 10 mil por informações que levem à sua captura. Thiago foi assassinado na rodovia PE-300, quando seguia para o trabalho. Ele estava acompanhado da noiva, a advogada Mysheva Martins, e um tio dela. Ambos escaparam sem ferimentos.