Nova polêmica à vista no caso Sérgio Falcão. O laudo conclusivo do Instituto de Criminalística (IC) garante não haver dúvidas de que o empresário da construção civil, de 52 anos, cometeu o suicídio. O relatório de 800 páginas assinado pelos peritos criminais Sérgio Almeida e Jairo Lemos deve mudar o rumo das investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), já que a polícia e o Ministério Público de Pernambuco acreditavam que Sérgio fora assassinado pelo PM reformado Jailson Melo, 53, a mando de outra pessoa. A vítima morreu com um tiro na boca dentro de seu apartamento no Edifício 14 Bis, na Avenida Boa Viagem, em 28 de agosto de 2012.
“A pessoa mais indicada para dizer o que realmente aconteceu é o perito, pois ele foi ao local da morte. Pelo que Sérgio Almeida me falou, estou convencido de que foi um suicídio. Ele fez uma sequência de estudos e analisou provas. O laudo está muito bem fundamentado”, afirmou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco, Cláudio Marinho. Por determinação do IC, o perito Jairo Lemos não pode comentar o resultado do laudo, que teve mais de dez exames complementares. “O que posso dizer é que tenho 32 anos de experiência no assunto”, afirmou.
Veja matéria completa assinada pelo repórter Raphael Guerra na edição impressa do Diario desta sexta-feira
Falta pouco para o quebra-cabeça que cerca a morte do empresário da construção civil Sérgio Falcão, 52 anos, ser, enfim, montado. O Instituto de Criminalística (IC) de Pernambuco enviou para São Paulo fragmentos do dorso da mão e do braço da vítima para investigar a presença de pólvora. O exame será feito pelo IC paulista e não tem data para ser concluído. Já a camisa usada pelo policial militar Jailson Melo, 53, flagrado pelas câmeras do prédio da vítima guardando uma arma, e a parte debaixo das unhas de Sérgio Falcão, vão passar por exames de DNA, em Pernambuco. Ambos podem ajudar a concluir se houve homicídio ou suicídio, luta corporal ou não. O empresário foi encontrado morto no seu apartamento, em Boa Viagem, em agosto. Segundo fontes da polícia, a morte foi um crime de homicídio.
O exame que poderá constatar a presença de pólvora será realizado por um equipamento chamado de Microscópico Eletrônico de Varredura (MEV). O mapeamento tem alcance molecular e consegue descobrir a presença de pólvora cruzando quantidades de chumbo, bário e antimônio, liberados com o disparo. O aparelho gera imagens de alta resolução. “Os exames estão sendo processados ainda. Os peritos estão empenhados em resolver o fato. Mas tudo tem o seu tempo determinado. Estamos fazendo o melhor para entregar esse caso o mais rápido possível”, conta o gestor do IC, Luiz Carlos Soares.
Segundo o Instituto de Criminalística, o exame da arma usada no crime, bem como as conclusões da reprodução simulada – feita uma semana após o ocorrido – foram encaminhados à polícia. O mesmo aconteceu com o mapeamento das últimas ligações feitas por Sérgio Falcão pelo telefone celular. A delegada titular do caso, Vilaneida Aguiar, comentou os exames. “Eles são importantes, mas isso não quer dizer que ao recebê-los eu irei concluir o inquérito imediatamente. Existem questões da investigação ainda. Não posso comentar mais nada, apesar da ansiedade”, informa.
O promotor de Justiça André Rabelo, e o advogado da família da vítima, Ernesto Cavalcanti, estiveram na sede do IC, no bairro de Campo Grande, para cobrar agilidade na entrega dos laudos. “Estou aguardando as perícias e todas as provas que forem coletadas. Antes disso, não farei nenhum juízo de valor”, explica o promotor André Rabelo. O advogado pediu a substituição do atual perito do caso, Sérgio Almeida. “O nosso entendimento é de que houve algumas precipitações dele. Entendemos que a sua presença não é viável”, explica Cavalcanti.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Cláudio Marinho, e o presidente da Associação dos Peritos Criminais de Pernambuco (Apoc), Jairo Brito, irão, nesta segunda-feira procurar o diretor do Instituto de Criminalística (IC).
O encontro acontecerá às 8h, mesmo horário em que está marcada visita do promotor e do advogado da família do empresário da construção civil Sérgio Falcão, encontrado morto com um tiro na boca no apartamento em que morava, no dia 28 de agosto deste ano, na Avenida Boa Viagem. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O principal suspeito pela morte era um ex-funcionário do empresário, que estava no local no momento em que ele morreu, no entanto, o Instituto de Criminalística (IC) não encontrou nenhum vestígio de enfrentamento entre os dois. Também nada foi levado do apartamento. Imagens das câmeras de segurança do prédio mostram o momento em que o ex-funcionário entra e sai do apartamento guardando uma pistola na cintura.
“Queremos que a perícia trabalhe de forma imparcial. Os peritos de Pernambuco são profissionais competentes. Não aceitamos nenhum tipo de pressão sobre o trabalho que eles fazem”, defende Cláudio Marinho.
Com informações da assessoria de imprensa do Sinpol
Apesar de ainda aguardar alguns laudos periciais, a Polícia Civil já não tem mais dúvidas de que o empresário da construção civil Sérgio Falcão, 52 anos, foi assassinado por seu segurança, o PM reformado Jailson Melo, 53. As investigações agora estão todas voltadas para colher provas que comprovem a participação do mandante do crime, ocorrido em 28 de agosto, no apartamento da vítima, no Edifício 14 Bis, na Avenida Boa Viagem. O inquérito, que é acompanhado pelo Ministério Público de Pernambuco, continua em sigilo.
Fontes da Polícia Civil garantem que a delegada Vilaneida Aguiar, responsável pelo caso, já sabe quem foi o mandante e a motivação do homicídio, mas os mandados de prisão ainda não foram solicitados à Justiça por falta de provas materiais suficientes, entre elas os laudos finais do Instituto de Criminalística (IC), confeccionados pelo perito Sérgio Almeida. O Diario tentou contato com a delegada, mas os telefonemas não foram atendidos.
Corpo foi exumado semana passada. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A/Press
O corpo do empresário, exumado há uma semana para que passasse por nova varredura, continua no Instituto de Medicina Legal (IML), sem previsão de retorno ao Cemitério Morada da Paz. O objetivo é detectar vestígios de pólvora em qualquer parte do cadáver. O advogado de defesa de Jailson, André Fonseca, ficou surpreso com o rumo das investigações. “Não tenho dúvida de que ele é inocente. Estão procurando algo que não existe.” Segundo versão da defesa, o PM foi ao apartamento armado porque o empresário solicitou. Num momento de distração, Sérgio teria puxado a pistola 380 da cintura do suspeito e atirado contra a boca.
A repercussão nacional do caso levou o famoso médico legista e perito criminal George Sanginetti a enviar um e-mail ao advogado da família do empresário, Ernesto Cavalcanti, solicitando a participação voluntária nas investigações periciais. “Tenho 40 anos de experiência. Posso, em sigilo, fornecer uma análise de todos os exames em oito dias. Conhecia socialmente Sérgio Falcão aqui em Alagoas”, disse ontem, por telefone. Sanginetti ficou conhecido por investigar assassinatos como o de PC Farias, o tesoureiro da campanha do ex-presidente Collor, e o de Isabella Nardoni.
Cronologia do caso
28 de agosto
O empresário da construção civil Sérgio Falcão é encontrado morto em seu apartamento, no Edifício 14 Bis, em Boa Viagem. Após exames preliminares, o DHPP acredita em assassinato praticado por segurança da vítima
29 de agosto
Técnicos do Instituto de Criminalística fazem nova perícia no apartamento para encontrar a bala que matou o empresário. Surge a hipótese de suicídio ou de que a vítima, atormentada por dívidas, tenha pago para ser morta
30 de agosto
A empregada doméstica do empresário, que estava numa área isolada do apartamento, prestou depoimento à polícia. Declarou que ouviu conversas entre a vítima e o suspeito. Ela não teria ouvido barulho de tiro
31 de agosto
O advogado Ernesto Cavalcanti é contratado pela família do empresário para acompanhar as investigações do DHPP. Ele confirma que os parentes acreditam que Sérgio foi assassinado porque tinha muitas dívidas
3 de setembro
O PM reformado Jailson Melo, suspeito de matar Sérgio, apresenta-se à polícia. Ele afirma que, no apartamento, teve a pistola 380 puxada da cintura pelo empresário, que atirou contra a própria boca. Uma reconstituição é realizada
5 de setembro
Acompanhada da viúva do empresário, a delegada Vilaneida Aguiar volta ao Edifício 14 Bis. No apartamento de Sérgio, recolhe documentos, fotografias e outros materiais para nova perícia do Instituto de Criminalística
11 de setembro
O PM reformado Jadilson Gomes, 58, irmão de Jailson Melo, presta depoimento no DHPP. Ele confirmou que foi o responsável por emprestar a pistola 380 para o suspeito. Também disse que já havia feito isso outras vezes
29 de outubro
Após a morte de Sérgio Falcão completar dois meses – sem respostas – a delegada Vilaneida Aguiar solicita que seja feita a exumação do corpo do empresário para que novas perícias sejam realizadas no IML
31 de outubro
A exumação do corpo de Sérgio é realizada no Cemitério Morada da Paz, com a presença da delegada, peritos e do promotor André Rabelo, que passou a acompanhar o caso. Duas irmãs da vítima estiveram presentes
Os exames no corpo do empresário da constrção civil Sérgio Falcão, 52, encontrado morto em 28 de agosto, serão retomadas nesta segunda-feira. Ontem, a delegada Vilaneida Aguiar, responsável pelo inquérito, e o perito criminal Sérgio Almeida estiveram no IML para acompanhar os primeiros exames para tentar identificar se havia pólvora no corpo da vítima. Apenas após os exames, o corpo voltará para o Cemitério Morada da Paz.
A mãe e as irmãs do empresário enviaram ontem uma solicitação formal ao governador do estado, Eduardo Campos, para tentar uma audiência com ele na próxima semana. No pedido, os familiares destacam que o encontro será para que a autoridade garanta que a investigação será esclarecida com celeridade.
veja a carta enviada ao governador:
NEIDE DE BARROS FALCÃO, ALDA MARIA BARROS FALCÃO e ANA MARIA BARROS FALCÃO, já devidamente qualificadas no Inquérito Policial nº. 164/2012, presidido pela Delegada de Policia Civil, Dra. Vilaneida Aguiar, que tramita na 3ª Delegacia de Homicídio da Capital (PE), vem, perante V. Excia, EXPOR E REQUERER o que segue:
As requerentes são, respectivamente, genitora e irmãs do Empresário SÉRGIO BARROS FALCÃO, o qual foi encontrado sem vida, com ferimento fatal à bala, fato este ocorrido no dia 28 de agosto de 2012, em seu apartamento localizado na Avenida Boa Viagem, nesta cidade, como é do conhecimento público.
Em razão de fatos a atos relevantes e ainda não esclarecidos, no tocante a morte do mesmo, pede à família que V. Excia, conceda uma audiência, para que assim possamos ser atendidas por este Chefe de Estado, e que a luz da Justiça dos homens, este crime que ceifou a vida do nosso amado SÉRGIO, de modo tão trágico, venha a ser esclarecida à Sociedade Pernambucana com a maior celeridade possível.
As investigações sobre a morte do empresário da construção civil Sérgio Falcão parecem cada dia mais difíceis de serem concluídas. Depois da exumação do corpo realizada nessa quarta-feira no Cemitério Morada da Paz, o corpo precisou ser encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML) onde passará por uma nova perícia nesta quinta-feira. Para isso, um moderno equipamento da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) será usado.
O objetivo da análise será descobrir se havia pólvora no corpo do empresário encontrado morto dentro do seu apartamento na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife. O aparelho chamado Microscópico Eletrônico de Varredura (MEV) é muito preciso para detectar qualquer resquício de pólvora. Até agora, as investigações feitas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), não concluíram se a morte foi um homicídio ou um suicídio. A família da vítima acredita na primeira possibilidade.
Apesar do empenho da polícia para esclarecer o caso, as irmãs e o advogado de Sérgio Falcão pediram o afastamento do perito que estava responsável pelos exames do caso, solicitaram a indicação de um promotor do Ministério Público de Pernambuco para acompanhar o trabalho da polícia e sinalizaram que irão pedir ajudar à Polícia Federal para investigar uma conta bancária que o empresário tinha na Suíça. “Com o novo exame, esperamos outros esclarecimentos periciais. Será mais um passo para elucidar o que aconteceu naquele dia. O MEV é muito preciso para detectar qualquer resquício de pólvora”, explicou a delegada Vilaneida Aguiar, responsável pelo inquérito.
Veja matéria completa sobre o caso na edição impressa do Diario de Pernambuco desta quinta-feira
Está prevista para acontecer às 8h desta quarta-feira a exumação do corpo do empresário da construção civil Sérgio Falcão. O pedido foi feito à polícia pela família do empresário. A exumação acontecerá no Cemitério Morada da Paz, no município do Paulista, no Grande Recife. As irmãs de Sérgio irão acompanhar o trabalho dos peritos e devem conversar com a imprensa pela primeira vez desde a morte do empresário.
Também a pedido da família Falcão, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) designou um promotor para acompanhar o inquérito que está sendo conduzido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Conhecido por ter acompanhado o caso da morte da turista alemã Jennifer Kloker, o promotor de Justiça André Rabelo foi o escolhido.
A delegada Vilaneida Aguiar só vai se pronunciar sobre a investigação depois de receber os laudos do Instituto de Criminalística (IC), ainda sem prazo para serem concluídos. O principal suspeito do caso é o sargento reformado da Polícia Militar, Jailson Melo, 58 anos. Ele alega que Sérgio cometeu suicídio. A família do empresário acredita que ele foi assassinado. A morte aconteceu na casa do empresário em um apartamento de luxo na Avenida Boa Viagem.
Às vésperas de completar dois meses de investigação sobre a morte do empresário Sérgio Falcão, dono da Falcão Construtora, uma das últimas testemunhas do caso prestou depoimento nessa segunda-feira, no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Durante cerca de três horas, a esposa do principal suspeito, o policial militar Jailson Melo contou à polícia detalhes do comportamento do marido antes e depois do empresário ter sido encontrado morto dentro do seu apartamento de luxo na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A polícia ainda não sabe se foi um homicídio ou se o empresário cometeu suicídio.
De acordo com a delegada Vilaneida Aguiar, o caso está perto de ser concluído. Daqui a aproximadamente 10 dias, os laudos do Instituto de Criminalística (IC) serão liberados. “Ela só foi chamada para completar o inquérito. Algumas testemunhas ainda serão ouvidas. Nós temos algumas novidades, que não podem ser divulgadas no momento”, explicou a delegada.
O advogado do casal, André Fonseca, continua afirmando que o seu cliente é inocente e que Sérgio teria cometido o suicídio, mas que teria chamado o policial até o apartamento para montar um cenário de homicídio para receber o dinheiro do seguro de vida. “A apólice não é liberada em caso de suicídio, por isso ele precisava induzir um homicídio”, explicou. “Está no processo que ele tinha 20 anos de porte de arma e tinha uma arma em casa. Sérgio era um exímio atirador”, afirmou o advogado, tentando explicar como o empresário teria sido ágil ao tirar a arma da cintura de Jailson e disparado.
André Fonseca apresentou um arquivo com 56 páginas onde depoimentos e ofícios de policiais militares retratam a conduta de Jailson Melo. “O documento é público e só constam elogios ao sargento. São 30 anos de prestação de serviço ao estado, sempre com boa conduta”, disse. O inquérito será encerrado em aproximadamente 15 dias. “Acreditamos que ele não será acusado e o caso será arquivado”, concluiu André.