A coincidência, o crime e o pedido de perdão do homem que apertou o gatilho

A auxiliar de almoxarifado Suany Muniz Rodrigues, 33 anos, pode ter sido asassinada por que reconheceu Leandro Assis da Silva, 29, durante o assalto ao ônibus da linha Barra de Jangada/Curado IV na noite da última quarta-feira. Após ser preso, o autor confesso do tiro que matou Suany afirmou que o tiro foi acidental e disse que seu pai, que também teria trabalhado no estaleiro com ele, reconheceu Suany já após o crime, nas fotos divulgadas na imprensa. Suany também trabalhava no Estaleiro. “Para esclarecer essas dúvidas, vamos colher depoimentos do motorista, do cobrador e algumas testemunhas”, disse a delegada Andréa Busch.

Polícia divulgou imagens do ônibus. Foto: SDS/Divulgação

A polícia procura outros dois suspeitos. Na manhã desse sábado, uma arma foi apreendida com dois adolescentes e a polícia suspeita que seja o revólver que matou Suany. Dos dois procurados, um assaltou o ônibus com Leandro e o outro emprestou a arma, um revólver calibre 38. Uma adolescente de 16 anos chegou à delegacia acompanhada de agentes. Ela é namorada de um homem apelidado de Monstro, que teria emprestado a arma. Na casa onde a garota estava foram encontradas dez balas de revólver calibres 38 e de uma pistola .45. Segundo a delegada Busch, Leandro alegou que foi convidado por um homem chamado Lucas Joaby da Silva para participar do assalto. “Ele contou ainda que ficou com dois telefones celulares e que os trocou por crack”, acrescentou a delegada.

Leandro confessou crime e disse que tiro foi acidente. Foto: Wagner Oliveira/DP.D.A.Press

A polícia divulgou as imagens do circuito interno do ônibus que mostram toda a movimentação dos dois suspeitos dentro do veículo. Depois de a dupla recolher os pertences de alguns passageiros, Leandro atirou em Suany e os criminosos desceram pela porta traseira. Antes de seguir para o presídio, Leandro disse que estava arrependido do crime. “Quero pedir perdão pelo que fiz”, disse o suspeito.

Emoção
O pai de Suany, Antônio Rodrigues, 57, esteve na Delegacia de Prazeres e se emocionou quando viu o Leandro sendo levado ao presídio. “A prisão dele me confortou um pouco. Agora sei que esse homem não vai mais tirar a vida de ninguém. Até agora não contamos à minha neta que a ‘mainha’ dela morreu. Vai ser uma tarefa muito difícil e vamos precisar da ajuda de psicólogos”, explicou.

Do Diario de Pernambuco

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Assalto, tiro, morte e muita revolta

Assalto, tiro, morte e muita revolta

As manchetes dos jornais Diario de Pernambuco e Aqui PE desta quinta-feira retratam uma realidade que ninguém queria ver. Mostram como a cada dia a vida tem sido menos valorizada por aquelas pessoas que escolheram o mundo do crime como seu caminho. Mais que isso, as capas dos dois jornais nos fazem lembrar que todos nós estamos passíveis de brutalidades como a que aconteceu com a mulher de 33 anos que teria se negado a entregar a bolsa ao assaltante ou simplesmente teria se assustado com a abordagem dos criminosos dentro coletivo no qual ela voltava para casa.

Foram momentos de pânico para quem estava no ônibus que trafegava pela BR-101 na noite dessa quarta-feira. Após efetuar o disparo, o criminoso teria dito ao comparsa: “bora, desce que eu matei a mulher.” Os ladrões estavam dentro do ônibus como passageiros e anunciaram o crime quando o coletivo chegou na BR. Suany Muniz Rodrigues foi atingida por um tiro na cabeça. Ela ainda chegou a ser socorrida e levada para uma Unidade de Pronto Atendimento, mas não resistiu. A família entrou em desespero quando recebeu a notícia do seu falecimento.

A polícia já iniciou as investigações para tentar chegar aos criminosos. Segundo a Polícia Militar, a vítima estava num ônibus da empresa Metropolitana, que fazia a linha Barra de Jangada/Curado IV, quando, por volta das 21h, dois homens, não identificados, anunciaram o assalto. Ao reagir, a mulher, que mora no bairro do Curado I, foi baleada no ouvido esquerdo. “Ela não quis entregar seus pertences e um dos suspeitos revidou”, contou o cabo Maurício da Silva Nascimento, do 19º Batalhão da Polícia Militar. A esperança agora é de que as câmeras de segurança do ônibus possam ter filmado a imagem dos assaltantes e ajude a polícia a prendê-los. Quem tiver informações sobre os possíveis criminosos pode telefonar para o Disque-Denúncia (81) 3421-9595.

Quando questionado sobre o que poderia ter evitado a tragédia, o motorista não hesitou ao denunciar. “É a terceira vez que um ônibus onde estou é assaltado, a primeira com morte. A polícia sabe que assaltos nesta linha não são novidades, é uma coisa sistemática. É preciso que haja mais blitze”, desabafou.

Com informações do Diariodepernambuco.com.br

 

Preso segurança do ônibus suspeito de ter atirado no torcedor do Náutico

A Polícia Civil prendeu na manhã desta terça-feira, no bairro de Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife, o segurança suspeito de ser o autor do disparo que atingiu o jovem Lucas de Freitas Lyra, de 19 anos, na noite do último sábado.

O homem tem 37 anos. O suspeito vai ser apresentado pela polícia ainda nesta tarde. Lucas permanece internado no Hospital da Restauração em estado grave após ter sido baleado na frente do clube alvirrubro. O suspeito identificado até o momento apenas como Mano foi preso porque a polícia já havia conseguido o mandado de prisão preventiva contra ele.

O horário da apresentação do caso ainda está sendo definido entre a chefia da Polícia Civil e a Secretaria de Defesa Social (SDS). O segurança foi identificado a partir das imagens de uma câmara de segurança da SDS instalada na frente da sede do Clube Náutico Capibaribe, onde aconteceu a confusão na noite do sábado.

Estamos atualizando essa notícia que foi publicada às 8h59.

 

Armas de fogo, crianças e mais uma morte

Uma criança morta e duas famílias despedaçadas. Um garoto de 12 anos perdeu a vida após ter sido baleado acidentalmente por um colega de 14 anos enquanto brincavam na rua onde moravam, no bairro de Cavaleiro. Segundo os parentes da vítima, os meninos estavam brincando. Mas para dois adolescentes brincarem é preciso uma arma de fogo? E ainda com munição? A polícia está investigando o caso e deve indiciar a pessoa que deixou a arma ao alcançe do adolescente. O episódio traz, mais uma vez, a discussão sobre a guarda de armas de fogo em casa. Quantas crianças mais irão morrer para que os adultos entendam que não se pode deixar armas em lugares acessíveis? Aliás, para que ter armas em casa? A não ser que esse adulto seja um profissional da segurança pública e trabalhe armado, ninguém precisa ter revólveres, pistolas ou espingardas em casa.

 

Veja parte da reportagem publicada no Diario de Pernambuco desta segunda-feira.

A guarda irresponsável de armas de fogo fez mais uma vítima na Região Metropolitana do Recife (RMR). O corpo de Jonas Silva de Souza, 12 anos, foi sepultado, nesse domingo, no Cemitério do Pacheco, em Jaboatão dos Guararapes. O menino morreu depois de ser atingido com um tiro à queima-roupa no abdômen, supostamente disparado por um vizinho, de apenas 14 anos. Antes de morrer, a criança contou, em segredo, à mãe, que foi ferido pelo colega. O menino, disse a vítima, teria atirado “sem querer”. Jonas morreu no Hospital da Restauração, na madrugada do último sábado.

No velório, o pai de Jonas, João de Souza, 52 anos, disse que o filho tinha acabado de chegar da escola, onde cursava o 5º ano, quando aconteceu o acidente. “Ele somente tinha tirado a blusa da farda. De calça comprida, correu para a rua onde costumava brincar. Ninguém viu nada, apenas ele gritando por socorro e depois sendo carregado no colo por um rapaz. Sangrava e dizia que doía muito o ferimento”, lembrou o ajudante geral.

Corpo do garoto Jona s Silva Souza foi velado e enterrado no cemitério de Cavaleiro, em Jaboatão (ANNACLARICE ALMEIDA/DP/D.A PRESS)

Enterro aconteceu no Cemitério do Pacheco. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A/Press

Após a morte do filho, o pai de Jonas decidiu procurar o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para tentar esclarecer o fato. Inicialmente a família recebeu a informação do próprio adolescente de 14 anos de que Jonas tinha atirado nele próprio. Em seguida, surgiram notícias de que ele havia sido vítima de bala perdida. Por fim, veio a hipótese do tiro acidental. “No hospital, a médica disse que meu filho havia sido ferido à queima-roupa, o que descartou a hipótese de bala perdida”, raciocinou o pai. A arma, segundo o ajudante geral, teria sido localizada, a partir de informações do adolescente de 14 anos.

João de Souza disse que o suposto autor do disparo prestou depoimento no DHPP. O jovem também cursa o 5º ano e costumava brincar com o vizinho de 12 anos. Há informações de que ele teria sido levado para um abrigo da Funase, mas até o fechamento desta edição a informação não foi confirmada. “Não digo que o menino tem culpa, já que ele não fez porque quis. Ele foi vítima de uma cilada, de algum adulto que deixou uma bomba perto dele. Essa pessoa tem que ser responsabilizada, pagar pelo que fez”, comentou João de Souza. O episódio aconteceu na Rua Alfredo de Freitas, no Alto do Cristo, em Cavaleiro, em Jaboatão.