Policial civil e marido são indiciados por cobrança de propina

A Polícia Civil indiciou por corrupção passiva uma agente lotada na Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Veículos e o marido dela, que é motorista da Uber. O inquérito, concluído na última sexta-feira, já foi encaminhado à Justiça. O caso também está sendo acompanhado pela Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS). De acordo com a investigação, a policial civil e o marido cobraram R$ 1 mil de propina para informar ao proprietário de um carro que havia sido roubado a sua localização.

Inquérito foi apurado pela Delegacia de Boa Viagem. Foto: Bruna Monteiro/DP
Inquérito foi apurado pela Delegacia de Boa Viagem. Foto: Bruna Monteiro/DP

O marido da agente encontrou um veículo abandonado, anotou a placa e verificou que o mesmo havia sido roubado. Depois disso, a policial obteve os dados do proprietário e repassou para o marido. A partir disso, o casal pediu dinheiro para dizer onde o veículo estava e marcou um encontro com o dono, no último dia 7 de fevereiro, no bairro de Boa Viagem. Após negociações, o valor acertado para indicar a localização do carro caiu para R$ 500.

A vítima do roubo, no entanto, acionou a Polícia Militar, que o acompanhou no dia do encontro. O carro havia sido roubado no dia 2 de fevereiro, também em Boa Viagem. Marido e mulher foram detidos no momento em que a vítima chegou com a PM. Na ocasião, a agente da Polícia Civil teria confessado que repassou os dados do proprietário do carro para o marido, informação somente obtida por policiais.

O caso foi encaminhado para a Central de Plantões, mas apenas o marido da policial foi atuado em flagrante. Ao ser apresentado em audiência de custódia, o homem acabou liberado. Agora, o casal vai responder pelo crime em liberdade. Já a policial ainda vai responder a um Processo Administrativo Disciplinar na Corregedoria.

Operação Caça-Níquel prende dez policiais militares

Dez policiais militares foram presos, ontem, durante uma operação realizada para desarticular uma quadrilha de PMs que fazia a segurança privada de casas de jogos clandestinas na Região Metropolitana do Recife (RMR). De acordo com as investigações, há pelo menos nove anos, os policiais extorquiam os proprietários dos estabelecimentos para eles permanecerem em funcionamento. Os que se recusavam a realizar o pagamento semanal da propina tinham as máquinas caça-níqueis danificadas ou levadas a um ponto de jogos de azar administrado pela quadrilha.

Foto: Polícia Civil/Divulgação
Várias máquinas foram apreendidas. Foto: Polícia Civil/Divulgação

Dos 15 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça, 11 foram cumpridos e os detidos foram encaminhados para a sede do Grupo de Operações Especiais (GOE), no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife. De lá, os PMs foram conduzidos ao Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Paratibe, Paulista. Com as prisões, o GOE deverá concluir os inquéritos, que serão remetidos à Justiça. Máquinas caça-níqueis, armas e dinheiro também foram apreendidos. O balanço da operação será detalhado hoje em coletiva na Secretaria de Defesa Sociaal (SDS).

De acordo com o delegado Joseilito Amaral, o grupo atuava em casas de jogos clandestinas instaladas em imóveis no Recife (Ibura, Boa Viagem, Pina, Torrões e bairros da Zona Norte) e nos municípios de Olinda e Jaboatão. Os presos poderão responder pelos crimes de extorção e corrupção ativa e passiva, entre outros.

Segundo o coronel da Polícia Militar Ailton Araújo entre os PMs detidos há homens de diversos batalhões. Ele adiantou que as providências serão tomadas pelo comando da PM, que vai instalar sindicâncias para decidir se os policiais serão afastados da corporação. “Fomos surpreendidos. Esta não é uma conduta normal de um PM. Nos pautamos sempre pela legalidade e conduta ilibada e, às vezes, se faz necessário cortar da própria carne”, declarou.

A Operação Caça-níquel, coordenada pela Chefia de Polícia Civil, foi realizada por 170 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, 80 policiais militares, entre oficiais e praças, três bombeiros militares e dois peritos criminais. As investigações tiveram início em maio deste ano.

Equipe do delegado preso por receber propina também será investigada

Diretores e delegados da Polícia Civil do estado passaram o final de semana monitorando a situação do delegado que está preso e internado após ter sido pego em flagrante, segundo a polícia, cobrando propina. O delegado pode seguir para a prisão a qualquer momento, mas tudo agora vai depender da evolução do seu quadro de saúde. A partir desta segunda, as investigações serão retomadas. Confira matéria publicada no Diario de Pernambuco desta segunda-feira. O texto é do repórter Raphael Guerra.

 

Policiais civis que trabalham diretamente com o delegado Carlos Gilberto Freire de Oliveira, 61 anos, preso em flagrante, de acordo com a polícia, por crime de concussão (extorsão cometida por funcionário público), também serão investigados. O objetivo é identificar se algum deles está envolvido em esquemas criminosos, como cobrança de propina, dentro da Delegacia de plantão da Várzea. O delegado passará nesta segunda-feira por novos exames no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), onde está internado desde a última sexta-feira, quando foi preso. Após receber alta, seguirá para o Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.

“Testemunhas e pessoas citadas durante a prisão em flagrante do delegado serão ouvidas ao longo desta semana. Temos dez dias até a conclusão do inquérito, que também apura se mais algum policial tem participação no crime”, explicou a delegada de Repressão aos Crimes contra a Administração e Serviços Públicos Andrea Veras. Segundo ela, mesmo com a divulgação da prisão do suspeito, nenhuma nova denúncia contra ele foi registrada na delegacia. Na esfera criminal, o suspeito pode pegar de dois a oito anos de detenção.

Carlos Gilberto foi flagrado em frente à reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no momento em que recebia R$ 700 para liberação de um caminhão apreendido pela Delegacia da Várzea, onde ele atua como plantonista. Antes, ele havia exigido o pagamento de R$ 1,5 mil, mas acabou aceitando receber menos da metade do valor. O dono do caminhão, vítima da extorsão, havia vendido o veículo a outra pessoa, que deixou de efetuar o pagamento de algumas parcelas. Na quarta-feira passada, a vítima foi até a delegacia prestar queixa e o veículo foi apreendido. Quando foi resgatá-lo, ela foi informada que deveria pagar a quantia estipulada pelo delegado.

Antes de ir à Cidade Universitária para entregar o dinheiro, a vítima procurou a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social e denunciou o crime. Uma sindicância foi aberta para investigar administrativamente a conduta do suspeito, que tem 26 anos de experiência na Polícia Civil. Ele pode, inclusive, ser expulso da corporação. O advogado de defesa, José Pessoa Lins Júnior, afirmou que iria se reunir na noite de ontem com familiares do delegado para decidir que providências seriam tomadas. Ele disse ainda que vai se pronunciar oficialmente hoje sobre o caso. “Meu cliente foi vítima de uma armação. Tudo será esclarecido”, garantiu o advogado.

Em março deste ano, o então delegado titular de Combate à Pirataria, Tiago Cardoso, e outros quatro policiais civis foram presos por suspeita de envolvimento num esquema de cobrança de propinas a grandes comerciantes do Recife. O grupo também teria liberado mercadorias apreendidas ou deixado de realizar prisões e apreensões de vendedores de mídias piratas, em troca de dinheiro.

Leia mais sobre o caso em:

Delegado preso por corrupção está internado no Procape

 

Delegado preso por corrupção está internado no Procape

 

O delegado Carlos Gilberto Freire de Oliveira, 61 anos, está internado no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), no bairro de Santo Amaro. O policial foi preso na tarde dessa sexta-feira, segundo a polícia, depois de ter sido flagrado por policiais da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) recebendo R$ 700 de propina para liberar um caminhão apreendido por sua equipe da Delegacia de plantão da Várzea.

Após ser autuado em flagrante, Carlos Gilberto, que tem problemas cardíacos, precisou ser socorrido e levado para a unidade de saúde onde permanece sob escolta policial e sem previsão de alta médica. Caso o policial seja liberado neste sábado ou domingo, seguirá diretamente para o Cotel, em Abreu e Lima. Se os médicos só derem alta a ele na segunda-feira, antes de seguir para a prisão, o delegado irá prestar depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração e Serviços Públicos.O advogado do policial afirma que ele é inocente e disse que irá provar que seu cliente foi vítima de uma armação.

A prisão do delegado foi manchete do Diario de Pernambuco deste sábado. Confira parte da matéria:

O delegado de plantão da Delegacia da Várzea Carlos Gilberto Freire de Oliveira, 61 anos, foi pego em flagrante depois de exigir o pagamento da quantia de R$ 1,5 mil para liberação de um caminhão apreendido. Ele foi denunciado à Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) e preso em frente à reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ontem, por volta das 12h, quando a vítima efetuava o pagamento de R$ 700,00. Na delegacia, ele alegou problemas cardíacos e foi encaminhado, à noite, com escolta, a um hospital não revelado pela polícia. Preso em flagrante, será encaminhado ao Cotel quando receber alta, segundo a delegada Andrea Veras.

Depois de ser levado à delegacia, por volta das 12h,<br /><br />
Carlos Gilberto Freire passou mal, no início da noite,<br /><br />
e precisou ser socorrido em uma unidade de saúde (ALICE SOUZA/DP/D.A PRESS)

Após ser autuado, delegado precisou ser socorrido. Foto: Alice de Souza/DP/D.A/Press

O caminhão foi apreendido na última quarta-feira, após uma divergência financeira de compra e venda do veículo. Segundo Andrea Veras, da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (DPRCCASP), a vítima da extorsão – que não teve o nome revelado – havia vendido o veículo a um terceiro, que deixou de efetuar o pagamento de algumas parcelas da dívida. Na quarta-feira, a vítima foi até a delegacia da Várzea prestar queixa contra o homem que estava com o caminhão, que foi identificado e teve o veículo apreendido no mesmo dia.

 (LÍLIAN PIMENTEL/ESP. AQUI PE/D.A PRESS)

Carlos tinha 26 anos na polícia. Foto: Lilian Pimentel/DP/D.A/Press

“Quando chegou à delegacia para buscar o carro, entretanto, o delegado queria receber R$ 1,5 mil para liberar o caminhão. Ele e o dono do veículo então acordaram de se encontrar na manhã de ontem, em frente à reitoria da UFPE, para que o pagamento fosse efetuado. Só que antes de ir, a vítima procurou a Corregedoria, na quinta-feira, e fez a denúncia. Ele foi ao local acompanhado de agentes, que efetuaram a prisão em flagrante”, detalhou Andrea.

A reportagem completa você encontra da edição impressa do Diario de Pernambuco.

Leia mais sobre a prisão em Delegado da Polícia Civil autuado por corrupção

 

Delegado da Polícia Civil autuado por corrupção

Um delegado da Polícia Civil de Pernambuco foi autuado em flagrante, segundo a polícia, por cobrar dinheiro de uma pessoa para liberar um caminhão apreendido pela delegacia. O caso foi registrado na Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos, na Rua Gervásio Pires.

Delegado estava na polícia há 26 anos. Foto: Lilian Pimentel/DP/D.A/Press

O delegado Carlos Gilberto Freire de Oliveira, que tem 61 anos e 26 de polícia, era do plantão da Várzea. Ele foi preso por volta das 12h desta sexta-feira após ter cobrado R$ 1,5 mil para entregar o veículo ao proprietário, de acordo com a polícia. O caminhão estava na delegacia porque uma pessoa que teria comprado o veículo não pagou as parcelas ao antigo proprietário, que prestou uma queixa na Delegacia da Várzea.

O delegado então conseguiu recuperar o veículo e fez a cobrança para devolver ao proprietário. Isso na quarta-feira. Na quinta-feira, o dono do caminhão fez a denúncia à Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS), que o orientou a marcar  um lugar para fazer a entrega do dinheiro.

Segundo a polícia, o delegado chegou a receber R$ 700 e foi preso  logo em seguida. Ele foi autuado pelo crime de concussão (ato de exigir para si ou para outrem, dinheiro ou vantagem em razão da função, direta ou indiretamente) e seguirá para o Centro de Triagem, em Abreu e Lima. Se for condenado, pode pegar uma pena de dois a oito anos de prisão.

Com informações da repórter Alice de Souza do Diario de Pernambuco

Em março, outro delegado foi preso acusado de corrupção. Leia mais sobre o assunto no link abaixo

Delegado Tiago Cardoso fala sobre os dias no Cotel