Policial civil e marido são indiciados por cobrança de propina

A Polícia Civil indiciou por corrupção passiva uma agente lotada na Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Veículos e o marido dela, que é motorista da Uber. O inquérito, concluído na última sexta-feira, já foi encaminhado à Justiça. O caso também está sendo acompanhado pela Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS). De acordo com a investigação, a policial civil e o marido cobraram R$ 1 mil de propina para informar ao proprietário de um carro que havia sido roubado a sua localização.

Inquérito foi apurado pela Delegacia de Boa Viagem. Foto: Bruna Monteiro/DP
Inquérito foi apurado pela Delegacia de Boa Viagem. Foto: Bruna Monteiro/DP

O marido da agente encontrou um veículo abandonado, anotou a placa e verificou que o mesmo havia sido roubado. Depois disso, a policial obteve os dados do proprietário e repassou para o marido. A partir disso, o casal pediu dinheiro para dizer onde o veículo estava e marcou um encontro com o dono, no último dia 7 de fevereiro, no bairro de Boa Viagem. Após negociações, o valor acertado para indicar a localização do carro caiu para R$ 500.

A vítima do roubo, no entanto, acionou a Polícia Militar, que o acompanhou no dia do encontro. O carro havia sido roubado no dia 2 de fevereiro, também em Boa Viagem. Marido e mulher foram detidos no momento em que a vítima chegou com a PM. Na ocasião, a agente da Polícia Civil teria confessado que repassou os dados do proprietário do carro para o marido, informação somente obtida por policiais.

O caso foi encaminhado para a Central de Plantões, mas apenas o marido da policial foi atuado em flagrante. Ao ser apresentado em audiência de custódia, o homem acabou liberado. Agora, o casal vai responder pelo crime em liberdade. Já a policial ainda vai responder a um Processo Administrativo Disciplinar na Corregedoria.

Agente da CTTU indiciado por agredir comerciante em discussão

O agente de trânsito da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) Felipe Aguiar da Silva, 38 anos, foi indiciado por lesão corporal grave por ter golpeado, segundo a polícia, com punhal, o comerciante Mário Francisco do Nascimento, 32, durante discussão no bairro de Santo Antônio, no dia 24 de setembro, por conta de estacionamento irregular na Zona Azul.

A conclusão do inquérito, que seguiu para o Ministério Público, foi apresentada nessa sexta-feira pela delegada Patrícia Domingos. Já a vítima foi indiciada por lesão corporal leve e desacato. Ambos vão responder pelos crimes em liberdade. O agente, caso condenado, pode pegar até cinco anos de prisão. O comerciante até um ano.

Segundo as investigações, Felipe multou o veículo de Mário, que estava estacionado de forma irregular na Rua da Palma. O motorista admitiu ter discutido com o guarda por conta da multa, tendo dado um murro no rosto dele. “A vítima narra que entrou em pânico e saiu correndo quando Felipe sacou um punhal. Testemunhas ouvidas confirmam a versão. Quando Mário estava entrando no prédio onde trabalha, na Rua Frei Caneca, Felipe o golpeou nas costas. Mário caiu no chão e a agressão só não continuou porque Felipe foi apedrejado pela população”, detalhou Patrícia Domingos.

Logo após a agressão, Mário se escondeu num posto da Guarda Municipal, no Pátio de São Pedro, onde policiais o encontraram e o levaram para a Delegacia de Santo Amaro. A vítima foi levada para o HR onde ficou internada por sete dias. O laudo feito no IML apontou que o comerciante foi ferido por arma branca próximo ao pulmão. A arma não foi localizada.

A delegada disse que o agente não foi indiciado por tentativa de homicídio porque teve chances de golpear a vítima mais vezes e não o fez. No dia da briga, o delegado Paulo Clemente autuou o agente apenas por lesão corporal leve. O advogado da vítima, José Siqueira, disse que ele vai entrar com um processo indenizatório contra a prefeitura.

Do Diario de Pernambuco

Policial civil encontrado morto dentro do carro na Ilha de Itamaracá

O agente da Polícia Civil de Pernambuco José Vicente de Lima Filho, 43 anos, foi encontrado morto dentro do próprio carro, por volta das 22h dessa terça-feira, no município de Itamaracá, no Grande Recife. José, que era permanente da Delegacia de Abreu e Lima estava com várias marcas de tiros e facadas pelo corpo.

A polícia ainda não sabe informar o que teria motivado o assassinato do agente policial. O caso vai ser investigado por uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O corpo de José Vicente foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro.

 

Tiroteio entre policiais reconstituído nesta 3ª feira

 

Esta marcada para a manhã desta terça-feira a reconstituição do tiroteio entre policiais civis e agentes da Polícia Federal (PF) que resultou na morte do policial federal Jorge Washington Cavalcanti de Albuquerque, 57 anos. O caso aconteceu no dia 5 de janeiro do ano passado, na BR-232, no bairro do Curado. O caso volta à tona porque o procurador da República Anderson Vagner Goes dos Santos do Ministério Público Federal (MPF) devolveu o inquérito feito pela PF, como divulgou o Diario de Pernambuco com exclusividade, alegando que havia algumas questões que precisavam ser esclarecidas e determinando a realização da reprodução simulada. O agente federal foi morto com um tiro no peito e um outro agente foi baleado na barriga durante uma operação para prender o jovem Wagner Alves do Nascimento, 25, apontado pela polícia como traficante de drogas. Classificado como um mal-entendido e fatalidade, o caso teve repercussão porque envolveu policiais do Departamento de Narcotráfico da PF e da Polícia Civil que estavam na mesma investigação.

Morte do policial federal criou um clima de mal estar entre as duas corporações

O inquérito voltou às mãos do delegado federal responsável pelas investigações, Renato Cintra. O pedido de reconstituição do procurador da República recomenda que todas as pessoas envolvidas no tiroteio voltem à cena do crime. Para isso, até o suspeito Wagner Alves, que está preso por tráfico, vai estar na BR-232. Além dele, o taxista que estava levando o jovem, os três policiais civis e os seis federais que também estavam investigando o suposto traficante estarão presente da reprodução simulada. O objetivo da reprodução simulada é esclarecer todas as dúvidas que o MPF não conseguiu encontrar justificativas no inquérito enviado pela PF. Durante a investigação do caso, peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) de Brasília vieram ao Recife e fizeram uma reconstituição virtual do tiroteio para ajudar a esclarecer de onde teriam partido os primeiros tiros. A equipe trouxe um equipamento de última geração, um scanner 3D. Porém, o resultado de toda a investigação não satisfez o MPF.

Sofisticada tecnologia usada em 2011 não esclareceu dúvidas do MPF