Nem a pau, Juvenal. Delegado preso por corrupção não vai mais para o Cotel

Já perdi as contas de quantas matérias escrevi onde as pessoas acusadas de cometer delitos, após presas em flagrante, eram encaminhadas para o Cotel ou Aníbal Bruno. Também não sei dizer o número de quantos desses casos eram relativos a pequenos furtos ou prisões por posse de pequenas quantidades de drogas. Não estou aqui querendo dizer que sou a favor de crimes considerados “pequenos”, mas apenas ponderar que nem sempre a lei é cumprida de forma igual para todos. Digo isso porque depois de ter sido preso em flagrante, segundo a polícia, por estar recebendo propina para liberar um caminhão que estava em sua delegacia e passar mal, o delegado Carlos Gilberto conseguiu pagar uma fiança de mais de R$ 8 mil e não ir mais para a prisão após a alta médica que deve receber em breve. Ele está internado no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape).

Pois bem, em 2006, o Diario de Pernambuco publicou uma reportagem onde um jovem de 18 anos havia sido condenado a cinco anos de prisão por ter roubado um galo e uma galinha. Juvenal Gomes do Nascimento, morador da cidade de Pedra, a 275 quilômetros do Recife, cumpriu a pena em regime semi-aberto, no Presídio de Canhotinho, no Agreste, porque era réu primário e confesso. O crime ocorreu na madrugada de 10 de agosto de 2005. Segundo a denúncia do Ministério Público, Juvenal, juntamente com outros dois homens, tentaram arrombar a porta da casa de um casal de idoso, no Sítio Bica de Baixo.

Supõe-se que tentavam roubar a moto do filho do casal. Um dos donos da casa acordou e gritou. Assustado, o trio fugiu. Juvenal levou consigo uma galinha e um galo que estavam no quintal. A polícia foi acionada e o prendeu em flagrante. Uma das aves já estava morta. A outra foi devolvida. Juvenal, então, entregou um galo seu como forma de repor a galinha abatida. O Ministério Público o denunciou por furto qualificado em 25 de agosto de 2005. A sentença veio em 24 de fevereiro de 2006, acatando o pedido do promotor.

E Juvenal, que era analfabeto e desempregado, pagou à Justiça pelo seu erro. Assim como ele, vários Juvenais pagaram e pagam pelos seus delitos enquanto pessoas que cometeram crimes muito mais graves seguem desfrutando da maior liberdade. E assim caminha a humanidade.

Leia matéria publicada no Diario de Pernambuco desta sexta-feira sobre o pagamento de fiança feito pelo delegado preso.

O delegado Carlos Gilberto Freire de Oliveira, 61 anos, aguarda para hoje o resultado de um exame que poderá determinar ou não a realização de uma cirurgia. Preso em flagrante no dia 16 após ser autuado por policiais da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), o delegado foi socorrido e acabou ficando internado no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape). Carlos Gilberto foi flagrado recebendo R$ 700,00, que seriam para liberar um caminhão apreendido.

Segundo o advogado do delegado, José Pessoa Lins Junior, somente haverá pronunciamento se ele for indiciado no inquérito e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) aceitar a denúncia. Na quarta-feira, apesar de posicionamento contrário do MPPE, a juíza Ana Cristina de Freitas Mota, da Vara dos Crimes Contra a Administração Pública e a Ordem Tributária da Capital, acatou o pedido de liberdade provisória mediante pagamento de fiança de R$ 8.086,00.

 

Equipe do delegado preso por receber propina também será investigada

Diretores e delegados da Polícia Civil do estado passaram o final de semana monitorando a situação do delegado que está preso e internado após ter sido pego em flagrante, segundo a polícia, cobrando propina. O delegado pode seguir para a prisão a qualquer momento, mas tudo agora vai depender da evolução do seu quadro de saúde. A partir desta segunda, as investigações serão retomadas. Confira matéria publicada no Diario de Pernambuco desta segunda-feira. O texto é do repórter Raphael Guerra.

 

Policiais civis que trabalham diretamente com o delegado Carlos Gilberto Freire de Oliveira, 61 anos, preso em flagrante, de acordo com a polícia, por crime de concussão (extorsão cometida por funcionário público), também serão investigados. O objetivo é identificar se algum deles está envolvido em esquemas criminosos, como cobrança de propina, dentro da Delegacia de plantão da Várzea. O delegado passará nesta segunda-feira por novos exames no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), onde está internado desde a última sexta-feira, quando foi preso. Após receber alta, seguirá para o Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.

“Testemunhas e pessoas citadas durante a prisão em flagrante do delegado serão ouvidas ao longo desta semana. Temos dez dias até a conclusão do inquérito, que também apura se mais algum policial tem participação no crime”, explicou a delegada de Repressão aos Crimes contra a Administração e Serviços Públicos Andrea Veras. Segundo ela, mesmo com a divulgação da prisão do suspeito, nenhuma nova denúncia contra ele foi registrada na delegacia. Na esfera criminal, o suspeito pode pegar de dois a oito anos de detenção.

Carlos Gilberto foi flagrado em frente à reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no momento em que recebia R$ 700 para liberação de um caminhão apreendido pela Delegacia da Várzea, onde ele atua como plantonista. Antes, ele havia exigido o pagamento de R$ 1,5 mil, mas acabou aceitando receber menos da metade do valor. O dono do caminhão, vítima da extorsão, havia vendido o veículo a outra pessoa, que deixou de efetuar o pagamento de algumas parcelas. Na quarta-feira passada, a vítima foi até a delegacia prestar queixa e o veículo foi apreendido. Quando foi resgatá-lo, ela foi informada que deveria pagar a quantia estipulada pelo delegado.

Antes de ir à Cidade Universitária para entregar o dinheiro, a vítima procurou a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social e denunciou o crime. Uma sindicância foi aberta para investigar administrativamente a conduta do suspeito, que tem 26 anos de experiência na Polícia Civil. Ele pode, inclusive, ser expulso da corporação. O advogado de defesa, José Pessoa Lins Júnior, afirmou que iria se reunir na noite de ontem com familiares do delegado para decidir que providências seriam tomadas. Ele disse ainda que vai se pronunciar oficialmente hoje sobre o caso. “Meu cliente foi vítima de uma armação. Tudo será esclarecido”, garantiu o advogado.

Em março deste ano, o então delegado titular de Combate à Pirataria, Tiago Cardoso, e outros quatro policiais civis foram presos por suspeita de envolvimento num esquema de cobrança de propinas a grandes comerciantes do Recife. O grupo também teria liberado mercadorias apreendidas ou deixado de realizar prisões e apreensões de vendedores de mídias piratas, em troca de dinheiro.

Leia mais sobre o caso em:

Delegado preso por corrupção está internado no Procape

 

Delegado preso por corrupção está internado no Procape

 

O delegado Carlos Gilberto Freire de Oliveira, 61 anos, está internado no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), no bairro de Santo Amaro. O policial foi preso na tarde dessa sexta-feira, segundo a polícia, depois de ter sido flagrado por policiais da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) recebendo R$ 700 de propina para liberar um caminhão apreendido por sua equipe da Delegacia de plantão da Várzea.

Após ser autuado em flagrante, Carlos Gilberto, que tem problemas cardíacos, precisou ser socorrido e levado para a unidade de saúde onde permanece sob escolta policial e sem previsão de alta médica. Caso o policial seja liberado neste sábado ou domingo, seguirá diretamente para o Cotel, em Abreu e Lima. Se os médicos só derem alta a ele na segunda-feira, antes de seguir para a prisão, o delegado irá prestar depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração e Serviços Públicos.O advogado do policial afirma que ele é inocente e disse que irá provar que seu cliente foi vítima de uma armação.

A prisão do delegado foi manchete do Diario de Pernambuco deste sábado. Confira parte da matéria:

O delegado de plantão da Delegacia da Várzea Carlos Gilberto Freire de Oliveira, 61 anos, foi pego em flagrante depois de exigir o pagamento da quantia de R$ 1,5 mil para liberação de um caminhão apreendido. Ele foi denunciado à Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) e preso em frente à reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ontem, por volta das 12h, quando a vítima efetuava o pagamento de R$ 700,00. Na delegacia, ele alegou problemas cardíacos e foi encaminhado, à noite, com escolta, a um hospital não revelado pela polícia. Preso em flagrante, será encaminhado ao Cotel quando receber alta, segundo a delegada Andrea Veras.

Depois de ser levado à delegacia, por volta das 12h,<br /><br />
Carlos Gilberto Freire passou mal, no início da noite,<br /><br />
e precisou ser socorrido em uma unidade de saúde (ALICE SOUZA/DP/D.A PRESS)

Após ser autuado, delegado precisou ser socorrido. Foto: Alice de Souza/DP/D.A/Press

O caminhão foi apreendido na última quarta-feira, após uma divergência financeira de compra e venda do veículo. Segundo Andrea Veras, da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (DPRCCASP), a vítima da extorsão – que não teve o nome revelado – havia vendido o veículo a um terceiro, que deixou de efetuar o pagamento de algumas parcelas da dívida. Na quarta-feira, a vítima foi até a delegacia da Várzea prestar queixa contra o homem que estava com o caminhão, que foi identificado e teve o veículo apreendido no mesmo dia.

 (LÍLIAN PIMENTEL/ESP. AQUI PE/D.A PRESS)

Carlos tinha 26 anos na polícia. Foto: Lilian Pimentel/DP/D.A/Press

“Quando chegou à delegacia para buscar o carro, entretanto, o delegado queria receber R$ 1,5 mil para liberar o caminhão. Ele e o dono do veículo então acordaram de se encontrar na manhã de ontem, em frente à reitoria da UFPE, para que o pagamento fosse efetuado. Só que antes de ir, a vítima procurou a Corregedoria, na quinta-feira, e fez a denúncia. Ele foi ao local acompanhado de agentes, que efetuaram a prisão em flagrante”, detalhou Andrea.

A reportagem completa você encontra da edição impressa do Diario de Pernambuco.

Leia mais sobre a prisão em Delegado da Polícia Civil autuado por corrupção

 

Delegado da Polícia Civil autuado por corrupção

Um delegado da Polícia Civil de Pernambuco foi autuado em flagrante, segundo a polícia, por cobrar dinheiro de uma pessoa para liberar um caminhão apreendido pela delegacia. O caso foi registrado na Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos, na Rua Gervásio Pires.

Delegado estava na polícia há 26 anos. Foto: Lilian Pimentel/DP/D.A/Press

O delegado Carlos Gilberto Freire de Oliveira, que tem 61 anos e 26 de polícia, era do plantão da Várzea. Ele foi preso por volta das 12h desta sexta-feira após ter cobrado R$ 1,5 mil para entregar o veículo ao proprietário, de acordo com a polícia. O caminhão estava na delegacia porque uma pessoa que teria comprado o veículo não pagou as parcelas ao antigo proprietário, que prestou uma queixa na Delegacia da Várzea.

O delegado então conseguiu recuperar o veículo e fez a cobrança para devolver ao proprietário. Isso na quarta-feira. Na quinta-feira, o dono do caminhão fez a denúncia à Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS), que o orientou a marcar  um lugar para fazer a entrega do dinheiro.

Segundo a polícia, o delegado chegou a receber R$ 700 e foi preso  logo em seguida. Ele foi autuado pelo crime de concussão (ato de exigir para si ou para outrem, dinheiro ou vantagem em razão da função, direta ou indiretamente) e seguirá para o Centro de Triagem, em Abreu e Lima. Se for condenado, pode pegar uma pena de dois a oito anos de prisão.

Com informações da repórter Alice de Souza do Diario de Pernambuco

Em março, outro delegado foi preso acusado de corrupção. Leia mais sobre o assunto no link abaixo

Delegado Tiago Cardoso fala sobre os dias no Cotel