A Polícia Militar de Pernambuco afastou das atividades operacionais os dois policiais militares da Companhia Independente de Policiamento com Motos (CIPMoto) envolvidos na perseguição a suspeitos de assaltos que resultou na morte de um adolescente de 14 anos, no bairro do Vasco da Gama, Zona Norte do Recife.
Os militares não tiveram os nomes revelados, mas segundo a assessoria de comunicação da corporação, ambos estão realizando funções administrativas e sendo assistidos psicologicamente pelo Centro de Assistência Social da Polícia Militar. O corpo do estudante Mateus Alexandre Teixeira será enterrado no Cemitério de Casa Amarela, na tarde desta terça-feira.
Ele morreu na última segunda-feira, no Hospital da Restauração, após ter sido baleado durante uma perseguição policial na noite do último sábado. O adolescente foi atingido por um tiro na nuca. A família de Mateus afirma que o disparo partiu da arma de um policial militar. O caso está sendo investigado pelo delegado Cláudio Castro do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está investigando o assassinato do estudante Mateus Alexandre Teixeira da Silva, 14 anos. Ele morreu na manhã de ontem, após ter sido baleado durante uma perseguição policial na noite do último sábado. O adolescente foi atingido por um tiro na nuca quando estava na Rua Compositor José Dantas, no Vasco da Gama, Zona Norte do Recife.
A família de Mateus e moradores da localidade afirmam que o disparo partiu da arma de um policial militar. Policiais da Companhia Independente de Policiamento com Motos perseguiam três homens suspeitos de assaltos no momento em que o garoto foi baleado. O caso está sendo acompanhado pela Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social.
Revoltado com a morte do filho, o pedreiro Antônio Carlos Tavares, 37, espera que os responsáveis pelo crime sejam punidos. “Quando eu já estava na porta da Corregedoria, soube que meu filho tinha ido a óbito. Voltei para resolver as coisas, mas vou finalizar a denúncia. Eles têm que pagar. Quero que os policiais sejam presos. Eles não poderiam ter feito isso com o meu filho. Ele era um estudante cheio de sonhos e queria ser economista. Agora teve os sonhos interrompidos por esses policiais que não são bem treinados. Vamos processar o estado. Esses policiais são matadores”, desabafou o pai de Mateus. O corpo do adolescente permanece no Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro. O sepultamento está previsto para a tarde de hoje, no Cemitério de Casa Amarela.
A assessoria de comunicação da Polícia Militar de Pernambuco, por meio de nota, informou que os PMs da CIPMoto “participaram de diligências policiais que resultaram na troca de tiros entre eles e, pelo menos, três assaltantes, que desceram de um veículo atirando contra os policiais, que revidaram.” Ainda de acordo com a assessoria da PM, dois suspeitos foram presos, uma arma apreendida e um terceiro homem conseguiu fugir. “Os policiais chegaram a dizer que o menino estava no meio dos assaltantes, mas isso não é verdade. Mateus estava voltando da lan house quando foi atingido por um tiro na cabeça”, disse uma moradora da localidade que preferiu não se identificar.
Ainda segundo a PM, “no boletim de ocorrência, os policiais da CIPMoto relataram que os homens estavam em um veículo Siena e faziam direção perigosa, quando desembarcaram atirando, sendo um deles presos imediatamente. Em seguida, um segundo suspeito foi preso pelos PMs após travar lutar corporal com um dos policiais, que saiu com ferimentos durante a ação.” A PM esclareceu ainda que “ao tomarem conhecimento de que um adolescente de 14 anos teria sido ferido por disparos de arma de fogo, os PMs ficaram à disposição do Departamento de Homicídios e Proteçao à Pessoas (DHPP). O comando da CIPMoto abriu uma sindicância para apurar o caso.”
Na última sexta-feira, no bairro do Totó, um menino de 11 anos também foi baleado durante uma ação da Polícia Militar. De acordo com a corporação, os próprios PMs levaram o garoto para o Hospital Otávio de Freitas (HOF). Kauã Vinicius da Silva foi atingido enquanto empinava pipa com outras crianças. Ele continua internado na unidade de saúde. Segundo os moradores da comunidade, o incidente ocorreu quando uma viatura chegou ao local, onde geralmente costumam ocorrer ações truculentas. Cerca de três horas depois, a comunidade fez um protesto na localidade.
Será sepultado às 11h desta terça-feira, no Cemitério de Santo Amaro, no Recife, ol corpo do policial civil Alecsandro dos Santos Belo, 37 anos. Ele foi assassinado com três tiros ao tentar prender um homem que, segundo a polícia, havia assaltado um amigo dele na manhã de ontem, no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife. Em seu primeiro dia útil de férias, o agente que estava na Polícia Civil desde de 2012 ainda chegou a ser socorrido mais não resistiu aos ferimentos. Um homem apontado como suspeito do crime e identificado pela polícia como Rodrigo José de Oliveira, 23, foi baleado durante a troca de tiros e está internado sob custódia no Hospital Getúlio Vargas.
De acordo com a delegada Gleide Ângelo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Alecsandro estava chegando em casa quando um amigo que havia acabado de ser assaltado o parou e pediu ajuda. “O policial e o amigo seguiram de moto perseguindo o suspeito. Houve troca de tiros e o agente e o suspeito foram baleados. O policial teve a arma roubada pelo suspeito, que foi encontrado com duas pistolas e um revólver. Infelizmente, o policial não resistiu e morreu no hospital. Já o suspeito foi autuado em flagrante e está hospitalizado.
O caso agora vai ser encaminhado para o delegado Paulo Furtado, responsável pela área onde ocorreu o crime”, declarou Gleide Ângelo. Antes de entrar para a Polícia Civil, Alecsandro era policial militar também pelo estado de Pernambuco. Atualmente, estava lotado na Delegacia do Vasco da Gama. “Ele era um policial operacional, de bom relacionamento e tinha muita experiência de rua. Já chegou a trabalhar no serviço de inteligência da Polícia Militar e estava conosco há sete meses. Alecsandro entrou de férias no dia 1º deste mês e hoje (ontem) era o primeiroi dia útil das férias dele. Foi uma grande perda”, declarou o delegado Roberto Geraldo, titular do Vasco da Gama.
Os tiros atingiram o policial na altura da virilha, tórax e quadril. O corpo foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML) e o sepultamento deve acontecer hoje. O presidente do Sindicato dos Agentes Policiais de Pernambuco (Sinpol-PE), Áureo Cisneiros, lamentou a morte do policial e revelou que o Sinpol decretou luto por três dias. “Encaminhamos um ofício para a chefia da Polícia Civil para que todos os policiais civis possam acompanhar o sepultamento do corpo. Acredito que esse seja o primeiro policial civil assassinado este ano em Pernambuco, mas ainda estamos finalizando o levantamento completo”, contou Cisneiros.
Ainda de acordo com a polícia, testemunhas afirmaram que apenas o suspeito baleado teria participado do crime. “As primeiras informações eram de outras pessoas estariam envolvidas no assalto e ainda na morte do policial, mas todas testemunhas contaram, a princípio, que apenas Rodrigo está ligado ao crime”, contou a delegada Gleide Ângelo.
Os bairros do Pina, da Imbiribeira e do Vasco da Gama entraram na lista de áreas prioritárias do Pacto Pela Vida do Recife, programa municipal que busca contribuir com a redução da violência através de ações de ordenamento urbano e a vigilância através de câmeras. O acréscimo foi anunciado ontem pela prefeitura. No ano passado, quando o projeto foi criado, a relação tinha 13 bairros, mas São José foi excluído pois não registra homicídios há seis meses.
Em 2013, o número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) na cidade foi de 453, contra 597 em 2012, em uma redução de 24,13%, equivalente ao dobro da meta de 12%. Foi a maior diminuição nesse tipo de ocorrência, na capital, desde 2004. Dos crimes registrados no ano passado, 19 aconteceram no Vasco da Gama, 16 na Imbiribeira e 14 no Pina, bairros que ocupam a quarta, a sexta e a nova posição, respectivamente, no ranking de assassinatos em 2013, quando a capital passou 140 dias sem nenhum caso.
O Vasco da Gama, na Zona Norte da cidade, exige maior preocupação, pois o número de assassinatos subiu de 9 para 19 entre 2012 e 2013. O número de homicídios também cresceu na Várzea e em Nova Descoberta. Além dessas três localidades, o programa, que realiza ações nos 94 bairros da cidade, tem como prioridades Dois Unidos, Torrões, Cohab, Ibura, Água Fria, Campo Grande, Jardim São Paulo, Areias, Ilha de Joana Bezerra e Afogados.
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Pelo menos 12 pessoas foram presas nesta quinta-feira (19), suspeitas de envolvimento na briga entre torcedores do Vasco da Gama e do Atlético Paranaense, na arquibancada da Arena Joinville, em Santa Catarina, no último dia 8. A Operação Cartão Vermelho visa a cumprir mais de 20 mandados de prisão em Santa Catarina, no Paraná e Rio de Janeiro. Entre os procurados, está o ex-vereador de Curitiba Juliano Borghetti. A Polícia Civil de Santa Catarina comanda a ação, que tem o apoio de policiais do Rio e do Paraná.
No Rio, cerca de 20 policiais do Núcleo de Apoio aos Grandes Eventos, da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo, prenderam em Manguinhos, na Zona Norte, um torcedor do Vasco suspeito de estar envolvido no confronto.
Em Curitiba, nove torcedores do Atlético Paranaense foram detidos. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na sede da torcida organizada Os Fanáticos. A Polícia Civil informou que o ex-vereador, que aparece nas imagens do confronto entre os torcedores, divulgou nota em que garante que vai se apresentar à delegacia de Curitiba para prestar esclarecimentos.
Em Santa Catarina, duas pessoas foram presas suspeitas de participar da confusão envolvendo as torcidas. O delegado que comanda a operação nos três estados, Dirceu Augusto, da Delegacia Regional de Joinville, disse que as investigações foram baseadas em denúncias e nas imagens do confronto entre torcedores durante o jogo. A ação ainda está em andamento.
A confusão ocorreu durante o último jogo do Campeonato Brasileiro de 2013 e paralisou a partida por mais de uma hora. Os torcedores do Atlético e do Vasco protagonizaram cenas de violência. O confronto entre as torcidas deixou quatro pessoas feridas.