No dia 17 de dezembro de 2005, numa noite de sábado. Dois crimes de repercussão foram registrados pela polícia no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Poucas horas separaram as mortes do médico psicanalista Antônio Carlos Escobar, 60 anos, e do adolescente Tiago João da Silva, que ficou conhecido como menino-aranha.
Escobar, um dos psicanalistas mais experientes do país, foi assassinado enquanto tentava salvar um casal de um assalto no semáforo da Avenida Domingos Ferreira com a Rua Tomé Gibson. No carro da vítima, um Clio, apenas a mulher dele, a psicóloga Teresa Guimarães, presenciou a cena do disparo. Segunda ela, Escobar buzinou e bateu no carro da frente na tentativa de afastar os assaltantes, mas terminou penalizado com um tiro que bateu no braço direito, na altura do ombro.
Do outro do bairro, nas proximidades da praça de Boa Viagem, alguém que se tornou famoso por protagonizar cenas de violência caiu sem vida, depois de ser atingido por 14 tiros. O assassinato pôs fim à série de “escaladas” do menino-aranha, que foi apontado pela polícia como autor de vários assaltos a apartamentos de classe média alta no Grande Recife. Tiago ganhou várias manchetes de jornais após ter conseguido escalar prédios altos, entrar nos apartamentos e furtar objetos sem ser percebido pelos moradores.