Filas de supermercados e de bancos, viagens de ônibus ou metrô, salões de beleza, academia de musculação e muitos outros lugares, onde há uma concentração considerável de pessoas, embora muita gente não goste, é um lugar excelente para conversar. Não arranca pedaço de ninguém bater um papo descontraído de vez em quando.
Nessas conversas, muitas vezes, acabamos encontrando respostas para algumas dúvidas que temos e descobrimos coisas novas também. Nós ouvimos e somos ouvidos, coisa rara hoje em dia. Nesse sábado, passei quase uma hora conversando com um soldado da Polícia Militar de Pernambuco. Discordamos em alguns pontos da conversa, mas expusemos nossas visões.
No entanto, uma coisa no bate papo me chamou a atenção. Novato na corporação, o praça estava me contando do amor que tem pela profissão. Falou com orgulho das ações que participa e das prisões e apreensões que faz. Por outro lado, o militar confessou que anda triste com o “pouco interesse” da corporação pelos policiais de baixa patente.
“Nós somos cobrados todos os dias para bater as metas. Damos o sangue pela segurança do estado, mas não temos reconhecimento. E muito menos incentivo algum para sermos pessoas melhores. Falta uma atenção e investimento nos policiais. Não passamos por nenhuma capacitação, não somos estimulados a estudar e tudo isso vai deixando a pessoa sem vontade de trabalhar da melhor maneira”, relatou o PM.
Essa conversa que tive não é uma opinião apenas desse militar. Já escutei e recebi e-mails de outros militares fazendo as mesmas queixas. Talvez esteja na hora do governo do estado, que tanto exalta o Pacto pela Vida, começar a olhar e tomar conta das pessoas que fazem os resultados do programa de segurança serem positivos.
Policiais mais amigos, mais companheiros e mais dispostos ao trabalho. É assim que está se sentindo parte do efetivo do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) da Polícia Militar de Pernambuco. É que cerca de 50 militares estão fazendo parte de um grupo de corrida que tem conseguido promover uma interação maior entre os policiais e uma melhoria de vida considerável.
O Choque Running, como foi batizado o grupo, já acumula corredores premiados e relatos de PMs que perderam peso e estão trabalhando com mais disposição. Uma das pessoas que não falta a um treino, que acontece diariamente, é o subcomandante do batalhão, major Sérgio Cabral. “Já perdi 11 kg e passei a sentir menos dores com a minha hérnia de disco. Além disso, minha pressão arterial agora está controlada”, aponta Cabral.
Criado no ano de 2012, o Choque Running começou tímido. Tinha apenas sete integrantes. No entanto, os resultados apresentados pelos corredores e a harmonia entre os militares fez com que o grupo crescesse. “Mesmo quando o grupo era pequeno, nós saímos todos os dias pela manhã. As pessoas começaram a apresentar melhor desempenho no trabalho, mais disposição e, claro, melhor qualidade de vida. Daí, vários militares começaram a correr. Além de mim, outros policiais já perderam mais de dez quilos depois que entraram no grupo. Nossa corrida tem, em média, 15 quilômetros. O grupo deixa o Batalhão de Choque (Rua Benfica) e vai até o Parque da Jaqueira (Zona Norte). Quando voltamos, todo mundo está mais disposto”, conta o subcomandante.
Conhecido no batalhão como “Filho do vento”, o soldado Airton Alves, 31 anos, coleciona vários troféus e medalhas. Nesse ano, o militar foi o campeão da Corrida dos Guararapes, que tem um percurso de 10 quilômetros. “Na mesma competição do ano passado, eu não consegui terminar a prova porque desmaiei. Estava perto de chegar ao final, mas não aguentei. Desde quando eu era do Exército, tinha dificuldades de correr e de fazer atividades físicas, mas comecei a me esforçar. As pessoas foram elogiando o meu desempenho e superei esse problema. Agora, recomendo todo colega a fazer atividade física e, principalmente, a correr”, revela Alves.
As PMs Milca Jovina da Silva, 24, e Amanda Morais, 27, também são integrantes do Choque Running. Jovina chegou ao batalhão em abril deste ano e logo começou a se dedicar à corrida. Com os resultados, diz que passou a trabalhar melhor e tem incentivado colegas a fazer o mesmo. “Antes de entrar para polícia, eu corria apenas por obrigação e por necessidade, devido aos testes físicos que ira fazer. Agora, já estou participando de competições e ganhando medalhas”, comemora sorridente.
Amanda está no BPChoque desde o mês de março deste ano. Desde pequena praticava esportes. Fez natação, jogou basquete e lutou artes marciais. Quando viu os colegas de farda no grupo de corrida, não pensou duas vezes antes de fazer parte também. “O trabalho no BPChoque exige um treinamento físico do militar. O Choque Running nos ajuda a manter a forma e a saúde”, pondera.
Entre os integrantes do Choque Running, até ultramaratonista já pode ser encontrado. Com 29 anos de idade e fazendo parte do Batalhão desde setembro de 2009, o soldado Gustavo Aureliano corre há um ano e três meses. “Comecei a correr com a distância de 10km. Com um tempo, conheci um grupo que fazia percurso de 21km e fui tentar fazer a mesma distância. Para isso, comecei a treinar e vi que poderia correr com eles. No mês passado participei de uma ultramaratona de revezamento no Rio Grande do Norte. Cheguei a correr 72km e peguei uma temperatura de 37º. Meu grupo ficou em oitavo lugar. Éramos cinco pessoas, mas uma não pôde correr. Então, eu e mais três terminamos a prova”, explica Gustavo, exibindo o troféu da corrida que fez de Mossoró até Natal.
Depois de já contar com a assistência da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, a partir de agora, a segurança nas praias de Boa Viagem e Pina será reforçada também pela presença da Guarda Municipal do Recife. Vinte e quatro agentes, dividido em dois turnos, serão dispostos nas proximidades dos novos postos de guarda-vidas para contribuir na proteção dos banhistas e turistas. Além disso, duas viaturas e quatro motocicletas darão apoio realizando rondas na área.
Os guardas municipais atuarão de maneira integrada com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar na fiscalização das normas de utilização da orla marítima, coibindo veículos motorizados na faixa de areia, poluição sonora e outras irregularidades. Os agentes atuarão em duplas a pé, durante o dia até o início da noite. Já as viaturas do Grupamento Tático Operacional realizarão rondas entre as 18h e 6h.
Segundo o comandante da GMR, inspetor Marcílio Domingos, as duplas também reforçarão o patrulhamento nas áreas do Parque Dona Lindu e na Praça de Boa Viagem. “Esses dois espaços costumam ter uma grande concentração de pessoas, o que pode gerar mais conflitos. Por isso vamos atuar fortemente para cuidar, não apenas do patrimônio público, mas também da segurança dos moradores e turistas”.
Com informações da assessoria da Secretaria de Segurança Urbana