Está marcado para as 15h desta terça-feira, na Delegacia de Águas Belas, o depoimento do advogado Leandro Ubirajara à polícia. Leandro é o filho mais velho de José Maria Pedro Rosendo Barbosa, o Zé Maria de Mané Pedo, que está sendo apontado pela polícia como o mandante do assassinato do promotor de Justiça, Thiago Faria Saores, 36 anos, morto no último dia 14.
Leandro seria ouvido nessa segunda-feira, mas o depoimento, segundo ele próprio, foi adiado para esta terça à tarde. Também está previsto para esta tarde a entrada no pedido de revogação de prisão do agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, 47, que está preso apontado como o suspeito de ter afetuado os tiros contra o promotor.
Edmacy é cunhado de José Maria. Esse último está foragido e o Disque-Denúncia está oferecendo uma recompensa de R$ 10 mil por informações que levem à prisão dele.
Muitos de vocês estão acompanhando o desenrolar das investigações sobre o assassinato do promotor de Itaíba, Thiago Faria Soares, 36 anos, através da imprensa. Ele foi morto com quatro tiros, na manhã do último dia 14, no Agreste do estado. No dia seguinte, a imprensa pernambucana foi toda para a cidade de Águas Belas, de mala e cuia, onde estão concentradas as investigações. No entanto, o que alguns de vocês não sabem, caros leitores, é como os jornalistas se viram para mandar a notícia para as redações no Recife.
Essa postagem vai mostrar um pouco do que nós vivemos durante os dez primeiros dias de cobertura jornalista no local. Debaixo de um sol forte, calor, fome, falta de sinal de telefone e internet. Quase tudo era na base do improviso. Alguns policiais envolvidos na investigação chegavam até a brincar com os jornalistas perguntando se a gente não ficava cansado de estar na porta da delegacia praticamente o dia todo. Foram muitas histórias…
O trabalho de todas as equipes começava muito cedo, todos os dias. O horário de terminar era sempre uma incógnita. Quem ditava nossos horários eram os acontecimentos do dia. Em geral, na hora do almoço, seguíamos todos para o mesmo restaurante e comíamos quase sempre o mesmo prato. Na hora do jantar, uma lanchonete no centro da cidade era nosso ponto de encontro. Como a oferta de restaurantes e lanchonetes na cidade é pequena, era comum encontrarmos os delegados que investigam o caso comendo nos mesmos lugares que nós.
Não tenho dúvidas de que o produto mais consumido pelos jornalistas que passaram esses dias em Águas Belas foi a água mineral. O calor era muito grande e o sol muito forte. A nossa salvação foi uma lanchonete na frente da delegacia e a recepção da delegacia que tinha ar-condicionado e se transformou também em redação, muitas vezes. Um fato ocorrido na noite da terça-feira, certamente, não vai ser esquecido por quem estava no nosso hotel. Um vazamento de gás fez quase todos os hóspedes desceram às pressas. Algumas pessoas só deixaram o hotel após as luzes terem sido apagadas. Foi um susto danado.
Obs: As fotos que estão publicadas aqui, algumas são minhas e do amigo Paulo Paiva, também do Diario de Pernambuco. Outras, desde já, peço autorização aos colegas dos quais copiei para publicar.
Acontece na manhã desta quinta-feira, na Delegacia de Águas Belas, mais uma reunião entre os delegados responsáveis pela investigação da morte do promotor Thiago Faria Soares, 36 anos. Participam no encontro os delegados Rômulo Holanda (que preside o inquérito), Salustiano Albuquerque, Glaukus Menck e Josineide Confessor. O objetivo da reunião é dividir as tarefas e definir os próximos passos da investigação.
A Polícia Civil informou nessa quarta-feira que poderá solicitar a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de todas as pessoas que estão sendo investigadas e ouvidas no caso. Segundo o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, delegado Osvaldo Morais, os pedidos que ainda não foram feitos serão providenciados nos próximos dias.
Depois de um dia inteiro de reuniões sobre as investigações do assassinato do promotor Thiago, foram definidos os nomes dos representantes do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que irão acompanhar os trabalhos realizados pelos delegados e promotores que apuram o crime.
Ao final da reunião realizada no Fórum de Águas Belas entre a Polícia Civil (PC) e o MPPE, a sub-procuradora Laís Teixeira informou que ela, o também sub-procurador Fernando Barros e o promotor Rinaldo Jorge irão acompanhar toda a investigação.
Um aparelho de última geração está sendo usado por peritos do Instituto de Criminalística (IC) para identificar se há elementos químicos como pólvora e chumbo, encontrados em ações de disparos de arma de fogo, nas mãos e pele do agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, suspeito de ter assassinado o promotor Thiago Faria Soares.
Conhecido como Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), o aparelho aumenta o tamanho da imagem de uma partícula até 300 mil vezes. O microscópio óptico chega a ampliar no máximo 200 vezes, por exemplo. O resultado dessa análise será comparado com o laudo do exame residuográfico, feito na semana passada.
“O resultado do MEV é muito preciso, por isso ele foi solicitado à UFPE”, pontuou o perito Fernando Benevides, que coordena as perícias. O resultado não tem prazo para ser divulgado, mas o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, solicitou prioridade no caso. O MEV foi usado, no ano passado, em perícias no corpo do empresário da construção civil Sérgio Falcão, encontrado morto dentro do apartamento, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
Na tarde dessa terça-feira, o professor Carlos Ubirajara, irmão do suspeito, entregou aos delegados responsáveis pelo caso um CD com as imagens que mostram o carro que seria de Edmacy circulando pela cidade na manhã do crime, além de uma relação com nome e endereço de testemunhas que podem falar a favor do agricultor. As imagens serão encaminhadas ao IC junto com uma foto de Edmacy, para que sejam comparadas.
Nove dias após a morte do promotor de Itaíba, Thiago Faria Soares, a Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) não querem mais dar qualquer informação a respeito das investigações sobre o assassinato. Segundo os investigadores, a decisão foi tomada em conjunto pela polícia e pelo MPPE, que já solicitaram ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) o sigilo absoluto sobre as investigações.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) encaminhou uma nota informando que em razão da solicitação feita à Justiça pelo presidente do Inquérito e pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de decretação de sigilo nas apurações do assassinato do promotor Thiago Faria, a partir desta data os integrantes da SDS e dos seus Órgãos Operativos, estão impedidos de darem entrevistas sobre o caso.
Já o Tribunal de Justiça de Pernambuco informou que recebeu no início da tarde desta terça-feira o pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para decretar o sigilo nas apurações do assassinato do promotor Thiago Faria. O pedido ainda está sendo analisado pelo juiz Caio Neto de Jomael Oliveira Freire.
Só não podemos entender como um crime que teve tanta repercussão no estado e foi também notícia nacional venha agora a ser ignorado pela imprensa. E onde fica o direito à informação das pessoas?
O grande trunfo da polícia para continuar sustentando a tese de que Edmacy Cruz Ubirajara é o homem suspeito de atirar e matar o promotor Thiago Faria Soares, 36 anos é a imagem de uma câmera de segurança da cidade de Águas Belas a qual registrou o momento em que Edmacy entra no carro apontado como sendo o que interceptou o veículo do promotor, no dia 14 deste mês, na PE-300, em Águas Belas.
De acordo com o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, as imagens apresentadas pela família do suspeito, com as quais pretendem provar que ele é inocente, não garantem que o agricultor não tenha participado do crime. “Essas imagens mostradas pela família do suspeito não dizem que ele é inocente. Temos como provar que ele (Edmacy) entrou no carro usado no crime. Não temos dúvidas quanto à participação dos suspeitos nessa execução”, ressaltou Damázio.
Enquanto isso, familiares dos dois suspeitos seguem afirmando que eles são inocentes. Durante todo o dia de ontem, quatro pessoas prestaram depoimento sobre o caso na Delegacia de Águas Belas. Ontem completou oito dias que o promotor Thiago Faria foi assassinado com quatro tiros de espingarda calibre 12. Até agora, nem o carro nem a arma utilizados no crime foram encontrados pela polícia.
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A polícia ainda tem dúvidas de como a advogada Mysheva Ferrão Martins, 30 anos, conseguiu escapar do atentado ao carro onde ela se encontrava, juntamente com o noivo, o promotor Thiago Faria Soares, e um tio, na manhã da última segunda-feira. O promotor foi morto com quatro tiros de espingarda calibre 12, na deserta PE-300.
O diretor de Operações Especializadas da Polícia Civil, Joselito Kerhle, que passou a semana no município de Águas Belas à frente das investigações, confirmou que há dúvidas quanto à dinâmica de como Mysheva conseguiu sobreviver.“Não está claro se deixaram ela fugir ou se ela conseguiu escapar. Esse ponto ainda precisa ser esclarecido”, contou.
A advogada já foi ouvida quatro vezes pelos investigadores, sendo a última ontem. Ao todo, foram três longos depoimentos e uma conversa informal, em sua casa, em Águas Belas. Ela afirmou que também deveria ter sido executada, caso não tivesse se fingido de morta no momento do crime. De forma confusa, ela também já teria afirmado que pulou do carro quando viu que os matadores, em um Corsa, retornavam após ter disparado o primeiro tiro que atingiu o braço do noivo.
A advogada contou ainda que teria se escondido numa vala, ao lado da pista. “Precisamos ter certeza dessas informações”, disse Kerhle. O tio de Mysheva, que está sendo poupado dos depoimentos por ter problemas de saúde, conseguiu escapar dos tiros sem ferimentos. De acordo com a polícia, Mysheva tem apenas uma escoriação em um dos joelhos.
Será celebrada na manhã deste domingo, na Capela de São Sebastião, no centro de Águas Belas, a missa de sétimo em memória do promotor Thiago Faria Soares, 36 anos, que foi assassinado com quatro tiros de espingarda, na última segunda-feira. A celebração está prevista para as 10h, na igreja que fica a poucos metros da casa de Mysheva Ferrão Martins, noiva de Thiago.
Já que Thiago era natural do Rio de Janeiro, é provável que nenhum familiar dele participe da missa. Mysheva e seus familiares devem comparecer à igreja. A celebração será realizada pelo padre Evandro da Silva. Na noite deste sábado, a capela estava lotada de fiéis e alguns deles comentavam sobre a celebração pela alma do promotor. Algumas pessoas, inclusive, disseram que iriam participar. “Estou hoje aqui na missa para pedir o fim da violência em nossa cidade. Amanhã (domingo), estarei aqui novamente”, disse uma dona de casa.
A noiva do promotor Thiago Faria Soares, assassinado no início dessa semana, Mysheva Ferrão Martins, passou a ter escolta da Polícia Militar. A proteção foi uma determinação da Secretaria de Defesa Social (SDS), diante também das ameaças que teriam sido feitas a ela pelo fazendeiro José Maria Rosendo Barbosa, segundo funcionários da Fazenda Nova, apontado pela polícia como o mandante do assassinato do promotor. A advogada contou aos delegados que recebeu a informação, depois do crime, de que uma pessoa teria ouvido comentários de que o noivo seria morto com um tiro de 12 na cabeça.
Diante das muitas dúvidas que estão surgindo nas investigações, é possível que, neste final de semana, a advogada seja novamente ouvida. Funcionários da fazenda relataram que Zé Maria teria declarado que iria usar uma faca para “rolar o pescoço dela e colocar a cabeça em cima de uma estaca do lado de fora da fazenda”. Ainda em conversa com os policiais, Mysheva contou que não está esperando um filho do promotor, como se comenta na cidade de Águas Belas. Apesar disso, e de a cerimônia do casamento marcada para o dia 1º de novembro não ter acontecido, ela poderá pedir a pensão junto ao MPPE.
Uma reunião entre três pistoleiros e o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, o Zé Maria, ocorrida 15 dias antes do assassinato do promotor Thiago Faria Soares, além das imagens de câmeras de pontos comerciais de Águas Belas que mostram José Maria e Edmacy Cruz Ubirajara circulando pelo município na manhã do crime, fazem a polícia relacionar diretamente a dupla ao assassinato.
No entanto, embora a disputa de terra entre o fazendeiro Zé Maria e Mysheva Martins continue sendo a principal linha de motivação para a execução do promotor, a polícia disse que ainda não descartou nenhuma outra possibilidade para o assassinato. Ontem, a Polícia Civil afirmou que existe a possibilidade de Zé Maria, que ainda está foragido, ter sido o motorista do veículo que interceptou o carro do promotor, e de onde saíram os disparos de espingarda calibre 12 que o mataram.
Já as imagens que foram solicitadas de um estabelecimento na PE-300, via onde o atentado ocorreu, foram encaminhadas para o Instituto de Criminalística (IC), no Recife, para serem melhoradas. A polícia informou que elas têm baixa qualidade. Segundo o chefe da Polícia Civil do estado, delegado Osvaldo Morais, através dos depoimentos colhidos até agora, foi constatado que havia vários rumores na localidade de que o promotor seria executado por defender os interesses da noiva.