Os delegados da Polícia Federal em todo o Brasil vão cruzar os braços nesta quarta-feira. De acordo com a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), a paralisação alcancará toda a categoria, a qual está insatisfeita com o descaso do governo com as reivindicações pleiteadas. O movimento será feito em conjunto com as demais carreiras típicas de estado. Segundo o representante regional da ADPF em Pernambuco, Daniel Silvestre de Lima, os delegados cansaram de esperar por uma negociação que se arrasta há anos sem nenhum avanço. “São anos de descaso do governo federal, e a inflação nesse período vem corroendo os vencimentos de todos os servidores da Polícia Federal. Ademais, têm se acumulado sucessivos cortes no orçamento da PF, fato que decerto compromete o desenvolvimento de um trabalho cuja qualidade é reconhecida pela população”, disse o delegado.
O dirigente ressaltou ainda a situação vivenciada na unidade da PF localizada em Salgueiro, no Sertão do estado, que conta com apenas dois delegados lotados para atender às demandas de 39 municípios. “Há quase cinco anos não é lotado um delegado sequer na unidade.” O último concurso para delegado federal ocorreu em 2004. A falta de recursos materiais e humanos, bem como as precárias condições de trabalho para os servidores estão na pauta de reivindicações junto com a recomposição salarial da categoria. Assim como também reclamam os agentes e escrivães da Polícia Civil. Os delegados estaduais, ao que parece, não têm do que reclamar. Seguem trabalhando normalmente.
No Recife, os delegados federais vão realizar um ato às 9h na Superintendência da PF de Pernambuco, e após – por volta das 10h30 – irão se juntar a outras categorias do funcionalismo público federal em ato conjunto a ser realizado de fronte à sede do Banco Central do Brasil. Os delegados também estão solidários com o pleito de recomposição das perdas inflacionárias das demais carreiras da Polícia Federal, uma vez que a defasagem salarial é generalizada na instituição. Caso o governo não sinalise com nenhuma proposta, a categoria está disposta a intensificar o movimento com paralisações crescentes de 48 horas, 72 horas e, por último, greve geral por tempo indeterminado, ampliando os movimentos reivindicatórios dos servidores policiais e administrativos da Polícia Federal.