Por Thamires Oliveira
Especial para o Diario
Após o feriadão do São João, os comerciantes Genivaldo Lima, 49 anos, e José Marcionila Santos, 56, encontraram a grade de sua loja amassada e muito danificada. Uma tentativa de arrombamento que, por sorte, não deu certo. O sentimento de medo dos comerciantes e moradores aumenta, juntamente com a frequência dos assaltos no entorno do Túnel da Abolição, no bairro da Madalena, ao lado da Avenida Caxangá.
“É muito preocupante. Depois da construção do túnel o movimento diminuiu, ficou esquisito andar por aqui e tem assaltos quase todos os dias, de manhã, à tarde e à noite. Não importa a hora”, relata Genivaldo.
Moradores, estudantes e motoristas que transitam naquela área denunciam que a quantidade de assaltos vem aumentando e o policiamento é insuficiente. A situação fica ainda mais grave no turno da noite, quando o comércio fecha e diminui a circulação de carros e pedestres. Josias Costa passa todos os dias por cima do túnel, mas não recomenda a ninguém fazer esse trajeto.
“A gente corre o risco de ser assaltado a qualquer momento. Depois das 18h eu até prefiro mudar de rota. E o pior é que quase não vemos policiamento”, afirma o professor de judô.
Há apenas três meses, Ana Morreira, 26, trabalha em uma banca do jogo do bicho na Rua João Ivo da Silva, próximo à Avenida Caxangá. Em pouco tempo que trabalha lá, Ana já presenciou vários assaltos e teme que aconteça o mesmo com ela. “Daqui a gente sempre vê os assaltos, à luz do dia mesmo. Essa semana uma moça foi assaltada por dois homens com uma faca. Outro dia levaram o celular e dinheiro de uma senhora de Carpina. Dá medo ficar aqui, mas a gente tem que trabalhar”, confessa a cambista. Segundo ela, na maioria dos casos, os assaltantes estão com facas nas mãos.
De acordo com o 13º Batalhão da Polícia Militar, responsável pela segurança da área, o policiamento é realizado diariamente por duas viaturas, quatro motos e dois policiais militares a pé. “Não temos muitos registros”, diz o sargento Daniel Oliveira. “É necessário que as vítimas registrem o Boletim de Ocorrência, para que possamos identificar esses assaltos”, ressalta o sargento do 13º BPM.