Remís e Verônica. Duas mulheres assassinadas. Duas vítimas de feminicídio. Crime praticado pela condição da vítima ser mulher. Pernambuco está encerrando o ano de 2017 com o vergonhoso registro de 77 crimes de feminicídio. Isso sem falar nos 5.030 homicídios notificados no estado de janeiro a novembro deste ano. Nesta sexta-feira pela manhã, foi preso um homem suspeito de matar a esposa no bairro da Charneca, no Cabo de Santo Agostinho.
De acordo com a polícia, Severino Cabral de Araújo Filho, 41, assassinou Verônica Maria da Silva, 45, com duas facadas na cabeça enquanto ela dormia no sofá, na residência do casal. Antes de fugir, o homem deixou uma carta confessando o crime e alegando ter obedecido “ordens de uma entidade”. Os dois estavam casados havia 12 anos. Severino foi preso na casa do pai dele, no mesmo bairro onde aconteceu o crime. O suspeito foi encaminhado para a Delegacia da Mulher, onde foi autuado em flagrante por feminicídio.
Segue preso no Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, o auxiliar de pedreiro Paulo César Oliveira, 25, acusado de assassinar a namorada Remís Carla Costa, 24. O crime aconteceu no dia 17 de dezembro dentro de casa de Paulo César, no Loteamento Novo Caxangá. Ele ocultou o corpo da universitária em uma área perto dos fundos do local onde morava. O cadáver só foi localizado no dia 24. Remís já havia prestado queixa de agressão contra o namorado no dia 23 de novembro e até solicitado medida protetiva para que ele não se aproximasse dela. Amigos da vítima denunciam que Remís não teve a atenção e proteção necessárias por parte do estado.
Na tarde desta sexta-feira, a Polícia Civil prendeu o homem apontado como o assassino da auxiliar de ensino Marcela Gomes Leite, 32 anos, morta com mais de 30 facadas, na última terça-feira, no bairro de Aguazinha, em Olinda, no Grande Recife. A violência com a qual o crime foi praticado deixou parentes, amigos e vizinhos da vítima revoltados. Marcela era muito querida por todos na localidade onde morava. Denilson Andrade da Silva, 28 anos, também seguiu para o Cotel. Ele teria dito à polícia que cometeu o crime porque entrou na casa da vítima para furtar um telefone celular e Marcela teria acordado e tentado uma reação. No entanto, o caso ainda não foi detalhado pelos investigadores.