Segurança confessa tiro contra jovem, mas diz que foi acidental

Revelada a identidade do autor do disparo que mantém o torcedor do Náutico, Lucas Lyra, de 19 anos, sob risco de vida no Hospital da Restauração. José Carlos Feitosa Barreto tem 37 anos. Ele trabalhava a serviço de uma empresa de ônibus e confessou ter disparado a arma acidentalmente. O suspeito, no entanto, negou que trabalhasse como segurança. Segundo ele, que não tem porte de arma, a empresa nunca autorizou o uso de arma de fogo. José Carlos descreveu sua função como “controlador de tráfego”. Os responsáveis pela investigação concederam entrevista coletiva na tarde dessa terça-feira, no auditório da sede da Polícia Civil.UNICOM - Policia Civil<br /><br /><br /><br /><br />
José Carlos Feitosa Barreto, 37 anos, suspeito de efetuar disparo contra torcedor do Náutico

José Carlos não foi apresentado à imprensa e segue detido na Departamento de Homícidos e Proteção à Pessoa (DHPP) para contribuir com o resto das investigações. O secretário de defesa social do estado, Wilson Damázio, deu detalhes da operação. Intimado a comparecer a se apresentar após o avanço das investigações, José Carlos prestou depoimento na sede da DHPP na tarde da última segunda-feira. Na ocasião, confessou ter sido o autor do disparo, mas acabou liberado porque a Justiça ainda não havia expedido o mandado de prisão, o que só ocorreu horas depois.

No início da manhã dessa terça-feira, o suspeito foi detido na casa de uma companheira, em Nova Descoberta, sem oferecer resistência. Segundo a versão do próprio José Carlos, o tiro foi consequência do revide a uma tentativa de apedrajamento por parte de alguns dos torcedores envolvidos no tumulto ocorrido na frente da sede do Náutico, sábado à noite, pouco antes do início do jogo entre Náutico e Central.

O segurança confessou ter espancado três torcedores que estariam entre os seus agressores. Um deles era primo de Lucas Lyra, que teria partido pra cima de José Carlos ao ver a cena. Segundo o relado do acusado, o tiro saiu acidentalmente quando ele usava a arma para bater na cabeça dos torcedores. De acordo com o diretor geral de polícia especializada, Joselito Kehrle, pelas imagens da câmera da Secretaria de Defesa Social (SDS) usadas na investigação, não é possível discernir se o tiro foi ou não acidental.

Do Super Esportes. Leia matéria completa na edição impressa do Diario desta quarta-feira.

Protesto de greve pode virar guerra entre polícias

 

É imprevisível o que vai acontecer na tarde desta quarta-feira quando os policiais civis tentarem sair em passeata até o Centro de Convenções, onde está funcionando a sede do governo do estado. Imprevisível porque na tarde dessa terça-feira, o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernamnbuco (TJPE) Silvio de Arruda Beltrão solicitou ao comandante da Polícia Militar, coronel Luís Aureliano, que disponibilizasse a força policial que se fizer necessária para impedir a passeata que os civis, que estão em greve há mais de uma semana, anunciaram para as 14h desta quarta.

A coisa pode ficar feia, levando em conta que já não existe um clima muito ameno entre as duas polícias e ainda mais que o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) já havia determinado que o protesto seria pacífico. Garantia essa que foi por água abaixo no momento em que os civis sabem que poderão ser impedidos pelos militares de lutarem por seus direitos. A categoria quer um aumento de 65% nos salários, melhores condições de trabalho e equipamentos de segurança novos. O governo já havia dito que não teria negociações além das já acertadas no ano passado, que seria um reajuste de 43% até o ano de 2014.

Em seu pedido, o desembargador Silvio Beltrão, o mesmo que já julgou a ilegalidade da greve justifica que “à luz dos fatos trazidos à baila (debate), os quais são de efetiva notoriedade pública, a categoria dos policiais civis vem paulatinamente descumprindo os termos da decisão que determinou a suspensão da greve com imediato retorno ao trabalho”, disse o desembargador. O Sinpol garantiu que a passeata que terá concentração na frente do Instituto de Criminalística (IC), na Rua Odorico Mendes com a Avenida Agamenon Magalhães está mantida para esta tarde.

O que ninguém sabe é o que pode acontecer quando os civis ganharem a rua. Estamos tratando de profissionais que já estão com os psicológicos muito abalados pelas cobranças e perigos inerentes da profissão, pelas decepções e frustrações com o governo e com a facilidade de ambas as partes trabalharem com uso de arma de fogo. Caso alguns não consigam contralar suas emoções e tragédias aconteçam, a pergunta é, desde já, quem será ou serão os responsáveis?

 

Greve da PC completa uma semana sem avanços

 

Nesta segunda-feira faz uma semana que os policiais civis de Pernambuco iniciaram uma greve por tempo indeterminado reivindicando melhores condições de trabalho e reajuste salarial. No entanto, o movimento parece não está com tanta força. Até agora, não houve nenhum avanço nas negociações com o governo do estado que já havia dito que a categoria terá um reajuste real da ordem de 47,34% até 2014. Esse número foi acertado em acordo firmado entre o governo e o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) durante negociações realizadas no ano passado.

Com a paralisação dos policiais, alguns procedimentos estão deixando de ser feito e outros estão sendo realizados de forma mais lenta. Segundo o Sinpol, apenas três delegacia de plantão deveriam estar funcionando, no entanto, a chefia da Polícia Civil fez um levantamento na última sexta-feira de todas as ocorrências realizadas no estado e garante que mais unidades estão trabalhando sem aderir ao movimento. Para tentar pressionar os grevistas, o governo disse que iria cortar as diárias de quem faltasse ao trabalho. A ameaça não surtiu efeito positivo. Nesta quarta-feira, a categoria pretender fazer uma passeata e tentar falar com o governador Eduardo Campos.

Confira o documento enviado pela Polícia Civil na íntegra:

A Chefia de Polícia Civil vai assegurar o atendimento em todas as unidades de plantões da Capital, Região Metropolitana e interior, incluindo as Forças-Tarefas de Homicídios do DHPP, apesar da insistência do Sinpol em manter o movimento grevista decretado ilegal pelo Poder Judiciário. Os servidores policiais que insistirem em faltar ao serviço terão o lançamento destas faltas computadas ainda na Folha de Pagamento para este mês de Julho. Será procedida uma criteriosa apuração no controle de freqüência dos policiais civis tanto pela Coordenação de Plantão como também pela Corregedoria da Secretaria de Defesa Social. Para exclusivamente estes agentes, comissários, escrivães e peritos papiloscopistas que se ausentarem do serviço ou se negarem na prestação de atendimento à população, a remuneração será suspensa, vindo a ser percebida apenas no dia 07 de Agosto, com o devido desconto. Até o momento, 405 policiais civis tiveram seus nomes informados a Secretaria de Administração (SAD) para descontos nos contra-cheques e somente receberão seus salários no dia 07/08. Também haverá uma apuração quanto a responsabilidade administrativa por eventuais ações ou omissões destes policiais que venham a prejudicar à sociedade pernambucana. É importante salientar ainda, que os policiais civis que registrarem 30 dias seguidos de faltas ao trabalho poderão ser demitidos, conforme prevê a Lei 6.425 (Estatuto dos Policiais Civis de Pernambuco).

 

Os serviços de emissão da carteira de identidade e certidões negativas, expedidas pelo Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) nos postos de atendimento do Expresso Cidadão continuam sendo realizados normalmente, apesar da greve dos policiais civis. Segundo a SDS, o prazo para entrega da carteira de identidade continua sendo de três dias. Já as pessoas que são cadastradas no Sistema de Registro Civil do Instituto podem retirar o documento na hora, como também aconteceu com as certidões negativas. Pernambuco tem mais de seis mil policiais civis e o salário inicial da categoria é de R$ 2,6 mil. Eles estão querendo um reajuste de 65%, melhores condições de trabalho e equipamentos de segurança novos.

De acordo com o Sinpol, Pernambuco paga o vigésimo pior salário do país aos policiais. A categoria alega que o Pacto pela Vida tem conseguido reduzir a violência à custa dos baixos salários dos policiais. A chefia da PC afirma que estão sendo feitos esforços para melhorar a situação da categoria. Um total de 640 policiais que foram aprovados no concurso de 2006 serão nomeados em breve. Além disso, o governo aumentou a gratificação da hora de folga e já estaria realizando a troca de coletes velhos por novos.

 

Policiais civis desabafam, diante da greve no estado

 

O blog tem recebido diversas denúncias de policiais civis, inclusive delegados, relatando a precariedade com a qual estão sendo obrigados a trabalhar e mostrando que a categoria está descontente com os salários recebidos. Nessa segunda-feira, como forma de dar mais uma injeção de ânimo nos servidores, o governo do estado anunciou o aumento dos valores do Programa de Jornada Extra (PJEs) para todos os policiais e muitas outras novidades para tentar dar mais segurança à população, que ainda sente na pele os males da criminalidade nas ruas e avenidas da Região Metropolitana do Recife e do interior do estado.

Em uma das mensagens enviadas ao blog, o policial relata que reconhece o esforço do governo para melhorar alguns pontos como o PJE, o Prêmio de Defesa Social (PDS), o investimento nas equipes de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) e que a categoria sabe que falta efetivo, falta material de proteção e que algumas delegacias estão em situações precárias. Porém, o mesmo e-mail afirma o seguinte: “Por gentileza, solicito que o blog divulgue a insatisfação dos policiais civis com o governo do estado no tocante ao reajuste salarial da categoria. Isso é o estopim da decretação da greve por tempo indeterminado. Estamos na 20ª posição no ranking salarial dos policias civis do Brasil”, diz o policial.

Em outro e-mail recebido pelo blog, o denunciante cobra que os agentes civis e os escrivães recebem o mesmo percentual de risco de função policial que os delegados recebem atualmente. “Se o governo pagasse aos agentes e escrivães de polícia os mesmos 225% de gratificação que é creditado mensalmente para os delegados os profissionais estariam mais motivados. Agentes e escrivães recebem 100% de gratificação. A vida de um delegado de polícia vale mais que a de um agente ou escrivão?”, questiona o policial.