PMs agora têm lugar reservado na Delegacia de Jaboatão

Quem já esteve em uma delegacia de polícia ou pelo menos conhece o cotidiano de uma deve saber que é para lá que são levadas as pessoas presas em flagrante pela Polícia Militar. No entanto, quando uma viatura policial chega à delegacia, para entregar a ocorrência aos agentes, é necessário que seja feita uma comunicação. Esse procedimento é realizado através de um Boletim de Ocorrência (B.O). Uma coisa que os PMs sempre se queixam é de que não há um lugar adequado para que esse B.O seja preenchido.

Eu mesmo já presenciei várias vezes policiais militares relatando a ocorrência dentro das viaturas que trabalham. Alguns preferem usar o carro como apoio para escrever e outros buscam o balcão ou uma mesa que estiver desocupada na delegacia para preencher a comunicação. A partir de agora, pelo menos os PMs que trabalham no 6º BPM e cobrem a área de Jaboatão Centro estarão livres dessa agonia.

PMs têm área reservada para fazer B.Os. Foto: Igor Leite/Divulgação
PMs têm área reservada para fazer B.Os. Foto: Igor Leite/Divulgação

É que a delegacia comandada pelo delegado Igor Leite reservou um local especialmente para receber os policiais militares. Uma mesa e uma cadeira estão destinados exclusivamente para os PMs preencherem seus boletins antes de repassarem o caso para a Polícia Civil. A ideia bem que poderia ser utilizada por outras delegacia, né? Iria otimizar o tempo de trabalho e beneficiar ainda mais a população.

 

Todos suspeitos de participar da morte do policial militar estão identificados

A polícia já identificou os outros dois suspeitos de participação na morte do soldado da PM Moisés Félix da Silva, 35 anos, assassinado na noite da terça-feira, na Ilha de Itamaracá, após uma tentativa de assalto. Segundo o delegado Gilmar Rodrigues, dois homens foram autuados em flagrante no mesmo dia da morte. A outra dupla de suspeitos está sob custódia em dois hospitais da RMR porque foram baleados pelo PM no confronto.

Gilmar Rodrigues investiga o caso. Foto: Lilian Pimentel/Esp/DP/D.A Press.

“Sabemos quem foi o autor dos disparos e quem tentou tomar o cordão de prata do policial antes da troca de tiros. O rapaz que atirou, inclusive, já estava com dois mandados de prisão decretados contra ele por crimes de roubo. Ele é apontado como chefe de uma quadrilha de assaltantes”, apontou Rodrigues. Moisés entrou na polícia há seis anos, era casado e deixou uma filha. Ele estava de folga no momento do crime.

Leia mais sobre o assunto em:

Dois suspeitos de matar PM em Itamaracá estão presos

Policial militar assassinado durante desfile de bloco de carnaval

 

Nem a pau, Juvenal. Delegado preso por corrupção não vai mais para o Cotel

Já perdi as contas de quantas matérias escrevi onde as pessoas acusadas de cometer delitos, após presas em flagrante, eram encaminhadas para o Cotel ou Aníbal Bruno. Também não sei dizer o número de quantos desses casos eram relativos a pequenos furtos ou prisões por posse de pequenas quantidades de drogas. Não estou aqui querendo dizer que sou a favor de crimes considerados “pequenos”, mas apenas ponderar que nem sempre a lei é cumprida de forma igual para todos. Digo isso porque depois de ter sido preso em flagrante, segundo a polícia, por estar recebendo propina para liberar um caminhão que estava em sua delegacia e passar mal, o delegado Carlos Gilberto conseguiu pagar uma fiança de mais de R$ 8 mil e não ir mais para a prisão após a alta médica que deve receber em breve. Ele está internado no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape).

Pois bem, em 2006, o Diario de Pernambuco publicou uma reportagem onde um jovem de 18 anos havia sido condenado a cinco anos de prisão por ter roubado um galo e uma galinha. Juvenal Gomes do Nascimento, morador da cidade de Pedra, a 275 quilômetros do Recife, cumpriu a pena em regime semi-aberto, no Presídio de Canhotinho, no Agreste, porque era réu primário e confesso. O crime ocorreu na madrugada de 10 de agosto de 2005. Segundo a denúncia do Ministério Público, Juvenal, juntamente com outros dois homens, tentaram arrombar a porta da casa de um casal de idoso, no Sítio Bica de Baixo.

Supõe-se que tentavam roubar a moto do filho do casal. Um dos donos da casa acordou e gritou. Assustado, o trio fugiu. Juvenal levou consigo uma galinha e um galo que estavam no quintal. A polícia foi acionada e o prendeu em flagrante. Uma das aves já estava morta. A outra foi devolvida. Juvenal, então, entregou um galo seu como forma de repor a galinha abatida. O Ministério Público o denunciou por furto qualificado em 25 de agosto de 2005. A sentença veio em 24 de fevereiro de 2006, acatando o pedido do promotor.

E Juvenal, que era analfabeto e desempregado, pagou à Justiça pelo seu erro. Assim como ele, vários Juvenais pagaram e pagam pelos seus delitos enquanto pessoas que cometeram crimes muito mais graves seguem desfrutando da maior liberdade. E assim caminha a humanidade.

Leia matéria publicada no Diario de Pernambuco desta sexta-feira sobre o pagamento de fiança feito pelo delegado preso.

O delegado Carlos Gilberto Freire de Oliveira, 61 anos, aguarda para hoje o resultado de um exame que poderá determinar ou não a realização de uma cirurgia. Preso em flagrante no dia 16 após ser autuado por policiais da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), o delegado foi socorrido e acabou ficando internado no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape). Carlos Gilberto foi flagrado recebendo R$ 700,00, que seriam para liberar um caminhão apreendido.

Segundo o advogado do delegado, José Pessoa Lins Junior, somente haverá pronunciamento se ele for indiciado no inquérito e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) aceitar a denúncia. Na quarta-feira, apesar de posicionamento contrário do MPPE, a juíza Ana Cristina de Freitas Mota, da Vara dos Crimes Contra a Administração Pública e a Ordem Tributária da Capital, acatou o pedido de liberdade provisória mediante pagamento de fiança de R$ 8.086,00.