Delegados do caso Thiago Faria têm nova reunião nesta quinta-feira

Acontece na manhã desta quinta-feira, na Delegacia de Águas Belas, mais uma reunião entre os delegados responsáveis pela investigação da morte do promotor Thiago Faria Soares, 36 anos. Participam no encontro os delegados Rômulo Holanda (que preside o inquérito), Salustiano Albuquerque, Glaukus Menck e Josineide Confessor. O objetivo da reunião é dividir as tarefas e definir os próximos passos da investigação.

A Polícia Civil informou nessa quarta-feira que poderá solicitar a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de todas as pessoas que estão sendo investigadas e ouvidas no caso. Segundo o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, delegado Osvaldo Morais, os pedidos que ainda não foram feitos serão providenciados nos próximos dias.

Depois de um dia inteiro de reuniões sobre as investigações do assassinato do promotor Thiago, foram definidos os nomes dos representantes do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que irão acompanhar os trabalhos realizados pelos delegados e promotores que apuram o crime.

Ao final da reunião realizada no Fórum de Águas Belas entre a Polícia Civil (PC) e o MPPE, a sub-procuradora Laís Teixeira informou que ela, o também sub-procurador Fernando Barros e o promotor Rinaldo Jorge irão acompanhar toda a investigação.

Reunião nesta quarta-feira vai definir novas estratégias na investigação

Uma nova reunião entre os delegados e promotores de Justiça envolvidos nas investigações sobre a morte do promotor Thiago Faria está programada para acontecer nesta quarta-feira. O objetivo é definir os próximos passos que serão dados para elucidar o crime e capturar o suposto mandante, Zé Maria, que ainda está foragido. O Disque-Denúncia oferece R$ 10 mil como recompensa, sob anonimato.

O encontro acontecerá na Delegacia de Águas Belas, onde estão concentradas as investigações. Nessa segunda-feira, apenas um depoimento foi colhido pela polícia. Um borracheiro, cuja identidade está sendo mantida em sigilo, foi convocado a prestar esclarecimentos. Na saída, a testemunha não quis falar com a imprensa.

O promotor Guilherme Castro acompanhou os trabalhos da polícia. Além dele, o promotor Epaminondas Ribeiro Tavares também esteve na Delegacia de Águas Belas. Já a delegada Josineide Confessor voltou à cidade para acompanhar as investigações.

Polícia faz exame moderno para tentar encontrar chumbo em suspeito de crime

Um aparelho de última geração está sendo usado por peritos do Instituto de Criminalística (IC) para identificar se há elementos químicos como pólvora e chumbo, encontrados em ações de disparos de arma de fogo, nas mãos e pele do agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, suspeito de ter assassinado o promotor Thiago Faria Soares.

Conhecido como Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), o aparelho aumenta o tamanho da imagem de uma partícula até 300 mil vezes. O microscópio óptico chega a ampliar no máximo 200 vezes, por exemplo. O resultado dessa análise será comparado com o laudo do exame residuográfico, feito na semana passada.

Suspeito de ter atirado, Edmacy continua preso no Cotel (PAULO PAIVA/DP/D.A PRESS)

“O resultado do MEV é muito preciso, por isso ele foi solicitado à UFPE”, pontuou o perito Fernando Benevides, que coordena as perícias. O resultado não tem prazo para ser divulgado, mas o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, solicitou prioridade no caso. O MEV foi usado, no ano passado, em perícias no corpo do empresário da construção civil Sérgio Falcão, encontrado morto dentro do apartamento, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

Na tarde dessa terça-feira, o professor Carlos Ubirajara, irmão do suspeito, entregou aos delegados responsáveis pelo caso um CD com as imagens que mostram o carro que seria de Edmacy circulando pela cidade na manhã do crime, além de uma relação com nome e endereço de testemunhas que podem falar a favor do agricultor. As imagens serão encaminhadas ao IC junto com uma foto de Edmacy, para que sejam comparadas.

O silêncio no caso do promotor Thiago Faria Soares

Nove dias após a morte do promotor de Itaíba, Thiago Faria Soares, a Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) não querem mais dar qualquer informação a respeito das investigações sobre o assassinato. Segundo os investigadores, a decisão foi tomada em conjunto pela polícia e pelo MPPE, que já solicitaram ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) o sigilo absoluto sobre as investigações.

A Secretaria de Defesa Social (SDS) encaminhou uma nota informando que em razão da solicitação feita à Justiça pelo presidente do Inquérito e pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de decretação de sigilo nas apurações do assassinato do promotor Thiago Faria, a partir desta data os integrantes da SDS e dos seus Órgãos Operativos, estão impedidos de darem entrevistas sobre o caso.

Já  o Tribunal de Justiça de Pernambuco informou que recebeu no início da tarde desta terça-feira o pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para decretar o sigilo nas apurações do assassinato do promotor Thiago Faria. O pedido ainda está sendo analisado pelo juiz Caio Neto de Jomael Oliveira Freire. 

Só não podemos entender como um crime que teve tanta repercussão no estado e foi também notícia nacional venha agora a ser ignorado pela imprensa. E onde fica o direito à informação das pessoas?

Polícia tem imagem que mostra suspeito entrando no carro do crime

O grande trunfo da polícia para continuar sustentando a tese de que Edmacy Cruz Ubirajara é o homem suspeito de atirar e matar o promotor Thiago Faria Soares, 36 anos é a imagem de uma câmera de segurança da cidade de Águas Belas a qual registrou o momento em que Edmacy entra no carro apontado como sendo o que interceptou o veículo do promotor, no dia 14 deste mês, na PE-300, em Águas Belas.

De acordo com o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, as imagens apresentadas pela família do suspeito, com as quais pretendem provar que ele é inocente, não garantem que o agricultor não tenha participado do crime. “Essas imagens mostradas pela família do suspeito não dizem que ele é inocente. Temos como provar que ele (Edmacy) entrou no carro usado no crime. Não temos dúvidas quanto à participação dos suspeitos nessa execução”, ressaltou Damázio.

Polícia continua buscando suspeitos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Polícia continua buscando suspeitos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Enquanto isso, familiares dos dois suspeitos seguem afirmando que eles são inocentes. Durante todo o dia de ontem, quatro pessoas prestaram depoimento sobre o caso na Delegacia de Águas Belas. Ontem completou oito dias que o promotor Thiago Faria foi assassinado com quatro tiros de espingarda calibre 12. Até agora, nem o carro nem a arma utilizados no crime foram encontrados pela polícia.

Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook

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Ex-noivo de Mysheva depõe nesta segunda sobre morte de promotor

Está previsto para esta terça-feira, em horário não definido, o depoimento de um ex-noivo da advogada Mysheva Freire Ferrão Martins, 30 anos, que, atualmente, estava noiva do promotor Thiago Faria Soares, morto no último dia 14 deste mês. O depoimento do comerciante se fez necessário para que a polícia possa esclarecer algumas dúvidas que estão surgindo durante a investigação. Apesar da linha de trabalho da polícia apontar para a questão envolvendo os 25 hectares de terra arrematados por Mysheva na Fazenda Nova, em Águas Belas, nenhuma hipótese ainda pode ser descartada.

Mysheva Ferrão Martins precisou ser amparada pelos familiares. Foto: Wagner Oliveira/ DP/ D A Press

Na manhã desse domingo, familiares e amigos de Mysheva e Thiago, que estavam com casamento marcado para o próximo dia 1, participaram da missa de sétimo dia em memória da alma do advogado. A pequena capela de São Sebastião, no centro da cidade, ficou lotada. Quase todos os participantes estavam usando uma camisa com a foto de Thiago na frente e uma foto dele com Mysheva nas costas. Durante toda a celebração, a noiva do promotor esteve visivelmente emocionada e foi amparada por familiares.

Na camisa estava escrita a mensagem: “Nem a morte vai ser capaz de te apagar, pois ficou um pedacinho de você em cada um de nós. Com Deus, todas as coisas são possíveis”

Polícia quer saber como noiva do promotor executado sobreviveu

A polícia ainda tem dúvidas de como a advogada Mysheva Ferrão Martins, 30 anos, conseguiu escapar do atentado ao carro onde ela se encontrava, juntamente com o noivo, o promotor Thiago Faria Soares, e um tio, na manhã da última segunda-feira. O promotor foi morto com quatro tiros de espingarda calibre 12, na deserta PE-300.

O diretor de Operações Especializadas da Polícia Civil, Joselito Kerhle, que passou a semana no município de Águas Belas à frente das investigações, confirmou que há dúvidas quanto à dinâmica de como Mysheva conseguiu sobreviver.“Não está claro se deixaram ela fugir ou se ela conseguiu escapar. Esse ponto ainda precisa ser esclarecido”, contou.

Mais uma vez ontem, a noiva do promotor assassinado foi ouvida pelos investigadores (PAULO PAIVA/DP/D.A PRESS)

A advogada já foi ouvida quatro vezes pelos investigadores, sendo a última ontem. Ao todo, foram três longos depoimentos e uma conversa informal, em sua casa, em Águas Belas. Ela afirmou que também deveria ter sido executada, caso não tivesse se fingido de morta no momento do crime. De forma confusa, ela também já teria afirmado que pulou do carro quando viu que os matadores, em um Corsa, retornavam após ter disparado o primeiro tiro que atingiu o braço do noivo.

A advogada contou ainda que teria se escondido numa vala, ao lado da pista. “Precisamos ter certeza dessas informações”, disse Kerhle. O tio de Mysheva, que está sendo poupado dos depoimentos por ter problemas de saúde, conseguiu escapar dos tiros sem ferimentos. De acordo com a polícia, Mysheva tem apenas uma escoriação em um dos joelhos.

Polícia Civil de Pernambuco entregará intimações via Correios

A Polícia Civil de Pernambuco apresenta nesta segunda-feira, às 9h, na Delegacia de Boa Viagem, o projeto piloto para a nova sistemática de intimações no estado. Trata-se de um contrato de prestação de serviço com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, que, a partir de agora, ficará a responsável pela entrega das intimações policiais.

O projeto piloto faz parte do Programa de Modernização da Polícia Civil e deverá agilizar o serviço e otimizar os recursos humanos e materiais.  A princípio, será contemplada a Delegacia de Boa Viagem. A intenção da polícia é de abranger  todas  as delegacias da Capital e Região Metropolitana.

Cerca de 330 intimações são expedidas por mês pela Delegacia de Boa Viagem. Com a intimação enviada através dos Correios, a Polícia Civil pretende dar mais celeridade e qualidade na atividade da polícia judiciária, além de proporcionar o bem-estar do cidadão. A economia dos recursos humanos e materiais resultarão em mais de 72%.

Com informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil

Missa em memória do promotor será celebrada neste domingo

Será celebrada na manhã deste domingo, na Capela de São Sebastião, no centro de Águas Belas, a missa de sétimo em memória do promotor Thiago Faria Soares, 36 anos, que foi assassinado com quatro tiros de espingarda, na última segunda-feira. A celebração está prevista para as 10h, na igreja que fica a poucos metros da casa de Mysheva Ferrão Martins, noiva de Thiago.

Missa será na capela de São Sebastião. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Missa será na capela de São Sebastião. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

Já que Thiago era natural do Rio de Janeiro, é provável que nenhum familiar dele participe da missa. Mysheva e seus familiares devem comparecer à igreja. A celebração será realizada pelo padre Evandro da Silva. Na noite deste sábado, a capela estava lotada de fiéis e alguns deles comentavam sobre a celebração pela alma do promotor. Algumas pessoas, inclusive, disseram que iriam participar. “Estou hoje aqui na missa para pedir o fim da violência em nossa cidade. Amanhã (domingo), estarei aqui novamente”, disse uma dona de casa.

 

Noiva do promotor Thiago Faria está sob proteção da Polícia Militar

A noiva do promotor Thiago Faria Soares, assassinado no início dessa semana, Mysheva Ferrão Martins, passou a ter escolta da Polícia Militar. A proteção foi uma determinação da Secretaria de Defesa Social (SDS), diante também das ameaças que teriam sido feitas a ela pelo fazendeiro José Maria Rosendo Barbosa, segundo funcionários da Fazenda Nova, apontado pela polícia como o mandante do assassinato do promotor. A advogada contou aos delegados que recebeu a informação, depois do crime, de que uma pessoa teria ouvido comentários de que o noivo seria morto com um tiro de 12 na cabeça.

Mysheva tem prestado vários depoimentos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Mysheva tem prestado vários depoimentos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Diante das muitas dúvidas que estão surgindo nas investigações, é possível que, neste final de semana, a advogada seja novamente ouvida. Funcionários da fazenda relataram que Zé Maria teria declarado que iria usar uma faca para “rolar o pescoço dela e colocar a cabeça em cima de uma estaca do lado de fora da fazenda”. Ainda em conversa com os policiais, Mysheva contou que não está esperando um filho do promotor, como se comenta na cidade de Águas Belas. Apesar disso, e de a cerimônia do casamento marcada para o dia 1º de novembro não ter acontecido, ela poderá pedir a pensão junto ao MPPE.

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