Passageiros de um ônibus que fazia a linha PE-15 Joana Bezerra tiveram um grande susto no início da noite deste sábado quando um homem foi morto com um tiro na cabeça dentro do coletivo.
Segundo a polícia, três rapazes subiram no ônibus uma parada antes do terminal. Um deles, que estava armado, entrou pela porta da frente e rendeu o motorista. Enquanto isso, outros dois suspeitos recolhiam pertences dos passageiros. O homem morto foi identificado pela polícia como Jaderson Rodrigues dos Santos, 24 anos, que segundo a polícia, era um dos assaltantes.
Policiais civis da Força-tarefa do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estiveram no local para registrar a ocorrência, assim como também peritos do Instituto de Criminalística (IC). A pessoa que atirou não foi identificada.
Muitos passageiros que chegavam e saíam da Estação do Metrô Joana Bezerra ficaram assustados com a movimentação no local. Após o término da perícia, o corpo da vítima foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro.
Nos próximos dois meses, mais de 5 mil atletas competirão em modalidades lúdicas e esportivas nos Jogos da Rua, um evento que, em sua primeira edição, reúne delegações de 32 complexos de favelas da região metropolitana do Rio. Com esportes como o futebol e o basquete e brincadeiras como amarelinha, pau na lata e peteca, a competição busca integrar as comunidades e aumentar a autoestima dos moradores.
“Eles não estão aqui defendendo uma competição, estão aqui defendendo a bandeira da favela deles. Já que eles moram lá, e já que a favela existe, precisamos valorizar esse território que sempre foi estigmatizado”, disse Celso Athayde, integrante do conselho da Central Única de Favelas (Cufa), que organiza os jogos. “As favelas são territórios que não podem conviver por barreiras historicamente construídas. Então, a gente cria formas de integração e alguns símbolos para que possamos ir eliminando essas barreiras. Os jogos são mais um salto neste pensamento”.
A escolha das 21 modalidades lúdicas procurou valorizar atividades que fazem parte do cotidiano e do lazer dos moradores das comunidades. Dentre os jogos que terão premiação com medalhas de ouro, prata e bronze estão dominó, sinuca, queimada, pião, pipa, sueca, totó, golzinho de rua, estilingue e futebol de botão. Até a batalha do passinho (uma competição de dança), nova moda nas comunidades, foi contemplada.
“Não existe na favela espaço físico em que a gente possa praticar atividades de alta perfomance, de alto rendimento. A gente resolveu valorizar o que a favela já faz, fazendo com que eles produzam o evento também”, disse Celso, que acrescentou que os jogos levam aos moradores das comunidades o espírito dos grandes eventos esportivos, dos quais são excluídos. “Eles não participam nem como voluntários, porque têm que saber inglês, então, como participar desse processo de alguma maneira e ter algum sentimento de pertencimento?”
Na cerimônia de abertura, sob o Viaduto Negrão de Lima, espaço cultural de grande importância em Madureira, na zona norte do Rio, o atleta olímpico do taekwondo Diogo Silva acendeu a pira que representa o início dos jogos. Amanhã (3), a competição começa com a primeira fase das disputas de amarelinha, com dois representantes de cada favela por gênero. Os jogos ocorrerão apenas nos fins de semana e um quadro atualizado de medalhas vai ser mantido no site da Cufa.