Morreu no Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista, o suspeito que trocou tiros com os policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, na tarde desta quarta-feira. A polícia estourou o cativeiro onde um comerciante do Ceasa (Cento de Abastecimento e Logística de Pernambuco) era mantido refém desde a última segunda-feira, no bairro de Jardim Paulista Baixo, em Paulista, no Grande Recife.
Duas mulheres e um homem foram presos e estão sendo encaminhadas para o GOE, no bairro do Cordeiro. A vítima estava amarrada e em condições subumanas. Fontes do blog informaram que o sequestro teria sido articulado por um ex-cunhado da vítima. Nesse momento, os técnicos estão realizando uma perícia no local onde a vítima estava. O comerciante foi levado para um hospital particular, mas está fora de perigo.
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Uma portaria conjunta das secretarias de Administração, Fazenda e Defesa Social do estado que considera a necessidade de repremir com mais eficácia os crimes contra o patrimônio, em especial os que envolvem instituições financeiras e aqueles com restrição de liberdade e as ocorrências de sequestro resolve estipular um valor de diárias para os policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE) e da Companhia Independente de Operações Especiais (CIOE). A “bondade” veio depois de três meses sem os servidores receberem um centavo de gratificação.
Alegando a necessidade de manter os policiais das duas unidades especializadas em regime de pronto emprego, para agir em qualquer região do estado, os secretários Ricardo Dantas (Administração), Paulo Câmara (Fazenda) e Wilson Damázio (Defesa Social), definiram os valores a título de diária, por dia trabalhado, limitado a 30 dias, para os servidores e militares da SDS que estiverem em serviço na campanha de ordem pública que ocorrerá durante o período de 08/11/2012 a 21/12/2012.
A portaria do Diário Oficial diz que tantos os civis como os militares receberão a diária de R$ 54,01 para cada dia trabalhado. A pechincha vai ser paga a todos os profissionais, sejam de alta patente ou operacionais de cargos mais baixos. No entanto, o que alguns policiais revelaram ao blog é que há três meses nem o GOE nem o CIOE estavam recebendo mais gratificações. Depois que foram criados os PJEs (programa de jornada extras) os benefícios deixaram de ser pagos. Para os beneficiados, essa portaria veio como uma espécie de cala-boca para que ninguém reclamasse. Porém, o que ninguém sabe, é como vai ficar a situação a partir do mês de janeiro.
A ferida ainda estava ardendo. Agora, não mais. Foram cobranças diretas por parte do governador do estado, do secretário de Defesa Social, das entidades de luta na questão da violência contra a mulher, da imprensa, das famílias das vítimas e da sociedade em geral. Dois dos homens mais procurados pela polícia pernambucana e considerados foragidos da Justiça, ambos por terem assassinado as ex-esposas, foram presos em menos de 15 dias. As histórias protagonizadas pelo ex-comerciante José Ramos Lopes Neto e pelo ex-comissário Eduardo Moura Mendes ganharam as páginas dos jornais e os programas de televisão pela crueldade e maneira fria como aconteceram.
Segundo a polícia e a Justiça, ambos mataram as ex-esposas porque as mesmas não queriam mais manter os relacionamentos. Os dois casos aconteceram em épocas bem distintas, mas acabavam andando juntos devido ao mesmo quesito. A impunidade. Impunidade essa que acabou com as prisões dos dois acusados.
José Ramos está preso no Cotel. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A/Press
José Ramos Lopes, que matou Maristela Just, atirou nos dois filhos pequenos e no cunhado, foi preso na última segunda-feira. Já Eduardo Moura, que baleou a professora Izaelma Cavalcante, (que morreu no hospital) foi preso no dia 17 de outubro.
As duas prisões foram realizadas pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, comandado pelo delegado Cláudio Castro. Em conversa com o editor do blog, o delegado Cláudio Castro conta como aconteceram as duas prisões. Confira a entrevista:
“Toda nossa equipe estava muito empenhada em resolver os dois casos”
Já que o caso é mais recente, o senhor pode dizer como aconteceu a prisão do José Ramos Lopes?
Estávamos com informações de que ele estaria na casa da atual esposa, mas precisávamos ter a certeza. Quando tivemos essa confirmação, então fomos até o apartamento. Fui com uma equipe, nos identificamos para o porteiro do prédio e subimos no edifício. Eu já havia ido lá outras vezes, inclusive quando o mandado de prisão foi decretado chegamos a procurar o José Ramos por lá. Bem, mas no dia da prisão, nada poderia dar errado. Alguns policiais já estavam em pontos estratégicos do edifício, caso ele tentasse reagir ou fugir, o que não aconteceu.
O que aconteceu quando o senhor o encontrou dentro do apartamento da atual mulher dele?
Eu mesmo fui até o apartamento, bati na porta me identifiquei e pedi para a mulher abrir a porta. Quando eu perguntei onde o José estava ela disse: tenha calma. Nessa hora, fui direto para o quarto e o encontrei na cama. Ele tomou um grande susto, mas não reagiu. Descobrimos que durante todo esse tempo ele não saía de dentro do apartamento para não ser visto pelos vizinhos. Daí o trouxemos para o GOE. A esposa dele ainda chegou a dizer: eu avisei a ele que não viesse para cá que era perigoso. Depois que deixou o GOE, ele foi levado para o Centro de Triagem. Aqui na delegacia ele disse que matou porque havia sido traído. Familiares da vítima afirmam que não houve traição por parte de Maristela.
E no caso da professora Izaelma? Como foi a prisão do suspeito?
Nessa investigação, desde que o menino (filho de Izaelma e Eduardo) foi resgatado da casa da avó paterna que eu estava mantendo contato com a família do Eduardo para que ele se entregasse à polícia, mas não houve acordo. Então, seguimos com as investigações e começamos a monitorar os lugares onde ele poderia estar. Mapeamos pontos em Alagoas e na cidade de Bezerros, no Agreste. No dia 16 de outubro, Eduardo esteve na casa da mãe de Izaelma para tentar ver o filho, no entanto, a avó materna não permitiu que ele entrasse na casa e ele disse que voltaria no dia seguinte. Como realmente fez e acabou sendo preso.
O senhor pode detalhar o momento da prisão dele?
Ficamos sabendo através do serviço de inteligência que Eduardo tentaria ver o filho de qualquer jeito no dia 17. Começamos, então, desde cedo, a monitorar a rotina do menino. Desde a hora que o garoto foi para a escola, estávamos observando tudo. Fomos até a porta da escola acompanhando a condução para que Eduardo não tentasse pegá-lo. Fizemos a mesma coisa na volta, que só aconteceu no início da noite e ele não havia aparecido ainda. Depois disso, fiquei dentro da casa da mãe de Izaelma e por volta das 20h Eduardo chegou para visitar o filho. Ele veio de moto e estava desarmado. Não chegou a entrar na sala, ficou no terraço. Foi quando eu dei voz de prisão e nós o trouxemos para o GOE.
Assim como a Delegacia de Capturas, cabe ao GOE também prender foragidos da Justiça. Como o senhor pode avaliar as prisões dos dois foragidos?
O que posso dizer com toda a certeza é que toda nossa equipe do GOE estava muito empenhada em resolver os dois casos. Ainda quando eu estava dando entrevista no dia da prisão de Eduardo Moura eu falei que não havíamos esquecido do caso Maristela Just. E graças a Deus, menos de 15 dias depois, conseguimos prender o José Ramos Lopes Neto e encaminhá-lo ao Centro de Triagem.
Há mais de dois anos, as polícias de Pernambuco e até a Interpol estiveram empenhadas em encontrar e prender o ex-comerciante José Ramos Lopes Neto, 47 anos. Acusado de matar a ex-mulher Maristela Just, atirar nos dois filhos pequenos e no cunhado, em 1989, ele estava foragido até essa segunda-feira, quando foi preso no bairro do Espinheiro, no Recife. A Justiça condenou José Ramos à revelia a uma pena de 79 anos de prisão. O fim dessa procura que parecia impossível, passados os 23 anos de impunidade, acabou após um telefonema para o serviço do Disque-Denúncia. O homem acusado de um dos homicídios e tentativas de homicídios que mais chocaram o estado, enfim, foi capturado. O denunciante vai receber nesta terça-feira o valor de R$ 10 mil pela informação que levou o Grupo de Operações Especiais (GOE) até o local onde o procurado estava. De cabelos e barba longos, José Ramos foi levado para a sede do GOE e depois para o Centro de Triagem, em Abreu e Lima.
Segundo o Disque-Denúncia, dos R$ 10 mil que serão pagos, R$ 7 mil foram dados pela família de Maristela Just e o restante pelo próprio serviço. Se você tem informação que possa levar à prisão pessoas acusadas de crimes ou até mesmo sobre tráfico de entorpecentes, maus-tratos contra idosos, perturbação de sossego e outras coisas, você pode telefonar para o número (81) 3421-9595 para a Região Metropolitana do Recife, (81) 3719-4545 para o interior do estado ou ainda pela internet no site www.disquedenunciape.com.br.
Os dois jovens que aparecem na foto acima são os filhos do casal José Lopes e Maristela. Nathália e Zaldo perderam a mãe e o pai muito cedo. Maristela por ter sido assassinada pelo ex-marido. José por ter assassinado a ex-mulher, naquele momento, também morreu para os filhos, que lutaram até agora para que a justiça pela morte da mãe fosse feita. “Estamos aliviados com a prisão de José Ramos”, disseram os jovens. Ambos estão em São Paulo e devem vir a Pernambuco no final deste ano. A prisão de José Ramos Lopes foi destaque em toda a imprensa pernambucana nesta terça-feira e manchete do Diario de Pernambuco. Confira abaixo a capa do caderno Vida Urbana que também destacou a prisão do ex-comerciante. A cobertura da edição impressa foi realizada pelas repórteres Marcionila Teixeira e Alice de Souza.
Em abril de 1989, o ex-comerciante José Ramos Lopes Neto tirou a vida da ex-mulher Maristela Just, atirou nos dois filhos pequenos e no ex-cunhado. Maristela morreu e José Ramos, que foi condenado a 79 anos de prisão, estava foragido até o final da manhã desta segunda-feira quando foi preso pelo Grupo de Operação Especiais (GOE), após um telefonema para o Disque-Denúncia revelar onde ele estava. Neto foi preso no bairro do Espinheiro, onde mora sua atual família.
José Ramos Neto deixou o GOE e seguiu para o Cotel. Foto Júlio Jacobina/DP/D.A/Press
O crime chocou o estado e deixou os filhos e outros familiares da vítima revoltados com a impunidade. Por 23 anos, o homem que confessou ter matado a ex-mulher ficou livre de pagar pelo crime que cometeu. Desde junho de 2010, quando o caso foi julgado, José Ramos era procurado pela Justiça. Seu nome chegou a fazer parte da lista dos mais procurados do estado, mas seu paradeiro foi incerto durante todos esses anos.
Os depoimentos dos filhos Zaldo Magalhães Just Neto e Nathália Just Teixeira foram decisivos para a condenação dele. O julgamento durou mais de 15 horas. Após saber da prisão do pai, os filhos Zaldo e Nathália disseram que estavam aliviados com a prisão. Durante todos esses anos eles lutaram para que o assassino da mãe fosse preso. Depois da prisão do homem acusado de matar a professora Izaelma Cavalcante, o GOE da Polícia Civil conseguiu também prender o assasino de Maristela Just.
Após o anúncio da mudança do comando da Polícia Civil, novas alterações começam a aparecer e desanimar muitos servidores. Uma das mais polêmicas é a extinção do Grupo de Operações Especiais (GOE). A unidade especializada em crimes que envolvem extorsão, sequestro, e que cumpre mandados de prisão e serve como Quartel General das grandes operações feitas pela corporação vai deixar de existir em breve. O que era GOE, no prédio do bairro do Cordeiro, agora passará a ser a Delegacia Anti-sequestro. O GOE passará a ser agora um grupo tático de apoio, e será subordinado à Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), comandada pelo delegado José Silvestre, que já foi delegado-adjunto do GOE.
Outra novidade na corporação será a divisão da Diretoria Geral de Operações de Polícia Judiciária (DGOPJ) em quatro áreas. O delegado Joselito Kehrle deixará o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para comandar a DGOPJ que abrangerá todos os departamentos especializados. Já o delegado Luiz Andrey sairá do comando do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) para assumir a DGOPJ que englobará a capital e Região Metropolitana. Outros dois delegados assumirão as DGOPJs da Zona da Mata e Agreste, que serão uma só, e do Sertão.
Quem também ganhará novo posto na PC é o delegado Antônio Barros. Ele deixará o comando do Departamento de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio (Depatri) para assumir o Centro Integrado de Inteligência de Defesa Social (CIIDS). Barros ganha o novo cargo porque Romano Costa, que respondia pelo CIIDS será empossado como sub-chefe da Polícia Civil de Pernambuco. O que ainda não foi definido é quem irá assumir o DHPP, o Denarc e o Depatri.