No dia em que as mortes das adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão completa 14 anos, no crime que ficou conhecido com o Caso Serrambi, o Blog Segurança Pública falou com o comerciante José Vieria, pai de Tarsila, sobre o caso. As duas garotas desapareceram no dia 3 de maio de 2003 e os corpos só foram encontrados, pelo próprio Vieira e um amigo, dez dias depois, num canavial, em Ipojuca.
José Vieira sempre acreditou no resultado das investigações das polícias Civil e Federal, que apontaram os irmãos kombeiros Marcelo e Valfrido Lira como os culpados pelas mortes. “Não esqueci nada. Tenho certeza que um dia faremos justiça pelas duas (Tarsila e Eduarda). Na minha vida essa é a única pendência. Só sossego quando resolvê-la”, disse Vieira. Marcelo e Valfrido Lira sempre negaram envolvimento com os assassinatos das duas adolescentes.
O medo que já faz parte da rotina dos moradores de cidades do interior e de funcionários de agências bancárias de Pernambuco está tomando conta também de quem mora ou trabalha nos municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR). O sentimento invadiu o estado após os repetidos casos de explosões registrados pela polícia. Com armas utilizadas pelos exércitos brasileiro e norte-americano, grupos criminosos levam pânico às cidades quando decidem atacar bancos e terminais eletrônicos. O alvo da vez, na madrugada desta sexta-feira, foi a Praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, no Litoral Sul.
As ações são cada vez mais ousadas. Assaltantes chegam em grande números, explodem caixas eletrônicos e cofres de bancos, atiram contra delegacias e destacamentos da Polícia Militar, espalham grampos pela estrada para dificultar a perseguição policial e fogem, na maior parte das vezes, levando altas quantias em dinheiro. Em Porto, as agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica tiveram seus cofres explodidos. Em ambas agências, os criminosos, cerca de 18, fugiram levando malotes de dinheiro.
Para tentar barrar essa onda de violência foi criada no mês de julho do ano passado a Força-tarefa de Repressão aos Crimes de Roubo e Furto contra Instituições Financeiras, formada pelas polícias Federal, Civil e Militar. O aumento desenfreado da quantidade de investidas criminosas contra instituições financeiras no estado tem preocupado os representantes do Sindicato dos Bancários de Pernambuco. Não é de hoje que o sindicato faz alertas sobre a fragilidade das agências bancárias e cobra uma ação mais efetiva por parte das polícias. É fato que a polícia está tentando fazer a sua parte, mas ainda falta muito investimento em segurança, por parte do poder público e dos próprios bancos, para que essa insegurança tenha fim.
O município de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, recebeu 40 novas câmaras e uma central de videomonitoramento para auxiliar na prevenção à violência. A ação é resultado de um convênio entre a prefeitura e a Secretaria de Defesa Social (SDS). Os novos equipamentos têm qualidade HD, zoom e sistema marinizado, ou seja, à prova de corrosão.
A central está instalada provisoriamente na Delegacia de Ipojuca, mas funcionará na sede da Secretaria Municipal de Defesa Social (SDS), que terá acesso às mesmas imagens que o Centro Integrado de Operações de Defesa Social (CIODS), localizado no Recife. Na segunda etapa do projeto, a meta da Prefeitura é ampliar a área de cobertura, cobrindo todas as praias (Muro Alto, Serrambi) e, também, os demais distritos (Nossa Senhora do Ó e Camela).
De acordo com a SDS Municipal, algumas situações já foram evitadas graças ao monitoramento, sobretudo em Porto de Galinhas, como por exemplo, a tentativa de incêndio criminoso na área de autoatendimento de um banco, algumas tentativas de assalto e arrombamentos de veículos.
Moradores, turistas e frequentadores da praia de Porto de Galinhas, no Ipojuca, litoral sul pernambucano, poderão ficar um pouco mais tranquilos no quesito segurança. Isso porque a Secretaria Municipal de Defesa Social fez a entrega de novos equipamentos para aumentar o patrulhamento nas ruas.
A Guarda Municipal foi contemplada com seis novas bicicletas com kits compostos de acessórios de proteção, além de rádio de comunicação e lanternas. Além disso, a praia de Porto de Galinhas também ganhará dois novos tablados em madeira, que servirão de base para os quadriciclos que circulam pela localidade.
A Prefeitura do Ipojuca também disponibilizou novos equipamentos de isolamento, utilizados principalmente em eventos públicos e que tem o objetivo de conter a multidão, formando um corredor para evitar a invasão.
Com informações da assessoria de comunicação do Ipojuca.
A partir desta terça-feira, Ipojuca será mais um município pernambucano a aderir ao projeto “Pacto dos municípios pela Segurança Pública”, do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O objetivo do programa é não apenas combater, mas, principalmente, prevenir ações criminosas. O termo de compromisso será firmado pelo prefeito Carlos Santana durante cerimônia a ser realizada no Hotel Armação, localizado no balneário de Porto de Galinhas, a partir das 8h.
Entre as autoridades que estarão presentes, o procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Aguinaldo Fenelon de Barros e o promotor de Justiça do Estado Paulo Augusto de Freitas Oliveira, além de promotores locais, secretários municipais, vereadores, oficiais da Polícia Militar, delegados de Polícia, educadores, dirigentes de ONGs e conselheiros tutelares, além de líderes comunitários.
O projeto, que visa promover atividades com impactos diretos na redução da violência, é dividido em 10 eixos temáticos, abrangendo desde melhorias na iluminação pública até a instalação de câmeras de vídeo e monitoramento, ações essas já realizadas pela Administração Municipal. O Pacto dos Municípios pela Segurança Pública propõe a união entre diversas esferas do Poder Público e a sociedade civil para combater a violência e, consequentemente, promover a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos em Pernambuco. Trata-se de um trabalho conjunto entre MPPE e Municípios.
O Pacto apresenta uma série de medidas relacionadas à segurança que podem ser adotadas pelos municípios. Após avaliar quais serão implantadas, a cidade firma um compromisso com o MPPE e passa a ser constantemente avaliada. Ao fim do ciclo, aqueles que atingirem as metas recebem do MPPE uma certificação.
Com informações da assessoria da Prefeitura do Ipojuca
O promotor de Justiça aposentado Miguel Sales não vai mais defender os irmãos kombeiros Marcelo e Valfrido Lira. Sales havia sido constituído pelos Lira porque o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pediu a anulação do júri popular que absolveu os irmãos, em setembro de 2010, das acusações das mortes das adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) deve julgar nos próximos dias se vai anular ou não o primeiro julgamento ocorrido no Fórum de Ipojuca.
Nesta semana, Miguel Sales enviou uma nota de esclarecimento à Associação do Ministério Público de Pernambuco (Amupe) informando sua decisão de não mais atuar na defesa dos Lira. Ontem, a Amupe repassou o informe para os promotores do estado. No documento, Sales informa que o principal motivo que o fez desistir de defender os kombeiros, caso haja um novo júri popular, foi a preservação integral do Ministério Público de Pernambuco. O promotor aposentado ressaltou que parte dos colegas do MPPE viram como inconveniente para a instituição ele atuar como advogado dos kombeiros.
Adolescentes foram fotografadas por um amigo na praia. Crédito: Divulgação
O ex-promotor de Ipojuca chegou a devolver o inquérito que apontava os dois como culpados pelo duplo assassinato por cinco vezes, alegando falta de provas. As brigas entre o então chefe da Polícia Civil, Aníbal Moura, e o promotor Miguel Sales fizeram o caso ganhar proporções gigantes e se arrastar até hoje envolto em muitas dúvidas. Sales disse que aceitou o convite para defesa, incialmente, porque, além de acreditar que os Lira são inocentes, irá escrever um livro sobre o Caso Serrambi, como ficou conhecida a investigação das mortes das adolescentes.
Maria Eduarda e Tarsila morreram em maio de 2003, depois de saírem para um passeio de lancha. Elas se separaram dos amigos e desapareceram. Os corpos foram encontrados dez dia depois.
O parecer negativo do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) quanto ao pedido de anulação do júri popular que absolveu os kombeiros Marcelo e Valfrido Lira em setembro de 2010 é incisivo com relação à fragilidade das provas apresentadas pela acusação contra os irmãos Lira. Por esse motivo, o procurador de Justiça Criminal Gilson Roberto de Melo Barbosa foi contrário à anulação da decisão do Tribunal do Júri.
O blog teve acesso ao documento que foi encaminhado ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e que está sendo analisado pela 1ª Câmara Criminal. A decisão sobre um novo julgamento para os suspeitos de matar as adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão deve sair até o fim deste mês.
A tese defendida pelo então promotor de Ipojuca, Miguel Sales, desde a finalização do primeiro inquérito policial, está contemplada no parecer do procurador Gilson Barbosa. Ambos entedem que todas as provas apresentadas contra Marcelo e Valfrido são fracas para embasar uma condenação.
No parecer, Barbosa ressalta que todas as perícias e laudos constantes nos 51 volumes do processo não deixam claro a forma como as meninas foram assassinadas nem conseguem provar que elas entraram na Kombi dos Lira ou que foram mortas por eles.
Ontem, Sales ressaltou que caso o TJPE decida por um novo júri popular para os Lira, ele irá fazer a defesa dos kombeiros. “Temo que eles sejam condenados, caso haja outro júri, e que seja feita uma grande injustiça”, ponderou Sales.
Amigas foram mortas em 2003, após passeio no litoral
Livro
O promotor aposentado disse que aceitou o convite para atuar na defesa dos kombeiros porque, além de acreditar que os mesmos são inocentes, pretende escrever um livro sobre o Caso Serrambi, como ficou conhecida a investigação das mortes. As jovens morreram em maio de 2003, depois de saírem de Serrambi para Maracaípe em um passeio de lancha. As adolescentes se separam do grupo de amigos e desapareceram. Os corpos das duas só foram encontrados dez dias depois, em adiantado estado de decomposição.
O Pacto pela Cidadania de Ipojuca foi o programa escolhido pela gestão municipal para concorrer ao Prêmio Práticas Inovadoras de Gestão Municipal. O anúncio foi feito pela secretária de Planejamento e Gestão do Ipojuca, Danielle Barbosa, durante o Congresso Pernambucano de Municípios, evento promovido pela AMUPE, no Centro de Convenções, em Olinda, nessa segunda-feira.
Após a pré-seleção de dois programas – o próprio Pacto e o Mãe Coruja Ipojucana – e uma intervenção na área de Meio Ambiente – o Aterro Sanitário – o próprio município optou por seu representante no prêmio. Isso se deve ao fato do Pacto representar 170 ações, com 14 secretarias envolvidas e mais a Coordenadoria de Projetos Sociais do Gabinete Municipal. Integram ainda a iniciativa, como parceiros, o Ministério Público, o Poder Judiciário e as polícias civil e militar.
O Pacto consiste numa política de Desenvolvimento Social, com ações de prevenção à violência e ao uso de drogas, objetivando a melhoria dos indicadores do Município e a promoção da cidadania num conceito amplo. A proposta contempla uma série de programas, projetos, estratégias e ações voltadas para o ordenamento urbano, a inclusão social (diminuição das situações de vulnerabilidade), a redução da violência e a melhoria da qualidade de vida do ipojucano.
“Nós diagnosticamos que 47% dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) ocorrem em situações de proximidade. Fizemos oito reuniões com o prefeito e o secretariado para construir essa política, que atende aos três distritos, aos engenhos, às praias e aos povoados, dividindo-se em cinco câmaras técnicas e atingindo a todos os setores da sociedade”, afirmou Danielle.
As câmaras técnicas são: Infraestrutura, Controle e Ordenamento Urbano; Desenvolvimento Social e Qualificação Profissional; Cultura Cidadã e Prevenção Social da Violência; Recuperação de Situações de Vulnerabilidade e Risco e Comunidade Participativa. A votação ocorreu nessa terça-feira (18), enquanto o resultado do Prêmio será conhecido nesta quarta-feira (19).
Com informações da assessoria da Prefeitura do Ipojuca
Acontece nos próximos dias 12 e 13, no Hotel Armação, em Porto da Galinhas, a II Conferência Municipal de Segurança, Proteção e Defesa Civil, que terá como tema A defesa do Ipojuca somos todos nós.
A Conferência terá a finalidade de criar e fortalecer debates entre autoridades e população sobre a segurança do Ipojuca. Durante a programação, será eleita a composição do Conselho Municipal de Segurança Pública do Ipojuca e abordada a necessidade de criação de um plano municipal de segurança e políticas públicas.
O assunto será discutido em palestras sob a orientação de autoridades jurídicas, científicas e especialistas de Pernambuco e outros estados. Nos meses de janeiro e fevereiro, pré-conferências foram realizadas no Ipojuca e nos seus distritos, onde oficinas temáticas sobre Defesa Civil e Social atuaram como um fórum para construir e nortear as autoridades sobre ações de prevenção e segurança, promovendo assim melhorias para o povo.
As inscrições para a Conferência estarão abertas nos dias do evento. Mas, os interessados em participar também podem acessar http://conferenciaprotegeipojuca.webnode.come realizar o cadastro antecipadamente.
Com informações da assessoria de comunicação
A conferência e a ideia de criar um Conselho Municipal de Segurança para a cidade de Ipojuca chegam em boa hora. Isso porque recentemente os moradores do município procuraram o Ministério Público de Pernambuco para reclamar do aumento da violência e até de toque de recolher em algumas localidades.
Mesmo diante das denúncias da população e da recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para que seja feito um reforço no policiamento, a Secretaria de Defesa Social (SDS) informou, através de nota, que não procede a notícia que exista toque de recolher no município de Ipojuca.
No entanto, flagramos nessa última quarta-feira várias viaturas da Polícia Militar fazendo diligências em uma das comunidades que reclamou da insegurança e abordando algumas pessoas. Os moradores assistiam às abordagens em silêncio.
Ainda segundo a SDS, “a PM vem realizando o policiamento preventivo no município de Ipojuca, o que já resultou em diversas apreensões de drogas e armas. Já a Polícia Civil está investigando as ramificações do tráfico na cidade e em seus distritos, havendo identificado lideranças, estando alguns deles, com mandados de prisão expedidos.”
A nota enviada ao blog afirma ainda que “para colaborar no combate à violência em Ipojuca e região, duas grandes Operações de Repressão Qualificada (Areia Branca I e II), foram realizadas onde foram presas e apreendidas cerca de 80 pessoas envolvidas no tráfico de drogas.”