Cinco suspeitos morreram após assalto no Cabo, corrige a SDS

Diferentemente do que foi anunciado ontem em entrevista coletiva no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, no Derby, não foram seis suspeitos mortos no confronto entre PMs e os homens que assaltaram duas agências bancárias no Cabo de Santo Agostinho na madrugada de ontem. Participaram da entrevista de ontem o comandante da PMPE, coronel Vanildo Maranhão, o chefe da Polícia Civil, delegado Joselito Amaral, e a gestora de Polícia Científica, Sandra Santos.

Grupo conseguiu atacar duas agências bancárias: Julio Jacobina/DP
Grupo conseguiu atacar duas agências bancárias: Julio Jacobina/DP

No início da tarde desta sexta-feira, a Secretaria de Defesa Social (SDS) confirmou que houve um equívoco ontem ao ser anunciado que um suspeito internado no Hospital Dom Helder Camara, no Cabo de Santo Agostinho, havia morrido. Ele continua internado na unidade de saúde e está sob custódia da Polícia Civil. Com isso, o total de mortos na ocorrência passa a ser de cinco homens. Os corpos permanecem no Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no Recife.

Corpos dos cinco assaltantes estavam em um canavial. Foto: Julio Jacobina
Corpos dos cinco assaltantes estavam em um canavial em Moreno

Outros cinco foram presos. Desses, quatro já foram levados para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, onde foram ouvidos e autuados em flagrante. O suspeito hospitalizado, assim que receber alta médica, também será interrogado e depois encaminhado para o Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, para onde já foram levados ontem os quatro suspeitos autuados.

Comissão externa vai avaliar número de policiais mortos em serviço

Da Agência Câmara

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou a criação de uma comissão externa para avaliar o aumento no número de policiais mortos em serviço em todo o país. O autor do pedido, deputado Cabo Sabino (PR-CE), citou dados da 10ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que apontam o assassinato de 455 policiais em 2015, além de 1,2 mil feridos.

PMs mortos em serviço recebem homanegens da corporação. Foto: Inês Campelo/DP/Arquivo
PMs mortos em serviço recebem homanegens. Foto: Inês Campelo/DP/Arquivo

“Ou seja, um agente de segurança pública é assassinado a cada 16 horas. Esses dados confirmam a tendência já constatada em outras edições, que indicam que o número dos agentes de segurança pública assassinados cresce cada vez mais no Brasil”, disse o deputado. “Com a criação desta comissão externa e consequente interação com a realidade cotidiana dos agentes de segurança pública, poderemos sugerir medidas para acabar com esse verdadeiro morticínio”, afirmou Cabo Sabino.

Organização internacional recomenda que Brasil combata abusos nos presídios

Da Agência Brasil

O Brasil tem que combater os abusos cometidos nas prisões e pela polícia, recomenda a organização internacional Human Rights Watch (HRW), no Relatório Mundial 2016 divulgado hoje (27). Em 2015, as mortes causadas por policiais – em serviço e fora de serviço – ultrapassarram 3 mil, com aumento de quase 40% em relação ao ano anterior.

No Rio de Janeiro foram 644 mortos no ano passado, um aumento de 10% em relação a 2014. Em São Paulo, os policiais em serviço mataram 494 pessoas em 2015, registrando aumento de 1%. As prisões brasileiras abrigam mais de 600 mil pessoas, 61% acima de sua capacidade. A superlotação coloca os presos em situação de violência e vulnerabilidade, além de permitir o fortalecimento das facções criminosas.

Prisões brasileiras abrigam mais de 600 mil pessoas, 61% acima de sua capacidade Wilson Dias/Agência Brasil
Prisões abrigam mais de 600 mil pessoas, 61% acima de sua capacidade. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

De acordo com a HRW, o país precisa garantir que os responsáveis por torturas e execuções sejam responsabilizados, além de tomar medidas efetivas para aliviar as condições desumanas que atualmente existem nas prisões superlotadas.

Uma ação importante, incluída em um programa piloto iniciado em 2015, é a de permitir que os presos de todas as capitais do país sejam levados rapidamente a uma “audiência de custódia” com um juiz. A medida, além de permitir que o juiz decida se o detido deve permanecer preso ou se aguarda em liberdade, ainda reduz os casos de tortura, pois eles têm a oportunidade de denunciar rapidamente maus-tratos cometidos pela polícia.

No Rio de Janeiro, no primeiro mês do programa, quase 20% dos presos que participaram de audiências de custódia relataram maus-tratos por parte da polícia. A HRW recomenda que essas audiências sejam instituídas em todo o país, além da aprovação pelo Congresso do projeto de lei que dificulta que policiais encubram evidências de execuções extrajudiciais (PL4471/12).

A organização se manifesta ainda contra a redução da maioridade penal (PEC 171/93) e da aprovação de projeto de lei de combate ao terrorismo (PL2016/2015) que, com uma linguagem vaga, poderia permitir que manifestantes e críticos fossem presos como terroristas.

O relatório, que é anual, avalia o respeito aos direitos humanos em mais de 90 países. Em uma análise global, a HRW afirma que a “política do medo” levou governos de todo o mundo a reduzir direitos em esforços equivocados de proteger a segurança nacional. Esse contexto permitiu também que governos autoritários intensificassem a repressão a opositores independentes.

O documento destaca a questão dos fluxos migratórios para a Europa, tanto de refugiados sírios quanto de civis vítimas dos ataques do Estado Islâmico, e condena a islamofobia e o fechamento das fronteiras europeias.

Segundo o relatório, o Reino Unido e a França, que buscaram expandir seus poderes de monitoramento dos cidadãos nesse contexto, estão restringindo direitos, como à privacidade, sem que se tenha a comprovação de que seja eficaz no combate ao terrorismo.

O documento cita a Rússia e a China como países que estão entre os mais repressores, com a desarticulação de grupos críticos ao governo e a prisão de advogados e ativistas de direitos humanos. A Etiópia e a Índia são apontados por restringir canais de financiamento internacional com o intuito de dificultar o monitoramento de violações cometidas pelo governo.

A Bolívia, o Camboja, Equador, Egito, Cazaquistão, Quênia, Marrocos, Sudão e a Venezuela aprovaram leis que permitem controlar ativistas e prejudicar grupos independentes. O documento diz que, apesar de todas essas violações aos direitos humanos, houve avanços positivos. Moçambique descriminalizou a homossexualidade. A Irlanda, o México e os Estados Unidos legalizaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

PMs mortos em serviço serão homenageados

A homenagem, chamada PM Tombado, que homenageia os policiais militares mortos durante o serviço acontece nesta sexta-feira. O toque da marcha fúnebre, as honras militares, um minuto de silêncio, a execução do hino da corporação, a aposição da coroa de flores ao monumento do PM Tombado e a tradicional salva de tiros devem fazer parte da solenidade que é acompanhada pelas autoridades e pelos parentes dos policiais militares, a partir da 9h, na Alameda Frontal do Quartel do Comando Geral, no Derby.

Militares mortos em serviço serão homenageados. Ines Campelo/DP/D.A.Press.
Militares mortos em serviço serão homenageados. Ines Campelo/DP/D.A.Press.

O evento, que faz parte das comemorações alusivas aos 188 anos de existência da Polícia Militar de Pernambuco, contará com a participação do comandante geral da Corporação, coronel José Carlos Pereira, bem como oficiais e familiares dos policiais falecidos.

Com informações da assessoria de imprensa da Polícia Militar

Filhos de policiais mortos em serviço podem receber bolsa de estudo

Os ministérios da Educação e da Justiça estão preparando proposta para apoiar a formação universitária de filhos de policiais mortos em serviço. A ideia inicial é conceder uma bolsa de estudo por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni). A informação é do ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

“É uma perda que não é compensável, que é enterrar o pai por estar fardado em serviço e é assassinado de forma covarde pelo crime organizado. É muito pouco em termos financeiro, mas é o mínimo que o Estado deve fazer para as famílias desses policiais”, disse hoje (7) Mercadante durante cerimônia no Ministério da Educação. O ministro informou que será preciso ajustes na legislação para garantir esse direito aos filhos de policiais mortos em serviço.

O Ministério da Justiça está fazendo um levantamento para identificar o perfil do público a ser beneficiado. “A partir desse cadastro, vamos estabelecer o direito de acesso a programas específicos, como o ProUni”, explicou Mercadante.

Na manhã de hoje, Mercadante e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciaram 90 mil bolsas gratuitas de capacitação profissional, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), para detentos e aqueles que já deixaram a prisão. O total de vagas será ofertado até 2014.

Da Agência Brasil

 

Trabalhadores são vítimas da violência em São Paulo

Da Agência Brasil

São Paulo – Os três vizinhos mortos durante a chacina da última quarta-feira em um bar do Jardim Boa Vista, zona sul da capital paulista, têm em comum histórias de pessoas trabalhadoras que tinham muitos sonhos. A mais jovem entre eles, a promotora de eventos Luciene Luzia Neves, de 24 anos, era integrante de um grupo de jovens da Igreja Católica que ajudava a recuperar ex-presidiários e viciados em drogas.

Entre os amigos, conhecidos e parentes que participaram do enterro de Luciene hoje (23) pela manhã, no Cemitério Memorial Parque das Cerejeiras, zona sul, estava Kelly Vaz Nogueira, de 27 anos. A amiga, que trabalha como auxiliar administrativo, frequentava a mesma igreja, no bairro de Piraporinha.

Kelly tinha um motivo especial para estar presente na última homenagem à colega. Naquele mesma sala em que a amiga era velada, há um mês e meio, a auxiliar administrativo chorava a morte do seu irmão, Leonardo Vaz Nogueira, 28 anos. “É difícil estar aqui, porque aqui o Leonardo também foi enterrado e velado. Mas nós estamos aqui para nos unir, todas as famílias que perderam [pessoas] dessa forma  trágica, para a gente fazer justiça”, disse.

Assim como Luciene, Leonardo foi morto a tiros por ocupantes de uma moto. Segundo a mãe do rapaz, a professora Adais Vaz Nogueira, 55 anos, ele foi executado à noite, enquanto deixava a namorada na casa dele, na zona sul da capital. “O passageiro da moto passou atirando e a moto caiu por cima dele e da namorada. Ela se levantou, eles viram. Daí os [assassinos] voltaram, ela pediu para não atirar, mas atiraram contra ela, que foi atingida de raspão. Meu filho morreu no local”, disse. Leonardo trabalhava como garçom e cursava o último semestre de radiologia

O pai de Leonardo, José Luis Vaz Nogueira, 58 anos, aposentado, não se conforma com o fim trágico do filho. “Meu filho era trabalhador, estudante, estava quase para se formar. Era um menino do bem. Na periferia tem trabalhadores, pessoas honestas. Não tem só vagabundo e bandido”, disse. José relatou que a rotina da família e de toda a vizinhança mudou. “Estamos atentos, com medo. Tenho outros três filhos. Quando eles saem da faculdade, eu ligo para saber se estão saindo. Não durmo enquanto eles não chegam

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