O promotor de Justiça Carlos Seabra do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) devolveu nesta sexta-feira à Coordenadoria de Procedimentos Policiais da Capital o inquérito que indiciou o sanfoneiro Cezzinha para novas diligências. O inquérito deve voltar para a Delegacia da Mulher para que, entre os complementos solicitados, seja feita uma nova reinquirição da vítima e depois seja realizado também um novo depoimento de Cezzinha.
Ainda segundo o promotor, o inquérito deve voltar para o MPPE, que passará por nova análise, num prazo de 10 dias. O sanfoneiro César Carvalho, Cezzinha, foi indiciado por lesão corporal leve. O laudo traumatológico do Instituto de Medicina Legal (IML) comprovou que a advogada Fabiana Fernandes, 33 anos, que disse ter namorado com o artista, foi vítima de agressão.
O medo faz parte da rotina de moradores, comerciantes e funcionários de empresas dos bairros de Santo Amaro e da Boa Vista, na região central do Recife. Eles reclamam que os assaltos têm sido constantes. Os crimes acontecem em ruas próximas de órgãos policiais e à luz do dia.
Os bairros integram a Área de Segurança 01, uma das que mais reduziram a violência após a criação do Pacto Pela Vida, em 2007. De acordo com um levantamento da Secretaria de Defesa Social (SDS), a quantidade de roubos na região aumentou 5% nos meses de janeiro e fevereiro de 2014, em comparação ao mesmo período em 2013.
A presença da sede da SDS, que fica na Rua São Geraldo, em Santo Amaro, não tem inibido ações criminosas nas proximidades. Na última segunda-feira, um estudante de 19 anos foi assaltado por volta das 15h enquanto caminhava na Rua Araripina, a cerca de 650 metros da secretaria. O relógio e a carteira dele foram levados. “Vi um homem vindo de bicicleta no sentido Aurora/Cabugá. Ele tirou uma arma de debaixo da camisa, apontou para mim e mandou passar a carteira”.
O estudante, que fez boletim de ocorrência pela internet, disse temer novos assaltos. Outro problema na região tem sido os constantes casos de arrombamentos de carros e casas. Já na Rua Gervásio Pires, na Boa Vista, lojistas dizem que em uma semana quatro estabelecimentos foram assaltados, mesmo perto de uma delegacia. Um comerciante de 34 anos, dono de uma loja de roupas e bijuterias, está assustado.
Nos últimos seis meses, foi assaltado duas vezes. Em uma delas, foi amarrado e teve uma arma apontada para si. O prejuízo passou dos R$ 8 mil. “Os assaltos ocorrem entre 13h e 15h. No último, em 10 de fevereiro, levaram 35 relógios, dois iPhones, dinheiro do caixa e celulares de funcionárias. Vários empregados deixaram de trabalhar. Estou desesperado. Nem consigo ficar na loja, com medo”.
A Polícia Militar, por meio de sua assessoria de comunicação, informou que o policiamento na área é feito por uma viatura da Patrulha dos Bairros, uma guarnição do programa Polícia Amiga, uma dupla de motopatrulhamento, uma guarnição tática, um Posto de Policiamento Ostensivo, além do recobrimento do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati). Não informou, entretanto, se vai reforçar o policiamento.