Depois de pouco mais de seis meses à frente da consultoria de segurança do Metrô do Recife, o coronel aposentado da Polícia Militar Luiz Meira deixou o cargo nesta sexta-feira. Segundo a CBTU Recife, Meira entregou seu pedido de demissão da companhia ao superintendente Leonardo Villar alegando motivos pessoais.
Em nota, a CBTU afirma que Villar “lamenta a saída e agradece os inestimáveis serviços prestados pelo coronel, que sempre agiu com competência e compromisso para garantir maior segurança aos usuários do sistema.” Conhecido por seu perfil operacional, Meira assumiu o cargo em meio a constantes ocorrências violentas, inclusive assaltos à mão armada e mortes nas linhas do Metrô.
Desde que o coronel havia assumido, as ocorrências de assaltos pareciam ter diminuído, ou pelo menos, não estavam chegando ao conhecimento da imprensa. Apesar disso, o número de vendedores ambulantes dentro das composições não reduziu. A quantidade de lixo deixada por eles e pelos usuários ainda é um grave problema para esse meio de transporte.
Um vagão exclusivo para as mulheres, um aplicativo de celular no qual os passageiros poderão fazer denúncias e o reforço de 120 policiais militares da reserva são as principais apostas do metrô do Recife para tentar reduzir a violência nesse tipo de modal. As medidas, propostas pelo consultor de segurança do metrô, coronel Luiz Meira, foram apresentadas ao superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) do Recife, Leonardo Villar. Os testes para a implantação do Vagão Rosa, como será chamado o espaço, devem ser iniciados na próxima semana em alguns trens da Linha Centro. Segundo coronel Meira, 38% dos 400 mil usuários/dia do metrô são do sexo feminino. O Vagão Rosa já existe em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte.
“Muitas passageiras já fizeram reclamações de que nos horários de pico, quando os vagões estão lotados, elas sofrem assédio por parte de alguns homens. Há relatos de mulheres que foram apalpadas. Recentemente houve também uma usuária assassinada durante um assalto dentro de um vagão”, relembra Meira. A morte à qual o consultor se refere aconteceu no dia 1º de dezembro de 2016, nas imediações da Estação Imbiribeira, na Linha Sul. Em abril do ano passado uma mulher foi agredida num assalto entre as estações Joana Bezerra e Recife.
O coronel Luiz Meira destacou ainda que o Vagão Rosa poderá ser usado por mulheres de todas as idades, mas que elas não serão obrigadas a entrar apenas nesses vagões. “A partir dos testes que iremos fazer, vamos saber se o serviço será bem aceito pelos usuários e onde poderemos melhorar. Os vagões destinados às mulheres serão todos adesivados”, alertou o superintendente da CBTU, Leonardo Villar.
Em relação ao aplicativo de celular que será disponibilizado para passageiros e vigilantes do metrô, Villar explica que em breve a empresa responsável fará a adaptação do app para que ele possa ser implantado no metrô. “O usuário vai poder mandar fotos, vídeos e áudios de pessoas em atitude suspeitas ou de criminosos diretamente para a nossa central. Com isso, os vigilantes ou até mesmo a Polícia Militar, serão acionados rapidamente para resolver a situação”, detalhou.
Segundo o coronel Luiz Meira, a CBTU vai solicitar ao governo do estado que a Guarda Patrimonial passe a ajudar na segurança das estações e trens do metrô do Recife. Atualmente, a segurança é feita por uma empresa de vigilância terceirizada. “Será socilitado ao governador a presença de 120 policiais militares que estão na reserva, mas que continuam trabalhando, para atuarem no policiamento do metrô”, adiantou o coronel.
Um dos meios de transporte mais rápidos e baratos da Região Metropolitana do Recife (RMR) tem se tornado também, na opinião dos usuários, um dos mais perigosos. Os constantes assaltos e até mortes nos trens e estações têm assustado quem usa o metrô do Recife. Do início deste ano até este sábado, quatro pessoas foram assassinadas nas instalações do metrô. Uma violência que reflete na redução de usuários no sistema.
Dados da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) do Recife indicam queda de quase 5% no total de passageiros transportados em outubro deste ano, que foi de 8.911, em relação ao mesmo mês de 2015, quando foram registrados 9.354 usuários. Para tentar mudar esse cenário, a direção da CBTU aposta na tecnologia. Ainda no início de 2017, 1.300 câmeras de monitoramento serão instaladas em todas as áreas do metrô e um novo sistema de videomonitoramento será implantado.
Atualmente, cerca de 400 mil usuários são transportados diariamente pelos trens do metrô. Existem 37 estações em operação e 40 trens e 9 VLTs (Veículo Leve sobre Trilho) são os responsáveis por levar e trazer os passageiros do sistema. Moradores dos municípios do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho são atendidos pelo modal. Porém, quem mora em outras cidades pode acessar as estações do metrô através dos terminais do Sistema Estrutural Integrado (SEI). Para o próximo ano, a CBTU irá investir R$ 61 milhões em várias melhorias. Reforço nas equipes de segurança, limpeza de estações e aquisição de novos equipamentos estão entre as prioridades da direção.
A estudante Thayra Nóbrega, 22 anos, costuma usar os trens da Linha Sul, os mais visados recentemente pelos criminosos. Na última quarta-feira, Thayra fazia mais uma viagem de metrô, mas não escondia o medo. “Sempre andei de metrô, porque era um meio de transporte muito rápido, mas depois desses assaltos e das mortes que aconteceram tenho evitado fazer muitas viagens. E quando estou dentro dos trens e nas estações não atendo o telefone celular. Acho que deveria haver policiais militares dentro do metrô, pois a insegurança está aumentando a cada dia e somente os vigilantes não são suficientes para garantir a nossa tranquilidade”, relatou a estudante. Para o diretor de Comunicação do Sindicato do Metroviários, Levi Arruda, o sentimento dos trabalhadores em relação à insegurança é de “indignação e revolta.”
Passageiros assustados e relatos de assaltos são frequentes entre os usuários do metrô. Segundo a CBTU, do início deste ano até a semana passada, 131 ocorrências de roubo foram registradas pela empresa. Em todo o ano de 2015, o número de registros feitos pelos usuários aos funcionários do metrô foi de 171 casos. “A violência é um problema generalizado na Região Metropolitana do Recife. Temos alguns pontos de incidências e com maior frequência nesse mês de dezembro. Na verdade, o metrô não tem uma situação insegura. É uma das áreas mais seguras, mas está sendo alvo da insegurança geral”, declarou o superintendente da CBTU, Leonardo Villar.
Usuária da Linha Sul diariamente, a caixa Tamirys Thaine Dias, 26, cobra mais segurança. “Pego o metrô todos os dias na Estação Imbiribeira e, apesar de nunca ter sido assaltada, me machuquei duas vezes por conta dos arrastões e assaltos no metrô, pois tive que correr junto com as outras pessoas para não ser vítima. Acredito que somente um reforço na segurança pode acabar com essa situação. Largo tarde do shopping e chego na estação num horário que não tem quase ninguém”, contou Tamirys. O funcionário público Ricardo Pereira de Sobral, 44, também utiliza a Estação Imbiribeira todos os dias. “É preciso mais segurança dentro dos trens e também nas estações”, destacou.
A coisa está fora de controle. Ninguém aguenta mais tanto assalto a ônibus no Grande Recife. Como se não fosse bastante, os crimes também estão se multiplicando nas estações e nos vagões do metrô. Os vigilantes que atuam nas estações do metrô do Recife fazem protesto na manhã desta terça-feira contra a falta de segurança. A categoria está revoltada com a morte do colega Bianor José da Silva, 51 anos, assassinado a tiros no final da manhã dessa segunda-feira enquanto trabalhava na Estação Ipiranga. Depois de ser baleado na cabeça e no pescoço, o vigilante teve a arma roubada e morreu no local.
Já o Sindicato dos Rodoviários realizou uma passeata na manhã dessa segunda-feira. Os profissionais saíram da sede sindical, na Rua Araripina, bairro de Santo Amaro, passaram pela Avenida Cruz Cabugá, Ponte Duarte Coelho e Rua do Sol. O ato foi acompanhado por carro de som, faixas e cartazes. Algumas linhas de ônibus que trafegam pelo centro da cidade ficaram paradas durante a manifestação. Segundo o sindicato, 1.143 assaltos a ônibus foram praticados na Região Metropolitana do Recife do começo do ano até o dia 29 de agosto. Somente no mês de agosto, 146 investidas criminosas foram registradas.
A Região Metropolitana do Recife teve um sábado violento no transporte público com dois assaltos a ônibus que deixaram os motoristas feridos. Por volta das 14h, dois suspeitos, um deles armado, entraram em um ônibus da linha Rio Doce/CDU, nas proximidades do Centro de Convenções, no bairro de Salgadinho, Olinda e pediram os pertences dos passageiros. Houve uma troca de tiros entre a dupla e um passageiro armado, que reagiu ao assalto. Um dos suspeitos morreu e outro ficou ferido, mas mesmo assim conseguiu fugir e ainda baleou o motorista do coletivo ao sair do ônibus.
De acordo com o 1º Batalhão da Polícia Militar, nenhum pertence dos passageiros foi levado. Tanto o motorista quanto o assaltante baleado foram levados para o Hospital da Restauração. O condutor Roberto Carlos de Souza, 53 anos, atingido no pescoço, passou por uma cirurgia vascular e permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado grave. Já o suspeito identificado como Davi Honório da Silva, 17 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu.
Pela manhã, um motorista de ônibus foi baleado de raspão enquanto dirigia o coletivo da linha CDU/ Várzea. O veículo seguia pela Avenida Caxangá, no bairro do Benfica, quando um homem em uma bicicleta teria “emparelhado” com o coletivo. O condutor do ônibus teria tentado livrar o veículo do homem mas ele efetuou um disparo de arma de fogo. O tiro atingiu, de raspão, a mão do condutor, que passa bem.
Cerca de 50 passageiros estavam no ônibus e ficaram assustados, abaixando-se com medo de serem atingidos. Uma mulher chegou a passar mal. O suspeito foi localizado na comunidade do Beraldo, no bairro da Madalena. Encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), Alef Rafael Ferreira da Rocha, 22 anos, confessou que estava assaltando na Caxangá mas disse que não pretendia assaltar o coletivo.
Uma tentativa de assalto terminou em morte e prisão na manhã de ontem no metrô do Recife. Por volta das 6h, quatro suspeitos anunciaram assalto em um vagão da Linha Sul, entre as estações Joana Bezerra e Largo da Paz. De acordo com testemunhas, três deles se posicionaram na parte de trás do último vagão enquanto outro ameaçava os cerca de 20 passageiros com uma faca. Um policial que seguia para o trabalho no trem se identificou e deu voz de prisão, mas o assaltante teria partido para cima dele, que atirou. Robson Batista Saturnino, de 21 anos, estava foragido do complexo prisional do Curado e morreu na hora.
Os demais envolvidos são Anderson Carlos Santana, de 26 anos, que já foi autuado por receptação de veículo roubado, William Lima, de 19 anos, e Leonardo Francisco Guilherme, de 21 anos. Eles se entregaram e foram encaminhados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O policial que disparou os tiros preferiu não se identificar. Ele explicou que o suspeito insistiu em tentar golpeá-lo, mesmo com a ordem de prisão e depois de ter levado um tiro no ombro. “Eu falei que era policial, pedi pra ele soltar o facão e ele tentou me atingir. Eu dei dois passos para trás e atirei no ombro e ele continuou vindo para cima. Me afastei novamente e ele voltou a tentar uns golpes. Aí, eu dei mais dois tiros e ele caiu. Os outros que estavam mais ao fundo, quando viram a situação, entregaram outra faca que portavam, e eu pedi que deitassem no vagão. Eles obedeceram e encaminhamos para o DHPP”, explicou. Segundo a polícia, o PM estava a caminho do 6º Batalhão, na Estrada da Batalha, em Jaboatão dos Guararapes, onde atua.
Em depoimento, os suspeitos confessaram que passaram a noite bebendo e que tinha planejado o assalto. “Eles confirmaram que se encontraram para planejar e que o Robson é quem teve a ideia de praticar o assalto naquela ocasião. Mas pelo menos dois deles já eram vistos praticando assaltos no metrô”, destacou a Polícia Civil. Um dos passageiros que testemunharam o anúncio do assalto disse que o vagão tinha cerca de 20 pessoas, a maioria mulheres. “Como tinha bastante mulher no vagão, gerou um desespero com a situação de todo mundo correndo para o fim do trem para tentar se proteger. No meio do vagão, só ficaram os assaltantes e ele (o policial)”, destacou, sem se identificar. Ninguém se machucou e não houve produtos roubados.
O suspeito morto era um dos detentos que conseguiram escapar do presídio Frei Damião de Bozano, depois de uma fuga em massa, resultado de uma explosão de um dos muros da unidade em janeiro deste ano. Ele já havia sido preso duas vezes, acusado de violência doméstica e roubo. Familiares estiveram na estação, mas preferiram não falar com a imprensa. O corpo foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro. A Secretaria de Ressocialização do estado, responsável gestão do sistema prisional em Pernambuco, não atendeu às ligações da reportagem para comentar o caso.
Os atos de vandalismo causam prejuízo milionário ao Metrô do Recife todos os anos. Os parabrisas, janelas e vidros das portas das composições estão no topo dos objetos mais danificados com as depredações. Dados da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) revelam que nos quatro primeiros meses deste ano já foram gastos quase R$ 500 mil no reparo dos trens danificados. No ano passado, o prejuízo foi de R$ 1,3 milhões, já em 2014 as despesas ficaram próximas de R$ 1 milhão. O Metrô do Recife tem o mapeamento dos locais onde mais acontecem os ataques e ressalta que o quebra-quebra quase sempre acontece em dias de jogos de futebol.
Sem a presença dos policiais ferroviários nas estações, os seguranças da empresa de vigilância que trabalham nos trens e nas plataformas não são suficientes para inibir os atos de vandalismo. “Além das pedras que são jogadas nos trens, as brigas que acontecem em dias de jogos são os maiores causadores dos danos que geram altos gastos ao metrô. E como quase nunca há punição para esses casos, os episódios voltam a se repetir com frequência”, aponta o assessor de comunicação do Metrô do Recife, Salvino Gomes.
Do início deste ano até o final de abril, 64 janelas, 27 vidros de portas e cinco parabrisas foram trocados das composições que integram o metrô. Um dos últimos casos de violência foi registrado no domingo passado após a realização de um jogo na Arena Pernambuco. Três composições foram danificadas e uma delas precisou sair de circulação na segunda-feira seguinte, o que gerou alteração nos intervalos entre os outros trens que estavam em operação.
De acordo com o chefe da oficina do Metrô do Recife, Roberval Guedes Peixoto, os 30 parabrisas dos 15 novos trens que chegaram no ano de 2013 já foram danificados. Os trens têm duas frentes. “Cada vidro desses que fica na frente da cabine das composições custa cerca de R$ 12 mil. Nosso trabalho aqui na oficina, nos últimos meses, está praticamente resumido a trocar vidros quebrados”, ressalta Guedes.
Atualmente, o Metrô do Recife tem uma frota de 40 trens, sendo 15 do modelo mais novo e 25 das composições mais antigas.
Ainda segundo Roberval Guedes, para trocar um parabrisas de um trem novo a equipe de manutenção gasta, em média, seis horas de trabalho. “Nos trens dos modelos antigos, esse tempo aumenta para oito horas. Nesse tempo em que os trens ficam parados para reparos, muitos passageiros deixam de ser transportados”, destaca o chefe da oficina. Nos cálculos do Metrô do Recife, 1,2 mil passageiros são transportados por hora num trem. “Os trens não podem circular com avarias nos vidros. Os atos de vandalismo além de causar prejuízo financeiro geram transtornos para os passageiros”, completa Guedes.
Para tentar diminuir a quantidade de depredações e os gastos com a compra de vidros, o Metrô do Recife já pensou na possibilidade de trocar o material usado nas composições, mas o investimento também é muito alto. O valor aproximado dos vidros das janelas e das portas usados atualmente é de R$ 2 mil. Eles têm um formato sanduíche, com duas camadas de vidro e uma película no meio, para evitar a perfuração. No entanto, em alguns casos, o objeto arremessado contra o vidro é tão forte que consegue quebrá-lo. Os parabrisas são mais resistentes, mas mesmo assim não deixam de ser quebrados.
Do Diario de Pernambuco, por Afonso Bezerra e João Vitor Pascoal
O metrô do Recife tem se transformado em um transporte do medo. Só este ano já foram registradas mais de 100 ocorrências de roubo ou furto dentro dos vagões. E nos últimos 30 dias, um total de cinco assaltos, mais de um por semana. Um número que assusta e já resulta em morte. Ontem, um policial civil à paisana reagiu a um assalto e matou dois suspeitos dentro do vagão, na Estação Largo da Paz, em Afogados. Perto dali, a polícia apreendeu um menor que confessou que estava indo à estação matar um desafeto, mas foi apreendido antes pelos policiais.
O principal sistema de transporte de massa da Região Metropolitana transporta cerca de 400 mil usuários por dia, mas a insegurança traz medo não apenas para os usuários, mas também para os trabalhadores. Depois de três paralisações no ano passado, o Sindicato dos Metroviários participa hoje de uma audiência pública em Brasília para pedir por uma solução para a onda de terror.
Ontem, de acordo com informações fornecidas por funcionários da estação, os três homens embarcaram na estação Imbiribeira, Zona Sul, por volta das 14h. E logo que o trem iniciou o movimento, eles anunciaram o assalto. Um policial civil à paisana estava presente no vagão e deu voz de prisão aos homens. Um deles estava armado com um revólver calibre 38 e teria tentado atirar três vezes, mas a arma falhou. Com isso, o policial reagiu e deu dois tiros. O segundo tentou pegar a arma do morto para atirar e também foi morto. Já o adolescente não teria reagido e foi apreendido e encaminhado para o Departamento de Proteção à Criança e ao Adolescente(DPCA). Os suspeitos não foram identificados. O Instituto de Medicina Legal IML) vai aguardar dez dias para o reconhecimento.
De acordo com a perita do Instituto de Criminalística Vanja Coelho, não houve uma troca de tiros e os suspeitos foram atingidos de forma letal. O policial civil prestou depoimento na DPCA acompanhado do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol). “Ele agiu em defesa da própria vida e dos usuários”, afirmou Áureo Cisneiros, presidente do Sinpol.
De acordo com a assessoria da CBTU, o departamento de segurança já vinha monitorando o movimento dos suspeitos, que sempre ocorria no mesmo horário. Algumas imagens fornecidas pela CBTU podem servir de prova da ação dos assaltantes.
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Diogo Morais, disse que serão feitas novas mobilizações para pedir por mais segurança. “Na próxima semana, vamos nos reunir em assembleia e discutir nossas posições no futuro”. Ele relembrou do plano de segurança que está sendo elaborado, que prevê contratação de funcionários e a possibilidade parceria com a Polícia Militar. “O documento está pronto, mas ainda não foi apresentado oficialmente. Continua em debate”, apontou. Já a CBTU informou que está em busca de mais recursos para nomeação dos candidatos aprovados em concurso.
Parece que acabou-se mesmo o tempo em que as pessoas respeitavam as tradições católicas. Na hora em que várias famílias estavam reunidas à mesa para almoçar, um homem estava sendo assassinado com um golpe de tijolo na cabeça. Uma morte que aconteceu em um lugar público, movimentado e em plena luz do dia.
Uma discussão entre um homem e uma mulher na entrada da estação do metrô de Afogados, Zona Oeste do Recife, terminou em morte. De acordo com testemunhas, o homem identificado apenas como Baixinho, trabalhava como ajudante em um depósito de bebidas nas imediações da estação e era guardador de carros.
A mulher identificada como Pirrita doida vendia água mineral na frente da estação. Ontem, por volta do meio dia, Baixinho teria chegado à estação armado com uma faca para matar a mulher e teve início a discussão.
Os dois foram colocados para fora do saguão da estação pelos seguranças do metrô e continuaram a briga do lado de fora. Segundo testemunhas a faca foi tomada do rapaz pelos vendedores ambulantes. A mulher também contou com a ajuda de um homem, não identificado, que teria dado uma paulada em Baixinho. Ao cair, ele foi atingido por uma tijolada na cabeça, que teria sido dada pela vendedora de água, que fugiu do local. Os peritos do Instituto de Criminalística (IC) recolheram o pedaço de pau e o tijolo.
A polícia solicitou as imagens das câmeras do metrô para identificar os acusados. “Sabemos que ela teve ajuda de um homem e vamos tentar identificá-lo”, revelou a delegada Érica Bezerra. Segundo a perícia, a vítima sofreu traumatismo craniano. “Quando eu cheguei aqui, ele ainda estava vivo”, contou a dona de casa Célia Oliveira da Silva, 34 anos. Segundo ela, a rixa entre os dois era antiga. O corpo foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML).
Para evitar problemas entre os usuários e os funcionários do Metrô do Recife, a administração resolveu colocar nas estações de metrô uma placa alertando aqueles passageiros mais alteradinhos e que gostam de arrumar confusão sem motivos de que eles não podem sair por aí fazendo o que bem entendem.
O aviso está afixado nas proximidades das bilheterias e catracas das estações e serve de alerta para os desavisados. Desacato é crime, sim senhor. E quem desacata funcionário público pode terminar no xilindró. Por isso, muita calma antes de abrir a boca e pensem muitas vezes antes de tentar agredir alguém.
Mil e quinhentos reais, um notebook e dez parcelas de R$ 200. Foram esses os valores cobrados por um casal ao tentar vender a própria filha, de dois anos. Os dois foram presos em flagrante, na noite de ontem, na Estação do Metrô de Jaboatão, quando entregariam a menina a Sandrine Costa Ananias, de 24 anos, de Campina Grande, na Paraíba, que fez a denúncia à polícia.
A estudante de Serviço Social viu o anúncio da criança em uma página do Facebook sobre adoção, a qual costuma entrar para fazer trabalhos científicos. Sandrine Costa estranhou a oferta na rede social e começou a conversar com a mãe, a manicure T.B.P., de 23 anos. Ofereceu-lhe ajuda no valor de R$ 200 para que ela não vendesse a menina. A postagem foi feita na última sexta-feira. A mãe ainda tentou negociar com pessoas de Goiás e do Espírito Santo, além da Paraíba.
“Falei com ela na própria sexta e, no domingo, ela voltou a falar comigo querendo fechar negócio. Afirmou que um casal teria ofertado R$ 5 mil. Eu disse que não tinha esse valor. Ofereci R$ 1,5 mil, um notebook e inventei que pagaria o restante em dez vezes de R$ 200. Ela aceitou. Então procurei o Ministério Público e a Polícia Civil da Paraíba para denunciar”, contou Sandrine.