Dois pesos e duas medidas…

 

Por volta das 6h dessa quarta-feira, uma viatura do 11º Batalhão da Polícia Militar foi acionada para atender a uma ocorrência de um motorista que estaria conduzindo um carro em direção perigosa, além de estar buzinando insistentemente, na Estradas das Ubaias, no bairro de Casa Forte, Recife. Os dois policiais se dirigiram ao local e lá encontraram uma senhora dentro de sua BMW avaliada em aproximadamente R$ 400 mil. O tal condutor que estaria buzinando e ainda praticando direção perigosa era uma empresária de 48 anos, que, segundo a polícia e os agentes da CTTU, estava com sintomas de embriaguez. Algumas latas de cervejas foram encontradas no interior do carro. Os dois PMs que chegaram ao local tentaram, em vão conversar com a motorista. Muito alterada e sem atender aos pedidos dos PMs, tentou dar partida com seu valioso carro e acabou batendo na viatura e quebrando um dos vidros da guarnição policial. Em meio à confusão no meio da rua, acabou recebendo abrigo em um dos prédios da Estrada das Ubaias, de onde já saiu em outro carro dirigido por um funcionário. Agentes da CTTU chegaram ao local e acabaram notificando a empresária que se recusou a fazer o teste do bafômetro. “Mandamos o carro dela para o depósito da CTTU, apreendemos a Carteira de Habilitação e aplicamos a multa por ele estar com sinais de ter ingerido bebida alcoólica. Como ela estava muito alterada e já havia acontecido o problema com a PM, o caso foi trazido para a Delegacia de Casa Amarela”, explicou o agente de trânsito Geovane Pereira.

Vidro traseiro da viatura foi quebrado pelo carro da empresária

Até aí, estaria tudo tranquilo. A ocorrência foi iniciada na rua e encaminhada para a delegacia onde seria finalizada. No entanto, ao chegar na delegacia, a empresária se recusou a descer do veículo I30 onde estava sentada no banco traseiro. Já era perto do meio dia e a motorista não havia ainda sido ouvida sobre o incidente que se envolvera mais cedo. Como a imprensa estava acompanhando tudo desde cedo, muitos curiosos acabaram se aglomerando na frente da delegacia na expectativa de ver a motorista descer do carro. “Se fosse uma mulher pobre, já tinha sido levada para o xadrez e ainda vinha pra cá no carro da polícia. Mas como é uma rica, as coisas são diferentes”, apontou um dos homens que acompanhou a movimentação. Quatro advogados, uma filha e alguns funcionários da empresária a cercaram de cuidados para que ela não tivesse a imagem exposta. Ela fumou, tomou água, conversou com os advogados e só entrou na delegacia para ser autuada por volta das 12h. “A senhora que está lá fora não é uma criminosa, não tem antecedentes criminais e está constrangida em descer do carro para prestar depoimento. Preciso da compreensão de vocês para não expor a imagem dela. É um direito”, avisou a delegada que estava de plantão em Casa Amarela, depois de conversar com os defensores da empresária.

Motorista ficou dentro do carro que era guardado por um policial militar

Ao final das contas, a motorista foi autuada em flagrante pelos crimes de dano ao patrimônio público e desobediência, além de responder por contravenção penal por recusa de entrega dos documentos, cuja a pena é uma multa decidida pela Justiça. Como a pena dos crimes pelos quais foi autuada é menor que quatro anos, a empresária pagou uma fiança de três salários mínimos e voltou para casa depois de mobilizar vários policiais e agentes de trânsito nessa ocorrência. A pergunta que muita gente se fez e ainda deve estar se fazendo e se o tratamento dado à empresária seria o mesmo para um motorista menos influente e dono de um carro mais simples.

Policiais, advogados e familiares falavam com a empresária pela janela

 

Bairros da Zona Sul com mais PMs

 

O bairro de Boa Viagem sempre tem destaque na imprensa local quando se fala no quesito segurança. Com uma área territorial de aproximadamente 739 hectáres e uma população estimada em mais de 123 mil habitantes, o bairro é um dos mais caros do Recife. Lá, moram algumas das famílias mais ricas da capital, estão concentradas grandes lojas e empresas e também a Avenida Boa Viagem, principal cartão postal do bairro. Esta semana, a Polícia Militar se reuniu com os comerciantes da orla para discutir o problema de arromabamentos dos quiosques que têm acontecido sobretudo durante a madrugada. A solução encontrada foi um reforço policial na localidade e uma parceria entre os barraqueiros e porteiros dos prédios da Avenida Boa Viagem, do programa de Olho na Rua, para que a polícia seja acionada quando qualquer movimentação estranha for percebida nas imediações das barracas.

 

Quiosques da orla têm sido alvos de constantes arrombamentos

 

A iniciativa pode até surtir efeitos positivos, pelo menos no que depender do efetivo de militares destinado à localidade. Atualmente, 11 viaturas e 11 equipes de policiais motorizados são responsáveis por fazer as rondas nos bairros de Boa Viagem, Pina e Setúbal. Na Avenida Boa Viagem, até as 23h, todos os dias, ainda existe um efetivo de seis equipes de PMs de bicicletas. O número de militares destinados a essas áreas nobres não é o mesmo para outras áreas do Recife. Um exemplo da disparidade pode ser visto na Área Integrada de Segurança da Várzea, que cobre a segurança de 24 bairros com o total de apenas 12 viaturas. Já as 11 guarnições de Boa Viagem, Pina e Setúbal circulam apenas durante a madrugada. Durante o dia, a quantidade deve ser ainda maior. No entanto, os moradores do bairro ainda não se sentem seguro na rua. “Venho caminhar todos os dias no calçadão, mas só vem à tarde, porque à noite existem alguns trechos perigosos. A violência está muito grande, mas isso não é so aqui. E um problema geral”, destacou o aposentado Juarez Freitas, 81 anos.

 

PMs recebem prêmio por queda de violência

Cerca de 300 policiais militares irão participar na tarde desta quarta-feira do Prêmio Policial do Ano. A premiação do Destaque Operacional e Administrativo em 2011 é uma forma de reconhecimento do trabalho desenvolvido pela Polícia Militar de Pernambuco
em prol da segurança pública do estado e pelo alcance da redução dos Crimes Violentos Letais – CVLI, meta estabelecida pelo Pacto Pela Vida (programa lançado em maio de 2007 com o objetivo de reduzir a criminalidade em Pernambuco).
A cerimônia acontecerá às 15h, no Teatro de Santa Isabel e faz parte das comemorações dos 187 anos da PM. Os militares, entre praças e oficiais, serão condecorados com medalhas e premiações. Durante todo o ano, os policiais foram avaliados nos quesitos: assiduidade, participação, resultados obtidos, execução do serviço, disciplina, reconhecimento, zelo próprio, produtividade administrativa, repercussão positiva e antiguidade. Os homenageados serão aqueles que se destacaram em todos os quesitos.

 

As “damas de ferro” da Rocam

 

Em meio aos 175 homens que fazem parte da antiga Rocam, apenas duas mulheres pilotam as motos da Companhia Independente de Policiamento com Motocicletas (CIPMotos) da PM. Conhecidos pela abordagem diferenciada, esses militares passam por um curso de motopatrulhamento antes de irem às ruas. Os homens e mulheres da tropa são submetidos aos mesmos testes.

Aos 45 anos, a cabo Rossiny Lucena, que já passou por vários batalhões, tem orgulho de atuar na Rocam. “Estou na polícia há 26 anos. Tenho sete anos de Rocam. Vou sentir muita falta quando eu sair da PM. Tenho duas filhas, uma de 16 anos e outra de 14. As duas dizem que querem ser da Rocam quando crescerem”, revela Rossiny, cheia de orgulho. Quando escutam uma voz feminina, as pessoas tomam um susto. “Alguns ficam olhando sem acreditar que estão sendo abordados por uma policial”, confessa Rossiny.

A soldado Eliude Anunciada Feitoza, 30, está na Rocam há um ano. Diferentemente de Rossiny ainda não recebeu o braçal tão ostentado pelos rocanianos. “Antes de chegar aqui, passei pelo 17º BPM, mas o que eu queria mesmo era a Rocam. Comecei a observar o trabalho deles e fiz de tudo para entrar. Agora estou me esforçando para receber o braçal. Para mim, é um orgulho fazer parte da Rocam”, destaca.

Quiosques de Boa Viagem são alvos da vez

 

Uma parceria entre os comerciantes da orla de Boa Viagem e os porteiros dos edifícios da beira-mar pode ser a solução para reduzir o número de quiosques arrombados na avenida mais nobre do bairro. O anúncio foi feito pelo gestor do Ciods, coronel Ricardo Fentes, na reunião entre os barraqueiros, Polícia Militar e Prefeitura do Recife. Agora, porteiros dos prédio poderão acionar a polícia quando virem alguma movimentação perto das barracas. Os comerciantes estão se queixando dos constantes arrombamentos. Ao todo, 61 quiosques estão distribuídos em toda a extensão da Avenida Boa Viagem. Outra proposta que está em discussão é o fechamento de todas as janelas de vidro dos quiosques e o reforço do teto com madeira. A prefeitura já pediu para um arquiteto elaborar o projeto que será apresentado à Associação dos Barraqueiros de Coco da Cidade do Recife.

Estabelecimentos vêm sendo alvos contantes dos ladrões (WAGNER OLIVEIRA/DP/D.A PRESS)
Estabelecimentos vêm sendo alvos contantes dos ladrões

Os arrombamentos, segundo os proprietários dos quiosques, acontecem geralmente entre as 2h e as 5h. “Estamos orientando os policiais a não só passarem de carro pela avenida, mas também descerem das viaturas e olharem dentro e ao redor das barracas. Algumas delas ficam em locais onde é difícil visualizar a movimentação. Para isso, também deslocamos policiais que faziam rondas em outras áreas para darem maior atenção à orla, mas sem comprometer a segurança dos outros locais”, afirmou o comandante do 19º Batalhão da Polícia Militar (BPM).
O comerciante Petrônio Soares, que tem um quiosque há seis anos, afirmou que só deixou de ser roubado quando colocou câmeras de filmagens e alarme. “Por várias vezes os criminosos levaram coisas da minha barraca, mas agora tomei as providências que devia e os roubos pararam. Mas a insegurança por aqui é muito grande”, destacou Soares. A vendedora Alessandra Bernardo disse que, em um ano, a barraca em que trabalha foi arrombada 11 vezes. “Durante o dia, a polícia vem, mas é na madrugada que os ladrões agem”, apontou.

Acidente com buggy será reproduzido em Maracaípe

Veículo que atropelou jovens foi localizado pela polícia após o acidente

Um ano e oito meses depois do atropelamento que matou a estudante Rafaela de Oliveira Amaral, 20 anos, na praia de Maracaípe, Litoral Sul do estado, o caso ainda não foi julgado. O próximo passo da investigação agora será uma reprodução simulada do momento em que o buggy atropelou Rafaela e os dois amigos, Jéssica Cavalcanti Pires e Felipe Oriá, que estavam com ela na praia no dia 9 de outubro de 2010. A reconstituição foi autorizada pela juíza da Vara Criminal de Ipojuca, Andréa Calado, e será feita pelo Instituto de Criminalística (IC). A ação acontecerá no dia 29 de junho, às 18h. Além dos peritos do IC, participarão de reprodução simulada as duas vítimas, o comerciante Leandro Meireles, motorista do buggy e que foi indiciado por homicídio doloso, além do delegado de Porto de Galinhas.

Rafaela Amaral tinha 20 anos

O acidente na praia de Maracaípe, uma das mais baladas do estado e destino de muitos jovens nos finais de semana, aconteceu por volta das 20h do dia 9 de outubro de 2010. De acordo com as testemunhas ouvidas pela polícia na época, o veículo estava em alta velocidade na areia e com os faróis apagados. Rafaela, Jéssica e Felipe estavam conversando sentados na areia quando foram atingidos. Rafaela não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Felipe e Jéssica foram socorridos e passaram vários dias internados. Rafaela morava em Pau Amarelo, Paulista e cursava o terceiro período de Ciências Contábeis na UFPE.

 

“Sexo frágil” com força total na criminalidade

 

Do Diario de Pernambuco

Por Anamaria Nascimento com fotos de Annaclarice Almeida

 (ANNACLARICE ALMEIDA/DP/D.A PRESS)

Rosimere (*), 37 anos, é alta e está sempre bem vestida. Gosta de usar joia de ouro e manter o cabelo arrumado. Está presa há dois anos e oito meses na Colônia Penal Feminina do Recife, mas não perde a feminilidade. Já matou sete pessoas, comandava o tráfico de uma comunidade carente do Recife e foi detida por chefiar um grupo de extermínio. “Só ando armada e no salto. Nenhum homem mexe comigo. Nós, mulheres, temos muito mais disposição e atitude para o crime”, revela. A frieza de Rosimere se assemelha aos detalhes confessados por Elize Matsunaga, 30 anos, que matou e esquartejou o marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, 42, herdeiro da Yoki Alimentos, em São Paulo, em um crime que chocou o país.

Ao lado de Rosimere, durante entrevista para o Diario, estava Raika (*), 38 anos, também na antiga Bom Pastor. Filha de portugueses e de classe média alta, liderava uma quadrilha de assalto a bancos e arrombamento de cofres. Tem orgulho da posição que passou a ocupar após 20 anos de “trabalho” no grupo. “Consegui chegar onde estou porque é característica da mulher saber articular, planejar”, enfatiza.

Raika e Rosimere não estão sozinhas. De acordo com tese defendida na UFPE, a presença de mulheres em posição de liderança no mundo do crime é crescente. Na pesquisa, a psicóloga e professora da instituição Luciana Ribeiro descreve o perfil das criminosas, apontando que as conquistas femininas também podem ser percebidas em grupos de extermínio, nas bocas e fumo e nas quadrilhas de assalto a banco. Segundo a pesquisadora, elas querem mostrar que podem tanto quanto o homem. “A grande mudança é que, antes, elas ingressavam no crime por causa dos namorados ou maridos bandidos. A configuração atual é outra. Elas são chefes de quadrilha e agem por conta própria”.

 (ANNACLARICE ALMEIDA/DP/D.A PRESS)

O estudo aponta que as mulheres criminosas planejam mais os atos ilícitos e avaliam os ganhos e dificuldades da investida. “Foi possível perceber que, entre as mulheres mais velhas, havia uma grande habilidade e experiência nas práticas. Por outro lado, há uma baixa aceitação desse tipo de conduta nos espaços sociais onde elas convivem, por isso, muitas mantêm segredos”, pontua Luciana Ribeiro. Ainda de acordo com a pesquisadora, outra característica marcante entre as encarceradas é usar a fragilidade como forma de manipulação. “Nunca confessei um crime. Tento seduzir dizendo que não sei de nada”, diz Rosimere. “Mandamos. Mas na hora do interrogatório, negamos tudo”, completa Raika. Dados do Ministério da Justiça mostram que histórias como as de Rosimere e Raika não são pontuais e nem estão restritas ao estado. Entre 2005 e 2011, o número de mulheres encarceradas no país – por infrações que vão de furto e roubo simples a extorsão mediante sequestro – saltou de 2.006 para 6.072, um crescimento de mais de 200%. No estado, há  1.750 mulheres presas. (*) nomes fictícios

OBS: Veja matéria completa na edição do Diario de Pernambuco desta terça-feira.

Delegada será ouvida sobre atropelamento

Do Diariodepernambuco.combr

A primeira audiência de instrução do acusado de ter atropelado e matado o major da Polícia Militar e veterinário alagoano José Vieira Bezerra, 51 anos, que estava prevista para a manhã desta segunda-feira precisou ser adiada. A sessão foi cancelada devido à solicitação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para que a delegada responsável pelo inquérito, Ana Luiza Mendonça, da Delegacia de Piedade, também participe da audiência e preste depoimento. A nova audiência ainda não tem data marcada, mas também deverá acontecer na Vara do Tribunal do Júri do Fórum de Jaboatão dos Guararapes.

Imagens flagraram carro passando por cima da vítima

O militar foi atropelado em setembro do ano passado na Avenida Bernardo Vieira de Melo, no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. Um EcoSport o arrastou por cerca de 25 metros e depois passou por cima do corpo com as rodas dianteiras e traseiras. O motorista fugiu sem prestar socorro à vítima. Imagens do circuito de segurança de um edifício registraram todo o incidente e foram utilizadas na identificação do suspeito. O homem identificado como João do Sofá, proprietário do EcoSport de placas KJQ-7097, teria sido o responsável pela morte e na  manhã do acidente estaria dirigindo após supostamente ter consumido bebidas na noite anterior.

Motorista deixou o local sem prestar socorro, após o atropelamento

Atropelamento de major tem audiência de instrução

 

Está prevista para as 10h desta segunda-feira a audiência de instrução do caso do atropelamento e morte do major da Polícia Militar de Alagoas e médico veterinário José Vieira Bezerra, 51 anos. Ele foi atropelado e morto na manhã do dia 4 de setembro do ano passado, na Avenida Bernardo Vieira de Melo, no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. A audiência acontecerá na Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Jaboatão dos Guararapes. Os familiares da vítima estão confiantes que o autor do atropelamento seja condenado pelo acidente. Ele estava dirigindo um veículo EcoSport de cor clara, que foi encontrado pela polícia no dia seguinte, em um depósito no bairro de Piedade. O carro arrastou o major por cerca de 25 metros e depois passou por cima do corpo com as rodas dianteiras e traseiras. O motorista fugiu sem prestar socorro à vítima. Imagens do circuito de segurança de um edifício filmaram o exato momento em que o veículo colidiu com a vítima e a atropelou.

Vieira foi atropelado quando caminhava na Av. Bernardo Vieira de Melo

José Vieira saiu de casa logo cedo para caminhar na orla quando foi atropelado numa das principais vias do bairro. O médico e major era casado e tinha um casal de filhos. A filha soube da morte do pai quando participava da aula da saudade de sua turma de publicidade e propaganda. A esposa dele, que também é médica veterinária estava no Rio Grande do Sul participando de um congresso e chegou ao Recife poucas horas depois do acidente. José Vieira era conselheiro efetivo do Conselho Regional de Mecidina Veterinaria do estado de Alagoas. Os familiares de José Vieira ressaltaram ainda que esperam que esse caso sirva de exemplo para que os motoristas sejam mais prudentes e não assumam o volante de carro depois de ingerir bebida alcoólica. Na época do acidente, a polícia cogitou a possibilidade de o condutor do EcoSport estar sob o efeito de álcool.

Preso vai custar R$ 2,5 mil por mês em Itaquitinga

 

O Centro Integrado de Ressocialização (CIR), em Itaquitinga, que está sendo construído através de uma Parceria Público-privada, vai disponibilizar 3.126 vagas e irá abrigar os detentos que serão retirados dos presídios da Ilha de Itamaracá é mais nova aposta para a mudança do Sistema Penitenciário do estado. O CIR vai operar com estrutura e segurança de primeiro mundo, mas custará caro ao cofre estadual. Segundo o empresário do Consórcio Reintegra Brasil, responsável pela construção, Eduardo Fialho, cada preso da unidade vai custar ao estado cerca de R$ 2,5 mil por mês. Atualmente, um detento em presídio comum custa aos cofres públicos em torno de R$ 1,6 mil/mês. O estado gasta com um aluno da rede pública de ensino R$ 150/mês.

O alto valor aplicado para a manutenção dos detentos no novo centro chamou a atenção dos representantes da Secretaria Nacional de Direitos Humanos e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) que acompanharam a visita às obras ontem. “Estou impressionada com o valor que será pago por cada detento dessa unidade”, disse Deise Benedito, representante da Secretaria de Direitos Humanos. De acordo com Eduardo Fialho, as instalações do CIR são seguras e modernas. Além disso, ressaltou, o estado não terá qualquer despesa com serviços e produtos para a unidade. Mas continuará à frente da segurança.

 

Trabalhos na unidade prisional estavam a todo vapor há quatro meses

“O estado não terá gastos com alimentação, nem combustível, nem com carros. Tudo será feito pelo consórcio. Vamos receber o valor aproximado de R$ 2.500 por cada preso, mas o presídio é bem equipado. Somente câmeras de monitoramento nós temos 1.600 espalhadas em toda a área da unidade”, justificou Fialho. Se as 3.126 vagas do local foram preenchidas, por mês o governo pagará ao consórcio o valor de R$ 7,81 milhões. CIR vai oferecer escola, celas com banheiros e serviço médico-odontológico. Ainda segundo os representantes do consórcio, não será permitida a entrada de nenhum alimento, nem carro na unidade. Todos os visitantes e funcionários passarão por um rigoroso sistema de identificação e revista.

O CIR terá cinco presídios independentes, sendo três em regime fechado e dois em regime semiaberto. Ainda no quesito segurança, haverá sensores de movimento em torno de áreas pré-definidas em todos os pavilhões, microfones instalados nos uniformes dos técnicos e ausência de contato manual no manuseio das portas, pois serão todas automatizadas. “Teremos também cachorros, gansos eletrônicos e guaritas longe da visão dos presos. Não consigo imaginar uma fuga daqui.” A unidade entra em operação até o final deste ano.

 

Presídio será de segurança máxima e terá 1.600 câmeras de monitoramento

Saiba mais

CIR Itaquitinga em números

R$ 287 milhões foi o investimento arcado pelo operador privado
3 mil empregos foram gerados durante a construção
1,2 mil empregos serão criados durante a operação

3.126 é a capacidade para internos
3 unidades para regime fechado
2 unidades para o regime semi-aberto
R$ 2,5 mil será o custo mensal por interno

Outubro/2009 foi o início da construção
Até o final de 2012 é a previsão para o início da operação