Peças produzidas por reeducandos do estado serão vendidas em shopping

Produtos artesanais fabricados pelos reeducandos das unidades prisionais do estado de Pernambuco poderão ser comprados, em breve, em uma loja no Shopping Paço Alfândega, no Recife Antigo. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Ressocialização (Seres), por meio da sua Gerência de Projetos e Convênios, e o centro de compras. A parceria que foi firmada nessa quinta-feira resultou na instalação de uma loja que comercializará os produtos. A inauguração do espaço está prevista para o próximo dia 4 de dezembro.

Produtos estarão em loja no segundo piso do shopping. Foto: Seres/Divulgação

Segundo o gerente de Educação e Qualificação Profissionalizante da Seres, Ednaldo Pereira, inicialmente, duas reeducandas da Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima irão trabalhar na loja. Elas serão qualificadas e inseridas no processo de ressocialização através do trabalho externo.  A ação tem como objetivo dar visibilidade às obras de arte produzidas pela população carcerária e gerar renda para os artistas. A loja funcionará no segundo piso do Paço e comercializará grande variedade de produtos.

Peças vêm de diversas unidades prisionais do estado. Foto: Seres/Divulgação

Tabuleiros em xadrez, peças decorativas, artesanatos em madeira, brinquedos infantis, baús, barcos decorativos, adegas, animais decorativos, bordados e renascença, artigos reciclados, bolsas de papel, barcos decorativos, colares e tiaras de garrafa pet, tapetes em tecido e pinturas em tela serão disponibilizados para os clientes. “Já temos uma loja que comercializa produtos na Casa da Cultara e agora vamos ter essa no shopping. As reeducandas que irão trabalhar na loja terão, a cada três dias de trabalho, um reduzido na pena a qual foram condenadas”, explicou Ednaldo Pereira.

 

 

Comissão aprova PEC que exclui possibilidade de Ministério Público investigar crimes

 

O Ministério Público pode ser impedido de realizar investigações criminais por conta própria. Uma comissão especial da Câmara aprovou nessa quarta-feira a Proposta de Emenda à Constituição 37/11, que atribui exclusivamente às polícias Federal e Civil a competência para a investigação criminal. De autoria do deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA), a PEC deixa claro que o Ministério Público não pode conduzir a investigação e deve atuar apenas como titular da ação penal na Justiça.

O relator da PEC na comissão especial, deputado Fabio Trad (PMDB-MS), lamentou a decisão da comissão. Ele havia modificado o texto original da PEC, permitindo que o Ministério Público investigasse, em conjunto com as polícias, os crimes contra a administração pública – como corrupção – e delitos praticados por organizações criminosas. Durante a votação da PEC, no entanto, os deputados derrubaram o artigo que permitia essa investigação subsidiária do Ministério Público.

Para Fabio Trad, a medida é prejudicial à sociedade. “Hoje, lamentavelmente, perdemos a oportunidade de ter polícia e Ministério Público juntos no combate à criminalidade.” O relator disse que vai tentar retomar o texto do seu substitutivo na votação da PEC em Plenário. A proposta ainda precisa ser votada em dois turnos na Câmara, antes de seguir para o Senado.

Competência das polícias
O deputado Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG) foi quem apresentou o destaque para votação em separado que impede definitivamente a atuação do Ministério Público nas investigações. De acordo com o parlamentar, o texto da Constituição deixa claro que a competência para investigar crimes é das polícias Civil e Federal.

Vasconcellos lembrou que, por causa de interpretações diferentes, o Ministério Público passou a também realizar investigações criminais. “Houve alguns erros de interpretação durante os anos, mas (as competências) são muito claras e dividem os poderes. Até porque uma pessoa não pode, ao mesmo tempo, investigar e oferecer denúncia.”

Procuradores
O vice-presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho Cavalcanti, disse que a aprovação da PEC é um retrocesso provocado pela pressão dos delegados de polícia.

“Da forma como foi aprovada, é muito ruim para o País. Principalmente com o cerceamento puro e simples [do Ministério Público]. Todas as provas criminais passarão a ser produzidas apenas pelos delegados de polícia. Não apenas o Ministério Público foi atingido, como também o Executivo. Toda a produção de provas por órgãos como a CGU e o TCU teria que ser repetida na mão de um delegado de Polícia Federal.”

Cavalcanti disse esperar que a PEC seja derrubada quando for votada no Plenário da Câmara.

Divergência
O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) considerou que a votação na comissão especial foi inválida, uma vez que o presidente do colegiado, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), não permitiu que ele apresentasse aos parlamentares o teor de seu voto em separado, que também modificava o texto original da PEC.

Molon afirmou que vai recorrer à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) contra a decisão do presidente. Ele espera que a CCJ anule a votação da comissão especial.

Da Agência Câmara