Moradores e frequentadores do bairro de Casa Forte, na Zona Norte do Recife, estão preocupados com os frequentes assaltos praticados à noite. Um dos crimes mais recentes aconteceu por volta das 20h30 do domingo, na Rua Marechal Rondon, uma transversal da Avenida 17 de Agosto. Os assaltantes chegaram em um veículo HB20 branco e abordaram um grupo de quatro amigos. Segundo as vítimas, um dos bandidos estava armado com uma espingarda calibre 12.
O bairro faz parte da Área Integrada de Segurança 5. Segundo a Secretaria de Defesa Social, nos dois primeiros meses deste ano, 867 ocorrências de Crimes Violentos contra o Patrimônio foram registradas nessa região. No mesmo período do ano passado, o número foi de 526. O órgão não forneceu dados específicos sobre os crimes ocorridos no bairro de Casa Forte.
O empresário Lucas Pimentel, 29 anos, sabe bem o que representa esse crescimento na criminalidade. Morador do bairro do Parnamirim, ele foi a um show em um bar na Avenida 17 de Agosto com três amigos. O grupo saiu para pegar um carregador de celular no carro quando foi abordado pelos bandidos a bordo do HB20. “Estávamos na Rua Marechal Rondon quando um carro onde estavam quatro homens parou ao nosso lado, sendo dois armados. Levaram telefones celulares e carteiras com dinheiro e documentos. A rua é bastante movimentada e muitos carros estavam estacionados no local”, destacou.
O jornalista Rodolfo Bourbon, que estava junto com Lucas, postou um relato sobre o crime, numa rede social, na tarde da segunda-feira. Ontem, por volta das 23h, a postagem já havia sido compartilhada 1,7 mil vezes.
Uma estudante de 18 anos, que estava comemorando seu aniversário com um grupo de nove amigos, também foi vítima da violência no bairro. No dia 19 de fevereiro, os jovens caminhavam em direção a um posto de combustíveis depois de saírem de um bar na 17 de Agosto quando foram interceptados por ocupantes de um Punto preto. “Estávamos indo comprar bebidas no posto, mas no caminho o carro parou e desceu um homem do banco do passageiro da frente, já anunciando o assalto. Ele estava armado e logo em seguida desceram mais dois assaltantes do banco traseiro. Quatro pessoas do nosso grupo tiveram seus pertences roubados. Eu perdi meu celular e minha bolsa”, contou a estudante.
Os relatos de assalto também vêm do bairros de Casa Amarela, Poço da Panela, Jaqueira, Parnamirim e Tamarineira, que integram a região. “Sei que a violência está em todos os lugares, mas a Zona Norte parece que não tem mais atenção das autoridades”, reclamou um morador do Parnamirim. Os casos devem ser registrados na Delegacia de Casa Amarela. O delegado Paulo Rameh pede que as vítimas prestem queixas. “Somente a partir das denúncias podemos iniciar a investigação. Com os depoimentos teremos elementos para tentar chegar aos criminosos”, explicou Rameh.
O comandante do 11º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Ronaldo Tavares, afirmou que os bairros atendidos pelos policiais do seu batalhão, que inclui Casa Forte, receberam reforço da Operação Ostensividade. “Essa operação conta com duplas de policiais a pé que fazem as rondas”, afirmou.
O estudante Evandro da Silva Dias Júnior, 19 anos, encontrou uma maneira de ganhar dinheiro fácil no mundo virtual, só que de forma ilegal. Sem sair de casa, ele invadia computadores online, roubava dados, números de cartões de crédito e senhas e, em seguida, comprava em sites usando as informações das vítimas. Quando a mercadoria chegava ao Recife, era revendida nas redes sociais.
O esquema chamou a atenção de mais seis pessoas que foram treinadas por Evandro para roubar informações na internet: André Felipe de Lima, 20; Luís Carlos Santos, 20; Márcia Stefane Pereira Barros, 18; Wanjohnson José Lopes da Silva, 18; Luiz Eduardo Acioly Maia, 24; e Patrick Swayze Santos Dias, 21, esse último é irmão de Evandro, e estava preso.
O delegado Eronides Meneses apresentou ontem o resultado da Operação Cash, que prendeu os suspeitos. A organização criminosa se autodenominava Caash. As investigações foram iniciadas em setembro pela Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos. A maioria das apreensões feitas durante a operação foi de equipamentos de informática, como computadores e notebooks. Segundo a polícia, parte dos equipamentos era usada para cometer fraudes online.
Os suspeitos de fazer parte da quadrilha responderão na Justiça pelos crimes de estelionato, receptação, organização criminosa, corrupção de menores e invasão de computadores. “Eles alteravam o endereço de entrega das mercadorias e as vendiam por um quarto do preço original”, disse o delegado do caso.
Nos diálogos encontrados pela polícia nas redes sociais dos suspeitos, um deles chegou a anunciar o recebimento de uma carga de relógios. Ainda de acordo com a polícia, eles pintavam os números de suas residências para tentarem dificultar as investigações e duplicavam uma letra no nome do perfil do Facebook. As postagens nas redes sociais sempre ofereciam os produtos mostrando foto e exibindo os valores. O lucro das vendas, segundo a polícia, a quadrilha gastava com farras.
Além dos envolvidos, a polícia ouviu depoimento de um adolescente de 16 anos. Ele foi ouvido e liberado. Uma outra adolescente de mesma idade também está sendo procurada apenas para prestar depoimento.
Quatro policiais civis lotados no Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) foram presos durante operação realizada na manhã desta terça-feira. De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, a Operação teve por objetivo dar cumprimento a quatro mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo Juiz de Direito da Comarca de Paulista.
Os policiais civis Leonardo Menezes Lourenço, João Rodrigues de Almeida Filho, Jorge Augusto Silva Rodrigues e Ednã Vitorino da Silva foram presos por policiais civis do Grupo de Operações Especiais (GOE), com apoio do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri) e da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp). Os policiais são investigados por envolvimento nos crimes de associação criminosa, roubo, concussão, sequestro e ameaça.
As investigações tiveram início há dois meses e estavam sendo realizadas pelo próprio Denarc. Em seguida, o chefe da PCPE, delegado Antônio Barros, designou o delegado titular do GOE, Cláudio Castro, para dar continuidade ao procedimento. Mais informações sobre as prisões serão fornecidas pela PCPE nesta quarta-feira às 9h.
As câmeras do circuito interno de segurança do Hotel Golden Beach, localizado na Avenida Bernardo Vieira de Melo, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, não registraram a briga e as duas mortes ocorridas nas dependências do local no último dia 25. Os responsáveis pelo estabelecimento informaram ao delegado Guilherme Caraciolo, responsável pelas investigações, que os equipamentos não estavam funcionando. Com isso, fica um pouco mais complicada a investigação.
Na ocasião, a técnica de enfermagem Juliana Saboia Ferreira da Silva, 28 anos, atirou nas costas de Pamela Ferreira Oliveira, 25, dentro do quarto do policial civil Fábio Rogério Serafim Pereira, 38, com o qual havia terminado um relacionamento 15 dias antes. Em seguida, Juliana foi baleada e morta por um policial militar do 6º Batalhão que havia sido chamado junto com mais três militares pelo policial civil para controlar a discussão entre as duas mulheres. Juliana teria ficado irritada ao chegar no hotel e encontrar o ex-companheiro com Pamela.
O policial civil lotado no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e o policial militar já foram ouvidos pelo delegado Guilherme Caraciolo. A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) também está investigando o caso para saber se a conduta do PM foi correta ou não. Os militares alegaram que houve o disparo contra Juliana porque ela estava com uma pistola na mão e apontando para os policiais.
A baixa taxa de elucidação de crimes no Brasil é frequentemente discutida quando se fala na eficiência das políticas de segurança pública. De acordo com os números divulgados pelo Governo Federal, menos de 8% dos crimes são solucionados no País. E o tema não ficou fora do Seminário Internacional de Segurança Pública ocorrido recentemente na Câmara dos Deputados em Brasília, ocasião em que foi defendido o chamado “ciclo completo de polícia”, modelo em que todas as Polícias exercem o poder de investigação, cuja atribuição constitucional hoje em dia cabe apenas à Polícia Civil.
Antes de mais nada, é preciso alertar que a adoção do ‘ciclo completo de polícia’ demandaria um novo marco legislativo que mudasse os valores contemplados no artigo 144 da Constituição Federal. Neste sentido, seria necessário discutir e aprovar uma PEC, com todas as dificuldades inerentes a uma mudança de lógica constitucional. Em outras palavras, a solução, pela via legislativa, não é tão simples como parece.
O legislador constituinte, por ocasião do nosso Pacto Social de 1988, preferiu conceder competências bem específicas para cada umas das Polícias. Assim, grosso modo, à Polícia Civil cabe a atividade de polícia judiciária, responsável prioritária pela condução das investigações e do inquérito policial. De outro lado, a atividade policial ostensiva-repressiva, cujo foco é a prevenção de delitos e a manutenção da ordem pública destina-se à Polícia Militar.
A nosso ver, a estrutura atual do serviço de segurança pública não nos permitiria adotar com vantagem o ‘ciclo completo de polícia’. A razão é a mesma do ditado popular que nos ensina que “cachorro de dois donos, morre de fome”, uma vez que o risco de ter as Polícias cuidando de tudo (atividade repressiva e atividade judiciária) poderia ocasionar, ao revés do pretendido pelos defensores da ideia, a falta de atendimento regular e organizado das áreas cujas competências estão hoje bem definidas.
A baixa percentagem de elucidação de crimes está essencialmente ligada à falta de aparelhamento das Polícias em suas atividades-fim, sejam elas civis ou militares. Exemplo disso é o que ocorre no Estado de São Paulo, em que menos de 20% dos investigadores da Polícia Civil, de acordo com dados apurados pelos órgãos de classe da categoria, está de fato exercendo a atividade de polícia judiciária, elucidando a autoria dos crimes cometidos. A grande maioria dos investigadores está, em verdade, envolvida em atividades que fogem completamente de seu mister, servindo como motoristas, datilógrafos, telefonistas ou até mesmo fazendo a segurança da Delegacia, visto temerem assaltos por parte dos criminosos (!).
A solução não é mudar a lógica constitucional, eliminando a separação de atribuições em que tudo ficaria a cargo de todos e sim um maior investimento no material humano e aparelhamento das Polícias. Em países como Estados Unidos, a taxa de elucidação de crimes é alta muito mais pela valorização da Instituição Policial, do que por contar com o ‘ciclo completo de polícia’.
Pergunte a algum cidadão norte-americano médio acerca de sua percepção sobre a Polícia e perceba, no mais das vezes, o grau de respeitabilidade, inclusive do ponto de vista cultural, que gozam os policiais naquela sociedade. Faça a mesma pergunta aqui no Brasil e, a exceção talvez da Polícia Federal, corremos o risco de ouvir, em uníssono, na melhor das hipóteses: – Coxinhas!
No Brasil, segundo dados do Governo Federal, o fato de apenas 10% dos 5.570 municípios contarem com Delegacias de Polícia, com os policiais em verdadeira penúria, diz muito mais sobre a baixa taxa de elucidação de crimes do que a ausência do modelo do ‘ciclo completo de polícia’.
Até agora, quer seja nas discussões em fóruns de segurança pública, quer seja em resoluções, normas ou leis editadas pelos Governos, não se tem tocado o ‘dedo na ferida’. Assim, a falta de aparelhamento, os baixos vencimentos (em razão inversamente proporcional ao risco assumido pelos policiais) e a ausência de investimento no material humano, não são, nem de longe, assuntos que parecem de fato preocupar nossas autoridades. Frequentemente, as propostas se baseiam na criação de soluções aparentemente mágicas, sem levar em consideração problemas comezinhos como os aqui mencionados.
São louváveis as tentativas de melhorar nossa política estatal de segurança pública. No entanto, para além da simples mudança legislativa, ainda que de âmbito constitucional, é preciso combater as causas que estão levando nossos órgãos policiais à falência.
*Fernando Capano é especialista em Segurança Pública, sócio do Capano, Passafaro Advogados, membro efetivo da Comissão Estadual de Direito Militar da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo, professor universitário e milita tutelando os interesses de Associações e Sindicatos de Servidores Policiais
A violência voltou a subir no estado. Julho teve 297 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), 40 a mais que no mesmo período de 2014. Os números foram anunciados ontem pela Secretaria de Defesa Social. O titular da pasta, Alessandro Carvalho, ponderou que, apesar do crescimento, julho foi o segundo mês menos violento de 2015 até agora. Em junho, 264 homicídios foram computados.
Para Carvalho, o aumento nas mortes deve-se a fatores com o crescimento do tráfico de drogas e da criminalidade em geral, em meio à crise econômica, e à redução dos plantões por alguns delegados e policiais civis, em protesto.
“Apesar dos esforços que estamos fazendo, o mês de julho não teve um bom resultado no Pacto pela Vida. Depois de dois meses seguidos de redução, veio esse aumento de 15,6% no número de CVLIs. Um dos pontos que contribuiu para esse cenário foram as entregas dos plantões no interior do estado. Tínhamos 14 delegacias de plantão na Zona da Mata e no Agreste e depois das entregas, esse número caiu para oito. Isso faz com que as viaturas da PM fique mais tempo sem circular nas ruas porque estão nas delegacias para registar as ocorrências”, ponderou o secretário. Ainda segundo Carvalho, o governo do estado está aberto ao diálogo com os policiais, porém não tem previsão para que seja sinalizado aumento de salário.
Meta Segundo dados da SDS, as Áreas Integradas de Segurança mais violentas em relação ao número de assassinatos foram as de Paulista (27), Caruaru (27), Garanhuns (26), Jaboatão (24), Nazaré da Mata (21) e Cabo de Santo Agostinho (20). O desafio da SDS agora será atingir a meta do Pacto pela Vida, que prega uma redução de 12% em relação ao número de mortes com o mesmo período do ano anterior, para o mês de agosto.
Em 2014, 250 assassinatos foram registrados em Pernambuco em agosto. Isso significa dizer que para este mês, para atingir a meta, o estado não pode registrar mais do que 220 homicídios.
A cena do crime fala. O corpo da vítima também. Há um mês, um professor de 49 anos foi encontrado morto em seu apartamento, com as pernas e o pescoço enrolados com fios. A análise de vestígios no local do assassinato levaram à suspeita sobre dois alunos de uma escola particular na qual ele trabalhava. O caso de José Bernardino da Silva Filho, o Betinho, é o mais recente de uma série de investigações que demonstram a importância cada vez maior da perícia criminal na elucidação de mistérios que intrigam a população e desafiam os investigadores.
No Caso Betinho, a perícia papiloscópica, feita pelo Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB), detectou as digitais dos dois estudantes nos objetos usados no crime e num móvel da casa da vítima. “As perícias esclarecem situações com provas incontestáveis. Mas para que sejam bem feitas, é fundamental que haja o isolamento da área”, explica a gerente de Polícia Científica de Pernambuco, Sandra dos Santos.
Apenas nos três primeiros meses deste ano, o Instituto de Criminalística (IC) realizou 921 perícias de comparação balística no estado. Já o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) realizou 341 perícias em locais de homicídios, tentativas ou em veículos no Grande Recife no mesmo período.
Ao chegar em um local de crime, seja ele um roubo ou um assassinato, o perito criminal ou papiloscopista analisa toda área próxima. Sandálias, peças de roupas, objetos pessoais ou a arma do crime são as primeiras coisas procuradas no cenário do crime. “Tudo o que é colhido para perícia pode trazer um resultado. E uma vez que esse resultado é obtido, pode se refazer a técnica em qualquer outro lugar do mundo que a resposta será a mesma”, assegura Sandra dos Santos.
A tarefa de encontrar as provas ou vestígios em locais de crime exige rapidez e experiência. “Quanto mais rápido chegarmos ao local, melhor. Nas perícias em lugares fechados é mais fácil encontrar vestígios como impressões digitais e manchas de sangue”, ressalta a gerente de Polícia Científica.
Para o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, delegado Antônio Barros, a perícia criminal é essencial para a investigação policial. “Seja num crime de roubo, homicídio ou até mesmo sexual, a perícia é de fundamental importância. É o trabalho do perito que em muitos casos vai dar um norte para chegarmos à autoria do delito. Eles podem nos apresentar provas cabais contra os suspeitos do crime”, aponta Barros.
DNA
Recentemente, Pernambuco passou a contar com nova ferramenta para combater o crime através de análises de DNA. O estado é o primeiro do país a fazer a coleta de material genético de condenados por crimes hediondos para inserir no Banco de Dados de Perfis Genéticos. O banco, com tecnologia do FBI (polícia federal norte-americana), está presente em 17 estados e Distrito Federal para facilitar a identificação de reincidentes e crimes em série, e integrar o trabalho das polícias.
Outros casos
Caso Lara
No dia 24 de junho de 2003, a menina Lara de Menezes Albert, 7 anos, foi atingida na cabeça por uma bala perdida quando estava dentro do apartamento onde morava com a família no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da cidade. No primeiro momento da investigação, o caso era um mistério para a polícia que não sabia de onde teria partido o tiro que feriu a garota. Somente após uma perícia realizada pelos profissionais do Instituto de Criminalística (IC) de Pernambuco ficou concluído que o disparo que atingiu Lara teria partido de um apartamento de um prédio próximo ao dela.
Tópicos
Com base na trajetória da bala e a posição onde a criança estava, os peritos não tiveram dúvidas de que o tiro foi disparado de um prédio a 100 metros
O resultado foi entregue ao delegado responsável pela investigação, que solicitou um mandado de busca e apreensão no apartamento apontado pela perícia
Uma pistola foi encontrada no apartamento onde morava um tenente da Polícia Militar. Ele negou para a polícia que tivesse feito o disparo
A comparação balística apontou que o projétil que atingiu a vítima saiu da arma do tenente. O inquérito foi concluído e o autor indiciado
Caso Arturo Gatti
O lutador de boxe Arturo Gatti foi encontrado morto dentro de um quarto de hotel de luxo em Porto de Galinhas, Litoral Sul do estado, em 11 de julho de 2009, um dia depois de chegar à praia com a mulher, Amanda Rodrigues, e o filho para passar férias. Horas antes, segundo o inquérito policial, o casal teria brigado num restaurante e a mulher sido agredida. No hotel, Amanda teria se trancado no quarto com o filho e o lutador ficado na sala onde se suicidou. Inicialmente, a Polícia Civil acreditou em crime passional e Amanda foi autuada por homicídio. Passou 19 dias presa e só foi solta após o laudo da perícia pernambucana descrever que a morte de Gatti foi um suicídio.
Tópicos
Após analisar o peso da vítima (70kg), a posição que o corpo foi encontrado e a alça da bolsa usada no enforcamento, os peritos concluíram que o boxeador cometeu suicídio
Segundo a perícia, Gatti amarrou a alça de uma bolsa na escada e se pendurou, utilizando um banco da cozinha americana da suíte
O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou como causa da morte asfixia por enforcamento
A família da vítima chegou a contestar o resultado e contratou peritos internacionais, mas não obteve sucesso
Caso jornalista Marco Aurélio
O corpo do jornalista aposentado Marco Aurélio de Alcântara, 77 anos, foi encontrado na manhã do dia 24 de setembro do 2014, dentro da casa dele, no bairro do Derby. A vítima estava com as mãos, pernas e braços amarrados e um fio de náilon enrolado no pescoço. Na noite anterior à morte, testemunhas viram pelo menos duas pessoas estranhas entrando na casa. Alcântara teria vendido a residência onde morava por R$ 800 mil e sacado R$ 60 mil do valor. O dinheiro estaria guardado no imóvel. A identificação dos suspeitos do crime foi possível graças à análise feita pelos peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) em objetos que estavam na casa, onde foram colhidas impressões digitais.
Tópicos
As imagens das câmeras de segurança analisadas pela Polícia Civil mostraram dois homens saindo da casa do jornalista no dia do crime
Numa pasta que pertencia à vítima foram encontradas as digitais do suspeito Cristiano José da Silva Nascimento. Ele foi preso e confessou o crime
A partir da prisão de Cristiano, a polícia chegou ao segundo suspeito identificado como Emerson Pereira Morais, que está foragido
A polícia concluiu que os dois suspeitos mataram o jornalista aposentado para roubar. Cristiano disse que ele e Emerson ficaram com R$ 30 mil
Caso Artur Eugênio
No dia 12 de maio de 2014, o cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo, 36 anos, foi assassinado às margens da BR-101 Sul, em Jaboatão dos Guararapes. O carro da vítima foi encontrado na manhã do dia seguinte, no bairro da Guabiraba, no Recife. Uma garrafa plástica localizada perto do veículo foi a chave inicial para desvendar o assassinato. A partir da localização das impressões digitais no recipiente, a polícia chegou ao nome de um dos suspeitos. Ao final das investigações, cinco pessoas foram indiciadas pelo assassinato que causou grande revolta na sociedade, sobretudo na classe médica.
Tópicos
O corpo de Artur Eugênio foi localizado na noite do dia 12 de maio do ano passado às margens da BR-101. Ele estava sem nenhum documento de identificação
Uma garrafa plástica encontrada perto do carro da vítima completamente carbonizado na Zona Norte do Recife foi recolhida pela perícia
A partir da análise feita por peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril, as impressões digitais de um suspeito foram localizadas
As imagens das câmeras de segurança analisas pela polícia mostraram que a vítima estava sendo seguida desde a saída do trabalho
O governo de Pernambuco anunciou nesta quarta-feira que o mês de abril contabilizou 323 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) em todo estado. O número é um pouco menor do que o registrado em março, quando 334 pessoas foram assassinadas. Os números foram apresentados durante reunião do Pacto pela Vida. O programa de segurança pública completa oito anos nesta sexta-feira e tem recebido muitas críticas por parte de policiais civis e militares.
“Foi ainda uma pequena inflexão, mas são números que vejo de forma positiva, uma avaliação de que as mudanças que fizemos no início do ano começam a dar resultados. O Pacto pela Vida é isso: um programa que é acompanhado de forma permanente, fazendo as correções de rumo necessárias para atingir o nosso objetivo, que é salvar vidas, reduzir a violência e criar uma cultura de paz”, disse o governador Paulo Câmara.
Nos quatro primeiros meses deste ano, um total de 1.304 morreram de forma violenta em Pernambuco. No mês de janeiro, 323 CVLIs foram computados no estado e 324 registrados em fevereiro. A melhor semana de 2015 ocorreu no período de 24 a 30 de abril passado, com redução de 12%. Apenas no Recife, o CVLI caiu 6,25% em comparação com abril de 2014. O CVLI contra as mulheres também teve uma redução, de 5,5% nos quatro primeiros meses do ano, comparados com 2014.
Apesar do governo do estado afirmar que o Pacto pela Vida tem dado bons resultados, quem trabalha na rua diretamente no combate à violência afirma que o programa está falido. “Não temos condições de trabalhar com segurança porque as viaturas estão velhas, os coletes à prova de bala estão vencidos e a cobrança por resultado tem sido muito grande”, desabafou um policial militar que preferiu não ter o nome publicado.
Durante a reunião do Comitê Gestor, o governador Paulo Câmara determinou a elaboração de planos de ação específicos nas regiões mais violentas, com o aprofundamento e ações preventivas a serem executadas pela Secretaria de Defesa Social e pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, respectivamente.
Dez homens e 46 mortes nas costas. Após deixarem um rastro de violência e sofrimento, os dez mais perigosos da lista de procurados pela polícia pernambucana continuam sendo uma ameaça à sociedade. O ranking leva em consideração uma média ponderada entre crimes, uma espécie de índice da maldade, em que rendem mais pontos os homicídios e latrocínios (roubo seguido de morte). Depois, vêm as tentativas de homicídio, o tráfico e os crimes violentos contra o patrimônio.
O grau de periculosidade é obtido após cálculo matemático. O primeiro lugar, José Cledenor Júnior, tem grau 36. Ele teria cometido sete assassinatos. Só entra na lista dos dez mais quem já matou alguém. Três foragidos da relação são procurados há 17 anos. Um dos delegados da divisão de inteligência da Polícia Civil, que não pode revelar seu nome, revela que embora a lista pública com os 100 mais procurados só seja atualizada geralmente a cada seis meses, o ranking dos 10 têm, por vezes, atualizações semanais, que leva em consideração a pontuação e também eventuais prisões e mortes de procurados.
Depois dos delegados da Polícia Civil do estado reclamarem várias vezes das condições de trabalho e da baixa remuneração chegou a vez dos delegados da Polícia Federal botarem a boca no trombone. Nesta sexta-feira, o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Marcos Leôncio, estará no Recife para falar sobre os problemas enfrentados pelos delegados federais de todo país.
A categoria alega que a elucidação de crimes está sendo prejudicada em razão da falta de autonomia administrativa do órgão. Marcos Leôncio apresentará à imprensa a campanha Mais autonomia e o modelo defendido pelos delegados para combater a corrupção de forma mais eficiente.
Também participarão do encontro alguns delegados da polícia federal em Pernambuco. Eles querem alertar a sociedade sobre a falta de investimentos nos departamentos. O encontro com a imprensa acontecerá na Avenida Visconde de Suassuna, 140, no bairro de Santo Amaro, a partir das 8h30.