Para denunciar o crescimento da violência, policiais civis realizaram um protesto ontem. Eles pretendiam fincar 2.239 cruzes na Praça da Independência, bairro de Santo Antônio, para representar os assassinatos registrados, segundo a categoria, neste ano no estado.
Como a praça foi cercada por tapumes, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) optou por fazer o protesto na praia de Boa Viagem. De acordo com o presidente do Sinpol, Aúreo Cisneiros, o objetivo era mostrar à população a violência.
A categoria reivindica gratificação de risco de vida da função policial, equiparando com os delegados, que recebem 225% em relação ao salário-base. Ospoliciais pedem também revisão do plano de cargos e carreiras, reajuste de 8% com base na correção da inflação de 2014 e a convocação dos selecionados no último concurso público. Solicitam também a inclusão dos peritos papiloscopistas no quadro técnico.
Uma média de 38 carros são roubados ou furtados por dia em Pernambuco. Levantamento feito pela Associação dos Delegados de Pernambuco (ADEPPE) indica que 8 mil veículos foram retirados dos seus donos por criminosos do início do ano até o dia 31 de julho. Atualmente, o estado tem uma frota de 2,7 milhões de carros em circulação nas ruas, segundo dados do Departamento de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE).
Já os números apresentados pela Secretaria de Defesa Social (SDS) apontam que 3,7 mil carros foram furtados ou roubados no estado do início do ano até o dia 31 de julho. Apesar de divulgarem os números, nem a ADEPPE nem a SDS informaram quais os locais com maior incidência de crimes.
Insatisfeitos com os baixos salários e alegando sucateamento das delegacias do estado, os delegados da Polícia Civil decidiram ontem, após realização de uma assembleia com a presença de 130 policiais, no auditório do Banco Central, que não irão mais realizar as Operações de Repressão Qualificada. De acordo com o presidente da ADEPPE, Francisco Rodrigues, os delegados continuarão a fazer as investigações, os indiciamentos e o encaminhamento dos inquéritos para a Justiça. No entanto, os pedidos de prisões só serão feitos em casos extremos.
“Por lei, não temos a obrigação de pedir prisão de investigados. Agora os pedidos serão realizados apenas em crimes de grande comoção popular”, ressaltou Rodrigues. Também ontem, a Adeppe iniciou uma campanha denunciando o aumento da violência no estado. Vários outdoors serão espalhados em diversos municípios mostrando à população os números de homicídios, roubos e furtos de veículos e assaltos a ônibus ocorridos em Pernambuco do início do ano até o final do mês de julho.
Assim com o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), a Adeppe também vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inconstitucionalidade do Programa de Jornada Extra da Segurança Pública (PJES). O pedido será feito por meio da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol). Com a entrega dos PJES, o governo criou plantões ilegais e obrigou os delegados a irem para o interior. Aqueles que não foram já tiveram descontos nos seus salários nesse mês. Devido a isso, vamos entrar com ações na Justiça”, completou o presidente da Adeppe.
Por meio de nota, a SDS afirmou que “as reivindicações salariais dos policiais civis e delegados não são possíveis de serem atendidas neste momento em que há impedimento legal pela Lei de Responsabilidade Fiscal.” A respeito dos números da violência, o órgão disse que todos os seus dados são transparentes e publicados na página da SDS na internet.
Sobre a decisão de não mais realizar as Operações de Repressão Qualificadas, a SDS “entende que tal postura em nada auxilia as negociações e ocasiona prejuízos a toda a sociedade, pois de forma proposital os servidores que aderiram a tal diretriz estão deixando de desempenhar suas atribuições.”
Saiba mais
Crimes em Pernambuco segundo a ADEPPE
7.955 carros roubados ou furtados de 1º de janeiro a 31 de julho
2.178 homicídios de 1º de janeiro a 31 de julho
971 ônibus assaltados de 1º de janeiro a 31 de julho na RMR
Crimes em Pernambuco segundo a SDS
3.785 carros roubados ou furtados de 1º de janeiro a 31 de julho
2.178 homicídios de 1º de janeiro a 31 de julho
380 ônibus assaltados de 1º de janeiro a 31 de julho na RMR
A poucos dias da festa de São João, a capital do forró no Agreste pernambucano apresenta um índice assustador de homicídios. Nos 12 primeiros dias do mês de junho, 12 assassinatos foram registrados em Caruaru, o que corresponde a uma morte por dia. A vítima mais recente foi um homem assassinado ontem à noite no bairro das Rendeiras. Na quinta-feira, três pessoas foram mortas em menos de uma hora na cidade. De acordo com dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), 69 mortes violentas foram registradas pela polícia de janeiro a abril deste ano na cidade, 27 a mais que o mesmo período do ano passado.
Segundo o delegado da divisão de homicídios de Caruaru, Bruno Vital, houve um aumento geral da criminalidade na cidade neste ano. “Em abril, fizemos um diagnóstico da situação porque os números já sinalizavam um aumento nas mortes”, afirmou. “Os assassinatos estão ligados em sua maioria ao tráfico de entorpecentes.”
Ainda segundo a SDS, no ano passado, 900g de crack foram apreendidos em Caruaru entre janeiro e abril. No mesmo período de 2015, foram 3kg recolhidos. Os bairros de Santa Rosa e João Mota são os mais atingidos pelos Crimes Violentos Letais intencionais (CVLIs). A polícia acredita que nessas localidades os crimes estejam sendo praticados por integrantes de uma mesma quadrilha.
Na madrugada dessa sexta-feira, um ex-presidiário foi assassinado a tiros. De acordo com informações da Polícia Militar, Fagner José da Silva, 24 anos, foi atingido por vários disparos na estrada que liga os bairros Agamenon e Alto do Moura. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu na hora. Na quinta-feira, a PM registrou três homicídios em menos de uma hora. O primeiro crime ocorreu na Rua Otaviano Ribeiro, no bairro José Carlos de Oliveira. A vítima, Daniel dos Santos Silva, 31, foi morta a pedradas.
Já na Rua São Cristovão, no bairro Petrópolis, dois adolescentes foram assassinados a tiros. Segundo a polícia, os dois adolescentes aparentavam ter 15 anos.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a violência contra jovens negros ouve nesta quinta-feira (9) o sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo estudo “Mapa da Violência 2014: Os jovens do Brasil”.
Segundo o estudo, os homicídios são hoje a principal causa de morte de jovens de 15 a 29 anos no Brasil, e atingem especialmente jovens negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos. Em 2012, dos 56.337 mortos por homicídios, no Brasil, 53,37% eram jovens. Destes, 77% eram negros (assim considerados a soma de pretos e pardos) e 93,3% eram homens.
O estudo mostra também que, de 2002 a 2012, o número de homicídios de jovens brancos caiu 32,3%, e de jovens negros aumentou 32,4%.
“A audiência se faz necessária para que tenhamos a real dimensão sobre a realidade da violência sofrida pelos jovens no Brasil”, explica o deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA), que propôs o debate. A audiência será realizada a partir das 9h30, em local a definir.
Nesta terça-feira (10), das 9h às 12h, uma audiência pública na Câmara dos Vereadores do Recife vai discutir a violência contra a mulher. A audiência foi convocada pela vereadora Isabella de Roldão (PDT). Familiares de muitas vítimas de violência domésticas prometem participar do encontro.
A família da modelo Danielle Fasanaro, assassinada a tiros pelo ex-companheiro, em 19 de junho de 2013, estará na audiência. O encontro é aberto para quem quiser participar da discussão. A Câmara dos Vereadores do Recife fica em frente à Faculdade de Direito e ao lado do Parque 13 de Maio.
Mais 40 novas câmeras de videomonitoramento serão instaladas no Recife até o fim do ano. Além disso, 20 mil pontos de iluminação serão implantados. O anúncio foi feito ontem, pelo prefeito Geraldo Julio, durante o evento Diálogos capitais, metrópoles brasileiras – segurança.
A medida pretende reduzir a escuridão na capital e, assim, melhorar a segurança. Pesquisa realizada pela organização Actionaid com mulheres pernambucanas apontou que muitas tinham medo de sair de casa à noite por causa da escuridão.
Segundo a Prefeitura do Recife, as 40 câmeras serão instaladas pela Secretaria de Segurança Urbana em duas etapas. Já a implatação das luzes será feita pela Emlurb e deve começar nos próximos 20 dias. “Precisamos deixar a cidade melhor e mais segura. As pessoas precisam estar nas ruas. Rua com muita gente ajuda a reduzir a criminalidade”, ressaltou Geraldo Julio.
De acordo com o comandante geral da Polícia Militar, coronel Carlos Pereira, os cinco batalhões que cobrem os bairros do Recife serão contemplados com câmeras e lâmpadas. O objetivo da prefeitura é terminar o ano com 140 câmeras na cidade. Atualmente, existem cem equipamentos em atividade.
Debate O evento que discutiu ações para a melhoria da segurança pública do Recife contou com o debate Planejamento urbano e segurança pública. Participaram da conversa o diretor regional da ONU-Habitat, Elkin Velasquez, o sociólogo e idealizador do Pacto pela Vida do estado, José Luiz Ratton, e o coordenador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará, Cesar Barreira.
Segundo Ratton, a redução da criminalidade está ligada à implantação de políticas eficazes. “É necessária a implementação de políticas específicas de prevenção. Pernambuco foi o único estado do Nordeste a reduzir os índices de crimes nos últimos anos”, ressaltou o sociólogo.
Na opinião de Cesar Barreira, a violência tem vítimas preferenciais, o que, segundo ele, é comprovado pelos estudos da área. “As cidades precisam ser mais iluminadas, as calçadas melhoradas e políticas de seguranças eficazes implantadas”, ponderou Barreira.
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40 câmeras
de monitoramento serão instaladas
20 mil pontos
de iluminação serão implantados no Recife
5 batalhões
de área serão beneficiados
Bairros atendidos:
11º BPM: Arruda, Fundão, Cajueiro, Água Fria, Campina do Barreto, Beberibe, Porto da Madeira, Bomba do Hemetério, Alto Santa Terezinha, Linha do Tiro, Alto José Bonifácio, Dois Unidos, Passarinho, Mangabeira, Alto José do Pinho, Morro da Conceição, Vasco da Gama, Apipucos, Macaxeira, Nova Descoberta, Brejo, Guabiraba, Córrego do Jenipapo, Dois Irmãos, Pau Ferro.
12º BPM: Afogados, Jiquiá, Estância, Areias, Caçote, Ilha do Retiro, Prado, Bongi, Mustardinha, Mangueira, San Martin, Jardim São Paulo, Barro, Tejipió, Sancho, Totó, Coqueiral, Torrões, Engenho do Meio, Cidade Universitária, Várzea, Caxangá.
13º BPM: Campo Grande, Torreão, Espinheiro, Aflitos, Derby, Graças, Rosarinho, Encruzilhada, Hipódromo, Ponto de Parada, Cordeiro, Zumbi, Madalena, Torre, Iputinga, Água Fria, Campina do Barreto, Arruda, Fundão, Cajueiro e Chã de Estrelas.
16º BPM: Recife Antigo, Santo Antônio, São José, Cabugá, Joana Bezerra, Coelhos, Ilha do Leite, Paissandu, Boa Vista, Soledade e Santo Amaro.
A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) poderá definir novos comportamentos considerados violência contra a mulher. Conforme explica a autora, deputada Erika Kokay (PT-DF), o Projeto de Lei 7163/14 inclui na lei situações do dia a dia que vão além da unidade doméstica, da família e das relações íntimas de afeto, que são as únicas previstas atualmente.
Pelo texto, a lei passa a abrigar situações de abuso de autoridade ou de poder para causar dano à mulher. Essa mudança, segundo a autora, “visa punir os maus profissionais que se aproveitam de sua situação privilegiada para causar danos e lesões às mulheres”.
Confiança
Ainda de acordo com a proposta, será incluída na legislação prática em que o agressor causar morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial à mulher com abuso de confiança ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade.
De acordo com Erika Kokay, a alteração vai permitir, por exemplo, a aplicação da Lei Maria da Penha a “situações em que o agressor, baseado no gênero, violenta a mulher utilizando-se de sua qualidade de vizinho, visitante ou simples colega em quem a vítima deposita toda sua confiança”.
A partir desta segunda-feira, a Prefeitura do Recife, através do programa Pacto Pela Vida, realiza um mutirão na comunidade de Brasilit, na Várzea, na Zona Oeste. Até sexta-feira, serão realizadas ações de diversas secretarias para melhorar o controle urbano da região e conscientizar a população sobre prevenção à violência.
Através das Secretarias de Mobilidade e Controle Urbano e Saúde, os comerciantes do local serão orientados sobre ocupação do logradouro público e manipulação de alimentos.
A Emlurb vai recuperar placas de concreto e canaletas, além de reforçar a limpeza em diversas vias da comunidade. Também serão intensificados os trabalhos de fiscalização de trânsito, poluição sonora e recolhimento de carcaças.
O mutirão contemplará ainda atividades educativas e de lazer. Na Academia da Cidade, a Secretaria de Esportes e Copa vai promover oficinas de skate e ginástica. Já nas escolas municipais da área serão realizadas palestras e rodas de diálogo sobre prevenção à violência, discriminação, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e trabalho infantil
A Várzea é o segundo bairro mais populoso do Recife, com 70.453 habitantes, de acordo com o Censo 2010. A localidade é uma das 15 prioritárias do programa municipal de combate à violência. Em 2013 foram registrados 23 homicídios no bairro.
Com informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Urbana do Recife
Gestões diferentes. Problemas persistentes. A segurança pública em Pernambuco sempre precisou de uma atenção especial por parte dos governadores, principalmente pelos altos índices de homicídios que eram registrados. Apesar de apontarem os avanços ocorridos nos últimos anos, os especialistas do setor ainda se queixam de problemas que se arrastam há décadas.
A falta de estrutura de algumas delegacias, sobretudo no interior, a ausência de um plano de cargos e carreiras para os policiais e a concentração do efetivo na Região Metropolitana são alguns deles.
Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), o estado possui pouco mais de 19 mil policiais militares. Um número significativo, mas que, na avaliação do coordenador-geral da Associação dos Cabos e Soldados (ACS-PE), Alberisson Carlos, ainda é insuficiente se levarmos em consideração a recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), que estipula um policial para cada 250 habitantes. “Hoje, temos um déficit de seis mil agentes”, disse. Apesar de não haver uma estimativa oficial, Alberisson acredita que 60% do efetivo da PM esteja na RMR.
Apesar das críticas, Alberisson afirma que a criminalidade diminui no estado – um índice médio de 12% ao ano, segundo ele. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Cláudio Marinho, ressalta que, para reduzir ainda mais os índices, é preciso focar no tráfico de drogas, uma das principais causas dos homicídios. “O problema é que não temos efetivo suficiente”, ressaltou, informando que 38% pediram exoneração nos últimos anos, devido aos baixos salários.
O professor da Faculdade dos Guararapes Isaac Ribeiro também afirmou que o estado avançou em alguns pontos, mas precisa rever outras questões. “O Pacto Pela Vida precisa de uma reformulação que conte com uma maior participação dos municípios”.
Por meio de nota, a SDS informou que a proporção de PMs é de 236 por 100 mil habitantes, enquanto o de policiais civis é de 59. A entidade informou que o estado ocupa a 17ª posição no ranking de relação população x policiais. Sobre os problemas de infraestrutura, a SDS afirmou que foram investidos mais de R$ 10 milhões em obras de recuperação e em construções, beneficiando 81 unidades.
Valorização dos policiais e modernização do sistema
Com tantos desafios para serem enfrentados, o próximo governador do estado precisará de disciplina e ações efetivas que possam trazer mudanças profundas na segurança pública. Entre as principais propostas dos seis postulantes que disputam o cargo de chefe do executivo estadual destacam-se a valorização dos policiais (civis e militares), a modernização do sistema e o foco nas ações preventivas.
O candidato Armando Monteiro (PTB) pretende preservar, ampliar e fortalecer o programa Pacto Pela Vida, criado pelo ex-governador Eduardo Campos, em 2007. Para resolver o problema da infraestrutura, apontado pelos especialistas da área e pelos próprios policiais, o petebista, caso eleito, promete modernizar e equipar todas as delegacias do estado, além de garantir a manutenção física dos locais.
O socialista Paulo Câmara também pretende fortalecer o Pacto Pela Vida. Outra proposta dele é a de ampliar a atuação da Central de Monitoramento em Pernambuco – atualmente, apenas seis cidades têm o serviço. O combate aos crimes contra as mulheres é outra diretriz que faz parte do programa de governo do socialista, assim como a luta contra o tráfico de drogas.
O candidato Zé Gomes (PSol) promete fortalecer as ações preventivas, por meio da reestruturação educacional e da implementação de políticas públicas. Já o candidato Jair Pedro (PSTU) deseja desmilitarizar as polícias Civil e Militar e criar uma polícia única. A proposta é semelhante à de Pantaleão (PCO), que promete acabar com a PM e criar um regimento formado apenas por policiais civis e guardas municipais. O candidato do PCO, Miguel Anacleto, quer promover capacitações aos policiais e pretende integrar a polícia às comunidades.
O medo está tirando o sono de moradores e comerciantes da cidade de Pombos, na Mata Sul, a 64 km do Recife. Eles relatam que nos últimos seis meses a violência tem crescido, sendo constante os assaltos no local. A denúncia se reflete nos dados registrados pela Secretaria de Defesa Social (SDS). De janeiro a junho, o número de furtos aumentou 88%, passando de 34 ocorrências para 64, se comparado com o mesmo período em 2013. Já a quantidade de roubos pulou de 51 para 68, um crescimento de 33,3% também comparado ao ano anterior.
Conhecida como a terra do abacaxi, Pombos em nada se parece hoje com o município pacato lembrado pelos que lá vivem. Dono de uma loja na Rua do Comércio, no centro do município, há 10 anos, um comerciante que não quis se identificar contou que instalou câmeras. Ele disse que outros lojistas contrataram seguranças. Mas as medidas não têm sido suficientes para coibir a ação dos bandidos.
“Uma loja de roupas vizinha à minha foi assaltada. Levaram dinheiro e celulares das vendedoras. A cidade é pequena e todo mundo se conhece. Temos medo até de procurar a polícia”, disse. Outra comerciante creditou os crimes ao crescimento do município. “Quase todos os dias tem assalto, principalmente nas ruas. Uma amiga minha já foi roubada”, contou. A população estava estimada em 26.716, segundo o IBGE, em 2013. Em 2000 eram 23.351 moradores.
Diante da situação, moradores pretendem sair em passeata pelas ruas da cidade, às 15h da próxima quinta-feira, pedindo providências ao poder público. “O comércio colocará balões brancos em suas portas e os carros vão rodar com fitas brancas. O protesto foi marcado após a morte de um empresário no domingo passado. Ele estava sendo perseguido por dois homens numa moto, bateu numa árvore e morreu”, afirmou uma das organizadoras e moradora Marimuth Coelho, 58.
Em nota, a SDS informou que detectou os principais gargalos que elevaram o número de roubos e furtos e alterou os locais de policiamento ostensivo, além de reforçar a segurança com motocicletas no período noturno. Uma viatura e três motocicletas da CIPMotos atuam na área. O delegado Frederico Lapenda informou que uma das ocorrências de maior repercussão na cidade, o assassinato de um idoso, foi solucionada em apenas uma hora e meia após o crime.
De acordo com o tenente-coronel Lindjonhson Felix da Silva, comandante do 21º Batalhão da PM, o desenvolvimento da cidade e municípios vizinhos é um dos motivos para o aumento da violência. “É importante que a população passe informações e preste queixa, iniciativa não muito comum no interior. Sem esses dados não há como identificar a ação delituosa”, acrescentou o oficial. O telefone do 21º BPM é (81) 3526-8901 e o da Delegacia de Pombos é (81) 3536-2803.