Agentes aprovados na Polícia Civil a um passo da academia

 

A Polícia Civil de Pernambuco esclareceu ao blog que os agentes aprovados no último concurso da corporação, realizado no ano de 2006, estão na fase de entrega de documentação para iniciarem a academia de formação ainda no mês de outubro. De acordo com a assessoria de comunicação da Civil, um total de 419 pessoas aprovadas foram chamadas para preparar todos os documentos necessários para o ingresso na polícia. A expectativa é a de que eles entrem na Academia de Polícia Civil de Pernambuco (Acadepol) no próximo mês. Essa notícia veio para acabar com a angústia e sofrimento dos aprovados no concurso e de todos os seus familiares e amigos que sonhavam com tal convocação.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, foram chamados 217 aprovados para o cargo de escrivão. Esses já passaram da fase de entrega de documentos e iniciaram a academia desde o dia 10 deste mês. Agora, é esperar que esses novos profissionais sejam treinados e capacitados para contribuirem ainda mais com as investigações dos muitos crimes ocorridos em Pernambuco. O número de convocados ainda é pouco diante da tamanha demanda de serviço. O governo do estado precisa aumentar ainda mais o efetivo visto o grande número de policiais que têm deixado a corporação devido às aposentadorias.

PMs do BPTran passam por bronzeamento forçado

 

Quem costuma passar pelo Viaduto Capitão Temudo já deve ter observado que nos dois lados sempre estão a postos policiais militares para evitar que assaltos aconteçam na localidade. Boa iniciativa da Polícia Militar e da Secretaria de Defesa Social (SDS) devido ao histórico de violência nas proximidades do viaduto. No entanto, uma situação desconfortável tem deixado os policiais do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) irritados. Escalados para ficar no sentido Boa Viagem/Derby, os PMs não têm sequer um abrigo para se proteger do sol. Da chuva eu já nem falo, porque caso ocorra, eles podem entrar na viatura. Mas no caso do sol, a coisa muda de figura. Os policiais que são escalados para plantões de 12 horas naquele posto, segundo a Associação de Cabos e Soldados (ACS), não aguentam mais tanta exposição ao sol.

Policiais do BPTran são obrigados a passar o dia no sol quente. Foto: ACS/Divulgação

De acordo com um dos diretores da ACS José Carlos dos Santos, os PMs do BPTran têm tratamento diferente do oferecido aos policiais militares de outros batalhões que trabalham no sentido contrário do viaduto, ou seja, Derby/Boa Viagem. “Pelos menos do outro lado os PMs têm um lugar para se proteger do sol. Ficam em uma plataforma. Já os do BTRan passam o dia todo debaixo do sol. E outra coisa grave é que em nunhum dos dois lados existe banheiro para eles usarem”, alertou José Carlos. O que a ACS espera é que a SDS, o comando da PM ou o BPTran providenciem um toldo ou outro tipo de estrutura para oferecer melhores condições de trabalho aos policiais. “Dois pesos e duas medidas? Como pode haver diferença de tratamento entre profissionais de uma mesma categoria, separados apenas por um via? Será que se trata de outra polícia?, questiona o presidente da associação, Renílson Bezerra.

Do outro lado do viaduto, PMs estão protegidos. Foto: ACS/Divulgação

Por enquanto, resta aos policiais gastar dinheiro com protetor solar, usar aquelas mangas protetoras que são utilizadas pelos motoqueiros ou se submeterem a um bronzeamento forçado. Enquanto isso, as novas viaturas da Patrulha do Bairro e os carros dos oficiais da PM são todos climatizados. Vamos ver se o apelo dos policiais bronzeados e da ACS vai ser atendido pelos chefões, né?

 

Quando a população vira um investigador

 

Cada vez mais, a sociedade tem procurado ajudar a polícia a diminuir a criminalidade. Muitas vezes, essa iniciativa ganha corpo porque as pessoas estão descrentes na Justiça e cansadas de verem criminosos agirem livremente aos olhos de todos. As denúncias anônimas pela internet têm motivado a população colaborar mais com as investigações policiais. Em uma semana, o novo serviço do Disque-Denúncia recebeu 257 informações referentes a crimes cometidos no estado. O tráfico de drogas ocupa o primeiro lugar no ranking. Foram 92 casos. Na segunda colocação está a queixa sobre poluição sonora, que somou 47 reclamações e em terceiro lugar, a violência doméstica, com 21. As demais denúncias são de outros tipos de crimes.

Facilidade em prestar informações pelo site e a garantia do anonimato têm incentivado as denúncias (HEITOR CUNHA/DP/D.A PRESS)

Qualquer pessoa pode entrar no site www.disquedenunciape.com.br e denunciar. Foto: Heitor Cunha/DP.D.A Press

O que a população talvez não saiba é que todo o material que será enviado para a polícia poderá ser transformado em provas materiais. O que torna o cidadão um detetive auxiliando a polícia. As fotografias, os vídeos e outros documentos que comprovam crimes poderão servir como provas na investigação policial. O chefe da Polícia Civil de Pernambuco, delegado Osvaldo Morais, adianta que tudo o que for enviado será analisado e submetido a uma perícia antes de ser considerado uma prova.

A estudante Amanda Lacerda, 18 anos, aprovou o novo modelo de fazer denúncias, apesar de ainda não ter utilizado o serviço. “Isso vai encorajar mais as pessoas a denunciarem os crimes que acontecem aqui em Pernambuco. Agora, posso fazer uma denúncia pela internet sobre crimes”, ressaltou a estudante.

O assunto foi manchete do Diario de Pernambuco desta quinta-feira. Confira reportagem completa na edição impressa publicada na editoria de Vida Urbana.

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Corregedoria ainda não identificou PMs suspeitos de agressão

 

A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) ainda não identificou os dois policiais militares da Companhia Independente de Policiamento com Motocicletas, suspostamente envolvidos na agressão a uma professora das redes estadual e municipal de ensino, ocorrida na noite do último domingo. O caso está sendo apurado pelo Núcleo de Inteligência do órgão. A partir da denúncia feita pela vítima, na segunda-feira, uma sindicância foi aberta para identificar os suspeitos e penalizá-los, se as agressões forem confirmadas. Os PMs podem ser expulsos da corporação.

 

Professora foi algemada e detida no último domingo (WAGNER OLIVEIRA/DP/ D.A PRESS)
Professora foi detida no domingo. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A/Press
De acordo com o relato da professora, ela teria ido verificar o que acontecia durante uma abordagem que  os PMs estavam fazendo a um rapaz, no bairro de São José, quando foi destratada, algemada, ameaçada de morte e colocada em uma viatura. Um amigo, com a intenção de livrá-la, disse que ela tinha problemas mentais. A vítima foi levada por outros PMs ao Hospital Ulisses Pernambucano, na Tamarineira, de onde foi liberada após exame médico realizados pela equipe médica da unidade. A vítima espera que os responsáveis pela agressão sejam identificados e punidos. “Não podemos deixar que pessoas que são pagas para nos proteger cometam atos desse tipo”, enfatizou.

PMs acusados de agredir professora

 

Não raro, casos de agressões cometidas por policiais militares são noticiados pela imprensa local. Muitas vezes, os responsáveis por essas situações não são punidos porque as vítimas têm medo de sofrer represálias. Mas, para sorte da sociedade, muita gente resolve levar a denúncia adiante e cobrar o esclarecimento e punição para os acusados. Servidores que são treinados e remunerados para proteger a população nem sempre desempenham o seu papel como deviam. Mas, o cidadão está atento aos seus direitos e denunciando os abusos. Foi o que aconteceu nesse final de semana.

A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) está apurando a agressão sofrida por uma professora das redes estadual e municipal de ensino que, segundo a vítima, foi praticada por dois policiais da Companhia Independente de Policiamento com Motocicletas (CIPMotos), antiga Rocam. A professora contou que a violência aconteceu na noite do domingo, no bairro de São José, no Centro do Recife, quando ela foi verificar o que acontecia durante uma abordagem que a dupla de policiais estava fazendo a um rapaz em um carro não identificado por ela.

Professora quer que caso seja esclarecido. Foto Wagner Oliveira/DP/D.A Press

A professora afirmou que foi destratada verbalmente, algemada, ameaçada de morte e colocada dentro de uma viatura policial. O corregedor geral, Sidney Lemos, garantiu que o caso vai ser apurado com rigor e que os policiais serão punidos casos a agressão seja confirmada.  “Eles falaram comigo com muita ignorância e disseram que eu não tinha nada a ver com a abordagem deles. Foi quando eu disse que era funcionária pública, que era professora, mas eles me botaram contra a parede, chamaram uma viatura e colocaram uma algema nos meus braços que ficou inchado e doendo muito”, acrescentou a docente.

Leia matéria completa na edição do Diario de Pernambuco desta quarta-feira no caderno de Vida Urbana

Após a perda da filha, a condenação popular

O texto a seguir é do colega Raphael Guerra, repórter da editoria de Vida Urbana do Diario de Pernambuco, e que assistiu na tarde desta terça-feira a mais uma tentativa de linchamento no Recife. Dessa vez, a população tentou agredir a mãe da menina de quatro anos que foi estuprada e morta na noite do último domingo.

 

Por Raphael Guerra

A vontade de tentar fazer “justiça pelas próprias mãos” levou os moradores do bairro da Mangueira, na Zona Oeste do Recife, a tomar uma atitude extrema. Revoltados com o assassinato bárbaro da menina Kétuli Raíssa, 4 anos, eles tentaram na tarde desta terça-feira linchar a mãe da garota, Érica Regina, dentro do Cemitério de Santo Amaro, durante o sepultamento do corpo da menina, por acreditarem que ela foi negligente. Sob a escolta de policiais militares, ela ficou impossibilitada de acompanhar o enterro da filha mais velha. Mas, por que o desejo, cada vez maior, de se criar um caminho cuja lei medieval “olho por olho, dente por dente” insiste em prevalecer entre os cidadãos, independente de classe social?

Mãe da garota precisou ser escoltada pela PM. Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press

A pesquisadora social e de segurança pública da Fundaj, Ronidalva de Andrade, acredita que o instrumento da violência foi o encontrado pelas pessoas para que elas sintam que está se fazendo justiça. “Prevalece o sentimento de impunidade. Com a demora para que os culpados sejam condenados, as pessoas não confiam mais na Justiça. Não acham que a lei seja suficientemente justa. Por isso, em casos em que há extrema violência, o povo quer crueldade. Quer que os culpados sejam desmoralizados. Por isso, acabam agindo da mesma forma”, explicou.

Sepultamento do corpo aconteceu em Santo Amaro. Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press

Cenas da brutalidade contra um inocente

 

Já comentei aqui no blog nessa segunda-feira o que aconteceu no bairro da Mangueira, no Recife, quando uma menina foi encontrada morta após ter sido estuprada. Por pouco, um idoso inocente não perdeu a vida ao ser espancado por uma população revoltada com o crime. Gente que agiu sem pensar e tentou fazer justiça pelas próprias mãos, enquanto a polícia já estava trabalhando e já havia prendido o verdadeiro suspeito.

As cenas da agressão contra o senhor Daniel Pereira, de aproximadamente 70 anos, são revoltantes. Mesmo afirmando durante todo o tempo que era inocente ele levou murros, chutes e foi agredido até com um capacete. Veja o vídeo gravado pela equipe de reportagem do programa Cardinot Aqui na Clube da TV Clube/Record.

 

Quando o inocente paga o pato

 

Até que ponto a revolta da população pode acabar com a vida de uma pessoa inocente? Na manhã desta segunda-feira, um senhor de aproximadamente 70 anos foi covardemente espancado por moradores do bairro da Mangueira, no Recife, sob suspeita de ter estuprado e matado a menina Kétuli Raíssa, de apenas 4 anos. As imagens do espancamento registradas pela equipe da TV Clube/Record são revolvantes. Mesmo afirmando que era inocente, o senhor foi agredido com socos e pontapés por homens e até mesmo mulheres da comunidade.

Suspeito foi liberado após chegar ao DHPP. Foto: Wagner Oliveira/DP.D.A Press

A violência dos golpes era tão grande que o homem chegou a cair no chão. E o pior de tudo foi ver que uma viatura da Polícia Militar com dois policiais estava responsável por conduzir o “suspeito” à delegacia e os militares nada fizeram para conter a fúria dos moradores. Ao chegar no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o senhor explicou para a imprensa que era inocente e que teria sido espancado porque confundiram seu nome com o de outra pesssoa. Poucos minutos depois de entrar no prédio do DHPP, o suspeito foi liberado porque o provável verdadeiro suspeito já estava detido.

 

Mesmo afirmando inocência, ficou com ferimentos Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

Até aí, o destino de uma pessoa inocente não terminou de uma forma pior. Com vários hematomas no corpo o homem inocente voltou para casa de alma lavada, mas com o corpo ferido. Fazer justiça pelas próprias mãos não é, de forma alguma, a maneira correta de se punir um culpado. A polícia e a lei estão aí justamente para isso. E no caso de pessoas inocentes que acabam “pagando o pato” pelo erros de outros a revolta é ainda maior.