Perícia pode apontar trajetória da bala que atingiu apartamento

Uma perícia do Instituto de Criminalística (IC) deverá indicar o local de onde partiu a bala que atingiu a vidraça e a porta de um apartamento no bairro do Rosarinho, na madrugada desta sexta-feira. Moradores do Edifício Sítio do Rosarinho, na Avenida Santos Dumont, acordaram assustados com um barulho por volta da 1h. A moradora do apartamento atingido, no quarto andar, chegou a levantar durante a madrugada, mas só percebeu o que havia acontecido pela manhã.

O projétil foi encontrado no meio da sala e estilhaços do vidro quebrado estavam pelo chão do imóvel. O caso foi registrado na Delegacia de Água Fria, mas a dona do apartamento ainda irá à Delegacia do Espinheiro, para fazer a solicitação do laudo pericial. Essa foi a segunda vez que uma bala perdida atingiu o prédio em menos de sete meses.

Vidraça do imóvel foi danificada. Foto: WhatsApp/Divulgação
Vidraça do imóvel foi danificada. Foto: WhatsApp/Divulgação

De acordo com o síndico do edifício, Ewerton Gayo, no primeiro caso, um carro que estava na garagem do edifício teve o parabrisa quebrado. “Da primeira vez que isso aconteceu, uma bala acertou a parede da garagem e depois atingiu o carro de um morador. Isso faz uns sete meses. Registrei um boletim de ocorrência, mas nunca tive retorno nenhum da polícia”, contou Ewerton. No episódio dessa madrugada, a moradora estava sozinha em casa. “Somente pela manhã ela percebeu o que havia acontecido de fato. O caso também já foi registrado na Polícia Civil e vamos esperar que as investigações digam alguma coisa. Uma perícia pode identificar a trajetória da bala”, comentou o síndico do edifício.

Caso Lara
No dia 24 de junho de 2003, a menina Lara de Menezes Albert, 7 anos, foi atingida na cabeça por uma bala perdida quando estava dentro do apartamento onde morava com a família no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da cidade. No primeiro momento da investigação, o caso era um mistério para a polícia que não sabia de onde teria partido o tiro que feriu a garota. Somente após uma perícia realizada pelos profissionais do Instituto de Criminalística (IC) de Pernambuco ficou concluído que o disparo que atingiu Lara teria partido de um apartamento de um prédio próximo ao dela.

Garota de sete anos foi baleada em Boa Viagem. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press
Garota de sete anos foi baleada em Boa Viagem. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Com base na trajetória da bala e a posição onde a criança estava, os peritos não tiveram dúvidas de que o tiro foi disparado de um prédio a 100 metros. O resultado foi entregue ao delegado responsável pela investigação, que solicitou um mandado de busca e apreensão no apartamento apontado pela perícia. Uma pistola foi encontrada no apartamento onde morava um tenente da Polícia Militar. Ele negou para a polícia que tivesse feito o disparo, no entanto, a comparação balística apontou que o projétil que atingiu a vítima saiu da arma do tenente. O inquérito foi concluído e o autor indiciado.

Menina de oito anos morre após ser atingida por um tiro na cabeça

Um tiroteio após uma tentativa de assalto no Cabo de Santo Agostinho tirou a vida de mais uma pessoa inocente. A menina Larissa Raquel da Silva, 8 anos, estava na fila para receber a merenda, na manhã de ontem, quando foi atingida por uma bala na cabeça. O crime aconteceu em frente à Escola Municipal Santo Antônio, no Alto da Bela Vista, no Cabo de Santo Agostinho. Segundo a polícia, houve uma troca de tiros entre o proprietário de uma padaria e um homem de 19 anos, que foi ferido e preso. O suspeito Santiago Henrique da Silva, está custodiado no Hospital Dom Helder e será autuado em flagrante. Quando receber alta, será levado para o Centro de Triagem, em Abreu e Lima.

Menina foi atingida quando estava na escola. Foto: Reprodução/TV Clube
Menina foi atingida quando estava na escola. Foto: Reprodução/TV Clube

De acordo com o primo de Larissa, Márcio Fernando da Silva, 28, a menina estava numa fila na área externa da escola para receber a merenda quando foi atingida. “Pelo que disseram, o tiro que acertou a cabeça dela teria saído da arma do homem que foi fazer o assalto. A família ainda está muito abalada e providenciando o enterro que deve acontecer amanhã (hoje), no Cemitério da Cohab do Cabo”, ressaltou Márcio. Até o final da tarde de ontem, o corpo da criança permanecia no necrotério do Hospital da Restauração (HR), onde ela morreu por volta das 12h de ontem. Antes de chegar ao HR, Larrisa havia sido atendida na Unidade de Pronto Atendimento da Cohab, no Cabo de Santo Agostinho.

Larissa Raquel tinha oito anos. Foto:
Larissa Raquel tinha oito anos. Foto: Reprodução/TV Clube

Na tarde de ontem, o delegado Ermírio de Azevedo, da Delegacia do Cabo, esteve no local do crime para acompanhar as perícias que foram realizadas. O proprietário da padaria, José Vicente do Carmo, 57, se apresentou na delegacia e prestou depoimento. As armas utilizadas pelo suspeito e pelo comerciante foram apreendidas pela polícia e passarão por perícia. O resultado vai apontar de qual revólver saiu o disparo que atingiu a garota. “O comerciante já prestou depoimento e o assaltante segue custodiado no hospital. O procedimento do flagrante ainda está sendo finalizado. Por enquanto, só o suspeito está na condição de autuado”, declarou o delegado.

Por meio de nota, a Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho lamentou o falecimento da estudante Larissa Raquel da Silva, aluna da Escola Municipal Santo Antônio. A prefeitura “se solidariza com os familiares e amigos da vítima e espera que as autoridades policiais tomem as providências que o caso requer para que, com a brevidade possível, a Justiça possa punir os responsáveis por essa tragédia que atingiu a toda a sociedade cabense.”

No dia 12 de maio deste ano, uma outra menina foi morta baleada na cabeça quando chegava em casa, também no Alto da Bela Vista, no Cabo. A garota Mikaela Tahilla, de 6 anos, foi atingida por disparos de arma de fogo durante uma perseguição policial a supostos traficantes. A criança estava acompanhada do irmão mais velho. A vítima morreu dois dias depois, no Hospital da Restauração, onde estava internada na emergência pediátrica. Dois suspeitos foram detidos pela polícia três dias após o crime. O comandante do 18º BPM, através da assessoria de comunicação da PMPE, informou que o policiamento no Alto da Bela Vista é realizado pela Patrulha do Bairro, motopatrulhamento e recobrimento do Grupo de Apoio Tático Itinerante (GATI).

Olinda
Na madrugada de ontem, um menino de três anos e a mãe dele, uma dona de casa de 27, foram baleados na frente de casa, na Rua Golfinho, no bairro de Ouro Preto, em Olinda. O pai da criança disse que estava jogando futebol quando ouviu o barulho dos disparos e voltou para casa, quando já encontrou os dois feridos. O homem socorreu esposa e filho para a UPA da Cidade Tabajara, de onde as vítimas foram transferidas para o HR. Os tiros foram transfixantes, mas não deixaram as vítimas em estado grave. O caso foi registrado no posto policial do HR e será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O desabafo da família de uma vítima da impunidade

Há 11 anos, os familiares de Lara de Menezes Albert esperam por justiça. A garota foi atingida por um tiro quando estava dentro de casa, no bairro de Boa de Viagem.

Leia o e-mail enviado na íntegra à redação:

Hoje, dia 24 de junho, completou-se onze anos da tragédia da qual nossa família foi vítima. Lara de Menezes Albert, à época com 07 anos de idade, foi subitamente atingida na cabeça por um disparo de arma de fogo, enquanto assistia à televisão na sala do seu apartamento. Naquela fatídica noite, os fogos juninos, ao contrário de simbolizarem a alegria e felicidade típica da época, marcaram a dúvida acerca da sua sobrevivência, o que, por intervenção divina, acabou por acontecer.

Lara tinha sete anos quando foi baleada. Fotos: Teresa Maia/DP/D.A Press
Lara tinha sete anos quando foi baleada. Fotos: Teresa Maia/DP/D.A Press

A investigação policial atribuiu a responsabilidade pelo disparo a Tibério Gentil Figueiredo de Lima e que, por ironia, era um tenente da policia militar de Pernambuco, pago pelo Estado para promover a segurança da população. O que torna o caso ainda mais grave é constatar que o autor do tiro, que quase ceifou a vida de uma inocente, apesar de ter sido condenado em todas as instâncias no Tribunal de Justiça de Pernambuco, nunca cumpriu sequer um dia da pena, favorecido pelo instituto da prescrição. Do mesmo modo, o processo administrativo, instaurado na Corregedoria da Polícia Militar – PE, também prescreveu, razão pela qual o atual capitão continua exercendo sua profissão sem maiores obstáculos.

Marca de tiro ficou na parede da sala
Marca de tiro ficou na parede da sala

Inegável: ainda que o instituto da prescrição seja capaz de fazer a Justiça “esquecer”, pela passagem do tempo, determinados fatos, ele não é aplicável às memórias do coração. Por isso, nas noites de São João, para nossa família, as fogueiras queimando reacendem o sentimento de revolta, ao lembrar-nos que os estrondos ouvidos naquela noite, infelizmente, não eram de simples fogos de artifício.

Todavia, hoje a nossa intenção não se resume apenas a reprisar os momentos de desespero vividos pela nossa família. A nossa grande missão, neste momento, é continuar denunciando esse caso, que engrossa as estatísticas da impunidade, contribuindo para disseminar a violência. É comum ver nos jornais diários notícias divulgando casos de famílias destruídas pela ação irresponsável de quem acionou uma arma e disparou uma “bala perdida” no corpo de um inocente.

Por outro lado, há motivos para comemorar. Depois de um período de dificuldades, Lara se encontra em processo de recuperação, desenvolvendo gradualmente as atividades normais de uma jovem com sua idade.
Nós, família de Lara, agradecemos a todos os amigos, aos parentes e aos profissionais de diferentes áreas que nos ajudaram e continuam ajudando nessa árdua caminhada, que ainda não terminou.

Por fim, acreditamos na existência de instâncias superiores, não terrenas, para as quais, assim como o coração, a prescrição é inaplicável e a justiça, por consequência, inexorável. Diante delas, as instâncias componentes da justiça mundana não são senão meras tentativas vãs de restabelecer o equilíbrio das coisas, imperfeitas por natureza.

Que Deus ilumine a vida de todos vocês!

Lara e Família.

Protesto contra balas perdidas no Galo da Madrugada

Uma fantasia diferente foi encontrada por nossa equipe em meio à multidão que aproveitou neste sábado o 37º desfile do Galo da Madrugada. Bala perdida era a roupa usada por Conceição Anghinoni. Entrevistada pela blog, ela disse que sua fantasia era uma forma de protesto ao elevado número de pessoas que perdem a vida por causa de balas perdidas.

Conceição foi de bala perdida. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press
Conceição foi de bala perdida. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press

“O governo precisa tomar uma providência em relação a essas mortes por bala perdida. Em Pernambuco, acontecem muitos desses casos. Se for para atirar balas, que sejam doces”, ressaltou. Além de estar com um saco de bombons nas mãos, várias balas (doces) estavam colados nas costas de Conceição.

Menina de seis anos baleada em tiroteio passa bem

O zelador José Givanildo Agostinho, 35 anos, começou o ano com lágrimas nos olhos. E não foram de alegria. Na primeira tarde de 2013, ele estava descansando em casa, no Alto José do Pinho, Zona Norte do Recife, quando ouviu um disparo. Correu assustado para fora. “Senti como se o tiro tivesse sido em mim”. Não foi, mas lhe machucou mesmo assim. Uma bala perdida – supostamente, resultante de um tiroteio entre traficantes – atingiu o abdômen da sua filha de 6 anos. A menina foi socorrida às pressas para o Hospital Agamenon Magalhães e, de lá, transferida para o Hospital da Restauração (HR), onde foi submetida a uma cirurgia para retirada do projétil. Ela não corre risco de morte, segundo a assessoria de imprensa do HR.

Bastante abalado, o pai passou boa parte do dia na frente do HR, com amigos e parentes, enquanto a mãe, a empregada doméstica Jeane Vieira, acompanhava a criança dentro do hospital. Foi o próprio zelador que socorreu a menina às pressas, pouco após o almoço. “Eu estava em casa, descansando, e nem sabia que minha filha (a segunda mais nova de um total de seis, com idades entre 5 e 18 anos) tinha ido para a rua. Foi quando ouvi o disparo e saí correndo. Lá fora, vi a mãe do rapaz que atirou com a menina nos braços”, contou. Desesperado, José Givanildo levou a criança ao Hospital Agamenon Magalhães, no Parnamirim. A transferência para o HR foi feita em uma ambulância.

Segundo ele, a filha não perdeu a consciência em momento algum. “Ela gritou muito de dor. Mas confio na recuperação dela, em nome de Jesus”, disse. José Givanildo descreveu a filha como uma menina alegre e divertida. “Ela vive na rua, brincando com as outras meninas. É totalmente inocente. Passamos a noite da virada de ano em casa, em família, e não podíamos esperar que isso acontecesse”. Questionado se pensa em mudar de endereço após o incidente, o zelador não mostrou muitas esperanças. “Sou nascido e criado lá no Alto José do Pinho. Não tenho nem para onde ir”. O Boletim de Ocorrência (BO) do caso foi registrado pela delegada de plantão da força-tarefa do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Alcilene Marques. Se a hipótese de bala perdida for confirmada, a investigação será conduzida pela Delegacia de Casa Amarela. Se a polícia concluir que o tiro foi intencional, a responsabilidade será do DHPP.

Do Diario de Pernambuco

 

 

Balas perdidas continuam acertando inocentes

 

Um suposto assaltante que estaria comemorando um assalto na tarde desse sábado foi assassinado logo após deixar o bar onde estava bebendo, no bairro do Curado. Além disso, uma mulher que estava trabalhando em seu salão de beleza acabou sendo atingida por uma das balas que era direcionada ao rapaz. A polícia ainda não sabe quem foi ou quem foram os autores dos disparos. Talvez o crime que vitimou duas pessoas ao mesmo tempo,  uma delas fatalmente, nem seja esclarecido e os culpados punidos. Mas o que intriga e revolta é que uma pessoa que nada tinha a ver com a história por pouco não perdeu a vida.

Uma cabeleireira, que estava trabalhando dentro do seu estabelecimento, foi ferida por uma bala perdida. A mulher foi socorrida e levada para um hosital. Ao que parece, não corre risco de morte. Porém, poderia entrar para as estatísticas como mais uma vítima de homicídio no estado. Até quando as pessoas irão insistir em usar armas de fogo para resolver os seus problemas e desavenças? Até quando pessoas inocentes irão pagar com a vida pela fúria incontrolável dos outros? São casos como esses que nos fazem entender o  motivo de Pernambuco ser apontado com um estado violento e perigoso para se morar. Embora a polícia tenha se empenhado para reduzir a criminalidade.

Veja abaixo a matéria publicada no portal do Diariodepernambuco.com.br na manhã deste domingo.

Uma bala perdida atingiu a dona de um salão de beleza na tarde do sábado quando quatro homens não identificados executaram um ex-presidiário no bairro do Curado, em Jaboatão. Segundo informações repassadas por testemunhas, Leonardo Bruno de Souza, mais conhecido na comunidade como Bruno Bicudo, estava bebendo em um bar na Rua Nossa Senhora Imaculada quando foi abordado por uma senhora que o perguntou o que ele comemorava.

O homem teria dito que estava feliz por uma ‘parada’ que deu certo. Pouco depois, ao passar pela Rua Nossa Senhora da Conceição, foi alvejado. Margarida Frutuoso Coelho da Silva, de 43 anos, que trabalhava na hora do crime, foi atingida dentro do salão de sua propriedade. A mulher foi socorrida para uma unidade de saúde próxima. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Uma vida interrompida por mais uma bala perdida

 

Leonardo tinha apenas 11 anos, estava na 5ª série e gostava de criar galinhas no quintal de casa. Era um menino esperto e o caçula da casa. Nesse domingo, o corpo do garoto foi sepultado sob lágrimas inconsoláveis dos pais, da irmã mais velha e de dezenas de parentes e conhecidos. Leonardo tinha uma vida inteira pela frente, mas o destino não deixou ele seguir em frente. Depois de pegar sua bicicleta no último sábado para comprar ração para alimentar os pintos que tinha no quintal, deu de cara com a morte. Foi atingido por uma bala perdida e não resistiu. Foi baleado durante um tiroteio promovido por homens ainda desconhecidos pela polícia que estavam atirando contra outra pessoa. O alvo dos tiros também morreu. Além deles, uma menina de 14 anos também foi baleada na mão. Após o enterro do corpo de Leonardo, conversei com a pai dele por telefone. Veja abaixo matéria publicada nesta segunda-feira no Diario de Pernambuco.

 

Leonardo foi baleado quando estava na Rua da Cana, em Araçoiaba (FOTOS: TV CLUBE/REPRODUÇÃO)
Leonardo foi baleado quando estava na Rua da Cana, em Araçoiaba

Um menino de apenas 11 anos morreu após ter sido vítima de uma bala perdida. Leonardo José Bezerra havia saído de casa para comprar ração para os pintos que criava no quintal de sua casa, no município de Araçoiaba, na Região Metropolitana do Recife, quando foi ferido. O garoto foi atingido por um tiro na cabeça quando passava de bicicleta em um local onde um homem estava sendo perseguido e foi assassinado. O corpo de Leonardo foi sepultado no final da tarde desse domingo, no Cemitério de Araçoiaba. Além dele e do homem que foi morto, uma adolescente de 14 anos foi atingida na mão. A menina não corre risco de morte. O caso foi registrado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e será investigado, a partir desta segunda, pela Delegacia de Araçoiaba. O crime aconteceu na tarde do último sábado e a polícia ainda não tem informações sobre os suspeitos.

Segundo a mãe do menino, a dona de casa Rosilene Maria, cinco minutos após o filho ter saído de casa, os vizinhos vieram contar que ele tinha sido baleado. “Ele estava indo comprar a comida dos bichinhos dele. Pegou a bicicleta e não deu nem tempo dele chegar ao supermercado. Quando a gente correu para ver onde ele estava, meu filho ainda estava vivo e caído no chão. Não sei porque fizeram uma coisa dessas com minha criança”, questionou Rosilene. Segundo a polícia, o alvo dos disparos era um homem identificado como Elias Augusto Silva da Costa, 24, que não era morador da região. Após ser atingido na cabeça, Leonardo chegou a ser socorrido e levado para um hospital em Araçoiaba e depois foi transferido de helicóptero para o Hospital da Restauração (HR), mas não resistiu ao ferimento.

 

Lei do silêncio no local

Luciano não sabe quem atirou no seu filho
Luciano não sabe quem atirou no seu filho

Os moradores das proximidades da Rua da Cana, onde aconteceu o crime, não deram informações sobre as pessoas suspeitas de terem promovido o tiroteio que resultou nas duas mortes e no ferimento da jovem. “Foi uma fatalidade. Meu menino tinha acabado de sair de casa na bicicleta dele e perdeu a vida desse jeito. E o pior de tudo é que as pessoas não dizem quem foram os responsáveis por isso. Nem esse rapaz que foi assassinado era da comunidade”, lamentou o pai do menino, Luciano José Bezerra.

O filho mais novo do casal Luciano e Rosilene, Leonardo era um menino tranquilo e estudioso. Estava cursando a 5ª série e gostava de criar galinhas no quintal de casa. “A mãe dele foi fazer a feira mais cedo, mas como já estava com muito peso acabou não trazendo a comida para os pintos. Então, pedimos para ele ir comprar. Agora perdi o meu único filho homem. É uma dor muito grande que nós estamos passando.”

PM que atirou em Lara no ano de 2003 será julgado

 

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decide hoje o destino do PM Tibério Gentil Figueiredo de Lima. Ele é apontado como o autor do disparo que feriu Lara de Menezes Albert, atualmente com 16 anos, em 2003. Na época, Lara, que tinha sete anos, assistia à TV na sala do seu apartamento, em Boa Viagem, quando foi atingida na cabeça por uma bala perdida. Tibério foi condenado em 2007 por crime doloso, mas conseguiu embargar a decisão judicial. Hoje, o embargo será julgado e o policial poderá ser obrigado ou não a cumprir a pena. Caso discorde da decisão, ele ainda terá a chance de recorrer.

Segundo o irmão de Lara, o estudante Yuri de Menezes, 21, a jovem ficou com sequelas. “Como foi preciso retirar boa parte da massa cefálica que corresponde às reações emotivas, ela ficou com distúrbios alimentares e também sofre de depressão”, relatou. Ele lembra que, como o projétil atingiu a parede do apartamento, o Instituto de Criminalística (IC) conseguiu identificar de onde ele teria partido, no caso, do apartamento do PM, que morava perto da família.

O caso aconteceu no dia 24 de junho de 2003. Na época, a arma do PM foi apreendida, mas Tibério ficou respondendo ao processo em liberdade. Em 2007, ele foi condenado a passar um ano e quatro meses em reclusão, mas recorreu.  “A gente espera esse julgamento há quase dez anos, o que para a família é uma eternidade”, declarou Yuri.

 

Do Diario de Pernambuco