Preso perde olho direito após ser baleado

 

A Secretaria de Ressocialização do Estado (Seres) abriu uma sindicância para apurar de que forma o preso Brian Mignac, 19 anos, foi atingido por uma bala de borracha e perdeu o olho direito. O incidente aconteceu na manhã dessa segunda-feira quando o rapaz, que está preso no pavilhão O do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros, no Complexo Aníbal Bruno, estava deixando a unidade para ir a uma audiência. Na hora, alguns presos estariam armados com facas e provocando tumulto na prisão. Foi quando um policial militar, ainda não identificado, atirou com balas de borrachas para conter a confusão e acabou acertando Brian. Os detentos do local ficaram revoltados e chegaram a jogar pedras no corpo da guarda. Ferido, o preso foi levado para o Hospital da Restauração, de onde foi transferido para a Fundação Altino Ventura. O jovem passou por uma cirurgia, mas ainda espera na enfermaria do presídio até voltar ao hospital para colocar uma prótese no olho, já que o globo ocular foi retirado. A família ainda não decidiu de que forma vai agir, mas adiantou que quer justiça. “Meu filho é muito jovem. Ele perdeu um órgão e está muito nervoso com tudo isso. Queremos justiça”, desabafou a dona de casa Sandra Mignac, mãe de Brian. Casos de presos que ficam cegos dentro de unidades prisionais do estado têm sido recorrentes. Leia mais sobre o caso na edição impressa do Diario de Pernambuco desta quinta-feira.

Passeata sem a presença de delegados

 

Vestidos de preto, cerca de 500 policiais civis saíram nesta tarde em passeata pelo Centro do Recife para cobrar melhores condições de trabalho. O grupo saiu da sede do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), no bairro de Santo Amaro, e seguiu até o Palácio do Campo das Princesas. Com apitos, cartazes e narizes de palhaços, os policiais não contaram com a presença dos colegas delegados. Apenas os agentes, escrivãos e comissários marcharam atrás de um carro de som. O protesto, que deixou o trânsito do Centro tumultuado, contou com o apoio da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar.

 

Policiais saíram do Sinpol até o Palácio do Campos das Princesas

 

Apesar de também reclamarem das condições de trabalho, dos baixos salários e da falta de atenção do governo do estado com a categoria, os delegados de Pernambuco optaram por não irem às ruas, talvez para evitar constragimento com a chefia. No entanto, o blog tem recebido vários e-mails relatando o descontentamento da categoria com a atual situação. Faltou apenas um pouco de coragem para se juntarem à comissão que foi recebida por um representante do governador Eduardo Campos, na sede do Palácio.

Golpe em academia vira caso de polícia

 

 

Academia na Rua do Espinheiro amanheceu vazia. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press

Cerca de 700 alunos e aproximadamente dez funcionários da Power Academia, conhecido endereço de malhação, no bairro do Espinheiro, no Recife, esperam uma resposta da polícia para o que chamaram de um “golpe de mestre”. No início dessa semana, malhadores, professores de educação física e funcionários deram com a cara na porta quando chegaram na academia. Todos os aparelhos de musculação, os vidros e até os vasos santinários haviam sido retirados do local. Como a academia costumava oferecer desconto aos alunos que pagassem as mensalidades antecipadas, muita gente acabou ficando no prejuízo, pois pagou por um serviço que não irá mais receber. O caso foi parar na Delegacia de Repressão ao Estelionato, que abriu inquérito para investigar a situação. Segundo o delegado Rômulo Aires, os proprietários do estabelecimento podem ter a prisão preventiva solicitada, caso não compareçam à delegacia para prestar esclarecimentos.

Apenas as fichas dos alunos ficaram no prédio. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press

Clientes e funcionários da academia contaram que o proprietário do local havia avisado que iria fechar o estabelecimento na noite da sexta-feira para fazer uma reforma e que reabriria normalmente na segunda-feira. “A academia funcionava 24 horas e por isso ele avisou que fecharia na sexta-feira para a tal reforma. Ainda ajudei a recolher alguns pesos e durante o final de semana soubemos que ele foi embora com tudo”, contou o advogado Eduardo Nogueira, que malhava no local. Nogueira e outros alunos não conseguiram entrar em contato com os proprietários da academia. O professor de educação física Cleison Souza, que tralhava na Power há cinco anos, também procurou a polícia para formalizar a queixa. “O delegado falou que iria esperar mais pessoas formalizar a queixa e tentar intimar os donos, mas como eles devem ter fugido, o mais provável é realmente o pedido de prisão preventiva”, ressaltou Eduardo Nogueira. Esse caso serve de alerta para as pessoas que costumam pagar antecipado por serviços que irão receber no futuro. Fique sempre atento ao histórico das empresas e das pessoas que estão por trás delas. O Procon Pernambuco não recomenda que serviços sejam pagos com antecedência. Quem quiser procurar a Delegacia de Estelionato, o número é (81) 3182.5174. O prédio fica na Rua São Miguel, no bairro de Afogados.

Policiais civis insatisfeitos com o governo

 

Não é de hoje que grande parte da categoria da Polícia Civil de Pernambuco vem demonstrando sua insatisfação com o governo do estado. Agentes, escrivãos, comissários e delegados reclamam da baixa remuneração, da falta de equipamentos de trabalho, inclusive de proteção pessoal, cobram melhores instalações físicas e lamentam também a falta de efetivo. A lista de reivindicações não para por aí. Nos corredores das delegacias e nas salas do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), outro tema tem ganho bastante destaque. O baixo valor pago aos policiais que fazem a jornada extra (plantão). Alguns policiais dizem, inclusive, que o valor pago é menor do que o previsto pela legislação.

“Apesar de todas essas dificuldades que nós da polícia estamos enfrentado, o estado está batendo recordes de redução nas taxas de assassinatos e, além disso, Pernambuco tem se destacado como um dos mais prósperos estados do Nordeste. Está na hora de nossa categoria receber um tratamento digno por parte do governo do estado”, desabafou um policial que preferiu não ter o nome revelado. Para mostrar que não estão brincando quanto às cobranças por melhorias, os policiais civis prometem paralizar as atividades às 14h desta quarta-feira e realizar uma passeata em direção ao Palácio do Campo das Princesas para tentar um encontro com o governador Eduardo Campos, que tem se mostrado bastante satisfeito com o resultado de redução de crimes em todo o estado. Resta saber se realmente todos os policiais terão coragem de dar a cara para bater e seguir até a sede do governo para cobrar o que lhe é de direito.

Soldado da PM preso por extorsão novamente

 

Joelmir já havia sido preso no dia 15 de março

 

Pouco mais de dois meses depois ter sido preso sob a suspeita de agiotagem, ameaça às vítimas que lhe pediam dinheiro emprestado e porte ilegal de armas, o soldado do 11º Batalhão da Polícia Militar Joelmir Roberto Ferreira, 27 anos, foi preso novamente, na tarde dessa terça-feira, por policiais da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social sob a acusação de estar extorquindo uma dona de casa. Joelmir, que chegou a ser levado para o Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Abreu e Lima, quando foi preso no dia 15 de março, estava em liberdade há pouco tempo. Ainda ontem à tarde, o soldado foi levado para a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decasp) e depois seguiu para o plantão da Delegacia de Casa Amarela, onde foi autuado em flagrante e encaminhado ao Creed mais uma vez. Difícil é entender como um homem que foi preso em flagrante há pouco mais de dois meses já estava em liberdade novamente e cometendo os mesmos crimes, sabendo que estava sendo monitorado pela Corregedoria Geral da SDS. É confiar demais no seu santo protetor ou achar que não seria denunciado novamente pelas suas vítimas.

 

Vários cadernos e cartões estavam com o soldado

 

Segundo a polícia, Joelmir emprestava dinheiro a juros altos inclusive, para colegas de profissão. Para assegurar o pagamento, ficava com cartões eletrônicos e senhas dos “clientes”, que passavam a ser vítimas de suas ameaças. Segundo os relatos das vítimas, os saques feitos pelo soldado eram superiores ao combinado e os cartões não eram devolvidos aos donos. Quando foi preso pela primeira vez, o militar estava com mais de 500 cartões de débito, crédito, Bolsa-Família, auxílio-moradia e até INSS. Além disso, cinco cadernos com vários nomes e valores de empréstimos, duas armas e mais de R$ 30 mil foram recolhidos na casa do soldado, naquela época.