A Associação dos Policiais Civis de Pernambuco (ASPOL/PE) e o Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp) denunciam que o governo de Pernambuco abriu uma licitação para a compra de 1.000 tapetes e fixou um valor máximo de R$ 166.660,00m, ou seja, cada tapete sairá pelo valor de R$ 166.66.
“Infelizmente, enquanto o Governo de Pernambuco gasta o dinheiro público com a compra de tapetes, a Polícia Civil de Pernambuco é sujeitada a trabalhar em delegacias insalubres, recebendo um salário extremamente defasado”, diz a nota enviada ao blog pela ASPOL/PE.
“Este tipo de gasto mostra que o Governo de Pernambuco gasta o dinheiro público com a compra de tapetes, enquanto o Sistema Penitenciário de Pernambuco é sujeitado a trabalhar em presídios com coletes vencidos, viaturas sucateadas, falta de efetivo e falta de portais eletrônicos”, diz a nota do Sindasp.
Uma média de 38 carros são roubados ou furtados por dia em Pernambuco. Levantamento feito pela Associação dos Delegados de Pernambuco (ADEPPE) indica que 8 mil veículos foram retirados dos seus donos por criminosos do início do ano até o dia 31 de julho. Atualmente, o estado tem uma frota de 2,7 milhões de carros em circulação nas ruas, segundo dados do Departamento de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE).
Já os números apresentados pela Secretaria de Defesa Social (SDS) apontam que 3,7 mil carros foram furtados ou roubados no estado do início do ano até o dia 31 de julho. Apesar de divulgarem os números, nem a ADEPPE nem a SDS informaram quais os locais com maior incidência de crimes.
Insatisfeitos com os baixos salários e alegando sucateamento das delegacias do estado, os delegados da Polícia Civil decidiram ontem, após realização de uma assembleia com a presença de 130 policiais, no auditório do Banco Central, que não irão mais realizar as Operações de Repressão Qualificada. De acordo com o presidente da ADEPPE, Francisco Rodrigues, os delegados continuarão a fazer as investigações, os indiciamentos e o encaminhamento dos inquéritos para a Justiça. No entanto, os pedidos de prisões só serão feitos em casos extremos.
“Por lei, não temos a obrigação de pedir prisão de investigados. Agora os pedidos serão realizados apenas em crimes de grande comoção popular”, ressaltou Rodrigues. Também ontem, a Adeppe iniciou uma campanha denunciando o aumento da violência no estado. Vários outdoors serão espalhados em diversos municípios mostrando à população os números de homicídios, roubos e furtos de veículos e assaltos a ônibus ocorridos em Pernambuco do início do ano até o final do mês de julho.
Assim com o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), a Adeppe também vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inconstitucionalidade do Programa de Jornada Extra da Segurança Pública (PJES). O pedido será feito por meio da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol). Com a entrega dos PJES, o governo criou plantões ilegais e obrigou os delegados a irem para o interior. Aqueles que não foram já tiveram descontos nos seus salários nesse mês. Devido a isso, vamos entrar com ações na Justiça”, completou o presidente da Adeppe.
Por meio de nota, a SDS afirmou que “as reivindicações salariais dos policiais civis e delegados não são possíveis de serem atendidas neste momento em que há impedimento legal pela Lei de Responsabilidade Fiscal.” A respeito dos números da violência, o órgão disse que todos os seus dados são transparentes e publicados na página da SDS na internet.
Sobre a decisão de não mais realizar as Operações de Repressão Qualificadas, a SDS “entende que tal postura em nada auxilia as negociações e ocasiona prejuízos a toda a sociedade, pois de forma proposital os servidores que aderiram a tal diretriz estão deixando de desempenhar suas atribuições.”
Saiba mais
Crimes em Pernambuco segundo a ADEPPE
7.955 carros roubados ou furtados de 1º de janeiro a 31 de julho
2.178 homicídios de 1º de janeiro a 31 de julho
971 ônibus assaltados de 1º de janeiro a 31 de julho na RMR
Crimes em Pernambuco segundo a SDS
3.785 carros roubados ou furtados de 1º de janeiro a 31 de julho
2.178 homicídios de 1º de janeiro a 31 de julho
380 ônibus assaltados de 1º de janeiro a 31 de julho na RMR