Acusados de matar o jornalista Lucas Fortuna são condenados

Os dois acusados de matar o jornalista goiano Lucas Cardoso Fortuna em 18 de novembro de 2012, na praia de Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho, foram condenados pelo crime nesta terça-feira. Lucas foi vítima de um latrocínio: roubo seguido de morte. As investigações apontaram que Felipe Maurício da Silva Livino e Leonardo Manoel da Silva roubaram e mataram o jovem de 28 anos, nas proximidades da pousada em que o jornalista estava hospedado.

Vítima foi encontrada apenas de cueca sob as pedras da praia de Calhetas. Foto: Divulgação
Vítima foi encontrada apenas de cueca sob as pedras da praia de Calhetas. Foto: Divulgação

A senteça condenatória foi dada nesta terça-feira pelo juiz Luiz Carlos Vieira de Figueiredo, da 1ª Vara Criminal do Cabo de Santo Agostinho. Felipe Maurício da Silva Livino foi condenado a 25 de reclusão. Já Leonardo Manoel da Silva foi condenado a 21 anos. Ambos já estão presos desde dezembro de 2012. O caso foi investigado pela delegada Gleide Ângelo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Na época da conclusão do inquérito, a delegada Gleide Ângelo afirmou que Lucas Fortuna teria saído da pousada acompanhado por dois desconhecidos em direção às pedras da praia de Calhetas, onde um deles teria mantido relaxões sexuais com o consentimento da vítima. Em seguida, a dupla teria assaltado o jornalista. Insatisfeitos em roubar o celular e R$ 20 que estavam na carteira do jovem, os criminosos teriam espancado o rapaz e o jogado no mar para que pudessem ter tempo de entrar no quarto e roubar os pertences da vítima.

Após o crime, os homens ainda teriam trocado de roupa e tentado entrar no quarto da pousada, usando a chave roubada. A entrada no estabelecimento, no entanto, não teria sido permitida pela recepcionista. O corpo de Lucas foi encontrado só de cuecas e com hematomas na praia de Calhetas, no município do Cabo de Santo Agostinho, causando suspeitas de crime homofóbico.O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou afogamento como causa da morte.

O crime repercutiu em todo o país através da mídia e das redes sociais. Lucas era de Goiás, mas estava no estado para atuar como árbitro em um campeonato de voleibol. Militante da causa LGBT e gay assumido, foi fundador do Grupo Colcha de Retalhos, em prol dos direitos homoafetivos, e organizou paradas da diversidade em seu estado.

Homem é preso suspeito de mais de 20 estupros na Zona Sul

Do Diario de Pernambuco, por Larissa Rodrigues

O número de estupros em Pernambuco caiu 21% este ano em comparação com o ano passado. No entanto, mesmo com a redução, o estado amarga 1.149 casos de janeiro a julho de 2015. A Polícia Civil apresenta hoje um suspeito de abusar de pelo menos 21 mulheres na Zona Sul. Além de abusar das vítimas, ele também roubava seus celulares e fazia fotos delas após a violência ser consumada.

Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Mais de 1,100 casos foram registrados de janeiro a julho deste ano no estado. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Wilton Sérgio de Araújo Cavalcanti, 26 anos, foi preso por policiais da Delegacia de Boa Viagem. De acordo com o delegado Manoel Martins, chefe da seccional de Boa Viagem, o número de vítimas pode aumentar. Com Wilton Sérgio foram apreendidos 26 aparelhos de celular. “Temos, inclusive, um mapa com os lugares onde ele agia”, comentou Martins.

A profissão do suspeito, informada pela polícia, é contratante de caminhão de empresa de logística. Os investigadores não disseram quando e onde ele foi preso, mas informaram que o mandado de prisão foi cumprido por policiais coordenados pelo delegado Wagner Domingues.

Após ser recolhido à delegacia, Wilton Sérgio foi reconhecido como autor dos crimes por diversas vítimas que já estiveram no local. Além das provas que serão detalhadas hoje, em uma entrevista coletica, a polícia também utilizou exames de DNA para dar mais subsídios à investigação. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, os testes deram positivo para todas as vítimas que compareceram à delegacia desde a prisão de Wilton Sérgio.

Outro caso
Em cinco dias, esta será a segunda apresentação, pela polícia, de um suspeito de múltiplos estupros no Recife. Na sexta-feira, a Delegacia da Várzea anunciou a captura de Geraldo Vieira da Silva, 34 anos, que agia no bairro da Várzea, violentando estudantes universitárias.

Ele foi reconhecido por duas das vítimas, sendo a última delas uma aluna de 22 anos do curso de psicologia da UFPE. O crime ocorreu há oito dias, na Avenida General Polidoro, a principal da Cidade Universitária.

Geraldo também é acusado de abusar de uma estudante de farmácia de 21 anos da UFPE. O crime também teria ocorrido na mesma via. Os dois atos foram filmados por câmeras de segurança de empresas localizadas nas proximidades. As empresas forneceram as imagens à polícia, colaborando com a investigação. O delegado Joel Venâncio também espera que, com a divulgação, possam aparecer mais vítimas.

Governo não fará concursos para Polícia Militar nem Civil neste ano

Do Diario de Pernambuco, por Tércio Amaral e Julia Schiaffarino

Os efeitos da crise também chegaram na contratação de novos servidores públicos. Na manhã desta segunda-feira, o secretário da Fazenda do estado, Márcio Stefanni, declarou que o governo não deverá realizar novos concursos públicos até o final deste ano. A justificativa foi a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O anúncio tira a expectativa de quem vinha se preparando para uma seleção pública para a Secretaria Defesa Social. Em maio deste ano, em comemoração aos oito anos do Programa Pacto Pela Vida, o governador Paulo Câmara (PSB), chegou a declarar que faria um concurso com 2.366 mil vagas para as polícias Civil e Militar.

Foto: Roberto Pereira/SEI/Divulgação
Decisão foi anunciada após reunião. Foto: Roberto Pereira/SEI/Divulgação

“Não podemos (realizar novos concursos). A Lei de Responsabilidade Fiscal veda porque já estamos no limite prudencial”, disse Márcio Stefanni. A declaração do secretário foi dada logo após a reunião que governador Paulo Câmara realizou, na manhã desta segunda-feira, com a cúpula do governo para avaliar os efeitos da crise. O governador não falou com a imprensa, mas o estado deve economizar, só este ano, em torno de R$ 960 milhões. Não há previsão, ainda, sobre quais os setores que serão afetados com a medida.

Aos jornalistas, Márcio Stefanni avaliou o cenário econômico e frisou que há pontos positivos dentro do cenário de “crise”, a exemplo da medida do governo em manter o adiantamento do pagamento do 13º salário dos servidores. Ainda de acordo com o secretário, não há programação de cortes de funcionários. Porém, com a redução de gastos, possivelmente, haverá uma redução no número de funcionários prestadores de serviço na máquina pública. Os cortes oficiais ainda estão sendo estudados.

“A arrecadação nominal de ICMS tem sido de 4%. Com a inflação aos 9%, ela tem caído. Hoje temos um ano imprevisível”, completou Stefanni. O secretário deu outra notícia que não deve agradar o funcionalismo público: neste ano, não haverá concessão de reajustes. Novamente, a justificativa são as condições financeiras do estado em virtude da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Prioridades

Os cortes já estão sendo sentidos, também, nos investimentos do estado. Em virtude do cenário adverso, o governo de Pernambuco está priorizando as obras que não estão concluídas, como os corredores de BRT no Grande Recife. A ordem é que novas construções só deverão ser realizadas “quando houver novos recursos”.

Posicionamento da Secretaria da Fazenda

Após a publicação da matéria, a assessoria de imprensa da Secretaria da Fazenda enviou uma nota ao Diario esclarecendo que o cumprimento da LRF não impede a realização de novos concursos. Na prática, isso quer dizer o estado pode realizar um novo concurso, mas não teria condições financeiras de chamar os candidatos aprovados.

Na nota enviada, a secretaria afirma que “ao falar sobre os impedimentos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) quando um estado ultrapassa o limite prudencial de gastos com pessoal (46,55%), o secretário Márcio Stefanni estava se referindo a novas contratações e reajustes salariais, e não à realização de novos concursos públicos. A LRF não veta a realização de concursos públicos nessas situações.”