Celular de suspeito do crime estava na casa de Betinho do Agnes

A Polícia Civil está cada vez mais perto de desvendar o assassinato do pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49 anos, conhecido como Betinho, que teve o corpo encontrado dentro de seu apartamento na Avenida Conde da Boa Vista, em 16 de maio.

Segundo um policial que pediu para não ser identificado, um celular deixado no apartamento da vítima levou os investigadores ao primeiro suspeito, um adolescente de 17 anos, estudante do Colégio Agnes, onde Betinho era coordenador pedagógico. O estudante foi chamado a depor, e, a partir dele, a polícia chegou ao segundo suspeito, um estudante de 19 anos, filho do diretor do Agnes.

Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Crime aconteceu no Edf. Módulo, na Boa Vista. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Os dois foram ouvidos pelo delegado Alfredo Jorge no dia 21 de maio e negaram participação. Além do telefone do celular do adolescente, a polícia encontrou impressões digitais dos dois estudantes na cena do crime.

Betinho estava com os pés amarrados com um fio de ventilador e um fio de ferro elétrico em volta do pescoço. As digitais do adolescente foram encontradas nos eletrodomésticos. Já as digitais do suspeito de 19 anos estavam numa cômoda do apartamento da vítima. Segundo a polícia, um ferro elétrico foi utilizado para dar pancadas na cabeça da vítima que morava sozinha.

Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal
Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal

As possibilidades de latrocínio ou ligação com tráfico ou dívida de drogas foram descartadas pelos investigadores, que já ouviram cerca de 30 pessoas.

Os dois estudantes serão intimados a prestar novo depoimento na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em data não revelada pela polícia. O Diario tentou falar ontem com o delegado Alfredo Jorge, mas ele não respondeu as ligações. Em entrevista coletiva sobre o caso no início do mês de junho, o delegado afirmou que ainda não havia conseguido chegar à motivação do assassinato.

Delegado Alfredo Jorge espera que suspeitos confessem o crime. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Delegado Alfredo Jorge espera que suspeitos confessem o crime. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A polícia também solicitou as imagens do circuito de segurança do edifício, mas a análise feita até o momento não ajudou nas investigações. No dia em que o corpo da vítima foi encontrado, a polícia recolheu no apartamento latas e cachimbos para fumar crack.

A vítima também trabalhava na Escola Municipal Moacir de Albuquerque, em Nova Descoberta, de onde havia pedido transferência uma semana antes de ser assassinada.

CSI pernambucano ajuda polícia a desvendar crimes

A cena do crime fala. O corpo da vítima também. Há um mês, um professor de 49 anos foi encontrado morto em seu apartamento, com as pernas e o pescoço enrolados com fios. A análise de vestígios no local do assassinato levaram à suspeita sobre dois alunos de uma escola particular na qual ele trabalhava. O caso de José Bernardino da Silva Filho, o Betinho, é o mais recente de uma série de investigações que demonstram a importância cada vez maior  da perícia criminal na elucidação de mistérios que intrigam a população e desafiam os investigadores.

Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Crime que vitimou o professor Betinho está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

No Caso Betinho, a perícia papiloscópica, feita pelo Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB), detectou as digitais dos dois estudantes nos objetos usados no crime e num móvel da casa da vítima. “As perícias esclarecem situações com provas incontestáveis. Mas para que sejam bem feitas, é fundamental que haja o isolamento da área”, explica a gerente de Polícia Científica de Pernambuco, Sandra dos Santos.

Apenas nos três primeiros meses deste ano, o Instituto de Criminalística (IC) realizou 921 perícias de comparação balística no estado. Já o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) realizou 341 perícias em locais de homicídios, tentativas ou em veículos no Grande Recife no mesmo período.

Ao chegar em um local de crime, seja ele um roubo ou um assassinato, o perito criminal ou papiloscopista analisa toda área próxima. Sandálias, peças de roupas, objetos pessoais ou a arma do crime são as primeiras coisas procuradas no cenário do crime. “Tudo o que é colhido para perícia pode trazer um resultado. E uma vez que esse resultado é obtido, pode se refazer a técnica em qualquer outro lugar do mundo que a resposta será a mesma”, assegura Sandra dos Santos.

A tarefa de encontrar as provas ou vestígios em locais de crime exige rapidez e experiência. “Quanto mais rápido chegarmos ao local, melhor. Nas perícias em lugares fechados é mais fácil encontrar vestígios como impressões digitais e manchas de sangue”, ressalta a gerente de Polícia Científica.

Para o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, delegado Antônio Barros, a perícia criminal é essencial para a investigação policial. “Seja num crime de roubo, homicídio ou até mesmo sexual, a perícia é de fundamental importância. É o trabalho do perito que em muitos casos vai dar um norte para chegarmos à autoria do delito. Eles podem nos apresentar provas cabais contra os suspeitos do crime”, aponta Barros.

DNA
Recentemente, Pernambuco passou a contar com nova ferramenta para combater o crime através de análises de DNA. O estado é o primeiro do país a fazer a coleta de material genético de condenados por crimes hediondos para inserir no Banco de Dados de Perfis Genéticos. O banco, com tecnologia do FBI (polícia federal norte-americana), está presente em 17 estados e Distrito Federal para facilitar a identificação de reincidentes e crimes em série, e integrar o trabalho das polícias.

Outros casos

Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press
Garota de sete anos foi baleada em Boa Viagem. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Caso Lara

No dia 24 de junho de 2003, a menina Lara de Menezes Albert, 7 anos, foi atingida na cabeça por uma bala perdida quando estava dentro do apartamento onde morava com a família no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da cidade. No primeiro momento da investigação, o caso era um mistério para a polícia que não sabia de onde teria partido o tiro que feriu a garota. Somente após uma perícia realizada pelos profissionais do Instituto de Criminalística (IC) de Pernambuco ficou concluído que o disparo que atingiu Lara teria partido de um apartamento de um prédio próximo ao dela.

Tópicos
Com base na trajetória da bala e a posição onde a criança estava, os peritos não tiveram dúvidas de que o tiro foi disparado de um prédio a 100 metros

O resultado foi entregue ao delegado responsável pela investigação, que solicitou um mandado de busca e apreensão no apartamento apontado pela perícia

Uma pistola foi encontrada no apartamento onde morava um tenente da Polícia Militar. Ele negou para a polícia que tivesse feito o disparo

A comparação balística apontou que o projétil que atingiu a vítima saiu da arma do tenente. O inquérito foi concluído e o autor indiciado

Lutador de box morreu em 2009. Foto: Tom Casino/Reproducao da Interne
Lutador de box morreu em 2009. Foto: Tom Casino/Reproducao da Interne

Caso Arturo Gatti

O lutador de boxe Arturo Gatti foi encontrado morto dentro de um quarto de hotel de luxo em Porto de Galinhas, Litoral Sul do estado, em 11 de julho de 2009, um dia depois de chegar à praia com a mulher, Amanda Rodrigues, e o filho para passar férias. Horas antes, segundo o inquérito policial, o casal teria brigado num restaurante e a mulher sido agredida. No hotel, Amanda teria se trancado no quarto com o filho e o lutador ficado na sala onde se suicidou. Inicialmente, a Polícia Civil acreditou em crime passional e Amanda foi autuada por homicídio. Passou 19 dias presa e só foi solta após o laudo da perícia pernambucana descrever que a morte de Gatti foi um suicídio.

Tópicos
Após analisar o peso da vítima (70kg), a posição que o corpo foi encontrado e a alça da bolsa usada no enforcamento, os peritos concluíram que o boxeador cometeu suicídio

Segundo a perícia, Gatti amarrou a alça de uma bolsa na escada e se pendurou, utilizando um banco da cozinha americana da suíte

O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou como causa da morte asfixia por enforcamento

A família da vítima chegou a contestar o resultado e contratou peritos internacionais, mas não obteve sucesso

Dois suspeitos foram identificados e um deles já foi preso. Foto: Reproducao TV Clube
Dois suspeitos foram identificados e um deles já foi preso. Foto: Reproducao TV Clube

Caso jornalista Marco Aurélio

O corpo do jornalista aposentado Marco Aurélio de Alcântara, 77 anos, foi encontrado na manhã do dia 24 de setembro do 2014, dentro da casa dele, no bairro do Derby. A vítima estava com as mãos, pernas e braços amarrados e um fio de náilon enrolado no pescoço. Na noite anterior à morte, testemunhas viram pelo menos duas pessoas estranhas entrando na casa. Alcântara teria vendido a residência onde morava por R$ 800 mil e sacado R$ 60 mil do valor. O dinheiro estaria guardado no imóvel. A identificação dos suspeitos do crime foi possível graças à análise feita pelos peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) em objetos que estavam na casa, onde foram colhidas impressões digitais.

Tópicos
As imagens das câmeras de segurança analisadas pela Polícia Civil mostraram dois homens saindo da casa do jornalista no dia do crime

Numa pasta que pertencia à vítima foram encontradas as digitais do suspeito Cristiano José da Silva Nascimento. Ele foi preso e confessou o crime

A partir da prisão de Cristiano, a polícia chegou ao segundo suspeito identificado como Emerson Pereira Morais, que está foragido

A polícia concluiu que os dois suspeitos mataram o jornalista aposentado para roubar. Cristiano disse que ele e Emerson ficaram com R$ 30 mil

Médico foi assassinado no dia 12 de maio de 2014. Foto: Tv Clube/Reprodução
Médico foi assassinado no dia 12 de maio de 2014. Foto: Tv Clube/Reprodução

Caso Artur Eugênio

No dia 12 de maio de 2014, o cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo, 36 anos, foi assassinado às margens da BR-101 Sul, em Jaboatão dos Guararapes. O carro da vítima foi encontrado na manhã do dia seguinte, no bairro da Guabiraba, no Recife. Uma garrafa plástica localizada perto do veículo foi a chave inicial para desvendar o assassinato. A partir da localização das impressões digitais no recipiente, a polícia chegou ao nome de um dos suspeitos. Ao final das investigações, cinco pessoas foram indiciadas pelo assassinato que causou grande revolta na sociedade, sobretudo na classe médica.

Tópicos
O corpo de Artur Eugênio foi localizado na noite do dia 12 de maio do ano passado às margens da BR-101. Ele estava sem nenhum documento de identificação

Uma garrafa plástica encontrada perto do carro da vítima completamente carbonizado na Zona Norte do Recife foi recolhida pela perícia

A partir da análise feita por peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril, as impressões digitais de um suspeito foram localizadas

As imagens das câmeras de segurança analisas pela polícia mostraram que a vítima estava sendo seguida desde a saída do trabalho

Caso Betinho: suspeito de 19 anos é filho do diretor do Colégio Agnes

Após deixar o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na manhã desta quinta-feira o advogado Marcos Antônio da Silva confirmou que o jovem de 19 anos suspeito de participação na morte do pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49 anos, é filho do diretor do Colégio Agnes.

A informação de que o rapaz era filho de um integrante da administração do colégio havia sido publicada com exclusividade pelo Diario de Pernambuco e pelo blog na última terça-feira. O outro suspeito, um adolescente de 17 anos, também é estudante do colégio particular da Zona Norte do Recife. Ambos cursam o terceiro ano e negaram participação no crime no primeiro depoimento à polícia. Os jovens deverão prestar depoimento novamente na próxima semana.

Delegado esteve no DHPP nesta quinta-feira. Foto: Reprodução/TV Clube
Delegado esteve no DHPP nesta quinta-feira. Foto: Reprodução/TV Clube

Segundo o advogado Marcos Antônio, o seu cliente está mantendo sua rotina normal de atividades, estaria inclusive frequentando a escola, e a família está acompanhando as investigações da polícia e esperando o resultado do inquérito. “Estamos analisando todas as provas que estão nos autos e nesse momento não podemos fazer juízo de valor sobre o que está no inquérito”, ressaltou Marcos Antônio.

As digitais do adolescente estavam no ferro de passar roupas usado para matar a vítima, no ventilador cujo fio serviu para amarrar as pernas do pedagogo e ainda na geladeira da residência. Já as do estudante de 19 anos foram colhidas na cômoda do apartamento de Betinho. A identificação deles foi possível graças ao trabalho dos peritos papiloscopistas do Instituto de Identificação Tavares Buril que trabalham no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Leia mais sobre o assunto em:

Estudante de 17 anos foi o executor do professor Betinho do Agnes

Digitais de alunos do Agnes estavam em ferro, ventilador, geladeira e móvel de Betinho

As impressões digitais dos dois estudantes do Colégio Agnes suspeitos de assassinar o pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49 anos, foram encontradas no ferro usado para dar pancadas na cabeça do professor e também no ventilador, cujos fios estavam enrolados nas pernas de Betinho, como era conhecido, quando o corpo foi encontrado, segundo a polícia. O professor foi achado morto em seu apartamento, na Avenida Conde da Boa Vista, no dia 16 de maio.

Delegado Alfredo Jorge confirmou informações do Diario nesta quarta-feira. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Delegado Alfredo Jorge, do DHPP, confirmou informações do Diario nesta quarta-feira. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

Em depoimento no dia 21 do mês passado, uma semana após a data provável da morte do professor, os dois estudantes negaram participação no crime. A coleta das impressões pelo Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) foi fundamental para contradizer a versão deles e estabelecer um elo com o assassinato.

Os alunos deverão prestar depoimento de novo, em data a ser marcada. Em reserva, uma fonte do IITB revelou que uma impressão digital deixada em uma superfície lisa pode ser identificada com sucesso por vários dias depois do crime. “A durabilidade depende de alguns fatores. Se a pele é seca ou oleosa demais, pode atrapalhar a coleta”, contou.

Fontes da polícia revelaram que um dos suspeitos da morte do pedagogo é filho de um integrante da administração do Colégio Agnes. Procurados pela reportagem, os responsáveis pelo colégio informaram através de funcionários que não iriam se pronunciar sobre o assunto. Em entrevista à TV Clube/Record, uma vizinha de Betinho, no Edifício Módulo, disse que o professor costumava levar jovens ao seu apartamento. “Ele dizia que eram alunos.”

A Polícia Civil deve se pronunciar hoje sobre as investigações. Ontem pela manhã, o advogado Marcos Antônio da Silva esteve na sede do DHPP para falar com o delegado Alfredo Jorge, responsável pelas investigações, mas não o encontrou.

“Estou assumindo a defesa de um dos jovens apontado como suspeito a partir de hoje e vim me habilitar para ter acesso ao inquérito policial. Deixei o requerimento e se a cópia estiver pronta irei pegar nesta quarta-feira para começar a trabalhar no caso”, revelou o advogado.

O delegado Alfredo Jorge não foi localizado ontem para falar sobre o caso. Até o momento, cerca de 25 pessoas foram ouvidas pela polícia no inquérito. A vítima também trabalhava na Escola Municipal Moacir de Albuquerque, no bairro de Nova Descoberta, de onde havia pedido transferência uma semana antes de ser assassinada. A motivação ainda é um mistério. As possibilidades de latrocínio ou ligação com tráfico ou dívida de drogas foram descartadas pelos investigadores.

Alunos do Agnes são suspeitos da morte do professor Betinho

Dois alunos do Colégio Agnes são os suspeitos de assassinar o pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49 anos. A investigação conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a análise das impressões digitais feitas por peritos papiloscopistas do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) levaram a polícia aos nomes dos suspeitos.

Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Professor morava no Edifício Módulo. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

O corpo do professor foi encontrado em seu apartamento, no Edifício Módulo, na Conde da Boa Vista, em 16 de maio. Ele estava despido da cintura para baixo, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado no pescoço. A polícia disse ainda que o ferro foi usado para dar pancadas na cabeça da vítima que morava sozinha no imóvel.

As digitais dos estudantes foram encontradas nos instrumentos utilizados para matar o professor, provavelmente, no dia 14 de maio. Os jovens já prestaram depoimento e negaram envolvimento com o crime. Segundo fontes da cúpula da Polícia Civil, os estudantes serão intimados novamente a prestar depoimentos ao delegado Alfredo Jorge, responsável pelas investigações.

Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal
Betinho trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal

Aproximadamente 25 pessoas já foram ouvidas pela polícia no inquérito que apura a morte de Betinho do Agnes, como a vítima era conhecida. Além do colégio particular, o pedagogo também trabalhava na Escola Municipal Moacir de Albuquerque, no bairro de Nova Descoberta, de onde havia pedido transferência uma semana antes de ser assassinado por ter sido flagrado em um banheiro dos professores, em situação constrangedora.

Apesar da polícia já saber quem matou Betinho e ter provas de autoria contra os suspeitos, o caso ainda não foi concluído porque os investigadores não conseguiram descobrir o que motivou o crime. Na semana passada, o delegado Alfredo Jorge descartou a possibilidade de latrocínio ou ligação com tráfico ou dívida de drogas.

Entre os depoimentos colhidos pela polícia até o momento estão ainda os de moradores e funcionários do Edifício Módulo, alunos e funcionários do Colégio Agnes e da Escola Moacir de Albuquerque, dois rapazes que frequentavam o apartamento do professor e ainda vários familiares da vítima.

Nas ouvidas, a polícia descobriu que Betinho costumava receber visitas em casa e que ele consumia drogas em sua residência. Cachimbos e latas usados para fumar crack foram encontrados no apartamento de Betinho. Os familiares da vítima afirmaram desconhecer o envolvimento do professor com drogas e também não sabiam se ele recebia pessoas em casa. A polícia também não revelou se conseguiu obter novas informações a partir da análise das imagens da câmera de monitoramento do edifício.

Polícia tem provas contra os dois suspeitos de matar professor em prédio na Boa Vista

A Polícia Civil já tem indícios e prova de autoria contra os dois suspeitos de terem envolvimento na morte do pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49 anos. O delegado Alfredo Jorge disse nesta quarta-feira após ouvir cinco depoimentos na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que já sabe quem assassinou Betinho, como a vítima era chamada. “Ainda não temos a motivação do crime, mas latrocínio e ligação com o tráfico de drogas são linhas praticamente descartadas. Estamos muito perto de fechar o inquérito”, afirmou o delegado.

Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Entre os investigados pela morte do pedagogo estão dois rapazes que costumavam frequentar o Edifício Módulo, onde a vítima morava na Avenida Conde da Boa Vista, e dois estudantes da escola particular onde o pedagogo trabalhava. Os estudantes, sendo um adolescente, prestaram depoimento na quinta-feira da semana passada e negaram envolvimento com o crime. Os dois rapazes que foram ouvidos pela polícia nos primeiros dias da investigação e que frequentava a casa do professor também negaram participação no assassinato.

Dos cinco depoimentos colhidos nesta manhã, dois foram de estudantes do Colégio Agnes, dois de parentes do professor e o último deles foi o da zeladora do prédio que encontrou as chaves da casa de Betinho no lixo do quarto andar na manhã de sexta-feira (15). O professor morava no sétimo andar. A polícia está analisando agora as imagens do circuito interno do prédio para conseguir mais provas contra os suspeitos. Para a tarde desta quarta-feira está previsto o depoimento de mais uma familiar de Betinho. Além do Agnes, Betinho trabalhava em uma escola municipal em Nova Descoberta.

Nessa terça-feira, oito pessoas prestaram esclarecimentos à polícia. Também na terça-feira, um irmão e uma irmã de Betinho procuraram o delegado para saber como andam as investigações. Betinho foi encontrado morto dentro do seu apartamento na noite do último dia 16. Ele estava despido da cintura para baixo, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado no pescoço. A polícia disse ainda que o ferro foi usado para dar pancadas na cabeça da vítima que morava sozinha no imóvel.

Polícia colhe novos depoimentos sobre morte do professor Betinho

Pelo menos cinco pessoas prestarão depoimentos hoje no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) sobre as investigações da morte do pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49 anos. Pela manhã, três estudantes do Colégio Agnes, onde Betinho era coordenador pedagógico, serão ouvidos pelo delegado Alfredo Jorge. À tarde, duas pessoas ligadas à vítima serão interrogadas. Durante todo o dia de ontem, oito pessoas prestaram esclarecimentos à polícia. Também ontem, um irmão e uma irmã de Betinho procuraram o delegado para saber como andam as investigações.

Depoimentos estão sendo tomados no DHPP. Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Depoimentos estão sendo tomados no DHPP. Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

O auxiliar administrativo Silvio Pereira, 40, veio acompanhado de uma irmã e da esposa e afirmou que a família espera justiça para o caso. “Viemos para falar com o delegado e saber se há novidades. O que a gente quer é que a pessoa que matou meu irmão venha até a delegacia e confesse o crime. Ninguém pode tirar a vida de outra pessoa e ficar impune”, desabafou Silvio. Na manhã de ontem, a única pessoa interrogada pela polícia foi um aluno do Agnes. O jovem veio acompanhado do avô que já foi diretor do colégio particular e também conhecia a vítima. “Vim acompanhar meu neto que respondeu as perguntas do delegado sobre se ele conhecia Betinho e se ele sabia das atividades dele fora do colégio”, afirmou o pastor Adauto Lins.

Irmão do professor Betinho procurou o delegado ontem para saber das investigações
Irmão do professor Betinho procurou o delegado ontem para saber das investigações

À tarde, a movimentação foi intensa no DHPP. Mais sete pessoas prestaram depoimentos aos policiais que investigam o caso. Um morador do edifício Módulo que era vizinho do pedagogo, duas funcionárias e a mãe de um aluno do Agnes, além da diretora, da vice e uma estagiária da Escola Moacir de Albuquerque, onde a vítima também trabalhava, foram ouvidos. “Falava com ele apenas de bom dia e boa noite. Nem o nome dele eu sabia”, disse o vizinho que preferiu não revelar seu nome e afirmou morar no local há poucos meses.

Dois alunos da escola particular onde Betinho trabalhava estão sendo investigados pela polícia. Eles prestaram depoimento na quinta-feira passada e negaram participação no assassinato. A polícia, no entanto, afirma ter indícios contra os dois estudantes, sendo um adolescente. Betinho foi encontrado morto dentro do seu apartamento na noite do último dia 16. Ele estava despido da cintura para baixo, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado no pescoço. A polícia disse ainda que o ferro foi usado para dar pancadas na cabeça da vítima que morava sozinha no imóvel.

Caso Betinho: investigações tomam novo rumo

As investigações sobre o assassinato do pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49 anos, encontrado morto dentro do seu apartamento no dia 16, tomaram novos rumos. O crime, que a princípio estaria ligado somente à vida pessoal da vítima, pode estar relacionado ao ambiente profissional de Betinho. A Polícia Civil investiga a participação de alunos de um dos colégios onde ele trabalhava.

Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Betinho era coordenador pedagógico do Colégio Agnes e professor da Escola Municipal Moacir de Albuquerque. Na última quinta-feira, dois estudantes do colégio particular prestaram depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e negaram envolvimento. Novas ouvidas serão colhidas hoje. Pelo menos oito pessoas das duas instituições de ensino prestarão depoimentos.

Ontem os investigadores passaram a tarde analisando imagens de monitoramento do Edifício Módulo para colher novos indícios. Fontes da Polícia Civil revelaram que as primeiras imagens enviadas ao DHPP não eram referentes ao dia em que o professor chegou em casa, a quinta-feira dia 14, e sim de dois dias antes. Embora ainda não saiba os detalhes nem a motivação do crime, a polícia já tem alguns indícios contra os estudantes investigados, um deles de 17 anos.

Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal
Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal do Recife. Foto: Arquivo Pessoal

Betinho trabalhava no Agnes há 17 anos. Alunos, funcionários colegas e familiares lamentaram a morte do pedagogo que morava sozinho. O crime foi registrado pelo plantão da Força-Tarefa do DHPP ainda na noite do último dia 16. Na segunda-feira (18), o delegado Alfredo Jorge assumiu as investigações. Procurado pelo Diario ontem, ele disse que não poderia falar sobre o caso.

Na semana passada, dois rapazes que costumavam frequentar a casa de Betinho foram intimados e prestaram depoimentos no DHPP. Ambos negaram participação no assassinato. Um deles contou à polícia que já havia mantido relacionamento com a vítima e que continuava frequentando o apartamento para consumir drogas com o pedagogo.

A família de Betinho afirmou desconhecer o envolvimento dele com drogas. Dentro do apartamento, a polícia encontrou cachimbos e latas para fumar crack. Durante os dois dias em que o pedagogo não foi visto pelos vizinhos, a porta do apartamento dele esteve aberta e batia com o vento.

“Ele deixava um pano para vedar a porta quando saía, porque estava com problemas, mas fechava por dentro. Quando foram verificar, a porta estava encostada e a grade da frente com um cadeado, que foi arrombado”, disse uma moradora, que preferiu não se identificar, um dia após a descoberta do corpo.

Saiba mais:

O que a polícia já sabe:

O pedagogo chegou ao prédio na quinta-feira (14) à noite, estacionou sua motocicleta e entrou em seu apartamento

Ele não foi trabalhar na sexta-feira (15), nem foi visto pelos vizinhos durante toda a sexta-feira e o sábado

O corpo foi encontrado na noite do sábado por um rapaz que costumava frequentar o apartamento da vítima e por um morador do edifício

Betinho estava sem roupas da cintura para baixo, com as pernas amarradas pelo fio do ventilador e com fio do ferro de passar roupas enrolado no pescoço

O(s) suspeito(s) desceu(ram) do sétimo andar, onde morava o pedagogo, até o quarto andar, onde jogou(ram) as chaves do apartamento num lixeiro

As imagens da câmera de monitoramento do prédio gravadas na quinta-feira (14) já estão sendo analisadas pela polícia

O que a polícia precisa descobrir:

Quem esteve no apartamento do professor a partir do momento em que ele chegou em casa na noite do último dia 14

Quem cometeu o crime e amarrou as pernas e o pescoço do pedagogo que trabalhava em duas escolas no Recife

Quem desceu do sétimo até o quarto andar do Edifício Módulo e jogou as chaves do apartamento num lixeiro

Quais foram os motivos que levaram uma ou mais pessoas a tirarem a vida do pedagogo que era querido por todos

Se entre as pessoas que aparecem nas imagens do circuito do prédio está algum dos investigados pelo crime

Se houve luta corporal antes do crime e se a pessoa entrou no apartamento com a autorização da vítima

Polícia recebeu imagens do prédio onde pedagogo foi assassinado

As imagens do circuito interno de câmeras do Edifício Módulo, localizado na Avenida Conde da Boa Vista, onde foi assassinado o pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49 anos, já estão em poder da polícia. O delegado Alfredo Jorge, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), recebeu ontem as imagens registradas no edifício da quinta-feira até o último sábado, dia em que o corpo da vítima foi encontrado dentro do seu apartamento.

 

Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

De acordo com o delegado, as imagens começarão a ser analisadas hoje. Também hoje prestarão depoimento o síndico do prédio, dois porteiros e dois familiares da vítima. Na última segunda-feira, dois rapazes que frequentavam a casa do pedagogo foram ouvidos pelo delegado. Ambos negaram participação na morte de José Bernardino.

A polícia já sabe que a pessoa que matou o pedagogo desceu do sétimo andar onde a vítima morava e foi até o quarto andar, onde jogou a chave do apartamento em um lixeiro. “Uma funcionária encontrou as chaves no lixo do quarto andar. Após matar a vítima, o assassino seguiu até esse andar. As imagens poderão ajudar a revelar outros detalhes do crime”, ressaltou Alfredo Jorge.

De acordo com uma vizinha, que preferiu não se identificar, Bernardino foi visto pela última vez na noite da quinta-feira, quando estacionou a motocicleta na parte interna do prédio. Desde então, vizinhos apenas ouviam o bater da porta do apartamento. O corpo foi encontrado com os pés amarrados com um fio de ventilador e o pescoço, com fio de um ferro de passar, também utilizado para desferir golpes contra a vítima.

O corpo do auxiliar de coordenação pedagógica do Colégio Agnes e professor da rede municipal de ensino foi sepultado no Cemitério de Santo Amaro na manhã da segunda-feira. A vítima morava no Edifício Módulo há cerca de dois anos e era muito querido pelos familiares, alunos e colegas de trabalho.

Corpo de professor assassinado será enterrado nesta segunda-feira

Será sepultado nesta segunda-feira o corpo do auxiliar de coordenação pedagógica do Colégio Agnes e professor da rede municipal de ensino, José Bernardino da Silva Filho, de 49 anos. Ele foi morto dentro do apartamento número 72, do Edifício Módulo, na Avenida Conde da Boa Vista, onde vivia há pelo menos dois anos. O corpo de José Bernardino foi retirado do imóvel no final da noite do último sábado, depois de ser encontrado por um amigo e por vizinhos, sem roupas e enrolado em fios de eletrodomésticos e com sinais de pancadas na cabeça.

Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

De acordo com uma vizinha, que preferiu não se identificar, o pedagogo foi visto pela última vez na noite da quinta-feira, quando estacionou a motocicleta na parte interna do prédio. Desde então, vizinhos apenas ouviam o bater da porta do apartamento. “Ele sempre deixava um pano para vedar a porta quando saía, porque ela estava com problemas, mas fechava por dentro. Quando foram verificar, a porta estava encostada e a grade da frente com um cadeado, que foi arrombado”, afirma. A informação é de que o corpo foi encontrado com os pés amarrados com um fio de ventilador e o pescoço, com fio de um ferro de passar, também utilizado para desferir golpes contra a vítima.

Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal
Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal

Segundo a polícia, o homem não era casado, não tinha filhos e mantinha relações homoafetivas supostamente com garotos de programa. Um jovem que ajudou a descobrir o corpo e era comumente visto nas dependências do prédio acompanhando o pedagogo deve ser localizado e interrogado pela polícia nos próximos dias, já que ele deixou o local antes da chegada das equipes do IML e da Força-Tarefa de Homicídios. O caso será investigado pelo delegado Alfredo Jorge. O corpo será sepultado às 10h de hoje no cemitério de Santo Amaro. Na página dele, no Facebook, muitas declarações de alunos e professores sobre o amigo.