Tiroteio entre policiais reconstituído nesta 3ª feira

 

Esta marcada para a manhã desta terça-feira a reconstituição do tiroteio entre policiais civis e agentes da Polícia Federal (PF) que resultou na morte do policial federal Jorge Washington Cavalcanti de Albuquerque, 57 anos. O caso aconteceu no dia 5 de janeiro do ano passado, na BR-232, no bairro do Curado. O caso volta à tona porque o procurador da República Anderson Vagner Goes dos Santos do Ministério Público Federal (MPF) devolveu o inquérito feito pela PF, como divulgou o Diario de Pernambuco com exclusividade, alegando que havia algumas questões que precisavam ser esclarecidas e determinando a realização da reprodução simulada. O agente federal foi morto com um tiro no peito e um outro agente foi baleado na barriga durante uma operação para prender o jovem Wagner Alves do Nascimento, 25, apontado pela polícia como traficante de drogas. Classificado como um mal-entendido e fatalidade, o caso teve repercussão porque envolveu policiais do Departamento de Narcotráfico da PF e da Polícia Civil que estavam na mesma investigação.

Morte do policial federal criou um clima de mal estar entre as duas corporações

O inquérito voltou às mãos do delegado federal responsável pelas investigações, Renato Cintra. O pedido de reconstituição do procurador da República recomenda que todas as pessoas envolvidas no tiroteio voltem à cena do crime. Para isso, até o suspeito Wagner Alves, que está preso por tráfico, vai estar na BR-232. Além dele, o taxista que estava levando o jovem, os três policiais civis e os seis federais que também estavam investigando o suposto traficante estarão presente da reprodução simulada. O objetivo da reprodução simulada é esclarecer todas as dúvidas que o MPF não conseguiu encontrar justificativas no inquérito enviado pela PF. Durante a investigação do caso, peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) de Brasília vieram ao Recife e fizeram uma reconstituição virtual do tiroteio para ajudar a esclarecer de onde teriam partido os primeiros tiros. A equipe trouxe um equipamento de última geração, um scanner 3D. Porém, o resultado de toda a investigação não satisfez o MPF.

Sofisticada tecnologia usada em 2011 não esclareceu dúvidas do MPF

PMs farão vários plantões no São João

 

A Secretaria de Defesa Social (SDS), por meio da sua assessoria de comunicação, informa ao blog que o número de policiais militares que foi divulgado para o policiamento do São João do estado (33.763) foi bem maior que o total do efetivo (cerca de 20 mil homens) porque muitos PMs irão fazer plantões extras durante as festividades. No entanto, isso não quer dizer que um PM vai se transformar em dois! Serão os mesmos profissionais trabalhando mais. A SDS afirma ainda que a diária de R$ 94 paga no período é o grande atrativo para os policiais aceitarem as jornadas extras. O órgão diz ainda que está à disposição da população para apresentar os números do efetivo de policiais destacados para garantir a segurança no São João.

Confira a nota enviada ao blog pela assessoria de comunicação da SDS:

 

1. O número de 33.763 são escalas extras, três mil a mais do que no ano passado, isto significa dizer que o mesmo  policial pode tirar mais de uma escala no período junino, bem como os policiais civis com 9.557 plantões extras para suprir a demanda. Já os bombeiros contam com 4.159 plantões extras. No mesmo caso dos Policiais Militares,  os Policiais Civis e Bombeiros também tiram mais de um plantão.  Nestas épocas de festas muitos policiais se disponibilizam a tirar mais de um serviço, por este motivo o número de Policiais Militares aumentou 9,8%, Policiais Civis 49,1%, Bombeiros Militares 4,8%. Todos estes números foram contabilizados pelas Diretorias Gerais de Operações dos Órgãos Operativos  da Secretaria de Defesa Social.

2. Acrescentamos ainda que a diária nos finais de semana no período Junino passa de R$ 54 reais para R$ 94, contabilizando um investimento realizado pelo Governo do Estado de R$ 2,3 milhões, que serão pagos com diárias extras aos profissionais de segurança.

3. Finalmente, depois deste esclarecimento e das matérias bem elaboradas e postadas nos três principais jornais de circulação no Estado, achamos que não resta nenhuma dúvida ao internauta, que não houve nenhuma “mágica” realizada pela Secretaria de Defesa Social. Caso reste ainda alguma dúvida ao internauta, pedimos ao mesmo para entrar em contato com o Centro Integrado de Comunicação -31835324- que teremos o maior prazer em lhe mostrar as escalas extras dos quatro Órgãos Operativos da SDS.


 

Polícia apresenta inquérito dos canibais

 

A Polícia Civil de Pernambuco apresentará na manhã desta terça-feira, às 9h, o resultado das investigações sobre o caso dos canibais de Garanhuns. A coletiva de imprensa que acontece na Rua da Aurora será realizada pelo diretor geral de operações, delegado Osvaldo Morais, pelo delegado de Olinda, Paulo Berenguer, e por uma perita do Instituto de Identificação Tavares Buril.Além de três mortes confirmadas, Isabel Pires, Jorge Beltrão e Bruna Silva teriam praticado outros seis esquartejamentos, segundo inquérito. Destes, um teria sido na cidade do Conde, na Paraíba, e cinco nos bairros de Santo Amaro e Casa Amarela, no Recife. A 1ª Vara Criminal de Garanhuns acatou denúncia do Ministério Público contra o trio, que já responde por duplo homicídio triplamente qualificado, falsidade ideológica, estelionato, ocultação de cadáver e falsificação de documentos. Eles confessaram que esquartejavam as vítimas e comiam as carnes, que ainda serviam de recheio para salgados vendidos em Garanhuns.

Covardia acaba sonho de adolescente

 

Do Diario de Pernambuco

 

Durante seus breves 17 anos de vida, ele sempre lutou contra o destino. Filho de uma família pobre, nunca usou sua condição social como argumento para deixar de correr atrás do sonho que vinha construindo desde a infância. Na escola, sempre estava na biblioteca, mergulhado nos livros. A paixão pela leitura e a admiração por aqueles que lhe ensinaram a reconhecer as primeiras palavras despertaram nele a vontade de ser professor.

Era para isso que lutava até que, na sexta-feira, a batalha foi perdida. Enquanto se preparava para ir dar aula, dois homens arrombaram a porta da casa. Estavam à procura de seu irmão mais novo, de 16 anos, envolvido com drogas. Como não o encontraram, não deixaram a “visita” por menos.

Dispararam vários tiros contra o adolescente, que ainda clamou para não morrer, e um outro contra a mãe dele, por ter tentado defender o filho. O crime aconteceu no Morro da Conceição, Zona Norte do Recife. Na manhã de ontem, no cemitério de Casa Amarela, parentes e amigos despediram-se do “filho querido” e “aluno exemplar”. Sob forte comoção, cobravam justiça pela morte de mais um inocente que teve seu futuro roubado pela violência.

O assassinato aconteceu por volta das 19h da última sexta-feira. Segundo um familiar da vítima, os dois homens, conhecidos como Júlio César e Júnior Eta, bateram na porta da avó do rival, que fica na mesma rua, à procura dele. Como não o encontraram, foram até a casa da mãe do adolescente, onde ele vive com mais quatro irmãos. Chegando lá, arrombaram a porta e foram logo perguntando pelo desafeto.

A mãe dele, que estava com o neto de três anos no braço, implorou para que deixassem a família em paz, mas foi em vão. Foi quando o filho de 17 anos, que tinha acabado de sair do banho e ia se arrumar para sair para dar aula, chegou na sala, perguntou o que estava acontecendo e foi baleado. “Os dois bandidos são daqui do Morro mesmo e já o conheciam, sabiam que o negócio não era com ele. Mas por maldade atiraram assim mesmo para não perder a viagem. São dois covardes”, desabafou um familiar.

Ao vê-lo baleado, a mãe correu para a frente do filho. Sem piedade, os bandidos atiraram no peito da mulher que acabou derrubando a criança no chão. Insatisfeitos, eles ainda continuaram atirando no rapaz. “Foram muitos tiros, uma verdadeira execução”, resumiu o delegado Humberto Ramos, da Força Tarefa da capital, que fez a ocorrência.

Segundo a polícia, os dois suspeitos são ex-presidiários e haviam recebido indulto da Justiça um dia antes. A mãe do rapaz foi levada para o Hospital Otávio de Freitas, onde passou por cirurgia. Seu quadro de saúde é estável.

O pai da vítima estava inconsolável. Ele contou que, na semana passada, os dois tiveram seu último encontro. “Ele me pediu um sapato para ir à escola. Era o orgulho da gente. Por causa do mais novo, que não vale nada, foi embora desse jeito. Ele não merecia morrer e muito menos assim”, desabafou. Por conta do envolvimento do caçula com drogas, toda a família vinha sendo ameaçada pelos traficantes, o que continuou depois do crime. Amigos contaram que a vítima queria se mudar com a mãe, mas não estava conseguindo dinheiro para o aluguel.

O jovem morto cursava o primeiro ano do magistério numa escola estadual no Centro do Recife. Pela manhã e à noite, dava aulas de reforço voluntário, sem receber remuneração, no programa de Educação de Jovens e Adultos numa escola municipal na Macaxeira, Zona Norte, onde estudou desde criança. Os suspeitos estão foragidos, e o caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

 

Delegado preso pede investigação de ações dos “colegas”

 

O delegado Tiago Cardoso, que está preso no Cotel sob a acusação de comandar um esquema criminoso na Delegacia de Combate à Pirataria, da qual era titular, apresentou Notícia Crime à Procuradoria Geral de Justiça pedindo que o Ministério Público (MPPE) investigue cinco delegados que participaram das investigações e da sua prisão. A denúncia entregue no mês passado solicita apuração rigorosa e abertura de procedimento de investigação criminal. Segundo Tiago Cardoso e seus advogados, os delegados que presidiram o Inquérito Policial de nº 09.905.9030.00138/2011.1.3, Cláudia Freitas e Fernando Souza, não poderiam ter revelado o teor das coisas que estavam sendo descobertas nas investigações a ninguém, nem mesmo aos seus superiores, pois estariam violando o artigo 325 do Código Penal. Outra reclamação de Tiago Cardoso foi quanto ao horário em que os policiais chegaram à sua casa, no bairro de Boa Viagem, para prendê-lo. A Notícia Crime informa que os policiais arrombaram a porta do apartamento num horário entre 4h30 e 5h do dia 14 de março, hora que não é permitida entrada da polícia nas casas das pessoas. O documento diz ainda que os delegados Osvaldo Morais, diretor geral de operações, Cláudio Castro, titular do Grupo de Operações Especiais e Romano Costa, coordenador do Centro Integrado de Inteligência da SDS, que não eram presidentes do inquérito, nem foram nomeados em portaria da SDS para participar das investigações, estiveram no apartamento de Tiago Cardoso com outros policias, todos “armados até os dentes” e comandados por Osvaldo Morais.

Cúpula da Defesa Social fez coletiva para falar sobre as prisões

Cardoso e seus advogados relataram ao MPPE que após a “invasão de domicílio” houve ainda alguns “abusos”. “Houve um linchamento moral ou tortura psicológica. Eles expuseram em coletiva de imprensa a imagem do noticiante (Tiago Cardoso), bem como o trataram como se já fosse condenado”, diz um trecho da Notícia Crime. Além da apuração rigorosa, Tiago Cardoso pede que os responsáveis sejam processados tanto por ação penal quanto por improbidade administrativa. Uma cópia do documento foi entregue à Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social e outra à Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República. Além de Tiago, dois agentes, um escrivão e um comissário foram presos. Eles são suspeitos de cobrarem propina para liberar produtos apreendidos, ou até mesmo deixar de fazer as apreensões e ainda não encaminhar à Justiça inquéritos já concluídos. As investigações que levaram à prisão dos cinco policiais duraram um ano.

A “mágica” do número de policiais militares

 

Ao anunciar o esquema de policiamento para o São João do estado, o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio informou um número muito estranho e que está chamando a atenção de muita gente. Tanto Damázio, como o comando da Polícia Militar sempre têm dito que o efetivo de policiais militares nas ruas em Pernambuco é de 20 mil homens. Porém, surpreendentemente, um total de 33.763 militares será o efetivo que vai atuar nas festividades deste ano, segundo a SDS. Uma conta que não fecha. Como pode mais de 13 mil homens terem aparecido nos batalhões do estado do dia para a noite? E os 1.612 aprovados no concurso de 2009 que ainda não foram nomeados?

Maior parte do efetivo da polícia vai atuar em Caruaru
Maior parte do efetivo da polícia vai atuar em Caruaru

Durante entrevista coletiva, a cúpula da segurança pública tratou de dizer que houve um aumento de 16% em relação ao número de policiais que trabalharam no São João do ano passado. Além da quantidade generosa de militares que estará nas ruas, a SDS prometeu ainda 9.557 policiais civis, 1.102 profissionais da Polícia Científica e 4,159 homens do Corpo de Bombeiros trabalhando para garantir um São João tranquilo para toda a população do estado.

 

Abusadores são pessoas próximas

 

É em meio a uma brincadeira, muitas vezes, que os abusos sexuais são praticados. Crianças e adolescentes costumam ser vítimas de primos, irmãos e de vizinhos, segundo a polícia. Os casos acontecem dentro do ambiente familiar e as denúncias, quando chegam à GPCA, são todas investigadas. De acordo com a delegada de Atos Infracionais da especializada, Renata Almeida, as vítimas, em geral, são crianças de até 12 anos. “No mês passado, encaminhamos um caso ao MPPE de um menino de 15 anos que abusou da prima de 4 anos. Quando o caso chegou à GPCA, descobrimos que esse mesmo menino já havia abusado também da irmã dele, que também é uma criança”, diz a delegada.

Carlos Brito já atendeu casos em seu consultório


O psicólogo infantil Carlos Brito lembra que já atendeu em seu consultório casos de abusos de crianças praticados por adolescentes. “Já acompanhei o caso de um menino de 15 anos que praticou uma investida contra a prima de 8 anos e outra situação foi um adolescentes de 16 anos que chegou a mostrar revistas pornográficas para um menino de 6 anos, que é irmão de um amigo dele. Nos dois casos, o abuso não foi consumado”, conta Brito. A delegada Renata Almeida ressalta a importância de fazer denúncias. “Quando a família souber do abuso é preciso procurar a delegacia. Depois encaminhamos a vítima para fazer a perícia sexológica no IML. As etapas seguintes são ouvir os familiares, a vítima e o infrator”, pontua a delegada.

Delegada Renata Almeida recebe os casos na GPCA


Segundo o juiz da Vara Regional da Infância e Juventude, Humberto Vasconcelos, enquanto as orientações não forem repassadas da maneira correta para as crianças e adolescentes, esse cenário de abuso não será modificado. “Precisamos educar e orientar nossos filhos. Os conceitos atuais desses meninos são equivocados. Diálogo e educação é o que falta. Eles têm capacidade de compreender tudo o que for ensinado da maneira correta. Bastar usarmos a linguagem apropriada para isso. É preciso, urgentemente, entrar nas escolas para promover uma educação sexual”, conclui.

Cresce número de adolescentes estupradores

 

Um problema grave e silencioso tem chegado com cada vez mais frequência aos gabinetes da Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) e aos consultórios de psicologia. O abuso sexual praticado por adolescentes é, segundo especialistas, um fenômeno novo e que tem preocupado autoridades e psicólogos. Do início do ano, até o final de maio, 16 casos de estupro, onde os autores são menores de 18 anos, foram registrados pela delegacia especializada. Desses, 10 foram de meninos contra meninas e seis entre meninos. As estatísticas revelam ainda que, na maioria dos casos, o abusador é um primo, um irmão ou um vizinho da vítima, que, em geral, é menor de 12 anos. Esse tipo de abuso é percebido em todas as classes sociais, embora tenha mais notabilidade nas camadas mais pobres. Apenas no mês de janeiro, a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), recebeu 11 adolescentes de todo o estado para cumprir medida socioeducativa por ato infracional correspondente ao crime de estupro.

 

Para o juiz da Vara Regional da Infância e Juventude, Humberto Vasconcelos, e alguns psicólogos que trabalham com crianças, o que tem motivado a ocorrência desses abusos praticados por adolescentes é a falta de orientação sexual nas escolas e também dentro de casa. “É necessária uma intervenção urgente. É preciso prevenir. Invadir as escolas para orientar esses adolescentes”, aponta Vasconcelos. A coordenadora do Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ações Sociais (Cendhec), Valéria Nepomuceno, diz que a carência de estudos e pesquisas sobre esse fenômeno é um grande dificultador para seu entendimento e possível enfrentamento. “É uma situação relativamente nova, mas não temos onde pesquisar suas causas. O Cendhec já recebeu alguns casos de abusos sexuais contra crianças que foram praticados por adolescentes, mas, encaminhamos para a polícia. O que precisamos é saber porque essas coisas estão acontecendo e de políticas públicas efetivas”, afirma Valéria.

 

Especialista em psicologia infantil, Carlos Brito destaca duas causas para a ocorrência desses abusos. “Acredito que a erotização da infância estimula essa cultura de antecipar cada vez mais a infância e as crianças são jogadas na adolescência sem preparação. Além disso, as mídias disponíveis promovem ainda mais essa erotização e as crianças são apresentadas à sexualidade muito cedo”, destaca Brito. Ainda segundo o psicólogo, o outro fator que contribui para esse cenário é a ausência de discussões nas escolas sobre o tema sexo. “Existe uma necessidade urgente de discutir essa problemática. Os namoros estão acontecendo cada vez mais cedo entre estudantes. As escolas precisam abordar esse assunto”, alerta.