Comando da Polícia Militar fala sobre estágio prático dos novos PMs

A assessoria de comunicação da Polícia Militar enviou nota de esclarecimento ao blog a respeito das denúncias feitas pelos alunos do curso de formação. A corporação afirma que o emprego dos concluintes em qualquer evento obedece a um criterioso planejamento prévio.

Na nota, o comando da PM diz que “no tocante ao curso em andamento, a sua matriz curricular prevê a participação dos futuros soldados em estágio prático operacional, nos batalhões da RMR, reguladas por uma Nota de Instrução que regulamentará suas participações no período carnavalesco, observadas, porém, todas as medidas que  salvaguardem as suas condições de estagiários.”

Uma das principais queixas dos alunos do curso de formação era de que eles seriam mandados para a rua sem armas de fogo. Sobre essa queixa, a corporação esclarece o seguinte:

“A exemplo disso, os alunos serão empregados em patrulhas com mais de 10 (dez) policiais militares, fardados, e sempre sob comandamento de Oficiais, além da supervisão de instrutores e monitores, salientando-se que tais discentes não portarão arma de fogo, haja vista que a doutrina operacional não prevê este tipo de armamento para eventos que reúnam multidões, exceção feita a oficiais e graduados, muito embora estejam os alunos, assim como os demais soldados, munidos de colete e tonfa (cassetete), o que se reveste como um armamento de menor potencial ofensivo e apropriado para estes eventos. Todas as medidas cautelares foram adotadas no seu planejamento, conforme atestado em reunião ontem (quinta-feira, 24) com o comandante do Campus de Ensino Metropolitano, local onde estão sendo formados, proporcionando a possibilidade de atuarem nas prévias e no carnaval propriamente dito, enriquecendo a formação dos novos Pacificadores Sociais nesses importantes eventos da história e cultura pernambucanas.”

 

Futuros PMs estarão nas ruas a partir desta sexta mas sem amparo legal

Nesta sexta-feira, a turma de 1.395 alunos do Curso de Formação da Polícia Militar que está em treinamento vai iniciar o estágio de prática policial. Os futuros policiais serão divididos em grupos e encaminhados aos batalhões de área da Região Metropolitana. Passar a essa fase do curso deveria ser algo comemorado pelos alunos, no entanto, tem sido motivo de medo e preocupação.

O blog recebeu diversas denúncias de alunos e dos seus parentes de que o grupo que ainda não tem matrícula na corporação será mandado para a rua sem nenhum amparo legal. As denúncias dão conta de que os alunos serão encaminhados para a rua usando a farda da PM e sem portar armas de fogo, numa situação, segundo os denunciantes, que os deixa em situação de perigo.

Ainda de acordo com as denúncias recebidas pelo blog, caso aconteça algo à integridade física de algum dos alunos, eles e suas famílias estariam desamparados e não teriam nenhuma assistência por parte do estado. Segundo os denunciantes, o que teria sido dito pelos responsáveis pelo curso foi: “Nós não sabemos o que iremos fazer com vocês, se algo acontecer.”

A reclamação dos futuros policiais e das famílias é extremamente oportuna. Como o estado pode mandar para as ruas e inclusive deixar que trabalhem durante o carnaval homens e mulheres que ainda não têm todo o material de segurança e estão desarmados para enfrentar as situações de perigo? O que se passa na cabeça dessas pessoas da cúpula da SDS? Talvez seja a necessidade de mostrar um efetivo grande de PMs nas ruas.

Uma das mensagens encaminhadas ao blog informa que a formatura da turma só acontecerá no dia 1º de março, quando de fato eles estarão formados como policiais militares. “Como nós alunos, futuros soldados militares, vamos dar segurança à sociedade se a nossa segurança está em jogo? Vamos para as ruas da Região Metropolitana do Recife usando só uma tonfa e o colete balístico?”, indagou um dos alunos do curso.