Um homem de 30 anos por pouco não foi linchado na manhã de ontem, no bairro de Guadalupe, em Olinda. O montador de toldos Edjair Severino da Silva foi agredido por vizinhos depois que a avó de uma menina de apenas 10 anos contou ele teria mantido conversas com teor pornográfico pelo perfil da menina no Facebook. Segundo a avó da criança, uma comerciante de 46 anos, o primeiro contato do suspeito pelo perfil da garota aconteceu no domingo passado.
O segundo, inclusive com imagens através da webcam, aconteceu na madrugada de ontem. “As duas vezes que ele mandou mensagens quem estava usando o Face da minha neta era eu. Alimentei as conversas como se fosse ela quem estava falando e ele foi dizendo coisas safadas”, contou a comerciante, que encerrou a conversa sem se identificar.
Na manhã de ontem, a avó da garota pediu para chamar o suspeito alegando que precisaria de um serviço dele. No momento em que o Edjair chegou ela o questionou sobre o que havia acontecido. “No começou ele negou, mas logo depois pediu desculpas. Foi nessa hora que os moradores partiram para cima dele com pedaços de madeira. Só não mataram ele porque eu não deixei. Foi quando a polícia chegou e veio todo mundo para a delegacia”, explicou a comerciante. A menina de dez anos também estava na delegacia acompanhada da avó.
“Todas as pessoas que estavam no face da minha neta são conhecidas minhas e eu tenho a senha do perfil, porque fui quem fiz pra ela. Mas não imaginei que ele faria uma coisa dessas”, completou. De acordo com o delegado Paulo Clemente, Edjair já responde a um processo por atentado violento ao pudor contra um menino.
“Em depoimento, ele acabou confessando o crime, mas disse que não teria segundas intenções com a garota. No entanto, temos todas as provas no computador da vítima. Ele foi autuado pelo artigo 241-D do Estatuto da Criança e do Adolescente, por aliciar, assediar ou instigar criança com o fim de praticar atos libidinosos”, explicou Clemente, do plantão da Delegacia de Casa Caiada. A pena para esse crime varia de um a três anos de prisão. O suspeito seguiu no final da tarde para o Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel).