Morte de engenheira ainda sem resposta

Hoje faz dois meses que a engenheira civil Alzira Cortez de Souza, 58 anos, morreu no Hospital da Restauração (HR) depois de ter chegado à unidade de saúde como vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ela foi deixada na unidade de saúde pelo companheiro, que afirmou que a mulher levou uma queda no quarto de casa. No entanto, os familiares da engenheira não acreditaram na versão e acionaram a polícia. Eles acreditam que a engenheira morreu vítima de espancamento supostamente causado pelo ex-marido. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Piedade, que ainda não tem uma data definida para apresentar o resultado das investigações. No entanto, parentes da vítima estão confiantes que o ex-companheiro da engenheira seja indiciado pelo crime de homicídio.

Muita gente compareceu ao sepultamento do corpo da engenheira

O inquérito está sendo apurado pela delegada Ana Luiza de Mendonça, que informou, por meio da assessoria de comunicação da polícia, que já recebeu os laudos do Instituto de Medicina Legal (IML) e que os mesmos não foram conclusivos. O documento não deixa claro se houve espancamento. A delegada disse ainda que continua em diligências e ouvindo algumas pessoas sobre o caso. O primeiro laudo tanatoscópico do IML apontou para hemorragia interna do crânio por trauma fechado, o que pode ser compatível para as causas jurídicas de homicídio e acidente. “Estamos confiantes na investigação da polícia e não temos dúvidas de que minha irmã morreu por causa dos espancamentos que sofria do marido. Ela estava muito afastada da família e sempre que a encontrávamos ela estava com hematomas pelo corpo, mas nunca disse que era agressão”, destacou o irmão de Alzira, Amaro Cortez de Souza, 50.

 

Além da família, os vizinhos de Alzira também acreditam que o ex-companheiro dela tenha sido o responsável pelos supostos espancamentos que a levaram à morte. Depois que o inquérito foi aberto, o ex-marido da engenheira foi chamado para prestar depoimento e, segundo a polícia, negou que tivesse espancado a esposa. Segundo os parentes de Alzira, o técnico em informática não está mais morando na casa onde o casal vivia no bairro de Candeias. Ao saber da morte da engenheira, alguns moradores das proximidades chegaram a fazer uma pichação no muro do imóvel dizendo que alí seria a residência de lúcifer.

 

Vizinhos do casal fizeram pichação no muro da residencia

 

Alzira Cortez trabalhava com aplicação de estruturas metálicas em grandes construções e era muito conhecida no meio profissional. A mais velha de seis irmãos, deixou dois filhos e havia ficado viúva aproximadamente um ano antes de morrer. Poucos meses após a morte do marido, a engenheira passou a morar com o homem que hoje é investigado como suspeito de seu assassinato.

 

Delegacia comemora elucidação de assassinatos

 

O resultado de dois anos e meio de investigação da equipe de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) da 23ª Circunscrição de Cavaleiro, em Jaboatão, foi motivo de orgulho e comemoração para quem fez parte desse trabalho. Os policiais conseguiram encaminhar à Justiça um total de 100 inquéritos de homicídios concluídos com autorias definidas.

Bolo teve direito a velas marcando os 100 crimes solucionados. Foto: Divulgação

 

Para celebrar o feito, a equipe comandada pelo delegado Ramon Teixeira, comemorou o fechamento do mês de maio com uma pequena festa com direito a bolo e velas representando as mortes esclarecidas. De acordo com o delegado, somadas às tentativas de homicídio, foram 170 crimes desvendados. O que representa uma média de 5,86 procedimentos encaminhados à Justiça por mês.

 

 

Analisando os números dos últimos quatro anos da delegacia, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2009 um total de 157 mortes foram registradas. Nesse período, os policiais encaminharam 28 inquéritos com definição, o que representa o desvendamento de 1,1 CVLI ao mês ou 17,83% de elucidação. Já o quantitativo de janeiro de 2010 até maio de 2012 foi de 158 CVLIs e 100 elucidações, o que significa dizer que foram quase dois crimes esclarecidos a cada três consumados, ou 63,29% de crimes esclarecidos.
Delegado Ramon Teixeira comanda área que abrange 13 bairros de Jaboatão

 

O delegado afirma ao blog que toda sua equipe, formada por sete policiais incluindo ele, trabalha focada em esclarecer todos os crimes de CVLI que são praticados em sua circunscrição. “Temos uma área que abrange 13 bairros e tem uma população de mais de 170 mil habitantes. Nosso trabalho é focado na elucidação dos crimes. Não mandamos nenhum inquérito para a Justiça que não esteja completamente amarrado”, destacou Teixeira.

 

 

Elas são bonitas e poderosas

Lúcia, Paula e Lourdes escolheram fazer carreira na Polícia Militar. Em meio a um grupo de 380 profissionais, elas, junto com mais duas colegas, são as únicas mulheres do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) de Pernambuco. Sempre maquiadas e de brincos, as policiais costumam chamar atenção quando estão envolvidas em grandes operações e despertam admiração em muita gente que enxerga a profissão como algo essencialmente masculino. O comandante do BPChoque, major Walter Benjamin, diz que não há diferença entre as meninas e os homens da tropa. “Elas fazem os mesmos testes para chegar até aqui e participam das mesmas atividades. Elas não querem ser tratadas diferentemente dos homens.”

Lúcia, Paula e Lourdes adoram o trabalho no Batalhão de Choque

 

A tenente Lúcia Helena Salgueiro, 27 anos, está no batalhão há quase cinco anos e diz que o local onde mais gosta de trabalhar é onde também encontra mais dificuldades. “Quando estou nos presídios, seja em revistas ou rebeliões, sempre tenho problemas quando os presos escutam minha voz e percebem que sou mulher. Muitas vezes eles têm resistência em atender aos pedidos, mas os colegas homens acabam nos ajudando a contornar a situação. Mesmo assim, adoro participar de operações nas unidades prisionais”, revela a oficial, que antes de chegar ao BPChoque passou por todos os batalhões de área da Região Metropolitana do Recife (RMR).


Com apenas 12 meses no Choque, as soldados Paula de Oliveira Alves, 21, e Maria de Lourdes Santos, 24, se dizem honradas. “As pessoas levam um susto quando percebem que somos mulheres”, conta Lourdes. A soldado acabou um namoro de cinco anos após ter entrado no BPChoque. “O meu ex-namorado tinha muitos ciúmes, porque aqui tem muito policial homem. Sete meses depois que eu cheguei aqui, a gente terminou”, lembra. Loura e de olhos azuis, a militar fala que é olhada com respeito pelos homens na rua.

A colega Paula de Oliveira ressalta que a companhia masculina serve de proteção nessas horas. “Como a gente sempre está acompanhada dos PMs masculinos, os homens têm medo de dizer alguma coisa. Porém, em alguns jogos de futebol, vez por outra escutamos algumas gracinhas”, ressalta.
Diferentemente de Lourdes, Paula segue firme no namoro. “Meu namorado não é policial, mas entende que é a minha profissão”, destaca. A tenente Lúcia conta que já teve problemas com um antigo namorado. “Meu atual namorado não é militar, mas não temos problemas quanto ao meu trabalho. Mas já tive um namorado que fazia questão de vir no batalhão e até de me beijar na frente de todo mundo”, entrega. As mulheres que atuam nessa batalhão enfrentam situações de rebeliões, grandes shows, jogos de futebol, reintegrações de posse e participam de operações especiais.

 

OBS: As fotos que ilustram a matéria são de autoria da repórter fotográfica especial do Diario de Pernambuco Teresa Maia.

Entrada “tartaruga” na Barreto Campelo

 

A Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, já não é de fácil acesso para os familiares que vão visitar os seus presos nos finais de semana. A unidade prisional, que foi a primeira de segurança máxima do estado, fica numa área afastada da pista principal da Ilha. Agora, some a isso a demora para que as visitas consigam entrar na penitenciária aos domingos. O blog recebeu denúncias de pais e parentes de detentos de que os homens que vão à Barreto Campelo têm tratamento diferente das mulheres na hora da liberação do acesso. “Todo final de semana é a mesma coisa. As mulheres são liberadas e os homens ficam mofando do lado de fora. Esse domingo eu cheguei na Barreto era 8h30 e só consegui entrar para ver o meu filho de 14h50. A visita termina às 16h, não tive nem tempo de ficar com ele direito. Minha esposa chegou para visita às 14h e entrou na unidade primeiro que eu. Isso é um absurdo”, reclamou o pai de um preso.

Segundo os familiares dos detentos, eles não fazem reclamações formais na unidade nem questionam os agentes penitenciários que fazem a revista na entrada para os parentes não sofrerem retaliações na cadeia. “A gente fica calado para eles não serem prejudicados. Os agentes botam cinco homens para dentro e só chamam mais cinco depois de uma ou duas horas. Isso é uma falta de respeito com a gente e com os presos. Eles têm direito a visitas. Espero que o governo tome uma providência urgente. Ninguém é palhaço pra sair de casa e ficar do lado de fora do presídio esperando a boa vontade dos agentes”, ressaltou o primo de outro detento. O problema foi informado à assessoria de comunicação da Secretaria de Ressocialização do estado (Seres) que afirmou que irá apurar a denúncia para poder se pronunciar.

Sequestradores também condenados à morte

Do Diario de Pernambuco

Entre as capitais pesquisadas pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP), Recife se destaca com o maior percentual de pessoas que defendem a pena de morte para sequestradores, com 19,21%, apontando que o crime é pouco tolerado, assim como a prática de estupro. O índice chega a ultrapassar a média nacional, que é de 12,8% para crimes dessa natureza. “A lei de crimes hediondos, por exemplo, não reduziu esse tipo de crime. A questão é mais complexa. Nos países onde a pena de morte foi aplicada, o problema da criminalidade não foi solucionado”, defende Eduardo Paysan, advogado do Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec).

Para o juiz Laiete Jatobá, não é a morte de um infrator que fará com que outros deixem de cometer crimes. Apontado como um dos estados que mais encaminham adolescentes em conflito com a lei para unidades fechadas, Pernambuco também se destaca por ter uma capital que defende a prisão com trabalhos forçados (30,05%) e a prisão perpétua (28,08%) para jovens que matam.

Há dez anos, a mesma pesquisa foi realizada em capitais brasileiras. “Os novos resultados servirão para implementação de programas educacionais voltados aos direitos humanos e são importantes porque trazem a sensibilidade da população em relação a temas ligados à violência”, explica Renato Alves, da equipe da Pesquisa Nacional sobre Valores em Relação à Violação de Direitos Humanos e Violência.

Recifense quer pena de morte para estupradores

Por Marcionila Teixeira e Wagner Oliveira

Da equipe do Diario de Pernambuco

 

 (ISABELLA ALVES/DP)
Maria Carolina Diniz era uma engenheira química de 31 anos quando foi estuprada e morta por três homens na praia de Barra de Sirinhaém, no litoral sul pernambucano. O crime aconteceu em 2002, mas a dor da perda continua incomodando os familiares de Carol até hoje. Uma das irmãs da engenheira, Ana Luiza Diniz, 43, confessa, uma década depois, que é a favor da pena de morte para autores de crimes de estupro. O pensamento de Ana é semelhante ao de 42,36% de recifenses ouvidos pela pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP), divulgada nesta semana. O estudo, realizado em 11 capitais brasileiras, aponta, ainda, que 32,51% dos moradores do Recife entrevistados enxergam a prisão perpétua como a punição mais eficiente para homens que matam suas companheiras. O resultado da pesquisa mostra que os moradores da capital seguem uma tendência observada nas outras cidades brasileiras quando se fala em estupro e assassinato de mulheres.

 

O fato de parte representativa da população desejar penas “mais rígidas” para crimes praticados contra a mulher, no entanto, não pode ser visto como avanço, na opinião de Ana Paula Portela, do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Criminalidade da UFPE. “Isso mostra que as pessoas desconhecem os direitos humanos. Daí a importância de debater e divulgar o tema”, destaca. Uma estrutura de repressão e punição pouco eficazes estaria por trás desse tipo de discurso, segundo avaliação do coordenador executivo do Gajop, Luís Emmanuel Barbosa. “A luta da sociedade deveria ser contra a impunidade, cobrando mais investigação por parte da polícia e mais punição do Judiciário”, aponta.
Chamou a atenção dos pesquisadores o fato de que a metade das penas escolhidas pelos entrevistados nem sequer figura no Código Penal Brasileiro, como pena de morte, prisão perpétua e prisão com trabalhos forçados. “Não é possível adotar prisão perpétua nem pena de morte no Brasil. Isso apenas poderia ocorrer se fosse realizada uma assembleia constituinte para ouvir a opinião da sociedade”, esclarece o juiz Laiete Jatobá Neto, titular da 3ª Vara Criminal da Capital.

Ana, que perdeu a irmã vítima de estupro, é a favor da pena (HELDER TAVARES/DP/D.A PRESS)
Ana, que perdeu a irmã vítima de estupro, é a favor da pena

Segundo a pesquisa, os jovens são os que escolhem com maior frequência a pena de morte para quase todos os tipos de infratores. Outro dado curioso revela que há uma ligeira tendência dos grupos mais idosos em nomear a prisão perpétua como opção, seguida da pena de trabalhos forçados. “Acredito que o fato de jovens pensarem assim é menos grave, pois muitos deles ainda não têm opinião totalmente formada, o que indica que ainda podem mudar de ideia”, destaca Ana Paula Portela.

A pesquisa encontra uma explicação para o sentimento da população. Para a maioria dos brasileiros, diz o estudo, a prisão é vista como nada ou pouco eficiente, tanto para punir (60,7%) ou reabilitar (65,7%), como também para dissuadir (60,9%) e controlar (63%). “Mais importante que a condenação, é a certeza da punição. É preciso que a pena seja cumprida efetivamente. O alto índice de impunidade leva as pessoas a continuar praticando crimes”, raciocina o juiz Laiete Jatobá.

Pornografia infantil no topo das denúncias

Do Diario de Pernambuco

Por Juliana Colares

 

Crianças são vítimas mais frequentes. Na última segunda, um guarda municipal natural de Guarulhos, São Paulo, foi detido em Olinda (HELDER TAVARES/DP/D.A PRESS.)
Crianças são vítimas mais frequentes. Na última segunda, um guarda municipal natural de Guarulhos, São Paulo, foi detido em Olinda

 

Em tempos de sociedade 2.0, a pornografia infantil está no topo das denúncias de delitos cometidos na web. Segundo dados da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos contra os Direitos Humanos, entre janeiro e maio deste ano, os casos de pornografia infantil representaram quase metade de todas as denúncias recebidas pela associação – 9.516 de um total de 19.265. A impunidade está diminuindo, mas o número de prisões ainda é bem inferior ao de crimes praticados. Dados fornecidos pela Safernet Brasil, que gerencia a Central Nacional de Denúncias, mostram que entre 2003 a 2008, a Polícia Federal prendeu, em todo o Brasil, 13 agressores sexuais que usaram a internet para cometer crimes contra crianças e adolescentes. De 2009 para cá, a quantidade de prisões passou de 100. Na última segunda-feira, mais um suspeito de divulgação de pornografia infantil na internet foi preso. O caso ocorreu em Olinda.

Um guarda municipal natural de Guarulhos, São Paulo, foi detido no bairro de Rio Doce no momento em que divulgava na internet imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescentes. No apartamento do suspeito, identificado pela PF pelas suas iniciais, W.R.L.S, foram encontradas fotografias e vídeos contendo, inclusive, cenas de sexo explícito. O material estava armazenado em três discos rígidos. A prisão foi efetuada durante o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão, expedidos pela 13ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária de Pernambuco, a dois apartamentos residenciais localizados em Rio Doce. Todo o material foi encontrado em um dos apartamentos. A investigação começou no ano passado e corre em segredo de justiça.

Pelos dados analisados até o momento, W.R.L.S infrigiu dois artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente e pode pegar de quatro a 10 anos de reclusão. O material encontrado será analisado por perícia técnica. A Polícia Federal quer saber, por exemplo, se o suspeito participou da produção das imagens, o que pode fazer com que ele seja enquadrado em mais crimes. O inquérito policial já foi instaurado. O suspeito foi encaminhado para o Cotel, onde ficará à disposição da Justiça Federal.

“Nos últimos três anos, houve um aumento significativo de operações policiais e prisões. O cenário está mudando. Não na velocidade ideal, mas está mudando. Existem problemas estruturais na polícia e no judiciário que ajudam a manter um elevado índice de impunidade no país com relação a vários crimes. Com a internet não é diferente”, disse o diretor-presidente da Safernet Brasil, responsável pelo gerenciamento da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos contra os Direitos Humanos, Thiago Tavares.

Segundo ele, na maioria das prisões realizadas pela Polícia Federal, os crimes praticados eram de produção, divulgação e armazenamento de imagens com cenas pornográficas e de sexo explícito envolvendo crianças com zero a 12 anos. De acordo com Thiago Tavares, comprovar o crime na internet é fácil. O mais complicado é identificar a autoria.

 
Entrevista >> Thiago Tavares, diretor-presidente da Safernet Brasil

“O mais complicado é identificar o autor do crime”

Por que a pornografia infantil é o crime cibernético contra os direitos humanos mais denunciado?

A pornografia infantil sempre foi o crime mais denunciado desde 2006, quando a Safernet Brasil foi criada. Isso ocorre, primeiro, porque é um crime que choca muita gente. A tendência é que alguém que encontre uma imagem desse tipo na rede, denuncie. E, infelizmente, existe farto material de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na internet. E com o crescimento de pessoas com acesso à internet – no Brasil são 80 milhões – há mais pessoas se deparando com esse tipo de conteúdo.

É mais difícil investigar os crimes na internet?

Existe um mito de que a internet é uma terra sem lei. A internet não é um mundo paralelo. Sua vida online é a extensão da sua vida offline. E a lei que vale para o offline vale para o online. O que muitas vezes é mais complicado é identificar a autoria do crime, o que depende de uma série de variáveis. Por exemplo: se um crime é cometido por meio de um provedor estrangeiro sem representante legal no Brasil, a obtenção das provas necessárias à comprovação da autoria passa a depender de cooperação jurídica internacional, que normalmente é lenta e, em alguns casos, insuficiente.

Existem redes de pronografia infantil na internet ou essas imagens são pulverizadas na web?

Existe um degradê de situações. Existe desde o curioso eventual que consome esse tipo de imagem até organizações criminosas dedicadas à produção e venda desse conteúdo. Existem grupos que fazem a intermediação financeira de compra e venda de imagens de abuso e exploração sexual de crianças. E também existe o abusador que registra o abuso e troca essas imagens com outros abusadores.

Procurador da República discorda do indiciamento

Cerca de 40 policiais e peritos e quatro testemunhas participaram da simulação

O procurador da República Anderson Vagner Goes dos Santos, do Ministério Público Federal (MPF), não concorda com o indiciamento por homicídio doloso do agente da Polícia Civil que atirou e acabou matando o agente da Polícia Federal (PF), Jorge Washington Cavalcanti, 57 anos. Anderson Vagner solicitou a reconstituição justamente para se certificar de que a morte foi um erro e não um crime intencional. Apesar de fazer elogios ao inquérito investigado pela PF, o procurador deve denunciar o agente por homicídio culposo (sem intenção), segundo fontes do blog. O outro policial civil da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico que participou da operação também foi indiciado por fraude processual e tentativa de homicídio. Os agentes civis não participaram da reprodução simulada que durou mais de quatro horas na BR-232, na manhã desta terça-feira, no bairro do Curado, mesmo lugar onde houve o tiroteio no dia 5 de janeiro de 2011.

Procurador Anderson Vagner atento à explicação do delegado da PF Renato Cintra

“Seria muito interessante que os investigados tivessem comparecido à reconstituição. Mas eles usaram do direito de não produzir provas contra eles e não compareceram. Com a reprodução de hoje, houve esclarecimentos de fatos que nós já imaginávamos. Tivemos noção da dinâmica que teria levado os policiais civis a acreditarem que estavam enfrentando traficantes e não policiais”, relatou o procurador da República. O delegado Renato Cintra, responsável pelas investigações, esteve no local, mas falou pouco sobre o caso, já que o mesmo está sob segredo de Justiça. “Houve dois indiciamentos e o inquérito foi encaminhado ao MPF no dia 16 de abril. Na reconstituição de hoje (ontem) não houve novidades para mim. Vamos agora esperar o resultado do laudo pericial e encaminhá-lo ao procurador”, destacou Cintra.

Cena do tiroteio foi reproduzida quatro vezes, uma para cada versão


Participaram da reconstituição cerca de 40 homens, entre policiais e peritos. O suspeito que foi preso com 17 quilos de cocaína, Wagner do Nascimento, o taxista que o transportava, um motoqueiro que passava pelo local, além do policial federal Silvio Romero Moury Fernandes foram os responsáveis por narrar a sequência de fatos que foram fotografados e filmados. Motoristas curiosos com a movimentação deixaram o trânsilo lento na BR-232.

Toda a imprensa pernambucana estava ligada nos passos da reprodução

Mais arrombamentos na Rua Araripina

 

Carro de funcionária da TV Clube/Record teve vidro quebrado

A novela de arrombamentos de carros na Rua Araripina, no bairro de Santo Amaro, ao lado da sede dos Diários Associados, parece mesmo não ter fim. Na tarde desta terça-feira, mais um veículo foi alvo dos criminosos que seguem agindo impunemente. Os bandidos quebraram o vidro dianteiro do lado do passageiro, danificaram a fechadura e arracaram o som do carro. A onda de assaltos e furtos na localidade tiveram um crescimento muito grande nos últimos meses. Entre o final de abril e início de maio, pelo menos quatro carros foram arrombados na Rua Araripina, que fica perto da Secretaria de Defesa Social (SDS) e da Secretaria de Planejamento e Gestão do estado (Seplag).

Som do automóvel Palio foi levado no período da tarde

Após as últimas ocorrências, a Polícia Militar de Pernambuco havia prometido um reforço no policiamento com o mapeamento da área e realização de rondas. No entanto, nas duas últimas semanas, os PMs não estão sendo mais vistos nas proximidades. Quantos carros mais precisarão ser arrombados ou coisas piores acontecerem para que a polícia consiga realizar uma ação efetiva no local?

Governo fala sobre nomeações de policiais

Se depender do governo do estado, os aprovados para os concursos da Polícia Militar e da Civil de Pernambuco ainda não serão nomeados de imediato. A Secretaria de Administração (SAD) esclarece ao blog que o governo cumpriu o que determina a Lei, nomeando o quantitativo correspondente ao número de vagas oferecidas no edital. “Respeitando a validade do concurso foram nomeados os 2.100 aprovados, o que corresponde ao número total de vagas previstas no edital. Assim, o governo do estado vem cumprindo a rigor a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), nomeando dentro do prazo, o quantitativo de aprovados conforme vagas oferecidas. Com relação ao concurso para agente de polícia da Policia Civil, a Administração afirma que também foram convocados um número acima do previsto em edital que foi de 800. Neste caso, o governo convocou 1.530 aprovados neste certame, respeitando, portanto, o que prevê a lei.  A SAD reforça que a convocação dos candidatos classificados além das vagas previstas no edital pode ocorrer respeitando o equilíbrio fiscal do Estado.” Diz a nota encaminhada pela assessoria de comunicação. Segundo os leitores do blog, 1.612 pessoas que passaram no último concurso da PM já foram submetidos aos testes e estão aptos para trabalhar. “Esperamos que o governador e o secretário de Defesa Social cumpram o que prometeram nomeando os policiais aprovados. O estado precisa desse reforço na segurança”, disse um dos aprovados.