Por Raphael Guerra
Novos peritos do Instituto de Criminalística (IC) irão revisar o laudo que apontou como um suicídio a morte do empresário da construção civil Sérgio Falcão, 52 anos, em 28 de agosto de 2012. A Justiça acatou a solicitação do Ministério Público de Pernambuco, que exigiu uma nova reconstituição. Sete meses depois que o corpo do construtor foi encontrado no apartamento dele em Boa Viagem, a delegada Vilaneida Aguiar, do DHPP, resolveu quebrar o silêncio sobre a investigação. Ela afirmou que a linha mais forte é de que Falcão tenha sido assassinado pelo policial militar reformado Jailson Melo, em um crime provavelmente encomendado por uma terceira pessoa e não pela própria vítima, como chegou a ser cogitado nos bastidores. A motivação, porém, permanece em sigilo. O corpo, que chegou a ser sepultado, está no IML desde que foi exumado e deverá ser examinado novamente.
O novo laudo, que será feito por peritos diferentes daqueles que elaboraram o primeiro, deverá ser entregue em 30 dias e poderá determinar a reviravolta do caso, inclusive com o pedido de prisão preventiva do suspeito. A conclusão inicial do IC, assinada pelos peritos Sérgio Almeida e Jairo Lemos, foi entregue em janeiro à polícia.
“Após um estudo, percebemos que várias indagações ainda precisam ser respondidas”, disse a delegada Vilaneida Aguiar. A reconstituição simulada do ocorrido, com a presença do suspeito, é um dos principais impasses. O perito responsável, Gilmário Lima, observou que “tecnicamente era inviável a morte do empresário ter acontecido como Jailson disse” – conforme o Diario publicou com exclusividade. O suspeito contou que entrou no quarto do empresário para ver o notebook que estava aberto num site de armas. Do lado direito, a vítima teria puxado a pistola da cintura do PM e atirado contra a própria boca.
“Entrei em contato com o IML, que informou ser impossível, pois o corpo caiu à esquerda. Se a versão dele fosse verdadeira, o empresário não teria dado nenhum passo. Cairia na mesma hora”, explicou a delegada. O promotor André Rabelo disse que, além da reconstituição, encaminhou 12 questionamentos a serem respondidos pela nova equipe de peritos, cujas identidades estão sendo mantidas em sigilo para evitar interferências e possíveis pressões de pessoas envolvidas na morte de Sérgio. “Ao final, vou decidir por novas diligências, indiciamento ou arquivamento do inquérito”, afirmou.
Do Diario de Pernambuco